Aos mestres com carinho?

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com Circe Cunha  e Mamfil

Talvez por ter caído num domingo, o 15 de outubro, Dia do Professor, passou em brancas nuvens para muita gente. Passou, assim despercebido, como de costume tem passado a profissão de professor ao longo de toda a história brasileira. Para uma sociedade que, havia menos de um século, era, majoritariamente, formada por pessoas iletradas, o exercício do magistério, à semelhança da catequese dos índios, empreendido séculos antes, sempre foi visto com um misto de admiração por uns e de ressalvas por outros. A tarefa de educar, embora reconhecida como de grande importância para a modernização do país, nunca teve, por parte das autoridades, o tratamento devido. Portanto, não chega a ser surpresa que os professores brasileiros estejam entre os profissionais com os menores salários do mundo.

Segundo dados divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os professores brasileiros ganham menos da metade da média salarial para docentes em 46 países, embora trabalhem mais que a grande maioria deles. Um professor de educação básica recebe, no Brasil, cerca de US$ 12.337 por ano, enquanto, em outros países da OCDE, a média é de US$ 28.700. Essa situação se agrava ainda mais quando se verifica que nem o piso salarial de aproximadamente R$ 2.000 é pago em muitos estados brasileiros.

Na maioria dos países da OCDE, os professores passam , em média, 40 semanas em sala de aula. No Brasil essa média é de 42 semanas e em algumas localidades chegam a 44, sem contar o tempo gasto na preparação de aulas e na correção de exercícios e provas, que são realizados em casa. A evidência de que esse é um processo histórico e enraizado em nossa cultura traz repercussões negativas até para a continuidade do magistério.

Estudos da OCDE demonstram ainda que a maioria dos jovens brasileiros hoje não pretende se tornar um futuro profissional de ensino. As razões são muitas e vão desde as péssimas condições de trabalho, com baixos salários e salas superlotadas, até a violência escolar e as múltiplas enfermidades que esses profissionais sofrem ao longo dos anos. Mesmo os cursos de licenciatura, por razões óbvias, atraem cada vez menos alunos.

De acordo com números apresentados pelo MEC, apenas 16% dos alunos de formação de professores concluem o curso. Estudos da OCDE mostram ainda que o Brasil é, entre todas as nações desse grupo, um dos mais hostis com os professores de escolas públicas. Também o gasto do Brasil com aluno do ensino fundamental ou médio é de cerca de US$ 3,8 mil ao ano, menos da metade da média da OCDE, que é de US$ 8,5 mil, no ensino fundamental e de US$ 9,8 mil no ensino médio.

Não bastassem esses números, o Brasil ainda é considerado o líder no ranking da violência escolar. Em 2014, a OCDE apontou que 12,5% dos educadores sofreram agressões verbais ou intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana. A média entre outros membros foi de 3,4%. Em países como a Coreia do Sul, esse índice foi zero.

Os constituintes da Carta de 1988 erraram ao não fixar como teto salarial para o funcionalismo, o salário de professor de universidade pública, com dedicação integral e no fim de carreira. Quem sabe, assim, os parâmetros de ganhos teriam um referencial mais justo e ético, servindo de base para o futuro.

 

A frase que foi pronunciada:

“ Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.”

Paulo Freire

 

Atenção educadores

Mobilização produtiva. Hoje começa o V ENTEC – Encontro Nacional dos Trabalhadores em Educação e Cultura realizado pela CNTEEC. Com os temas: Desmonte Sindical, Reformas, Crise Social E Moral; o CNTEEC está em busca de novos caminhos.O encontro será na sede da organização que fica no SCS quadra 4 , bloco B. Mais informações pelo telefone 3321-4140.

 

Outro lado

Em relação a nota publicada na coluna “Ari Cunha” sobre a insalubridade a que estão sujeitos os pacientes por conta da proximidade com o Centro de Controle de Zoonoses, o Hospital da Criança de Brasília Jose Alencar (HCB) esclarece que não há qualquer evidência que indique algum risco à saúde dos pacientes do Hospital por conta da proximidade com o referido Centro. As edificações onde ficam os pacientes imunosuprimidos estão a uma distância de quase 300 metros do Centro, a água do Hospital é fornecida pela Caesb e a limpeza e manutenção dos reservatórios são realizadas a cada três meses. O HCB também mantém um controle de pragas realizado a cada 21 dias, no Hospital e em seu entorno, de acordo com a RDC 52 da Anvisa.

 

Do bem

Daniéll Zukko promove, no dia 21 de outubro, a partir das 10h, o Mutirão de Doação #minhabrasilia. O ponto de encontro é no Hemocentro de Brasília na W 1 Sul e a ideia é juntar a força e a boa vontade dos brasilienses, ou quem estiver por aqui, para ajudar quem precisa. “Brasília é uma cidade espetacular! Com gente espetacular! O meu objetivo é juntar 50 doadores nessa manhã. Para participar é só comparecer ao local, no horário marcado, claro que preenchendo os pré-requisitos da Fundação: para saber se você está apto ou não para doar sangue, basta entrar no site do Hemocentro (http://www.fhb.df.gov.br/). É preciso, mais do que nunca, criar o hábito da doação”, explica Daniéll. A VW Brasília, o estúdio móvel que é palco das entrevistas mais bacanas da web (#minhabsb), também estará por lá.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Vem governo, sai governo, e as duas casas dos funcionários da Novacap continuam interrompendo a avenida que liga o Trevo do Presidente ao Iate Clube de Brasília. (Publicado em 06.10.1961)

Eleições acentuam mais o desânimo do eleitorado

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 Nem despontou no horizonte, mas, para 2018,  é possível observar o grande nervosismo dos vários postulantes aos cargos eletivos aqui na capital. Alguns candidatos mais afoitos e indiferentes à legislação vigente se encontram em plena campanha fora de hora, distribuindo brindes, santinhos, cestas básicas e estampando a cara em outdoors pela cidade, na esteira da crença de que quem se apresenta primeiro ao eleitor tem mais chance de ser lembrado na hora de colocar o voto nas urnas.

