Autor: Circe Cunha
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
Agnelão, Arrudão, Filippelão ou qualquer outro nome, sugerido pelo povo, caberia bem melhor ao Estádio Nacional Mané Garrincha, construído, segundo apurou a Operação Panatenaico, unicamente para drenar propinas para esse e outros grupos de políticos que há décadas vem usando de posições privilegiadas e de mando no Distrito Federal para saquear os cofres públicos da capital. Relatório elaborado pela Polícia Federal, dentro das investigações em curso, revelou um superfaturamento de mais de R$ 600 milhões, apenas na construção da arena mais cara da famigerada Copa do Mundo de 2014. No torneio, a Seleção Brasileira levou uma goleada histórica e humilhante da Alemanha, o que, de certa forma, marcaria o prenúncio da hecatombe, que levaria de roldão boa parte do governo petista e de seus aliados. O uso chauvinista do futebol, como álibi para esconder todo o tipo de desastre interno de governos, havia dado certo em 1970, quando o Brasil ganhou o tricampeonato de futebol no México.
Naquela ocasião, o país vivia seu mais intenso momento de fechamento político e a repressão às oposições era cerrada e cruenta. Mas, ainda assim, o regime na ocasião chegou a faturar com a vitória espetacular obtida com a melhor seleção de jogadores de todos os tempos. Lula e sua turma armaram todo o circo para, mais uma vez, usar o futebol e a Seleção para desviar a atenção da população para o naufrágio da gestão petista que já se anunciava fortemente no horizonte. Para tanto, mandaram construir, em tempo recorde, grandiosos templos do futebol, inclusive em lugares sem times ou tradição no esporte. Brasília, infelizmente, foi um desses locais escolhidos para receber o circo da Fifa, com todos os seus cartolas arrogantes e que, hoje, se encontram ou banidos do futebol ou presos, e tendo que ajustar contas com a Justiça.
O que começou como uma grande tapeação, desde a escolha do país-sede daquele ano, só poderia acabar de forma ruim. O legado da Copa de 2014 que, em vão, tentamos apagar da memória, somente poderá ser definitivamente esquecido se, algum dia, por algum motivo, for demolido o famigerado Estádio Nacional, construído com o dinheiro suado de uma população carente em tudo e que sequer foi consultada para a necessidade de se erguer tamanho monumento ao desperdício. Por essa razão e por mil outras, não cabe usar em vão o nome de Mané Garrincha, o anjo das pernas tortas, que morreu pobre e esquecido, para batizar um estádio em que ele jamais pôs os pés e que, de certa forma, não dignifica o grande jogador. Ainda para piorar, a obra não tem nenhuma relação com a arrojada arquitetura da cidade. Não bastassem esses motivos, o gigante de concreto só tem dado prejuízos seguidos aos cofres públicos. Pobre Mané Garrincha, nem depois de morto deixou de ser explorado por espertalhões de todo o tipo.
A frase que foi pronunciada
“Por causa da rosa, a erva daninha acaba sendo regada.”
Provérbio Árabe
Educação
» Muito interessante o portal institutonetclaroembratel.org.br, principalmente na aba educação. Pode ser de grande ajuda a grupos escolares, escolas municipais ou qualquer instituição educacional que queira desbravar novos horizontes didáticos. Estão disponíveis planos de aula, matérias e vídeos explicativos que amplificam a experiência educativa. Há também as abas de projetos e novidades que vale conhecer.
Boa notícia.
» A Escola de Música de Brasília abriu inscrições para vagas na sexta-feira. São oferecidos cursos de educação profissional em nível médio e de formação inicial e continuada. As inscrições podem ser feitas na página da Secretaria de Educação. Agora só falta o tradicional Curso Internacional de Verão.
Menos classes?
» Por falar em educação pública, estão acabando com o 9º ano na escola classe do Riacho Fundo. Vamos tentar contato com o professor Júlio para saber sobre essa história.
