Autor: Circe Cunha
Num mundo em que as notícias viajam na velocidade da luz e os satélites vigiam diuturnamente cada canto da Terra, os discursos, mesmo feitos a milhares de quilômetros, precisam guardar, ao menos, proximidade com os fatos e com a verdade. No caso do pronunciamento da presidente na abertura da Conferência Global sobre o Clima (COP 21) em Paris, a maioria da plateia, com o mínimo de informação, percebeu que ali na tribuna estava uma chefe de governo que internamente enfrenta a maior crise política e econômica de todos os tempos, cujo partido e muitos de seus membros estão na alça de mira da Justiça.
Relatórios diários elaborados pelas embaixadas credenciadas no Brasil, com centenas de correspondentes internacionais espalhados por todo o território nacional, com a velha e conhecida má vontade com políticos locais, cuidaram de informar ao restante do planeta que a mulher que ocupa a tribuna para falar do meio ambiente é figura que extrapola a fronteira de fragilizada.
Com os índices de popularidade pessoal e da economia situados no subsolo, com as notas negativas atribuídas pelas agências de avaliação de risco ao país e pela iminência de sofrer processo de impeachment, as declarações de dona Dilma, infelizmente, caíram no vazio da descrença. Nem mesmo o pretenso realismo de lavar a roupa suja em público, ao falar do maior desastre ambiental da história do Brasil, convenceram a audiência das promessas da representante do Brasil para minorar os efeitos do aquecimento global.
“Estamos reagindo ao desastre, com medidas de redução de danos, apoio às populações atingidas, prevenção de ocorrências e também punindo, severamente, os responsáveis pela tragédia”, afirmou a presidente, quando, na verdade, todos sabem que seu governo, por causa da crise interna, levou uma semana para visitar e se inteirar da realidade em Mariana e, mesmo depois disso, as medidas para minorar os efeitos da catástrofe são consideradas aquém das necessidades.
Da mesma forma, a fala sobre as medidas para conter o desmatamento na Amazônia, que, segundo ela, caiu 80% na última década, fica prejudicada quando o mundo sabe que apenas entre 2014 e 2015 houve incremento de mais de 16% na derrubada da mata, com o desaparecimento de uma área cinco vezes maior do que a cidade de São Paulo.
Já dizia o filósofo de Mondubim: contra os fatos, não há discurso possível. Contra a realidade interna em que um mar de lama varre o governo, melhor entregar a batuta para quem sabe reger a administração. Créditos de carbono, cobrados do mundo, devem ser necessariamente precedidos de crédito pessoal. Confiabilidade externa requer, ao menos, apoio da sociedade internamente. Ou seja, PT saudações finais.
“Quero gritar, gritar tão alto, até ensurdecer meus próprios ouvidos, não escutar meu pensar, não perceber meus murmúrios. Quero urrar, urro tão intenso, que, no imenso do meu barulho, encontre o silêncio da minha paz.”
Eliete Barros, pedacinho do livro Vi como cego vê, que será lançado hoje no Bistrô Bom Demais e Livraria Dom Quixote no CCBB
Interditaram o passeio das batatas fritas. Um carregamento que chegou de Vitória foi parado em uma inspeção de rotina da Secretaria da Fazenda. Como o documento apontava a entrega no Polo JK, em Santa Maria, a carga foi apreendida no Gama. A empresa não está autorizada a mudar o documento nem o itinerário da carga. R$ 200 mil de multa e a multa de 200% pela infração fiscal.
Projeto do senador Crivella inibe o fumo dentro do carro. Como a legislação brasileira já proíbe a prática em locais fechados e no transporte público, a restrição vai ser ampliada. Se no carro tiver criança ou mulher grávida, fumar cigarro, charuto, cachimbo ou qualquer produto derivado do fumo não será permitido.