Um desses postulantes alheio à lei eleitoral se apresenta inclusive como herdeiro do clã Roriz, usa o mesmo sobrenome famoso e, pelas fotos postadas nas redes sociais, está em plena campanha, fazendo o que acredita ser política, mas que não passa de burla a lei e de flagrante oportunismo. A falta de uma fiscalização efetiva faz com que ele e outros candidatos se lancem abertamente em campanha, visitando creches, hospitais, asilos, comunidades carentes e todo os lugares, nos quais parece possível garimpar votos.

Uma vez feito esse trabalho desleal e tendo colhido os votos necessários às suas pretensões, somem na poeira da estrada e vão cuidar exclusivamente de seu pé de meia, como muitos que o precederam. Para outros mais meticulosos a “corrida para o Buriti”, como assinalou o CB  (15/9), começou também, só que nos bastidores, por meio da movimentação do tabuleiro político local, na busca de aliados e na definição de nomes e siglas coligadas que possam dar algum fôlego aos pretendentes aos cargos eletivos.

Com o desgaste da classe política se acentuando a cada eleição e com os constantes casos de corrupção, que vêm à tona a todo momento, a escolha dos vários candidatos vai se realizando pelo método de exclusão de nomes. Mesmo a escolha do atual governador se deu por exclusão dos demais concorrentes, quer por antipatia da população, quer por questões judiciais que os impediram de seguir na disputa.

Herdeiro de uma das mais conturbadas administrações, Rollemberg ainda não teve tempo suficiente nem sequer de arrumar a casa nem de consolidar uma base de apoio político coerente e sólida. Com isso, as opções dos eleitores vão recaindo sobre aqueles nomes menos desgastados e, de preferência, sem pendências com a Justiça.

Operações da Polícia Federal, em Brasília, como a Caixa de Pandora, Drácon, Panatenaico, Lava-Jato, Étimo, Xepa e outras, serviram para orientar a população mais antenada sobre os possíveis nomes que deverão ser definitivamente descartados diante das urnas. Trabalho realizado pelo Instituto de Pesquisa e Análise de Dados, a pedido do CB, em julho deste ano, mostrou que 91% dos brasilienses não sabiam em quem votar, sendo que 67% consideravam a gestão de Rollemberg ruim ou péssima, com tendência de piora desses números. Saúde, segurança pública, falta de empregos, assim como educação, corrupção, transportes públicos e crise hídrica eram lembradas pelos brasilienses como os grandes problemas da capital.

Desgastados e sem credibilidade perante a população, as opções do eleitorado local vai, mais uma vez, recair sobre os menos piores. Mais difícil do que vencer os pleitos, é vencer o desânimo do eleitor diante da crise ética, social e econômica que vem se abatendo sobre todos.

 

A frase que não foi pronunciada

“Vote no meu passado!”

Dica da cartilha imaginária Eleições 2018

 

Cepas e Oscips

» Grande parte do que seria obrigação do governo é compartilhada com o terceiro setor. Mais de 18 mil crianças são assistidas nessas condições. O Conselho de Entidades de Promoção e Assistência Social do DF e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) estão unidas para que a parceria com a Secretaria de Educação mantenha os compromissos.

 

Aguardem

» Fátima Bueno prepara uma preciosidade para Brasília. Um livro sobre a música na capital entre 1960 e 1980. Depois de longa pesquisa, o lançamento será no início de novembro.

 

Ouro

» Coral Brasília leva o talento para Kalamata, cidade balneária na costa do Mediterrâneo, com aproximadamente 80 mil habitantes. Fica a 220km de Atenas. O grupo, sempre aplaudidíssimo, sob a regência de Deyvison Miranda, promete trazer medalhas desse festival.

 

Importante

» Aprovada na CAS do Senado, a profissão de gerontólogo pode ser regulamentada. O projeto do senador Paulo Paim recebeu um substitutivo pelo senador Elmano Férrer e, agora, segue para a Câmara dos Deputados. A importância desse profissional aumenta em países desenvolvidos, onde laboratórios farmacêuticos são proibidos de premiar médicos que indiquem seus produtos a pacientes.

 

Melhoria

» O Setor Hoteleiro Norte merece uma repaginada. Sem calçadas para os pedestres e completamente desamparados pela segurança da cidade, os turistas têm poucas opções para conhecer Brasília.

 

História de Brasília

Um pediatra explicou que as crianças da Superquadra 108 têm mais saúde que as das demais, porque a conservação dos jardins sempre molhados corrige a falta de umidade que o ar deve ter. (Publicado em 6/10/1961)

Por um novo modelo de educação

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 “Vivo muito nas escolas brasileiras, onde aprendo com professores locais, que eu me orgulho de acompanhar e que sabem que é no Brasil que está nascendo a nova educação do mundo. Não é na Europa, não é nos Estados Unidos, é aqui.” A avaliação entusiasmada é feita pelo educador português, radicado em Brasília, José Pacheco, ou simplesmente, professor Zé. Idealizador da Escola da Ponte em Portugal, fundada há quatro décadas, é vista hoje como uma brisa fresca dentro do modelo de escola tradicional, fechada em si mesma e incapaz de atender a novas demandas, num mundo em constante e rápida transformação.

O foco dessa nova escola é centrado na autonomia e protagonismo dos próprios alunos, em que o processo educativo se dá com base no interesse específico de cada um. Vale lembrar que a autoridade do professor permanece e  que a hierarquia continua a ser respeitada. Para isso, é necessário o estabelecimento da confiança mútua entre o aluno e o professor, que, nesse caso, funciona como um mediador.