Vergonha
» As empresas que prestaram serviços ao GDF para recapear asfalto precisam ser multadas. Atravessar a Barragem do Paranoá à noite é a mesma coisa que uma roleta russa. Os donos do Lince, aparelho criado na UnB,podem ganhar um dinheirão usando o GPS
Honra ao mérito
» Por iniciativa do deputado Agaciel Maia, receberam o título de cidadãos honorários de Brasília o amigo Arthur Pereira de Castilho Neto e a professora Sara Walker. Uma curiosidade em relação à professora Sara. As turmas de inglês têm alunos há mais de 20 anos. É que a didática é parecida com a dos clubes do livro. Lendo e discutindo em inglês. Como ela é uma simpatia em pessoa, ninguém se importa com a conclusão do curso. O desenvolvimento é o que interessa.
História de Brasília
Um rol de roupas do Brasília Palace Hotel assinala 20 cruzeiros para a lavagem de um par de meias, e igual quantia para a lavagem de um lenço. (Publicado em 10/10/1961)
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
15Não bastassem nossos gigantescos problemas econômicos, sociais e políticos que nos mantêm permanentemente atados ao subdesenvolvimento, chega agora a notícia de que segundo o Relatório Mundial de Desigualdade da World Inequality Lab, dando conta de que o Brasil lidera a concentração de renda em todo o planeta, com 30% da renda do país retida nas mãos de apenas 1% da população.
Segundo a pesquisa comandada pelo economista francês Thomas Piketty, autor do best seller O capital no século XXI, e por uma centena de estudiosos no assunto, o problema da desigualdade, não só no Brasil, mas no resto do mundo, é que essa tendência, por seus efeitos deletérios, acaba se transformando numa forte ameaça às democracias. De fato, a desigualdade econômica, apontada pelo maior e mais extenso banco de dados do mundo, é generalizada e tem evoluído, acentuadamente, desde a década de 1980, constituindo-se hoje num dos maiores desafios para futuro da humanidade.
A concentração de renda vem crescendo mais rapidamente em muitos continentes, mas, nas regiões subsaarianas e no Brasil, a desigualdade de renda, embora tenha permanecido estável, se encontra em níveis extremamente elevados. Contribuem para isso as políticas nacionais, tanto no combate quanto na manutenção, e aumento da desigualdade.
Em nosso caso particular, apesar de o estudo não mostrar com clareza, o fato é que a corrupção endêmica, praticada pelas classes dirigentes, ao longo do tempo, e a pouca transparência dos dados econômicos têm contribuído sobremaneira para a elevação das desigualdades, criando um Estado dentro do Estado. “A criação de um registro financeiro global para documentar propriedade de ativos financeiros seria um duro golpe para a evasão fiscal e a lavagem de dinheiro e aumentaria a eficácia da tributação progressiva, que é uma ferramenta essencial na redução da desigualdade econômica”, afirma o coordenador do relatório, Gabriel Zucman.
Para os estudiosos, é necessário, antes de qualquer medida, democratizar o acesso à educação e aos empregos bem remunerados, aumentando, ao mesmo tempo, os investimentos em saúde e proteção ambiental, entre outras medidas. O relatório mostra ainda que as políticas brasileiras que alardeavam o combate às desigualdades nos últimos 15 anos não tiveram o tão propalado êxito, se constituindo em uma falácia. Para esses estudiosos, o combate à desigualdade econômica pode contribuir também para o combate à pobreza, que é uma forma de desigualdade.
A frase que foi pronunciada
“Uma situação de desigualdade extrema pode levar a um descontentamento geral e até ameaçar os valores democráticos.”
Thomas Piketty, autor do Capital no século XXI
BCE
» Ao ler mais um post no Facebook, informando que a Biblioteca Central da UnB fecharia ontem e hoje, em função da greve, Arman Yeltay comentou: “Depois de tantas greves e paralisações, melhor avisar quando abre a biblioteca do que o contrário…”
Na era virtual
» Por falar em Facebook, há necessidade de algumas ações antes das eleições em 2018. A Federação da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação quer cumprir uma rotina sobre ações contra falsas postagens no período eleitoral. A instituição sugere que a Justiça brasileira cumpra o MLAT, um tratado internacional de cooperação de cumprimento legislativo. Se a Justiça quiser averiguar algum post suspeito, encaminha a solicitação para o Itamaraty e à Justiça norte-americana. O que precisa ser feito é frear os abusos e acelerar as respostas.
