Autor: Circe Cunha
VISTO, LIDO E OUVIDO – De cabeça para baixo
Criada por Ari Cunha desde 1960
jornalistacircecunha@gmail.com
com Circe Cunha e Mamfil
Tomando o mundo pelo o que ele é, em sua forma geométrica, podemos dizer que vivemos todos sobre uma imensa e frágil esfera aparentemente solta no espaço. Nosso planeta, visto em imagens recentes captadas pela sonda espacial pousada em Marte, mostra quão pequeno somos e quanto de incerteza nos reserva o universo imenso. Pelo pouco que sabemos do espaço que nos circunda, estamos à mercê de toparmos, a qualquer instante, com alguma rocha imensa, vinda dos confins da galáxia e que pode, num átimo, vaporizar nosso planeta e com ele toda a nossa história, todos os nossos sonhos, ambições e projetos. O amanhã de todos nós é, portanto, no maquinário do cosmos, mais do que uma incerteza, uma verdadeira aposta no escuro.
Então como pode ser possível, diante de tanta fragilidade e dúvidas, ainda buscarmos, com todo o afinco, tornar esse mundo um lugar de aflição diária? Desfrutamos do mesmo destino incerto e ainda assim não somos capazes de elegermos essa condição para, ao menos, nos conduzirmos no dia a dia com paz e um pouco de concordância. Infelizmente, no Brasil, não tem sido diferente.
Nessas últimas duas décadas, em obediência cega à sanha maldosa que repetia “nós contra eles”, adentramos todos por um túnel longo e escuro, único em toda a nossa história. Aprendemos a odiar o conterrâneo com os dois punhos cerrados. Não agrada dizer, mas a verdade dos fatos impõe: a nação foi partida em duas e, por ironia, pela ação de um único sujeito. Não satisfeito com seu trabalho de cizânia, ainda cuidou de dilapidar igualmente as duas bandas, surrupiando-a de seus bens e de sua própria autoestima.
Deixamos de lado nossa fragilidade frente ao universo e mesmo nossa condição de subdesenvolvidos e de brasileiros e nos pusemos em uma luta fratricida, que todos sabemos, nos levará bem distante de qualquer lugar, de qualquer paraíso. Nesse campo de batalha inútil vale tudo, a começar pela destruição da família patriarcal, sua religião, seus costumes.
Mais adiante a ordem é para destruir também todo e qualquer traço ou de pátria, de bandeira e até de suas cores. Importamos para fim bélico, diretamente dos Estados Unidos, a cultura Woke, que prega, entre outras discórdias o racismo estrutural e a morte ou separação entre macho e fêmea. O aborto que hoje pode ser visto pelas máquinas potentes mostrando a reação do feto não toca o coração de quem tem o poder de decisão. Passamos a copiar a linguagem neutra, que de neutra nada tem. Trouxemos de fora, para nossa guerra particular, as teorias de gênero e outras excentricidades que visam obliterar o Brasil como conhecemos, deixando em seu lugar, algo como um deserto inóspito e varrido pelos ventos da destruição.
O combate à verdade e a inversão de valores, que supúnhamos absoluto e imutável tem sido sem tréguas. O certo de ontem é o errado de hoje e vice versa. Bandidos são os agentes da lei. Os bandidos são apenas vítimas do sistema que urge eliminar. Condenações do passado são revistas e decretadas como erro histórico, mesmo diante de infinitas evidências. Bom é ser mal nesses tempos virados de cabeça para baixo.
Pilha de nervos
É preciso uma vigilância maior na Estrutural. Detran e PM para a segurança e orientação nos horários de pico. O trânsito em Brasília vai se transformando aos poucos numa sucessiva explosão de nervos. É urgente que o governo local tome as medidas necessárias para manter a educação no trânsito.
Verba não falta
Não é possível que a capital do país continue com essa precariedade de transporte público. Seguindo o exemplo das capitais mundiais, é preciso que o GDF estude novas estações de metrô e linhas para a parte norte da cidade.
Aviação
Enquanto a Anac realiza debate com o setor aéreo sobre qualidade dos dados de transporte aéreo o Sindicato Nacional dos Aeronautas entregou ao Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias a pauta de reivindicações para a renovação da Convenção Coletiva de da aviação regular para 2023/24.
História de Brasília
No Departamento de Força e Luz há um relógio elétrico, que dispara, automaticamente, às 11h30 horas, avisando o almôço dos funcionários. Com as interrupções de energia, o relógio pára e volta a funcionar, e outro dia os funcionários trabalharam uma hora a mais sem saber. (Publicada em 23/3/1962)
Criada por Ari Cunha desde 1960
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Grande parcela dos brasileiros ainda sonha com a possibilidade, um tanto longínqua, de o Estado retomar suas funções conforme o desenhado pela Constituição de 1988. Não se trata de um desejo banal ou sem fundamentos. O que a parcela mais esclarecida da população gostaria de ver acontecer é a máquina pública gerando serviços, produtos e ganhos para o cidadão, sem a ferrugem e o parasitismo das ideologias políticas que transformam todas essas ações em dividendos para os agentes políticos.