Dentro da rede pública do Distrito Federal, na Escola Classe da 115 Norte, está funcionando um programa-piloto dentro dos moldes estabelecidos pela Escola da Ponte. Trata-se de uma escola sem turmas, sem disciplina e sem provas, que mais parece uma utopia, mas que tem funcionado com grande aceitação por parte da comunidade.

A aprendizagem nessa escola é feita com base na colaboração entre professores e alunos. O primeiro passo é identificar as necessidades de cada estudante e, a partir daí, é feito um planejamento com foco individual. Uma vez montada essa estratégia, o professor passa a ser um orientador que vai acompanhar e fazer com que o aluno percorra todo o currículo, na medida da curiosidade demonstrada pelo próprio pupilo.

O método do educador português, ao trazer essa nova construção social de aprendizagem, tem influenciado outras escolas pelo Brasil e pelo mundo afora, com uma aceitação crescente. O fulcro desse modelo está no fato de que as escolas não são edifícios, são pessoas. Pessoas dotadas de valores que necessitam ser trabalhados.

“Nós agimos em função de valores que assumimos”, ensina o educador, para quem o Brasil dispõe de tudo o que precisa para oferecer uma educação de qualidade. Para tanto, diz, é preciso autonomia para as escolas. “Enquanto não houver autonomia, é uma ilusão pensar que as coisas vão melhorar”, avalia. Para que esse tipo de escola funcione a contento, é preciso, no entanto, que o professor seja ético, a começar pelo reconhecimento de que a própria formação se deu através da prática cotidiana com outros professores. Transformando-se juntamente com os outros professores.

A profissão de professor, diz, não é um ato solitário, tem que ser um ato solidário. “Se as escolas desenvolvessem um trabalho em que cada um fosse acolhido e no qual fosse dada a condição de aprender, não seria preciso falar de programas, projetos e planos. A escola cumpriria seu projeto político-pedagógico”, avalia o professor Pacheco.

 

A frase que não foi pronunciada

“Educar dá trabalho. Mas é um trabalho que dá bons frutos.”

Içami Tiba

 

Novidade

» Aplicativo de transporte só para mulheres já é adotado em São Paulo. A insegurança e a falta de punição aos criminosos têm feito com que as empresas criem novos valores para vender melhor.

 

Ordem

» Viralizou, na internet, o vídeo com o mote “antes de cuidar do país, eu vou cuidar da minha casa”. É que os pais estão preocupados com os novos fenômenos sociais plantados à força para destruir a família e a autoridade dos mais velhos.

 

Absurdo

» A Oi interrompeu o serviço de internet ontem, das 16h até a meia-noite, na região BSA LS01. O consumidor não recebeu aviso prévio para o corte. Quem depende da Internet para trabalhar teve que pegar o carro e buscar outro sinal. Ao que parece, as empresas que servem em Brasília vão adotar a tática. Interrompem os serviços, cobram a mesma coisa ou mais caro e fica por isso mesmo.

 

Consome dor

» Inacreditável. Agora é o gás de cozinha que pode ter mais de 10% de aumento no preço.

 

Artistas da cidade

» Flavita Obino dá a largada para concretizar o I Prêmio Celina Kaufman de Brasília. As patronesses já estão sendo contatadas.

 

Vote

» Paulo José, jornalista e poeta, está concorrendo no Festival de Música da Nacional FM de Brasília. Se quiser votar, é só procurar o título do festival. Ao todo, no site, as músicas já somam 15.227 votos.

 

História de Brasília

O IAPB já retirou a primeira daquelas casinhas bonitas de madeira, que ficam de frente para o Eixo. Foi transportada para Taguatinga. A operação começou ontem e, já à noite, estava terminada. (Publicado em 06.10.1961)

Falta água e razão

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Para os consumidores, colocados contra a parede na questão do racionamento de água e da tendência desses cortes serem ainda ampliados e prolongados no tempo, as opções para fazer frente a esta situação de extrema precariedade são poucas ou quase nenhuma. Encurralados por conta de uma situação há muito prevista e contra a qual poucas medidas foram efetivamente adotadas, restam aos clientes da Caesb apenas se resignarem diante dos caprichos da natureza, aguardando que os bons ventos tragam nuvens de chuvas volumosas. Mesmo assim, o valor do produto continuará a aumentar. Valor e preço.

Enquanto os consumidores miram com ansiedade o céu, sob o sol inclemente, essa empresa pública de direito privado, detentora do exclusivíssimo monopólio de exploração e distribuição de água, prossegue, aqui na terra, a empreender longos cortes no fornecimento de água. Consumidores têm estranhado e reclamado muito que as contas mensais vêm sendo levemente reajustadas a cada mês, mesmo com os cortes seguidos.

Essa situação de escassez do produto ainda gera desdobramentos ruins para a vida do cidadão. Tão logo há o restabelecimento no fornecimento, muitos consumidores reclamam do grande volume de ar, aprisionado nos encanamentos, que precede a chegada da água. Reclamam, também, da qualidade do produto, que retorna ou com muito barro ou com excesso de cloro e outras substâncias dissolvidas na água.

Pior que a qualidade da água é a qualidade das informações prestadas pela Caesb a consumidores pelo número 115. Sempre insatisfatórias e padronizadas para quaisquer situações, essas informações parecem respondidas não por um funcionário do órgão, sensibilizado com a situação, mas por um robô ou sistema mecanizado e adestrado a responder o que houver no script.

A falta de planejamento, ao longo de décadas, levou ao esfacelamento dos princípios urbanos. Além disso, a situação foi agravada por invasões de terras públicas em áreas de grande sensibilidade ecológica. Um quadro preocupante. Ainda mais quando se trata da capital do um país que detém nada menos do que 12% de toda a água doce do planeta.