Presenteie
» Basta dar uma volta pelas asas Sul e Norte, pelos lagos Norte e Sul e pelo Park Way para ver o tamanho dos apartamentos e casas muitas vezes com poucas pessoas. Dona Glorinha nunca foi uma mulher de posses materiais. Em compensação, riquezas, como a compaixão, o amor à vida e aos amigos que ajudam nas dificuldades não lhe faltam. Adriana Kortlandt registrou todos os detalhes da movimentada vida de Glorinha no livro A casa da vida. Uma boa dica de presente de Natal. Quem ler vai ter a alma tocada e o Lar da Criança Padre Cícero poderá alimentar e vestir a meninada sem preocupação..
Morris Cruz
» Anunciam que um projeto de lei leva o Brasil para o mercado internacional com a exportação de cigarros. Cigarro vicia e mata. Para que investir tanto tempo nisso? Empregos às custas de doenças provocadas pelo fumo? Não faz sentido. Não à toa que quem resiste à saúde tem marcas no nome: Philip Morris e Souza Cruz. Evoluam! Castanhas valem muito mais que cigarro no exterior.
Leilão
» Hoje é dia de dar uma olhadinha nos carros da Terracap que serão leiloados amanhã das 9h às 11h30 e das 14h às 17h, no Setor de Garagens e Oficinas e Comércio da Asa Norte (Sagocan), Lote 7, Taguatinga Norte. O leilão será amanhã, às 10h, no Edifício-sede da Terracap, localizado atrás do anexo do Palácio do Buriti.
História de Brasília
O único chapa branca que decidiu desobedecer às ordens do general Amaury Kruel foi o SPF 35-1827 SP, que foi visto de manhã no Iate Clube, enquanto seu ocupante desfrutava um banho de sol. (Publicado em 10/10/1961)
Novo Código de Edificações promete modernizar processos burocráticos
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com Circe Cunha e Mamfil
Caso venha a ser apreciado, votado e aprovado, ainda este ano, pela Câmara Legislativa, o Novo Código de Obras e Edificações (COE) do Distrito Federal servirá para orientar e dar nova dinâmica às novas construções em toda a capital a partir de janeiro de 2018. Trata-se de um documento fundamental, ao lado do PDOT, para disciplinar o desenvolvimento urbano, conferindo mais agilidade no licenciamento e fiscalização das novas construções.
No mesmo pacote, segue projeto que prevê a compensação urbanística para aqueles que desrespeitaram as normas de uso e ocupação do solo e que terão, em contrapartida, de pagar em dinheiro para ter a emissão do documento regularizando a situação, neste caso habite-se, licenciamento ou alvará. Esse critério não valerá para aqueles que invadiram áreas públicas. Neste caso particular esta coluna se posicionou contra a medida, por acreditar que ela se inscreve no chamado “jeitinho brasileiro” de fazer a coisa errada, esperando que em algum momento o erro venha a ser perdoado de alguma forma, caso típico das invasões e formação de grandes condomínios em terras públicas e que logo são regularizados pelo Poder Executivo com o aval, sob pressão, do Legislativo local.
Integram ainda o conjunto de medidas estratégias para o aumento da permeabilidade do terreno para lotes acima de 600m², de forma a garantir a recarga de aquíferos, evitando que as águas se percam em enxurradas e retendo parte para aumentar a permeabilidade do solo no interior do terreno. O novo documento substitui outro que completa agora 20 anos de existência e que, ao logo desse tempo, não foi capaz de corrigir inúmeros erros e falhas existentes entre os construtores e os diversos órgãos públicos que cuidam do assunto.
Pelo novo código, o governo promete, por meio de cinco princípios, corrigir antigos erros e falhas com base na desburocratização, na responsabilização técnica dos autores dos projetos sobre questões de edificações, cabendo ao Estado analisar apenas os parâmetros urbanísticos de acessibilidade universal.
Pelas novas normas, o governo espera ainda tornar o Código de Obras e Edificações em instrumento de política urbana. O ponto fraco da nova proposta é a criação de taxas, o que acaba por encarecer as construções, o que poderá estimular mais informalidade. Para o deputado distrital Chico Leite, o novo COE não trará maiores benefícios e não conseguirá impulsionar o desenvolvimento se não forem adotadas novas práticas de gestão.