A questão é saber a quem serve a máquina pública. Não são poucos também os cidadãos que clamam para que o Supremo Tribunal Federal e as altas cortes voltem a se ater e a circunscrever seus pareceres, com absoluta exclusividade e foco, a temas técnicos e jurídicos, conforme orienta a Constituição. Nesse caso específico, o que a sociedade reclama, e, nesse ponto, com toda a razão concernente à sabedoria popular, é que os Poderes, e nesse caso o Supremo, volte a se debruçar sobre questões de ordem constitucional, como corte criada para esse propósito.
A população sabe e sente na pele que as decisões políticas, com viés ideológicos, sempre acabam emperrando o desempenho do Estado e encarecendo suas ações. Mesmo para o cidadão comum, aquele que não se informa rotineiramente, os embates e as discussões de cunho político, deveriam ficar restritos ao parlamento, que é o fórum adequado para essas questões. Quando os três Poderes passam a se arvorar em agente político e partidário, desempenhando suas funções sempre com base em matizes políticos e ideológicos, o que se obtém como resultado são crises institucionais, com cada ente defendendo a cor de sua bandeira e com a cidadania posta de lado.
Tomado em sua concepção primária, o Estado deveria ser composto por servidores da população, pagos por ela, para gerar serviços e administrar o país. Infelizmente não é o que se tem hoje. De alto a baixo, no organograma do Estado, o que se presencia é o aparelhamento da máquina, com base em viés políticos e ideológicos. Com raras exceções.
A questão nesse ponto é saber em que parte do mundo esse modelo deu certo e rendeu bons frutos para o cidadão. Um caso típico e que tem produzido frutos envenenados é a atual partidarização política das altas cortes. Com os Poderes da República envoltos cada um com suas bandeiras políticas ao cidadão cabe apenas torcer para ser visto e atendido. Outra questão em foco e notada pela sociedade é a apatia e mesmo o fraco desempenho do Poder Legislativo. Nessa instância, não há, absolutamente, ânimo para fazer o que manda a Lei Maior.
Lembremos aqui que foi a exacerbada judicialização da política, levado a termo, primeiramente por parlamentares da esquerda e seguido dos demais, que nos levou a esse beco de crise institucional, que muitos já se referem como uma ditadura do Judiciário. Criou-se uma espécie de Frankenstein na República, agora aqueles que foram responsáveis por esse rebento, que tratem de encontrar uma saída para essas experiências de laboratório.
Nesse conhecido jogo de empurra empurra, ninguém vem a público assumir as responsabilidades devidas. Alguns chegam a torcer para que essas distorções entre os Poderes prossigam, pois parece beneficiar um espectro ideológico. Com esses desencontros quem acaba colhendo esses frutos transgênicos é a sociedade, outrora a origem que emanava todo o poder.
Depois do aborto de outras questões delicadas, que por sua complexidade e alcance deveriam ser submetidas à uma discussão clara e transparente ouvindo todos os lados da sociedade agora é a vez da descriminalização das drogas, assunto também que caberia a realização de de discussões mais profundas e claras. Pelo andar das votações nessa egrégia corte, a tendência dos ministros é para a liberar o porte entre 60g e 100g para usuários de maconha. O bom senso, recomenda que essa discussão ganhe as ruas, envolvendo todos os brasileiros, mostrando, afinal que vantagens, se as há, e que prejuízos essa medida traria para a sociedade.
Já fica adiantado aqui que, para os pais de família, com crianças, jovens e adolescentes em casa, essa é uma discussão que possui um veredito firme e consolidado no sentido de proibição total ao acesso, porte e consumo das drogas.
Na visão de profissionais e estudiosos seria muito mais proveitoso que o Supremo se debruçasse sobre o uso de entorpecentes dentro do serviço público, obrigando todos os servidores federais, estaduais e municipais a se submeterem a exames periódicos para a detecção de substâncias ilegais. Não se pode tolerar que servidores do Estado façam uso de drogas e ainda assim permaneçam exercendo funções pagas pela sociedade. Nesse quadro estão, além de médicos, professores, policiais, militares e muitos outros. Essa, sim, seria uma questão importante a ser tratada e que evitaria muitos casos danosos para a sociedade.
Há aqueles que gostariam de ver as universidades livres do flagelo das drogas. Nesse caso, em se tratando de instituição pública, bancada inclusive por muita gente que jamais teve a oportunidade de estudar, não seria nada de mais impedir que estudantes que desejam ingressar nessas faculdades, fossem submetidos também a exames para provar que não são consumidores de drogas. É preciso haver contrapartida à sociedade que pagou seus estudos.
Não é preciso ser nenhum especialista na matéria para saber que a descriminalização do porte irá favorecer, sobremaneira, os traficantes e aqueles vendem o produto no varejo nas ruas e em grandes quantidades no atacado. É o caso de dizer aqui que o desejo do Supremo em liberar o porte de drogas, seja em que quantidade for, vai contra o que deseja a enorme maioria dos brasileiros. Fica a questão: a quem serve essa alta corte?
A frase que foi pronunciada
“Se droga fosse coisa boa, não teria esse nome.”