 

A frase que não foi pronunciada

“Quanto mais corrupto o Estado, maior o número de leis.”

Tácito, Imperador Romano

 

Acorda, Brasil

Nélio Nicolai é o exemplo de inventor brasileiro teimoso e injustiçado. Teve o identificador de chamadas reconhecido no Canadá com a maior honraria que uma patente pode receber, o premio WIPO. Nunca quis deixar o Brasil. País emburrecido ignorou as divisas que o Bina poderia trazer. Que os herdeiros lutem com mais força para que a justiça seja feita.

 

Direitos Humanos

Dia 15, quem trabalha cedo vai amargar no próprio corpo o relógio que o governo dita. Presidente Temer perdeu a chance de romper com essa ditadura insana.

 

Gama

Nas instalações das piscinas olímpicas do Gama há um problema. Volta e meia um azulejo quebrado corta algum nadador. A piscina é interditada e dezenas de pessoas ficam sem aula.

 

Trabalho

Maria Clara Gianna, diretora técnica do Centro de Referência e Treinamento de Aids do Estado de São Paulo está em situação de alerta. Se a Justiça demorar a decidir, enfermeiros que participam do combate a doenças sexualmente transmissíveis poderão ser impedidos de lidar com exames e outras atribuições para as quais foram treinados.

 

História de Brasília

O TCB ainda não afixou o preço das passagens atrás dos trocadores, acima da janela do ônibus. Com isto, muita gente paga tarifa mais alta, quando pergunta o preço da passagem. (Publicado em 06.10.1961)

Futuro das terras da capital

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Com a finalização dos trabalhos pelo Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do DF (Conplan), a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) será enviada à apreciação da Câmara Legislativa, onde certamente serão feitas novas alterações.

Apesar dos esforços empreendidos pelo GDF e por sua assessoria para entregarem à capital um projeto racionalmente elaborado, é preciso salientar, no entanto, que a nova diretriz surge sem que antecipadamente tenham sido tomadas medidas preparatórias e há muito aguardadas pela população.

A mais urgente dessas medidas, e também a mais antiga e responsável direta pelo processo de desurbanização acelerada da capital, é a invasão e o loteamento persistente de terras públicas em todo o DF. Embora a Agência de Fiscalização e outros órgãos tentem impedir na medida do possível, a multiplicação de edificações e a venda ilegal de lotes em terras públicas e de preservação ambiental ainda ocorrem com frequência preocupante. Prova disso são as diversas prisões registradas, nesta última semana, de quadrilhas especializadas em comercializar lotes irregulares, alguns, inclusive, já em fase final de urbanização.

Nenhuma lei que vise facilitar o licenciamento de atividades econômicas e de edificações, por mais transparentes e digitais que sejam, terá validade se não forem feitos acertos definitivos na questão das invasões de terras públicas. Essa é a condição sine qua non para o estabelecimento de qualquer legislação que pretenda normatizar a vida urbana.

Para o secretário de Gestão do Território e Habitação, Thiago de Andrade, o governo trabalha em um intenso processo de uniformização legislativa e de normatização responsável. “Isso tem a ver com a eficiência da gestão pelo poder público, com o conhecimento, com a transparência ativa e com o domínio da sociedade sobre o seu destino”, diz. A missão de sistematizar e unificar cerca de 420 normas e seis planos diretores locais vigentes é fundamental para o ordenamento urbano da capital.

Trata-se aqui de uma ferramenta coerente e eficaz para a administração dos espaços urbanos, sendo que sua aplicação facilitará o trabalho de futuros gestores. Resta-nos aguardar a tramitação na casa legislativa e torcer para que as diversas bancadas estejam unidas pelo futuro de Brasília e não por interesses momentâneos.

 

A frase que foi pronunciada

“Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo morre.”

Ariano Suassuna em O Auto da Compadecida

 

Lançamento

» Na própria Internet tem gente ensinando como se tornar um sucesso de vendas pela rede. Mas nada como folhear um livro sobre o assunto. Especialista em Marketing Digital, Erico Rocha lança Como usar a internet para alavancar suas vendas ou criar um negócio digital do zero. A partir do dia19 de outubro, o livro estará disponível na Buzz Editora ou na Saraiva.

 

Dança espetacular

» Depois da quinta edição, já é considerado tradição da cidade: o projeto Dança à Mostra (DàM). Depois de passar em Taguatinga e Sobradinho, em agosto e setembro, e atrair cerca de 400 pessoas durante o evento, é a vez de Samambaia e Ceilândia receberem a iniciativa no mês de outubro. Dias 14 e 15 de outubro, Samambaia, no Teatro Sest/Senat, às 20h. Quem quiser apoiar o projeto é só ligar para 98148-0326.

 

Estranho

» Interessante como as doenças vêm e vão. Não há mais casos de dengue, chicungunha ou mesmo gripe suína. Mistérios da coxia.

 

História de Brasília

O regime parlamentarista trouxe muita desordem na vida interna do Palácio Planalto. Os corredores estão sempre cheios, o vozerio é imenso e, naturalmente, o rendimento do trabalho é menor. (Publicado em 06.10.1961)

Isso ou nada

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com Circe Cunha  e Mamfil

“A concepção pedagógica que orienta a ação educativa dos Cieps tem como norma central assegurar a cada criança um bom domínio da escrita, da leitura e da aritmética, como instrumentos fundamentais que são para atuar eficazmente dentro da civilização letrada.  Com base nesses elementos, ela pode não só prosseguir estudando em regime escolar, como continuar aprendendo por si própria.  Sem essa base, ao contrário, ela estará condenada à marginalidade e ao risco de cair em delinquência.  Isso é verdade, sobretudo, para a criança das áreas metropolitanas, que tem mais a escola do lixo e da criminalidade do que a escolaridade mínima indispensável para se realizar pessoalmente através do trabalho e para exercer conscientemente a cidadania,” declarou o antropólogo e escritor Darcy Ribeiro.

