Autor: Circe Cunha
“Nós temos uma presidente, mas não temos uma governante”, criticou a deputada Geovania de Sá, de Santa Catarina. Ela deu a declaração depois de os dados do Datafolha revelarem que 65% dos entrevistados defendendo a abertura do processo de impeachment pelo Congresso Nacional. “Tudo o que a população esperava do seu governante, não encontra na presidente Dilma”, arrematou.
Mantida a tradição da Serenata de Natal, criação do Fred Brasiliense. Hoje são mais de 150 voluntários que, com velinhas e sininhos, convidam os moradores a descer do apartamento para curtir a cantoria. Além disso, há o momento de arrecadação de alimentos não perecíveis que são entregues em creches e asilos.
Dias antes de deixar a prefeitura, o sr. Paulo de Tarso podia se orgulhar de um fato raro em administração: ele e Lordelo de Melo chamaram, pelos jornais, diversos credores, para que fosse à Prefeitura receber suas faturas. (Publicado em 27/8/1961)
Caso fique demonstrado pelo laudo da perícia dos Bombeiros e pelas investigações da polícia que o incêndio no terreiro Axé Oyá Bagan foi ato criminoso, Brasília perderá, de vez, aos olhos do mundo, a condição de capital do ecumenismo religioso, que ainda é uma de suas boas bandeiras.
A intolerância religiosa é tão antiga quanto a própria religião e, por muito tempo e em muitos lugares, vem deixando rastro de destruição e morte. É a verdadeira religião do ódio. Ódio às diferenças. Ódio disfarçado de fé que em nada diferencia das barbáries perpetradas ao longo da história da humanidade contra cristãos, judeus, espíritas e religiões afro-brasileiras em todo o planeta.
Coincidência ou não, a ocorrência sistemática desses ataques vem se dando de forma crescente à medida que se expandem desordenadamente pela capital as religiões tipo caça-níquel, que, sob o manto da orientação neopentecostal, incentivam abertamente nos cultos a destruição de imagens e, principalmente, a perseguição, sem tréguas, ao candomblé e à umbanda. A pregação do ódio contra religiões que são, na grande maioria, bem mais antigas do que o próprio Brasil, se esconde por trás de interpretação sectária e criminosa das escrituras sagradas, estratégia bem arquitetada de expansão ilimitada do poder dos novos templos.
O verdadeiro revival dos pogroms deu mostras do que é capaz. Incêndio das imagens na Praça dos Orixás, o apedrejamento de uma criança vestida com trajes tradicionais das mães de santo, o chute do pastor da Universal na imagem de Nossa Senhora Aparecida na mesma data em que se comemorava o dia da padroeira. Esses e outros episódios de intolerância, vandalismo e vilipêndio clamam por uma postura firme das autoridades judiciais enquanto ainda é possível deter a sanha dos falsos profetas.
Assistir à destruição continuada das religiões de matriz africana equivale a assistir passivamente à grande queima de livros realizada pelos nazistas na noite de 10 de maio de 1933 em praça pública em nome da “limpeza da literatura”. É justamente esse ovo da serpente que precisa ser extirpado do meio de nós antes que seja tarde.
Tão logo soube do crime, o governador Rodrigo Rollemberg foi ao local e determinou que o diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, criasse uma delegacia especializada em crimes de racismo e intolerância. Esteve no local e agiu pensando no futuro da capital.
A queima dos templos dos orixás equivale à destruição de nossa própria raiz cultural, do que somos. A repetição dos casos mostra que adentramos um caminho sem volta: ou se colocam imediatamente na cadeia os autores desses atos e seus instigadores, ou teremos inaugurado a temporada sem volta dos conflitos religiosos do tipo que assolaram a Irlanda no século passado. Ao romper, de forma bruta, o ambiente do sagrado, o que vamos assistindo, em slow motion, é desprezo por nós mesmos e pelo que somos como nação.
“O que a Justiça quer de mim quando leio um caso? Essa é a lei e você terá que segui-la.”
Anne Coughlin, da Universidade de Direito de Virgínia, Estados Unidos.
Enquanto líderes dos Três Poderes recebem ajuda de custo para morar em apartamentos funcionais, os professores da Universidade de Brasília passam pelo constrangimento de receber da reitoria comunicação de que o aluguel terá reajuste quadruplicado em relação a dois anos passados. As resoluções do Conselho Diretor vão passando por cima da origem que propunha a classificação dos candidatos priorizando os que apresentam maior potencial em contribuir com os objetivos da UnB. Esses objetivos estão mudando muito rápido fazendo parecer que a UnB absorveu a gana imobiliária da capital desprezando o valor do corpo docente.
É incompreensível a necessidade de manter ligados os ônibus na Rodoviária. Como não têm onde ficar perto do Corpo de Bombeiros, famílias que chegam para consultas em hospitais ficam no chão com as crianças respirando fumaça sem a menor assistência. A missiva sobre o assunto é de José E. Rabello.
Quando deixou o governo, o sr. Jânio Quadros disse que voltava à advocacia e ao magistério. Agora, diz que vai viajar por muito tempo porque sua presença “não ajuda ninguém”. Nem ajudou, concluiria, naturalmente, o filósofo de Mondubim. (Publicado em 27/8/1961)
Hoje é domingo. Enquanto não chegam notícias do presidente João Goulart, vamos ao lago pescar tilápias. (Publicado em 27/8/1961)
Artur Bernardes, secretário de Economia do DF, disse que iria colocar no ar sistema para que o empresário, em 10 dias, consiga a licença de funcionamento. A promessa é esperada por todos os que querem contribuir para a economia do DF.