João Pedro Albuquerque de Menezes, 9 anos
História de Brasília
Se o Helder Martins vier novamente a Brasília, dirá que o Iate Clube não existe mais. É que êle mostrou uma foto do barraco, dizendo que o Iate era aquilo, e, agora, o barraco foi demolido. (Publicada em 23/3/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO – Sete de Setembro
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Passados 201 anos, desde que naquela longínqua tarde de sábado, de 1822, por volta das 16h, era proclamada, em público, sem qualquer formalidade oficial, a separação do Brasil de sua antiga metrópole, Portugal. Recordamos aquele acontecimento, como quem aprecia a pintura de Pedro Américo, Independência ou Morte exposta hoje no Museu do Ipiranga. Trata-se de uma obra medindo 4,15m de altura, por 7,60m de largura. Nela se agitam os personagens centrais da pintura, mostrando o encontro da comitiva de um D. Pedro I, de espada em punho erguida no ar, em frente de um regimento da guarda real, decretando a separação do Brasil do reino de Portugal.
Observa-se que nos arredores desse famoso quadro, atuando como figurantes passivos, podem ser vistos alguns pequenos agricultores, que assistem aquela encenação totalmente alheios ao que se passava naquele instante. Foi sempre assim. Também na Proclamação de outro fato importante, nesse caso ocorrido poucas décadas depois, em 1889, era instalada, por um golpe, a República. Também naquela ocasião o povo assistiu ao desfile de militares em seus cavalos, totalmente absortos do que se passava.
Retornando a 1822, a Independência do Brasil inaugurou ali, nas proximidades do Riacho Ipiranga, onde se situa o bairro do mesmo nome, na Zona Sul de São Paulo, o que hoje conhecemos como Estado brasileiro independente e dono, até certo ponto, de seu destino. É uma data importante. Todos os países possuem sua data de libertação e sua carta de alforria. Ao analisarmos aqueles acontecimentos perdido nas brumas do passado, uma questão fica em suspenso: que importância tem esse fato para nós, que estamos distante no tempo desse acontecimento, se tomarmos como ponto de partida o desdém que expressamos por nossas raízes e nossa própria história.
A razão talvez esteja no fato de que os grandes acontecimentos de nossa história, capazes de mudar os rumos do país, sempre foram realizados sem a participação efetiva da população. Nossas transformações mais significativas, foram feitas, ontem como hoje, dentro de gabinetes, longe das vistas e da opinião pública. Tendo o povo como detalhe, não surpreende que fatos como esses, só possuem a dimensão que exibem e só são lembrados , graças as aulas de História do Brasil, ministradas nas escolas, desde os primeiros anos.
Por seus efeitos deletérios a Independência do Brasil, poderia servir como leit motif para todos os anos, nessa data, verificarmos, com sincera reflexão, em que estágio de autêntica independência estamos imersos. Bem sabemos que com a saída de algum dominador, logo outro toma o lugar e assim vamos passando de mão em mão. Logo depois da dominação da metrópole portuguesa, caímos em mão dos ingleses, que graças a Revolução Industrial que empreenderam, substituindo a mão de obra humana pela força das máquinas, passaram não só a controlar economicamente o Brasil como Portugal também, alheio naquela época aos avanços propiciados pelas máquinas à vapor.
Também nesse caso, o populacho pouco foi informado dessa substituição, mesmo que passasse a consumir os produtos made in England. Sempre foi assim. Afastados desses acontecimentos históricos é preciso perguntar: em que ponto de nossa independência nos encontramos atualmente? Apresentados como sujeito de nossos destinos na Constituição de 1988, donde, imaginariamente “todo o poder emana”, em que ponto de liberdade ou independência nos encontramos hoje nessa data de Nosso Senhor, 7 de setembro de 2023?
A frase que foi pronunciada
“Terra à vista? Isso foi há muito tempo. Agora nossa terra é vendida a prazo.”
Eduardo Dusek
Só elogios
Na 307 Sul, Bloco A, uma belíssima exposição do grupo Bordelando. Mais uma vez, o grupo unido mostra a produção para a comunidade brasiliense. Da arte à solidariedadem além da amizade mantida ao longo do tempo.
História de Brasília
O Diário Oficial de ontem publica uma nota do Dasp sobre um concurso para o IAPI, realizado em Brasília, cujas provas serão identificadas em 3 de abril, no prédio do Ministério da Fazenda, no Rio. Os candidatos teerão que se transportar para a Guanabara, se quiserem ver suas provas. (Publicada em 23/3/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO – Reforma sob a lupa dos economistas
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Economistas, que entendem melhor do que ninguém a intrincada matemática dos tributos e que vêm estudando com afinco o texto do arcabouço fiscal, aprovado pela Câmara, começam a expressar profundo pessimismo com essa reforma, sobretudo no futuro, quando ela estiver plenamente implantada. Para esses técnicos, o modelo tributário brasileiro, que hoje se apresenta como um verdadeiro manicômio, poderá piorar ainda mais, com as novas propostas apresentadas pelos economistas do governo e que estão em discussão agora no Senado.
Para o ex-secretário da Fazenda de São Paulo, Felipe Salto, esse é , sem dúvida, o pior texto de reforma apresentado em toda a história do país. Para ele, a proposta do governo contém metas fora da realidade e que, por isso, dificilmente serão plenamente atingidas. No entender de Salto e de outros estudiosos em tributação, qualquer proposta séria deve, para ter um mínimo de coerência com a realidade nos números, obedecer a pelo menos um mínimo de pontos exequíveis. A começar pela própria tributação que tem que migrar para o destino; tem que ter não cumulatividade; tem que acabar com a guerra fiscal; tem que reduzir a multiplicidade de alíquotas, principalmente aquelas que existem hoje no ICMS, além de proibir a edição de novos incentivos fiscais, fazendo uma espécie de saída organizada do atual volume de incentivos dados pelo governo e que hoje já ultrapassam mais de R$ 210 bilhões só no ICMS.