Quando o assunto é educação, especialistas são unânimes em apontar a escola em tempo integral como a única solução capaz não só de dar formação intelectual e psicológica adequada às nossas crianças, mas sobretudo resgatá-las das ruas das grandes metrópoles brasileiras, transformadas, há muito tempo e bem debaixo dos olhos das autoridades, em verdadeiras escolas do crime.

O que se observa, ainda hoje, nos países sérios, aqueles que equacionaram a maioria de seus problemas econômicos, sociais e políticos, é que em todos eles é quase impossível você avistar uma criança perambulando sozinha pelas ruas e muito menos durante os horários de aulas. Escola em meio período é coisa nossa, como a jabuticaba, e serve apenas para economizar recursos desse setor e encaixar novas levas de alunos, num arranjo improvisado e de resultados sempre ruins.

O fato é que a maioria dos países desenvolvidos perceberam que, para manter o padrão de vida e de bem-estar atual da população no futuro, é preciso preparar, com esmero, as novas gerações. E o melhor e o mais eficaz modelo para isso é mantê-las em boas e acolhedoras escolas durante a maior parte do dia.

Mais do que grandes segredos industriais e tecnológicos, essa é a chave garantidora da manutenção do alto padrão de vida, apresentado por esses países, que tanto nos causa admiração. Ou é assim ou é a selva que temos. Crianças em grandes números vagando famintas, maltrapilhas e sem rumo por ruas inseguras e violentas, são vistas por aqui. No preço do abandono está incluído não só o futuro delas, mas o de cada um de nós.

Reforma política e econômica, que traga resultados efetivos, perpassa pela solução definitiva para o problema de crianças deixadas pelas ruas,  para que tenha eficácia consistente e duradoura. Crianças vagando pelas ruas atestam nossa incompetência para lidar com a realidade criada por nós mesmos e jogam para frente, sine die e ao acaso, o dia da nossa redenção.

Essa situação não é nova e, desde os anos 1940,   foi alertada por educadores, como Anísio Teixeira, um dos criadores do modelo de escola-parque. Nos anos 1960, o também educador e fundador da Universidade de Brasília Darcy Ribeiro recomendava o modelo de escola em tempo integral, concretizado posteriormente com os Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs). Esse é o único caminho.

 

A frase que foi pronunciada

“Não é a religião que faz a justiça social. É o caráter do Estado escolhido pelos eleitores.”

Leitora, sobre a abertura da coluna Visto, lido e ouvido (11/10, pág. 11)

 

Na mira

» Vem novidade por aí sobre o golpe em um banco público. A Polícia Federal começa a traçar o mapa de saques em contas da poupança de clientes com grandes saldos e que não apresentavam histórico de retiradas.

 

Desconhecimento

» Falta mais divulgação sobre as ações do Departamento de Atenção Básica (DAB) do SUS. Amamenta e Alimenta Brasil, Brasil Sorridente, Consultório na Rua, NutriSUS, Prevenção e Controle dos Agravos Nutricionais, Programa Nacional de Suplementação de Vitamina, Promoção da Saúde e da Alimentação Adequada e Saudável, Rede Cegonha, Saúde na Escola (PSE), Telessaúde e Sistema Prisional são algumas das iniciativas pouco divulgadas.

 

Opinião

» Nosso leitor José Rabelo envia uma observação interessante: “Difícil também é saber que o horário de verão serve como apoio oficial ao consumo de bebida alcoólica”. Para os trabalhadores o sacrifício biológico; para os consumidores de álcool, o sacrifício do fígado e mais risco no trânsito.

 

História de Brasília

E mais: o aluguel será de 23 mil cruzeiros. Levando-se em conta a situação de humildade de uma boa parte dos moradores daqueles apartamentos, é de se prever que novas dificuldades surgirão. (Publicado em 6/10/1961)

 

 

Se ao menos agissem como falam

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“É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.” Artigo 19 , Inciso I da Constituição de 1988.

Não passa um dia sequer sem que as Câmaras de Vereadores, espalhadas por milhares de municípios Brasil afora, sejam ocupadas por manifestações de cunho religioso. Nos últimos anos, as homenagens , cultos e discursos de cunho religiosos vem ganhando tamanho espaço dentro dos trabalhos do Poder Legislativo, que não seria exagero supor que , da forma como esse fenômeno vem se repetindo e se espraiando , chegará o momento em que o Estado Laico, conforme estabelecido pela Constituição de 1988 será apenas letra morta.

A situação ganhou tamanho ímpeto, que no plano federal é comum observar hoje, a realização de prolongados cultos religiosos dentro da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, ocupando inclusive tempo destinado aos trabalhos dessas duas Casas. Agindo com tanta desenvoltura e em flagrante conflito com o que diz a Carta Magna de 88, não é surpresa que hoje, dentro do Legislativo, tenha se formado a maior, mais unida e barulhenta bancada de políticos, com peso efetivo na hora de decidir assuntos afeitos à vida da sociedade brasileira.

De caráter eminentemente conservadora, a chamada Bancada da Bíblia , sabe que , pelo número parlamentares que arregimenta , tem poder dentro Legislativo e usa dessa posição para conseguir vantagens para o grupo e para suas igrejas respectivas, ao mesmo tempo em que não desperdiça oportunidade de atacar qualquer manifestações contrárias à sua fé, transformando os plenários dos parlamentos em verdadeiros templos religiosos.