Segundo o parlamentar, “no senso comum, aqueles que ingressam com um projeto para licenciamento de uma obra são submetidos a um verdadeiro calvário, que passa por análises sem fim, numerosas exigências, formalidades que permeiam os graus mais elevados da burocracia. Um procedimento injustificável, que sujeita a emissão de um simples alvará de construção a uma espera de meses, superando até um ano. Procedimentos burocráticos, como esse, têm feito com que muitas obras acabem concluídas antes mesmo do alvará de construção, que é o primeiro documento necessário para dar início às construções”.
A frase que foi pronunciada
“E é justamente por causa do jeitinho brasileiro queaco Brasil não tem jeito!”
Starktonny, do site Pensador.
Morreu na praia
» Tanto alarde sobre a pílula do câncer, novidade, votação, aprovação, autorização. Vencida a burocracia, a falta de matéria-prima impede o início de testes em humanos.
Ação
» Muitos projetos de inclusão no Ceará dão certo. Recentemente foram premiados pelo Itaú-Unicef os projetos Cordeletrando e Juventude Comunica Direitos. No Cordeletrando, o mote é rimar, educar e transformar. A educação chega pela literatura de cordel e, inevitavelmente, os alunos levam para casa as novas atitudes. Lúcia Andrade é a representante do conselho de Pais da escola pública José Augusto Sobrinho.
Mudanças
» Já o projeto Juventude Comunica Direitos semeia pelos campos os direitos e deveres dos trabalhadores. Flávia Cavalcante, que desenvolve o projeto na escola Carlos Ferreira Barbosa, em Trairi, vibra com a visibilidade do prêmio. O canal Futura é um grande parceiro dessas iniciativas.
Release
» Recebemos de Danielle Menezes, da agência Health, seis dicas para viajar com crianças em avião. Gerenciar o próprio medo é importante, porque os filhos copiam os comportamentos dos adultos, conversar com a criança como será o voo, como ela deve se comportar, mostrar a tecnologia acessível, chegar cedo no aeroporto é importante para que a criança possa ver os aviões e se inteirar mais com o ambiente da viagem, abraçar a criança é a melhor forma de transmitir segurança, especialmente os menores, levar alimentos apreciados pelas crianças é uma forma eficiente de diminuir a ansiedade. A agência Health trata do medo de voar. Garante que, em apenas 10 sessões, a coragem chega. Mais informações sobre o assunto com Leda. leda@agenciahealth.com.br.
Experiência
» Grande expectativa para o Fórum Mundial da Água, em Brasília. O público esperado é de 40 mil pessoas. Várias equipes do governo estão trabalhando no planejamento do encontro agendado para março do ano que vem. As atividades serão no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e no Mané Garrincha. Nenhum participante amargará o racionamento da cidade.
História de Brasília
Depende só disto, dr. Laranja Filho: colocar as duas famílias em dois apartamentos, demolir a casa, e o asfalto o dr. Vasco fará em poucas horas. (Publicado em 10/10/1961)
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Técnicos e especialistas no assunto são unânimes em reconhecer que a crise hídrica que assola todo o Distrito Federal , com todos os seus desdobramentos é um fenômeno que teremos que conviver por tempo indeterminado e ainda com a perspectiva de experimentarmos um agravamento progressivo da escassez de água. Obviamente que esse problema não surgiu da noite para o dia, apanhando todos de surpresa.
Trata-se de uma previsão e de uma expectativa a muito anunciada e que ganhou contornos de uma calamidade certa, tão logo se verificou a explosão demográfica e sem controle da cidade. Enquanto a cidade sofria um processo, sem precedente de inchaço populacional por conta do populismo político que se instalou na capital com a nefasta maioridade política do Distrito Federal, as áreas do entorno da cidade, principalmente aquelas reconhecidamente situadas em sítios de proteção ambiental, foram transformadas de zonas rurais em condomínios urbanos , num piscar de olhos.