Salto coloca que esses cinco pontos não serão atingidos, nem a longo prazo, o que, em síntese, aponta para o fracasso do atual modelo de reforma tributária proposto pela equipe econômica do atual governo. Para piorar uma situação, que em si é deveras complicada, a convivência do atual modelo com a proposta do governo até, pelo menos 2032 não acabará com a guerra fiscal nem tão pouco diminuirá os incentivos dados pela União, o que, em resumo, poderá trazer ainda maiores problemas a questão da tributação no Brasil.
Obviamente que em meio a essas desordens que se anunciam, que efetivamente acabará pagando os prejuízos de uma reforma feita de modo improvisado e para atender a ânsia de gastos pelo governo, será, e mais um vez, o pobre do contribuinte, que terá que aguentar sobre si, uma carga tributária que facilmente irá ultrapassar os 33%, ferindo também a autonomia dos poderes.
Nesse ponto o economista lembra que o Pacto Federativo é uma cláusula pétrea da Constituição. E o Conselho Federativo, embutido na no proposta, por emenda à Constituição, fere o Pacto Federativo, por se tratar de uma instituição que vai normatizar, regulamentar, arrecadar, partilhar os recursos e devolver crédito para a conta do contribuinte, ou seja essa será uma instância, dentro do Pacto, que estará acima dos governadores e dos estados.
Para esse e outros economistas, não tão simpáticos às teses do atual governo, o sistema tributário deve, antes de tudo ser prático e objetivo. Com relação ao IVA, alguns economistas lembram que esse imposto vem apresentando sérios problemas na União europeia, como evasão tributária, entre outros entraves fiscais.
» A frase que foi pronunciada
“Pouco mais é necessário para levar um Estado ao mais alto grau de opulência, a partir da mais baixa barbárie, a não ser paz, impostos fáceis e uma administração tolerável da justiça: todo o resto é provocado pelo curso natural das coisas.”
Adam Smith
Setembro
Talentosa e versátil, da dança ao teatro, passando pelo canto, Isabela Bianor vai se apresentar no Zepelim, 713 Norte, dia 8, às 21h. Acompanhada pela banda composta por André Zinelli, Carlos Beleza e Rafael Maranhão.
Missiva
Em novembro de 1975, em Paris, uma carta raríssima manuscrita e assinada por Johnny Friedlaender, um dos mais importantes artistas do século 20, foi endereçada à aluna Leda Watson, tecendo elogios e a destacando como a mais dotada de espírito criativo e inventivo dos alunos da galeria.
Arte
Friedlaender decerto não conhecia o lado humano e solidário de Leda Watson. Ela abriu sua residência no Lago Sul para todos os artistas de Brasília que quisessem expor suas gravuras. Foi um sucesso total. Como disse o artista plástico Luiz Costa, “Leda é a dama da gravura do Brasil”.
» História de Brasília
Os blocos do IAPC em frente ao Eixo estão prontos há mais de um mês, e não podem ser entregues ao GTB porque a comissão de engenheiros do Instituto ainda não quis vir receber a obra. (Publicada em 23/3/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO – Quando o Estado é de carne e osso
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Mesmo sendo enquadrado como uma abstração política, ou um fantasma a pairar sobre a cabeça de todos, o Estado é bem real, pois age direta e teoricamente de modo impessoal na vida cotidiana dos cidadãos, regulando as relações entre governantes e governados. Fosse comparado a uma pessoa de carne e osso e com um cérebro, diríamos que o Estado é aquele indivíduo desprovido de coração e sentimentos.
Para aquelas democracias firmemente consolidadas essa é a personalidade adotada pelo Estado. Noutros cantos do mundo, onde a democracia é também uma abstração e um sonho distante, é comum vermos o Estado adquirir uma persona – e aqui mora o problema- apenas para garantir e defender o poder aos governantes. Quando isso acontece, o Estado é desvirtuado ou tornado sem aquelas virtudes necessárias e pensadas para o bem comum.
Como consequência, a população é tornada, contra sua vontade, em elemento passivo, sem condições de interagir, saudavelmente, com o Estado, sendo por ele abusada e transformada em um formigueiro disforme a quem cabe apenas alimentar poderosa máquina do Estado e aqueles que estão em seu comando.
Para que essa deformidade passe a ocorrer, basta que os Três Poderes governarem para dentro, excluindo a população, que só é chamada, em tempos de eleição, para dar uma máscara de legitimidade àquilo que não é, absolutamente legítimo. Sem a efetiva soberania popular, o Estado é apenas uma fantasia a perpetuar injustiças e explorar as massas.
Para que haja o poder das leis e não dos homens, é preciso, a princípio, que as leis sejam desenhadas para se fazer cumprir por todos indistintamente. Com isso, a igualdade perante as leis torna-se o principal pilar a dar sustentação ao Estado. Quando vemos um Estado, rendido a interesses pessoais, o que se tem é o arbítrio e todas as suas consequências que vão desde a desigualdade social até a ruptura abrupta da paz e da harmonia.