Para o fiel piedoso, isso pode ser bom. Para o cidadão comum e atento a vida republicana, que se observa é o enveredar do Estado por caminhos , que a prática e a história já provaram ser arriscados e geradores de conflitos e de diásporas indesejadas. Dai a Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus (Mateus 22:21), ensina a Bíblia a mais de 2 mil anos, apontando o caminho natural para a existência pacífica entre os homens.

A Proliferação de partidos e de líderes religiosos dentro do universo político do país tem chamado a atenção da sociedade de tal modo que hoje corre nas redes sociais um amplo movimento de coleta com milhares de assinaturas, exigindo que líderes religiosos sejam proibidos de se associarem a cargos políticos, pedindo ainda a proibição de proselitismo político dentro dos templos, de modo a impor o Estado laico desenhado pela Constituição.

 

A frase que foi pronunciada:

“Hipócritas! Bem profetizou Isaías sobre vós, denunciando:

‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; pois ensinam doutrinas que não passam de regras criadas por homens’. “

Mateus 15, 7-9

 

Beber água

Festa e muita gratidão dos moradores do Tororó que receberam um lote pelo programa Habita Brasília de regularizaçao fundiária. Queremos  acreditar que não haverá prejuízo no futuro com o projeto de macrodrenagem ou atestar que será efetivamente realizado o plano de manejo de dois parques da região. A responsabilidade da autorização ambiental é de Jane Maria Vilas Bôas, presidente do Ibram.

 

Freio

Pessoal de Unaí e do DF envolvido com grilagem de terra. A Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (DEMA) iniciou a operação Dinossauro. Mais de 600 lotes vendidos e taxas de condomínio, água e luz indevidamente cobradas. A equipe da delegada Marilisa Gomes já prendeu 10 pessoas e cumpre 27 mandados de busca e apreensão .

 

Nosso obrigado

Julior de Moura, Guilherme Scartezini e tantos outros moradores de Brasília que cuidam do lago Paranoá são heróis que dedicam a própria vida à vida do lago.

 

Convite

Chega o convite de Edgard Felipe para hoje, às 18h na Mi3 conj2 um Mini Festival de Música Instrumental

 

Sucesso

Por falar em coral, o Coral Brasília vai cantar em Atenas sob a regência do gênio musical Deyvison Miranda Miranda

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Para vocês que vão comprar apartamentos na Asa Norte: os apartamentos do IAPC, na Asa Sul (106 e 306), custaram entre 10 e 12 mil cruzeiros o metro quadrado. Na Asa Norte, o preço foi de 37 mil cruzeiros o metro quadrado. (Publicado em 06.10.1961)

Água nossa de cada dia

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De todos os fatores com potenciais para inviabilizar, definitivamente, a existência de uma cidade, como guerra, fome, pestes e outras, nenhum tem maior capacidade devastadora do que a escassez de água potável. A história da humanidade está repleta de exemplos de antigas cidades portentosas que, simplesmente, desapareceram quando as fontes de água potável secaram. Ruínas espalhadas pelos quatro cantos do globo atestam o saber antigo: sem água, não há vida. Mesmo dentro dos limites da resiliência humana, que se traduz pela capacidade de adaptação às mais severas mudanças climáticas e ambientais, a falta de água, torna praticamente impossível o funcionamento de uma cidade, principalmente em se tratando de uma grande metrópole, como é a capital federal.

A captação de água do Lago Paranoá (idealizado para melhorar os níveis de umidade do ar e para compor o paisagismo futurista da nova capital)  para consumo humano, dá uma mostra de que o problema da escassez, antes uma hipótese remota, é realidade que está entre nós, tende a se agravar ainda mais no futuro.

Sob um ponto de vista mais abrangente, é possível afirmar que todos nós temos uma parcela significativa de responsabilidade sobre essa tragédia: nossa ação imprevidente no dia a dia, sobre tudo o que se relaciona ao meio ambiente e o respeito que se deve a ele,  e a displicência e falta de gestão para o futuro levaram ao ponto a que chegamos, onde o fornecimento de água tratada passou a ser feito em intervalos intercalados. Acostumados, desde sempre, a consumir a água sem os freios da racionalidade e do comedimento, persistimos ainda nesse costume, como se não houvesse amanhã.

Ocorre que os tempos são outros. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e, sobretudo, as atitudes. Estamos, talvez, diante do maior desafio de todos os anos de Brasil colonizado. Se não há dúvidas de que temos a responsabilidade individual nesse processo, é certo, porém que nossos dirigentes têm responsabilidade coletiva por erros e estratégias cometidos ao longo de décadas e acabaram por levar a capital ao impasse atual. O mais preocupante é que persiste, nas esferas do Governo do Distrito Federal, a tendência de prolongar esses mesmos erros e equívocos.

Esse parece ser precisamente o caso da construção do Trecho 2, Etapa 1 do Setor habitacional Taquari. Localizado em área de Proteção Ambiental (APA) do Planalto Central e Lago Paranoá, o Setor Taquari será fixado exatamente sobre uma área de recarga de aquífero da Bacia Hidrográfica do Rio Paranoá, num terreno de grande sensibilidade ecológica e com diversas pendências ambientais em aberto. A área guarda diversas nascentes da água que abastece o Lago Paranoá. Não por outra razão a 3ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural (Prodema) recomendou a suspensão imediata da licença de instalação desse bairro naquele sítio até que os estudos sobre essa área estejam completos. O que se teme é a repetição de erros que levaram ao epicentro da maior crise hídrica de nossa curta história.

 

A frase que foi pronunciada

“Tomar água nos dá vida, tomar consciência nos dará água.”

Campanha do Dema na Semana da Água 2016

 

Terrível

» Todos os serviços de meteorologia do DF não foram exatos sobre a próxima temporada de chuvas. Nem as cigarras, nem os sabiás, nem o cajueiro. A última notícia que se tem é que Ophelia, uma tempestade tropical, começa a se formar no Atlântico.