O surgimento dessas verdadeiras cidades dormitórios, sem infraestrutura alguma passaram a ser abastecidas de água de maneira improvisada e sem planejamento estratégico. Muitas dessas localidades resolveram o problema da escassez de água com a perfuração de uma quantidade incalculada de poços artesianos, agravando, ainda mais o problema, pela extração ilegal e sem controle desse recurso. O cinturão agrícola em torno da capital, pensado originalmente para abastecer a cidade, foi engolido pelo agro negócio, com o plantio de monoculturas em extensos latifúndios acabaram por cercando a capital, agrava mais ainda o problema da falta de água. Pior do que todos esses eventos juntos foi a decisão em abandonar o projeto redentor representado pela criação do grande lago São Bartolomeu. Ao decidir não construir a imensa barragem o governo na ocasião não só assumiu as responsabilidades pela atitude , como condenou à incerteza o próprio futuro da capital, deixando à descoberto o abastecimento de água dos brasilienses.
Essa é justamente uma daquelas medidas que separa o estadista no comando do Executivo, com visão do amanhã, do restante dos políticos aventureiros que assumem posições elevadas de olho apenas em vantagens pessoais de todo o tipo. Estabelecida a realidade cruenta e seca, vamos sendo , por força da necessidade, empurrados a adotar medida drástica de deslocar milhares de moradores do sítio destinado a formação da barragem. O problema da escassez de água, por sua natureza e importância , se sobrepõe a quaisquer outra razão de Estado, se constituindo numa verdadeira questão de segurança interna.
A frase que foi pronunciada:
“Não pense que não há crocodilos só porque a água está calma.”
Provérbio malaio
Área federal
Como falta ação preventiva, a UnB virou o paraíso dos ladrões de carro. Arrombamento, furto de pneus, e ligação direta que levam os automóveis tranquilamente, sem que qualquer larápio seja incomodado. Além disso os passageiros da linha 110 rodoviária/UnB também já perderam objetos pessoais para os ladrões. A rapaziada que se desloca à pé é a que corre mais riscos. Sem segurança e iluminação, as trilhas levam ao medo e insegurança. Os contratos com segurança que deveriam triplicar, foram suspensos.
Importante e atual
Comissão de Assuntos Sociais do Senado discute “Assédio sexual, moral e psicológico no ambiente de trabalho”. Com a condução da senador Marta Suplicy, foram convidados, Janete Vaz Presidente do Conselho de Administração do Grupo Sabin, Ana Cláudia Rodrigues Bandeira Monteiro Vice-Presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho – ANPT, Sandra Gomes Melo da Delegada-Chefe da Delegacia de Atendimento à Mulher. Maria Gabriela Prado Manssur, Promotora de Justiça do Estado de S.P. Luiza Sousa Cruz, Diretora de Articulação da ONG ULTRA e Lourdes Maria Bandeira, Chefe do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília – UnB.
Civil
Eric Seba, diretor da Polícia Civil acompanha o desenrolar da nova delegacia que irá fundir a Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco), a Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap) e a Divisão de Crimes contra a Ordem Tributária (Dicot). O prédio está em reforma e fica no Parque da Cidade, onde era a DPE. Independente do espaço físico, Seba garante que mesmo antes da inauguração prevista para janeiro do ano que vem os trabalhos integrados já começaram.
Ideias
De forma simples e alegre os enfermeiros do Hospital das Forças Armadas resolveram compor um funk “Olha a proteção” para evitar infecções hospitalares. Aliás uma mudança simples da maçaneta para a péçaneta já resolveria grande parte do problema. Observe que o médico abre a porta do quarto, enfermeira e o pessoal da faxina. Se no lugar das mãos, os pés abrissem as portas, muita infecção seria evitada.
Abuso
Funcionário da Claro surrupiou dados da cliente para alcançar metas. É a única explicação para quem tem o plano alterado sem autorização. Pior. Alguém foi pessoalmente à loja da Claro, fez o pedido de mudança do plano com documentos completamente diferentes da titular. Só com a anuência do vendedor essa transação ilícita poderia ser feita. O pior da história é que a cliente está sendo tratada como devedora.S
HISTÓRIA DE BRASÍLIA 13/12/2017
O desvio, que era feito nas piores condições, recebeu a visita de uma máquina. Diminuíram os buracos, e aumentou a poeira. O correto seria concluir o asfalto. (Publicado em 10.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
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Um dos maiores problemas detectados com a baixa qualidade política de grande parte dos representantes da população com assento no Congresso, está no divórcio entre o que deseja e necessita a população e o que propõem e votam , nas duas Casas, os atuais legisladores. Esse parece ser o caso do PLC 99/2017, oriundo do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que entre outras aberrações, estabelece um reajuste nas taxas cobradas pelos cartórios do DF , que , em alguns casos , pode chegar até à um aumento de até 770% nos serviços burocráticos prestados aos brasilienses.