Crises institucionais são comuns em Estados disfuncionais e hão de prolongar-se até que o Estado volte a sua condição primária de defesa do bem comum. Não por outra, Estados que deixaram de lado sua condição básica de elemento fomentador da paz social, estão hoje imersos em corrupção, desmandos, violência generalizada, entre outros pesadelos, preocupados em se fazer proteger pela força e pela repressão contra os descontentes, que só aumentam em número.
Não surpreende também que entre os motivos de muitas guerras civis, contrapondo irmãos contra irmãos, tenha sua origem na funcionalidade obtusa e cruel do Estado. Somente um Estado que consegue limitar o poder dos governantes, enquadrando-os todos na impessoalidade das leis, pode almejar algum êxito.
No caso do desenvolvimento econômico da nação é também impossível, a um Estado dominado por paixões pessoais, propiciar uma melhora duradoura e real para seus cidadãos. Mesmo no caso das relações políticas, tão necessárias, a partidarização e o fomento de polarizações entre grupos são num Estado desvirtuado, elementos para a chantagem política, perseguições e outras mazelas.
A política deixa de desempenhar seu papel de interlocução entre governados e governantes, transformando-se em elemento de fortalecimento de uma casta, que passa a parasitar o Estado, completando assim o ciclo de decadência, que irá atingir a todos, mais cedo ou mais tarde.
A frase que foi pronunciada
“Não estatize meus sentimentos. Para o seu governo, o meu estado é independente.”
Renato Russo
Memória
Em 1º de setembro seria aniversário de Dom Helder Câmara, aquele que como disse Antônio Teixeira, jamais se defendeu das calúnias aventadas contra si. Jamais acusou os seus acusadores. Jamais usou sua eloquente palavra apara defender as posições que heroicamente assumiu. História repetida com diferentes personagens.
Atitude
Verdadeiros palácios, as embaixadas do Brasil pelo mundo podem muito bem receber nossas autoridades. Já que a hospedagem é paga com o dinheiro público e a manutenção desses prédios das representações brasileiras também sai do bolso do contribuinte, a deputada federal Rosana Valle (PL-SP) achou por bem protocolar um projeto de lei que prevê a hospedagem de autoridades em embaixadas durante viagens internacionais. A medida tem o objetivo de reduzir gastos do governo federal e garantir maior transparência na utilização de recursos públicos.
Curiosidade
Por falar nisso, o palácio da Embaixada do Brasil em Roma chama-se Caetani, porque pertenceu ao cardeal Bedetto Caetani, que passou a história como papa Bonifácio VIII (1294-1303) . Dante Olighieri cita Bonifácio VIII na Divina Comédia.
História de Brasília
Já que falamos no coronel Cairoli, lembramos ao DVO que os postos de Assistência e Segurança Publica das superquadras ainda não têm via de acesso, apesar de já haver sido preparada pela DUA. (Publicada em 23.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO – Pensamentos, palavras, atos e omissões
Criada por Ari Cunha desde 1960
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com Circe Cunha e Mamfil
A República, que todos deveriam entender como uma forma de governo em que cabe ao Estado ou coisa pública, atender e trabalhar em prol dos interesses da população, guarda, entre nós, alguns cacoetes perigosos, herdados, quem sabe, de nossa formação social e histórica.
O mais visível desses vícios e que tornam nossa República capenga e carente de elementos éticos básicos pode ser conferido na apropriação do Estado, por uma elite governista, que não acredita na existência de uma fronteira cerrada e legal entre o público e o privado. Com isso, apoderar-se de tudo e como bem quiser, segundo um conjunto de falsas premissas, como a de o fazer, em nome de um governo que paira acima das leis e conta, para isso, com o apoio da população.
Conforme a organização da Justiça, como está entre nós, não só colabora com esses cacoetes, como repreende aqueles que insistem em clamar pelo respeito à coisa pública. Não por outra razão, nos casos de corrupção e de malversação do dinheiro público, mesmo de fabulosas somas, seus protagonistas, encontram na derradeira instância dos tribunais o lugar certo da absolvição. Exemplos dessa apropriação indébita e desse Estado aberto e sem porteira ocorrem todos os dias.
Enganam-se os que acreditam que a colocação, à disposição dos Três Poderes, de orçamentos próprios e vultosos ajudaria na melhor repartição e fiscalização dos recursos públicos, fazendo com que cada um apresentasse o melhor emprego do dinheiro em caixa. Não é o que ocorre. A desculpa é que a máquina é cara, e que os encargos para a administrar o país são mais caros ainda.
É entre essas meias verdades que os deficits se prolongam, a inflação resiste e a economia mostra os gráficos em linhas descendentes. A questão, que foge aos economistas, é saber entre as alternativas a que mais se aproxima de nossa realidade. Afinal, é o Estado que não cabe no orçamento? É o governo? Ou seria a população que reclama por contrapartidas em serviços públicos, sempre insuficientes ou mesmo inexistentes?
Talvez, para ficar no meio do caminho, diriam que é o Brasil que não cabe no orçamento. Quem sabe com um pouco de parcimônia, probidade e respeito à coisa pública, o orçamento encontraria um meio de atender àqueles que mais precisam e que, por acaso, não são aqueles que comandam o Estado.