 

Visita

» Liderando a equipe que visitou  a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, Deltan Dallagnol foi quem apresentou o balanço das investigações feitas até agora. No material divulgado consta  o seguinte: 165 condenações contra 107 pessoas, totalizando 1.634 anos e sete meses de prisão. Os crimes investigados envolvem R$ 6,4 bilhões em pagamento de propina.  R$ 10,3 bilhões desviados da estatal e de outros órgãos públicos envolvidos nos desvios foram recuperados.

 

Para resolver I

» O então senador Rodrigo Rollemberg entrou recitando poesia na Casa. Aquele vigor se transformou em semblante de extrema preocupação, agora como governador. Certo é que a pressão aumenta. Por exemplo, a Associação ParkWay Residencial, grupo apartidário em defesa do meio ambiente, quer conversar e resolver questões como: deficiência nas políticas públicas, ineficiência na gestão hídrica e falta de visão integrada do Distrito Federal.

 

Para resolver II

» Perda de áreas rurais, ineficiência na mobilidade urbana, falta de rotina de restauração e manutenção do patrimônio cultural, falta de plano diretor de arborização urbana e plano distrital de adaptação às mudanças climáticas, projetos de adensamentos populacional, projetos de grande impacto no meio ambiente, área urbana e no sítio tombado.

 

Para resolver III

» Quadro comparativo entre as atuais normas de uso e ocupação do solo e a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos), Plano de preservação do conjunto urbanístico de Brasília em choque com a preservação real. Enfim, a falta de informações, transparência, indefinições e pendências sem respostas à população de Brasília deixa a comunidade que quer exercer a cidadania, completamente abandonada.

 

História de Brasília

Onda de desemprego virá mesmo, se o governo aprovar o novo salário mínimo este ano. Há uma onda de pânico em todas as classes. (Publicado em 6/10/1961)

 

Acerca das cercas

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Desde 1960

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com Circe Cunha  e Mamfil

 

Devido às consequências das gigantescas manifestações populares, que passaram a ocorrer por todo o país, inclusive em Brasília, contra e a favor de políticos envolvidos nos mega escândalos da Operação Lava-Jato e congêneres, as principais lideranças nacionais, principalmente aquelas cujos nomes aparecem nessas investigações, passaram a adotar um modelo bem mais cauteloso em suas  relações com o público em geral. De lá para cá, os casos de xingamentos e mesmo de agressões físicas sofridos por políticos em público passaram a ocorrer com constância preocupante.

A situação chegou a um tal ponto que, hoje, praticamente, não se encontra mais nenhum deles andando displicentemente em meio à multidão, quer em aeroportos, restaurantes, feiras e mesmo em passeatas políticas. Com isso, aumentaram também as medidas de segurança visando proteger, além da pessoa, também o local de trabalho e despacho dessas autoridades. Criou-se, então, o mais esquizofrênico dos paradoxos, em que os representantes diretos da população passaram a evitar, ao máximo, aparecer e se expor em meio ao povão.

Óbvio que a situação, extremamente anormal, gerou reflexos em outras áreas. Passou-se a buscar, além da proteção contra a massa raivosa, a proteção dos prédios e monumentos públicos. Indiferentes ao fato de a capital ser tombada pela Unesco, como patrimônio histórico artístico mundial, e ao que diz expressamente o art. 18, do Decreto nº 25, de novembro de 1937 —“Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade” —, ergueram-se cercas e alambrados metálicos, em caráter definitivo, em torno dos principais palácios e monumentos da capital, criando cidadelas fortificadas contra o assédio popular.

Nem mesmo a Recomendação nº 38, do Ministério Público Federal, no fim de agosto último, foi acatada: permanece o cercamento dos palácios. A única exceção foi o Palácio do Buriti, que mandou retirar o alambrado em volta. Lembra, contudo, o Ministério Público, que “as cercas metálicas poderão ser colocadas em casos excepcionais e temporários que comprometam a segurança das pessoas e o patrimônio público, porém removidas tão logo cessar a excepcionalidade.

Cabe aos órgãos de segurança dar proteção às autoridades e aos monumentos. O que não pode, e os brasilienses e os turistas nacionais e estrangeiros não toleram, é que os monumentos que ganharam admiração em todo o mundo permaneçam apartados de todos, como algo intangível, postos nessa condição por conta do mau comportamento de parcela dos representantes do povo.

 

A frase que não foi pronunciada

“O que as cercas protegem é a indiferença com a população.”

Transeunte na Praça dos Três Poderes

 

Sem alarde

» Censura às redes sociais foi vetada por Temer na reforma política. A emenda não quer dizer que vale tudo. Os tribunais estão aí para isso.

 

Ainda

» Ibram e Sema até agora nada fizeram diante da situação insalubre que cerca o Hospital da Criança. Crianças imunossupressoras são reféns do descaso. O Centro de Controle de Zoonose é um lugar que também tem sua importância. Mas, ao que parece, acostumaram-se com a má gestão do lixo e acham que tudo por ali é normal. Só o Ministério Público para resolver a questão. O que não pode é um matadouro ficar ao lado de crianças com a saúde fragilizada.

 

Leitor

» Refis dos crimes eleitorais. Quem usou caixa 2 pode parcelar a multa pelo ilícito em até 60 vezes. Já os partidos e empresas devem pagar o dobro do valor do caixa 2 sem direito a parcelamento. Está tudo descrito na PL 8612/2017. Além disso, os partidos que abusaram do caixa 2 estão livres para receber verbas para as próximas eleições. Será que o Senado vai frear esse absurdo? Quem pergunta é Fernando Gomide.