Senador Humberto Costa foi o relator da matéria que revogou a isenção que era concedida ao setor de informática pela Lei do Bem. Ela estaria em vigor até 2018. Como o caixa do PT fechou no prejuízo, isenções concedidas estão canceladas. E mais. Vinhos, uísque e vodca terão o IPI substancialmente aumentado.
Ao se despedir de serviçais mais chegados do Palácio da Alvorada, o sr. Jânio Quadros cumprimentou-os com um “adeus” e até logo “porque voltarei”.(Publicado em 28/8/1961)
“Quia peccavi nimis cogitatione verbo, et opere” Nas democracias atuais, a força da opinião pública, expressa pelo poder das mídias sociais ligadas em rede e reverberada pela imprensa, demonstra que o senso comum da sociedade requer, cada vez mais, que os governos adotem posições imediatas e claras sobre quaisquer problemas de Estado que afetem direta ou indiretamente o cidadão. Graças a essa combinação entre sociedade em rede e imprensa livre, capaz de elevar a força da opinião pública a alturas nunca vistas anteriormente, é que os poderes do Estado vêm saindo da tradicional posição de conforto e lentidão, sendo obrigados, doravante, a atender os reclames de todos a tempo e a hora.
No Brasil, muito mais do que os 200 milhões de eleitores, são os 400 milhões de olhos e ouvidos prontos ver, ouvir e ler o que se passa dentro da máquina pública. Qualquer político que almeje o futuro da carreira tem que ficar ligado ou on-line. Não foi por outro motivo que o Senado, instigado pelo Supremo, enveredou pelo caminho do voto aberto, confirmando a prisão de um dos seus pares. Ambos, Judiciário e Legislativo, por mais que neguem, sentem a força amplificada da opinião pública.
Nesse sentido, soa oportuno o discurso da senadora Rose de Freitas (PMDB-ES). Em tom de mea-culpa, a parlamentar considerou que a invasão do STF sobre as atribuições do Congresso se deu por culpa exclusiva do próprio Senado, que abriu espaço à intromissão ao deixar de cumprir sua missão, entregando a função de legislar para a Justiça.
“Hoje, a todo momento, em qualquer lugar, sentado aqui ou ali, nós nos deparamos com alguém que está sendo indiciado, exatamente por usar o poder a favor de si ou de circunstância que lhe favoreça”, confessou a senadora, para quem os representantes do povo não têm sequer a preocupação de propor saídas para a crise atual, de ajudar o povo brasileiro.
“Votamos quando achamos que devemos votar, empurrando a pauta prioritária, quando achamos que queremos empurrar, nós estamos errados”, disse. Ao confessar sua vergonha com o quadro atual político, Rose de Freitas avaliou que é chegado o momento de rever tudo o que acontece no Senado Federal.
“Mesmo destacando o bom trabalho de alguns daqui, esta Casa não tem como olhar no olho de um brasileiro… Esta casa que recebe estes parlamentares, que recebe o sagrado voto popular, que jura esta Constituição que eu ajudei a escrever é capaz de se envolver em um episódio dessa natureza… Ninguém cuida de proteger o Senado com os atos, com as atitudes, com as decisões.” Qualquer caminho que aponte para solução sincera e objetiva deve partir primeiro do ato de penitência e de reconhecimento da culpa. Parabéns, senadora.
“Sete pecados sociais: política sem princípios, riqueza sem trabalho, prazer sem consciência, conhecimento sem caráter, comércio sem moralidade, ciência sem humanidade e culto sem sacrifício.”
Mahatma Gandhi
Andrea Valente comemora. As caixas do Natal Solidário estão cheias de doação de fraldas para crianças e adultos que serão entregues em instituições da cidade. Os funcionários participaram em peso da iniciativa.
É uma tristeza a violência de afastar as crianças dos pilotis. Em tão pouco tempo, os grupinhos em biblicletas e patins contornavam as quadras, havia o pique-esconde, bete, finca, bola de gude, carniça, e tantas outras brincadeiras. Hoje o computador e a tevê tomaram o lugar da vida ao ar livre.