Para o leitor, atento ao que se passa, basta observar bem para se certificar de um fato corriqueiro, desses que muitas vezes passa despercebido. Sempre que as autoridades são fotografadas ou filmadas, nas muitas solenidades que se repetem a cada momento, dois os mais personagens sentados próximos põem-se a confabular, olhando para todos os lados e com o cuidado de colocar a mão escondendo o gestual da boca, para ninguém entender do que falam por leitura labial.
Por certo e pela mímica desconfiada, não tratam de assuntos republicanos. O mesmo ocorre com as agendas de visitas. Em caso de visita pouco recomendada, essas agendas deixam de existir. Também, nesse mundo moderno, verdadeiro Big Brother, as filmagens e captação de cenas embaraçosas, somem ou são deletadas para sempre, sem deixar rastros.
É o cacoete de esconder da opinião pública o que não é republicano. Agora, em tempos de controle social da mídia, ou que quer que isso signifique, a questão é censurar, desmonetizar ou o que seja, tudo aquilo que pode vir a ser interpretado como conduta não republicana. De fato, não é escondendo ou camuflando esses cacoetes que a coisa mudará. O mais correto e barato seria mudar aqueles que insistem nesses cacoetes.
A frase que foi pronunciada
“Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos.”
Friedrich Nietzsche
Mais dedicação
O senador Izalci Lucas mostrou preocupação com parlamentares que chegam rapidamente para votar e votam de qualquer jeito, sem preocupação com as consequências. A iniciativa do senador Eduardo Braga é promover debates nessas matérias importantes com grupos de discussão na CAE, CCJ o que será bom inclusive para a população acompanhar os discursos de seus parlamentares.
História de Brasília
Seria um grande serviço prestado à coletividade, e nenhuma repartição está tão bem aparelhada para essa tarefa, faltando apenas a determinação, já que boa vontade não falta. (Publicada em 23/3/1962)
Criada por Ari Cunha desde 1960
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com Circe Cunha e Mamfil
Pensamentos, palavras, atos e omissões
República, que todos deveriam entender como uma forma de governo em que cabe ao Estado ou coisa pública, atender e trabalhar em prol dos interesses da população, guarda, entre nós, alguns cacoetes perigosos, herdados, quem sabe, de nossa formação social e histórica.
O mais visível desses vícios, e que tornam nossa República capenga e carente de elementos éticos básicos, pode ser conferido na apropriação do Estado, por uma elite governista, que não acredita existência de uma fronteira cerrada e legal entre o público e o privado. Com isso, apoderar-se de tudo e como quer, segundo um conjunto de falsas premissas, como a de o fazer em nome de um governo que paira acima das leis e que conta para isso, com o apoio da população.
Conforme a organização da Justiça como está entre nós, não só colabora com esses cacoetes, como repreende aqueles que insistem em clamar pelo respeito à coisa pública. Não por outra razão nos casos de corrupção e de malversação do dinheiro público, mesmo de fabulosas somas, seus protagonistas, encontram na derradeira instância dos tribunais, o lugar certo da absolvição. Exemplos dessa apropriação indébita e desse Estado aberto e sem porteira ocorrem todos os dias.
Enganam-se os que acreditam que a colocação, à disposição dos três Poderes, de orçamentos próprios e vultosos ajudaria na melhor repartição e fiscalização dos recursos públicos, fazendo com que cada um apresentasse o melhor emprego do dinheiro em caixa. Não é o que ocorre. A desculpa aqui é que a máquina é cara, e que os encargos para a administrar o país, mais caros ainda.
É entre essas meias verdades que os déficits se prolongam, a inflação resiste e a economia mostra os gráficos em linhas descendentes. A questão aqui e que foge aos economistas, é saber entre as alternativas a que mais se aproxima de nossa realidade. Afinal é o Estado que não cabe no orçamento? É o governo? Ou seria a população que reclama por contrapartidas em serviços públicos, sempre insuficientes ou mesmo inexistentes?
Talvez para ficar no meio do caminho diriam que é o Brasil que não cabe no orçamento. Quem sabe com um pouco de parcimônia, probidade e respeito à coisa pública, o orçamento encontraria um meio de atender àqueles que mais precisam e que por acaso, não são aqueles que comandam o Estado.
Para o leitor, atento ao que se passa, basta observar bem para se certificar de um fato corriqueiro, desses que muitas vezes passa despercebido. Sempre que as autoridades são fotografadas ou filmadas, nas muitas solenidades que se repetem a cada momento, dois os mais personagens sentados próximos põem-se a confabular, olhando para todos os lados e com o cuidado de colocar a mão escondendo o gestual da boca, para ninguém entender do que falam por leitura labial.
Por certo e pela mímica desconfiada, não tratam de assuntos republicanos. O mesmo ocorre com as agendas de visitas. Em caso de visita pouco recomendada, essas agendas deixam de existir. Também, nesse mundo moderno, verdadeiro Big Brother, as filmagens e captação de cenas embaraçosas, somem ou são deletadas para sempre, sem deixar rastros.
É o cacoete de esconder da opinião pública o que não é republicano. Agora, em tempos de controle social da mídia, ou que quer que isso signifique, a questão é censurar, desmonetizar ou o que seja, tudo aquilo que pode vir a ser interpretado como conduta não republicana.