 

História de Brasília

A principal preocupação do sr. Oscar Pedroso Horta, na TV, em S. Paulo, foi falar mal de Brasília, chamando-a de insípida, horrível e tenebrosa. E é mesmo. Não é para todo o mundo, mas para muitos. O homem é produto do meio. (Publicado em 6/10/1961)

Mudanças nas atitudes trabalhistas

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Desde 1960

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com Circe Cunha  e Mamfil

 

“A estabilidade não pode ser considerada uma franquia para a adoção de posturas negligentes ou desidiosas pelo servidor. O dever de eficiência e o comprometimento com as instituições hão de ser para toda a vida funcional. A aprovação no estágio probatório não pode constituir um divisor de águas a partir do qual, de servidor do público, o agente passa a servir-se de todos os benefícios e vantagens que o vínculo estatutário lhe proporciona, sem oferecer, como contrapartida, a prestação de um serviço eficiente. Por isso mesmo, a perda do cargo pelo servidor que não apresente desempenho satisfatório se justifica moral e juridicamente”, senador Lasier Martins, relator da matéria.

Num planeta em que as transformações passam a ocorrer com a velocidade da luz, fica cada vez mais patente que o mundo, tal como o conhecemos hoje, começou a se desmanchar bem diante de nós e de forma irreversível. Se isso é bom ou ruim, o tempo dirá. De certo sabemos apenas que temos que embarcar neste trem rumo ao futuro, mesmo que não saibamos a que estação chegaremos.

No Brasil, as coisas não serão diferentes. Mudanças impostas não só pela realidade dos fatos, mas pela própria revelação de fatos, antes apenas ventilados aqui e ali, forçarão mudanças de rumo, quer queiramos ou não. Mesmo em aspectos comuns do cotidiano, como as relações de trabalho, tudo aponta para mudanças significativas e mais condizentes com o mundo cada vez mais globalizado e uniforme.

Começou com a reforma trabalhista, sancionada pelo presidente em 13 de julho, que modificou antigas regras da lei trabalhista, alterando questões como férias, jornada de trabalho, plano de cargos e salários, trabalho intermitente e trabalho remoto, entre outras medidas de forte alcance nas relações empregado/patrão. Embora essa não seja ainda a reforma sonhada por muitos, ela marca o início de mudanças que a atualidade acaba impondo a todos.

Entre essas mudanças simples, mas significativas, que começam a se esboçar agora está o fim da estabilidade para servidores públicos e a introdução da chamada meritocracia na administração pública. Os sindicatos esperneiam, mas o barnabé, tão característico, com sua má vontade em atender as necessidades mínimas e os reclames da população, parece viver seus últimos momentos. Com a aprovação agora, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, da proposta acabando com a estabilidade no serviço público e instituindo a avaliação periódica de desempenho, aos poucos vão sendo postos abaixo antigos tabus como a estabilidade perpétua do funcionalismo a qualquer custo.

Desde que essa medida não venha a reforçar atitudes comuns como o assédio moral no ambiente do trabalho e outras distorções presentes ainda nas repartições públicas, tudo bem. Defensores da medida argumentam que, doravante, para merecer a proteção da estabilidade, será preciso submeter os servidores ao processo de avaliação periódica de desempenho, afastando da máquina pública aqueles elementos que não contribuem para o aperfeiçoamento e melhora de qualidade dos serviços prestados pelo Estado ao cidadão.

Como tudo neste mundo, existem vantagens e desvantagens trazidas pela meritocracia. Se, por um lado, ela induz a um modelo mais próximo de justiça social, que destaca e promove os funcionários mais dinâmicos e mais preparados, técnica e intelectualmente, abrindo oportunidades aos mais esforçados e dispostos ao trabalho, por outro, pode favorecer aqueles indivíduos que passam a perseguir o mérito e não a ação meritória, agindo sempre em busca de recompensas e benesses. Críticos da meritocracia argumentam ainda que, dependendo do modelo que venha a ser implantado, ela poderá reforçar a reprodução das desigualdades, criando uma espécie de meritocracia darwinista, em que a lei da sobrevivência falaria mais alto também dentro das repartições públicas. De toda forma, fossem consultar os contribuintes qual seria o melhor modelo para aperfeiçoar e racionalizar os serviços públicos, com certeza, eles escolheriam a meritocracia com todos os prós e contras.

 

A frase que não foi pronunciada

“Precisamos internalizar a ideia de excelência. Poucas pessoas usam seu tempo tentando ser excelentes”

Barack Obama

 

Crime

» Procedimentos licitatórios viciados, prováveis direcionamentos de licitações, corrupção, blindagem patrimonial, lavagem de dinheiro e uso de “laranjas” para criar empresas. Essas práticas renderam 30 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, Duque de Caxias e Niterói. Mas a PF, em parceria com o MP, CGU e Receita Federal, é capaz de descobrir os mesmos crimes por diversos estados do Brasil. Tudo para retirar o lanche das crianças em escolas públicas.

 

Brasil

» Vale uma visita ao portal da EBC para votar nas melhores performances do Festival de Música das Rádios MEC e Nacional; Festival de Música da Rádio Nacional FM Brasília e Festival de Música da Rádio Nacional do Alto Solimões. A votação foi prorrogada até segunda-feira.

 

Brasília

» Mãe da lua parda ou urutau. No mundo científico, o pássaro é conhecido como (Nyctibius griseus). Mistura-se com o tronco das árvores. Um canto solfejado em escala descendente assusta por ser parecido com a voz humana. Foi empurrado do cerrado nativo para a parte habitada do DF.

 

História de Brasília

Tomará posse, às 10h de hoje, o novo presidente da Novacap, sr. Francisco da Silva Laranja Filho, no gabinete do prefeito Diogo Lordello de Mello. (Publicado em 6/10/1961)

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