De fato, não é escondendo ou camuflando esses cacoetes que a coisa irá mudar. O mais correto e barato seria mudar aqueles que insistem nesses cacoetes.
A frase que foi pronunciada:
“Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos.”
Friedrich Nietzsche
Mais dedicação
Senador Izalci Lucas mostrou preocupação com parlamentares que chegam rapidamente para votar e votam de qualquer jeito, sem preocupação com as consequências. A iniciativa do senador Eduardo Braga é promover debates nessas matérias importantes com grupos de discussão na CAE, CCJ o que será bom inclusive para a população acompanhar os discursos de seus parlamentares.
História de Brasília
Seria um grande serviço prestado à coletividade, e nenhuma repartição está tão bem aparelhada para essa tarefa, faltando apenas a determinação, já que boa vontade não falta. (Publicada em 23.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO – Nesse ponto, concordamos
Criada por Ari Cunha desde 1960
jornalistacircecunha@gmail.com
com Circe Cunha e Mamfil
Exemplos vindos de todos os lugares do mundo, em todos os tempos, têm comprovado que políticas econômicas de governo — feitas em cima do laço, com vistas a tapar rombos nas contas públicas — construídas em cima de propostas que visam a taxação dos investimentos dos super ricos não funcionam.
O que surpreende é que mesmo, com a comprovada inutilidade dessa estratégia, ainda há aqueles que insistem nessa medida. No fundo, o que essas estratégias querem passar para a população é que medidas como essa são para corrigir injustiças, ao atribuir aos ricos a causa das desigualdades econômicas do país. Nada mais falso e mais manjado que isso.
Tudo o que ocorre, da porta do Palácio do Planalto para fora, atingindo a população como um todo, é consequência de ações tomadas da porta do Palácio para dentro. Aos ricos, que entendem essa mecânica, melhor que a maioria da população, cabe proteger seu patrimônio. Essa proteção natural, pode ser feita aqui ou alhures, uma que o capital não possui pátria e o que não faltam são instituições desejosas de captar esses investimentos, venham de onde vier.
Mesmo a previsão, sempre falha, de que haverá, por meio dessa medida, uma captação de algo em torno de R$ 54 bilhões é pífia e incerta, diante da gana gastadora do governo. Volta e meia, e se vê por essas bandas, governos perdidos, sem metas ou planos consistentes, insistindo nessa tecla. Não há como negar que são os ricos, empresários ou investidores, os maiores geradores de empregos aqui e em outras partes do mundo, exceto nas economias centralizadas de países comunistas.
Para esses, a culpa deve ser pespegada aos ricos. Abrisse o governo a cartilha da ética pública, na página referente probidade administrativa, veria, logo no preâmbulo, a recomendação que diz: reconhecer sinceramente os erros, é a primeira tarefa a ser feita, antes de empreender medidas e muito antes de quaisquer ações concretas.
Os ricos pela influência que dispõem em todos os meios, inclusive na máquina do Estado, sabem de antemão, por conexões, ou por inside information, todos os movimentos que serão adotadospelo governo. Nessa altura dos acontecimentos, cuidaram de salvar seus rendimentos da sanha arrecadatória do governo.
Para tributaristas há, além da fuga de capitais, a possibilidade de os ricos transformarem seus investimentos em produto de previdência. Na prática, o que se tem com essa taxação de super ricos, é apenas uma teoria sem lastro na realidade e nas análises. A questão central aqui é que essa taxação jamais irá se reverter em benefício dos pequenos contribuintes, aliviando-os com menores tributos.
Se, em vez de taxar os super ricos, o governo mirasse naquela porção dos muitos ricos dos que dirigem o país, pagos com o trabalho dos contribuintes, a medida talvez surtiria mais resultados. Outro meio de aumentar a arrecadação para os cofres do Estado, é por meio do combate a corrupção. Nesse ponto não há o que discutir.
A frase que foi pronunciada
“Para bem conhecer o caráter do povo, é preciso ser príncipe, e para bem conhecer o do príncipe, é preciso pertencer ao povo.”
Maquiavel
Inteligente
Projetos de sustentabilidade, como o da UnB, com a geração de energia fotovoltaicam, e o do Senado, com o reaproveitamento da água da chuva, são exemplos a serem seguidos pelas instituições públicas do país. O desperdício é enorme na esfera municipal, estadual e federal.
Agenda
Por falar em UnB, o campus do Gama comemora 15 anos e a organização está a todo vapor preparando a festa para a comunidade em 1º de setembro.
Atitude
Deputada Paula Belmonte incentiva a Semana da Primeira Infância na Câmara Legislativa do DF. A iniciativa da parlamentar traz à comunidade um seminário hoje, além de atividades recreativas e educacionais para crianças. Quinta-feira, lançará a Frente Parlamentar da Primeira Infância.
IHora do boicote
Um passeio pelos supermercados da Asa Sul e Asa Norte é o suficiente para se atestar a diferença abissal de preços. Parece que o boicote aos comerciantes exploradores é coisa do passado. E funcionava mesmo que as donas de casa não tivessem naquele tempo as poderosas ferramentas de comunicação como Instagram, Telegrama ou WhatsApp.
História de Brasília
A Cidade Livre voltou a ser livre outra vez. A área devastada pelos incêndios está sendo invadida livremente por barracas uniformes e postas em filas, formando pequenas ruas. (Publicada em 23/3/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO – Fênix
Criada por Ari Cunha desde 1960
jornalistacircecunha@gmail.com
com Circe Cunha e Mamfil
Pelo andar da votação no Supremo Tribunal Federal (STF), faltando apenas um voto para sua aprovação, o governo pode comemorar o renascimento das cinzas do novo imposto sindical, declarado morto desde 2017, por ocasião da então reforma trabalhista, feita durante o curto período do mandato de Michel Temer. Na sua nova versão, o imposto sindical virá mais turbinado, graças a super taxação fixada em 1% do rendimento anual do trabalhador. Pelas contas feitas por alguns economistas, o novo imposto representará uma cobrança de mais de três dias de jornada de cada trabalhador, mesmo daqueles que não são filiados. A contribuição será obrigatória. Há quem afirme que nem mesmo os aposentados escaparão dessa cobrança. O ministro do Trabalho, um notório sindicalista, é quem está articulando o renascimento do imposto sindical. Com o apoio dado pelo Supremo, não há, à primeira vista, quem duvide de que esse imposto retornará, mesmo que desagrade a grande maioria dos trabalhadores.
O Brasil tem nada menos do que 80% de todos os sindicatos existentes no planeta, ou seja de cada 10 sindicatos presentes no planeta, o país tem oito. Pudera, a criação de sindicatos, a exemplo do que ocorre também com partidos políticos, é hoje o melhor e mais fácil meio de enriquecimento para seus proprietários. Com o sinal verde vindo da Justiça, a intenção do governo é enviar ao Congresso um projeto de lei, não sem antes de darem início às negociações , que, no atual jargão político, significa a perspectiva de novas e fartas liberações na emendas de relator, ou como era chamado outrora, emendas secretas.
A ideia é que nova taxação seja vinculada aos acordos de reajuste salarial a cada ano, obviamente, resultante de negociações entre sindicatos e empresas. A simples menção ao retorno do imposto sindical tem provocado uma avalanche de protestos. Ao tomar ciência dos protestos contra esses impostos, o governo cuidou logo de negar que esteja discutindo essa possibilidade e passou a confeccionar essa medida sob total sigilo. Assim que as bases estejam “amolecidas” com a liberação de emendas, o projeto ganharia a tarja de emergência e entraria na pauta, sendo votado no meio de outras propostas, tarde da noite. Estratégias como essas foram adotadas em diversas oportunidades, sendo que, na maioria das vezes, a aprovação foi tranquila. Lula e Luiz Marinho, dois personagens que fizeram carreira no sindicalismo, têm no retorno desse imposto um ponto pacífico. A questão é levar esse projeto em segredo e longe dos olhos da opinião pública, esperando o momento ideal para revelá-lo.
Para os trabalhadores, que, anteriormente, tinham de ceder, a contragosto, o rendimento de um dia de trabalho para os sindicatos, com essa nova proposta terão seus rendimentos taxados compulsoriamente equivalentes a três dias de trabalho. A existência de um grupo de trabalho dentro do ministério discutindo formas de financiamento ligados ao processo negocial bem como de alternativas para o fortalecimento dos sindicatos e do sindicalismo, corroboram e dão, como certa, a volta desse imposto, agora com valor triplicado. É preciso destacar que o fortalecimento das bases sindicais passa, necessariamente, por uma injeção de recursos. O fim do imposto sindical fez desaparecer muitas entidades sindicais, a maioria vivendo apenas desse dinheiro sem sequer prestar serviço algum ao trabalhador. Tratava-se de uma classe parasitária, dominada por uma elite de sindicalista que enriqueceu nessa pseudo atividade.
Para o governo, o fortalecimento e a volta dos sindicatos aos seus tempos áureos é necessário, uma vez que essas instituições, como ponta de lança do Partido dos Trabalhadores, faz o trabalho essencial de arregimentação e de doutrinamento das massas trabalhadoras, o que representa, ao lado dos recursos públicos, os principais meios de sustentação dessa legenda. Que, diga-se de passagem, há muito tempo se desligou de toda e qualquer interação direta com o mundo do trabalho e com os trabalhadores.
» A frase que foi pronunciada
“O ladrão rouba para comprar drogas, mas por que ele não rouba logo à droga? Simples. Os traficantes, andam armados.”
Eneas Carneiro
Política pública
» Falta um programa em Brasília para amparar esquizofrênicos que perambulam pelas ruas. Por falta de tratamento e medicamentos, estão fora da sociedade, marginalizados. Nem sempre pedem esmolas. Às vezes, reviram o lixo para matar a fome. Poderiam ter uma vida normal, se houvesse política pública voltada para essas pessoas.
Segurança
» Tenha sempre em mãos o número do telefone de seu gerente no banco. Os crimes por celular estão aumentando com argumentos como compras feitas no seu cartão para confirmar para números estranhos com bandidos supereducados.
Proatividade
» Lição tirada pelo incêndio na vegetação em Águas Claras é que os bombeiros tenham um plano de atendimento a emergências. Os prédios altos, as ruas estreitas são problemas para enfrentar no atendimento.
» História de Brasília
O Departamento de Parques e Jardins mandou capinar as quadras da Fundação e não retirou o mato arrancado. Agora, na fase de sementeira, poderá nascer muito mais forte. (Publicada em 23/3/1962)