Trata-se de um lobby poderoso, capaz , não só de influenciar decisões nas feituras de leis, mas de obter vantagens inimagináveis aos simples contribuintes. Somente o poder misterioso de pressão pode explicar que em pleno século XXI , em meio aos avanços extraordinários da tecnologia digital , ainda subsistam esses herdeiros diretos da burocracias do século XVI, trazidos d’além mar, para dar um caráter oficioso de controle à exploração desumana empreendida pelo sistema colonial.
Cartórios , pela própria definição, ligam-se ao que há de mais atrasado no Estado e explicam, em parte, o problema endêmico do custo Brasil. Arautos da burocracia que a séculos emperra o país, os cartórios se justificam e se reafirma por um fato prosaico e histórico: a desconfiança paranoica do governo em relação a população, herdada de um Portugal, que como metrópole, já não existe faz tempo. Na verdade a desconfiança se dá a partir dos próprios débitos não honrados do governo. Pois para a população mortal que não cumpre qualquer compromisso estabelecido em normas e leis, as punições são cirurgicamente calculadas.
Os cartórios se ligam umbilicalmente ao chamado Estado Cartorial, muito bem definido por Hélio Jaguaribe em “Política ideológica e política de clientela”. Trata-se de um Estado caracterizado pelo fato de que as funções públicas, embora se apresentando como atividades orientadas para a prestação de determinados serviços à coletividade, ou seja determinados “serviços públicos” são, na verdade, utilizadas, se não mesmo concebidas, para assegurar empregos e vantagens específicas a determinadas pessoas e grupos, resultando daí no que vem a ser a “política de clientela”, que nesse caso específico, mantém relação direta com muitos políticos que tiram vantagens desses labirintos de papeis.
Não soa estranho que o referido projeto tenha passado “despercebido” e incólume pela Câmara dos Deputados, sendo aprovado inclusive pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, aguardando apenas a designação de relator junto a Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Não fosse o alerta providencial feito pelo senador Reguffe (sem partido- DF) , PLC 99 deslizaria macio para aprovação final e só seria percebido pelos contribuintes na hora em que precisassem dos serviços desses atravessadores da burocracia.
Para o senador Reguffe trata-se aqui de uma verdadeira bolsa-cartório com a finalidade de beneficiar apenas os donos desses estabelecimentos em detrimento da população em geral.
A frase que foi pronunciada:
“ Três coisas há que só se conhecem nas ocasiões: O valor, no perigo/A Prudência, na cólera;/E os amigos, na adversidade.”
De Sêneca, 4 aC – 65 dC
Mais essa
Por falar em senador Reguffe, há uma Proposta de Lei assinada por ele já sendo analisada na Comissão de Assuntos Sociais do Senado onde a intenção é proteger o consumidor das garras das operadoras de Plano de Saúde. O que a ANS deveria regular, simplesmente fecha os olhos e permite que os planos ditem as regras.
Vista grossa
O que acontece que é os planos não aceitam contratos individuais. Para ter acesso ao Plano de Saúde amigos se unem, formam uma pequena empresa para poder pagar pela segurança de nunca serem internados em hospital público. Mas isso pode acontecer, já que os planos a qualquer momento encerram o contrato deixando os consumidores em descoberto. O curioso não é só o poder dos Planos, é como quem tem poder de fazer o que é melhor para o cidadão, contribuinte, nada faz.
Machismo eleitoral
Ao contrário do deputado Tiririca muita gente boa está arregaçando as mangas para trazer sangue novo à política. Candidatos de grande respeito na sociedade brasiliense começam a corrida à Câmara Legislativa do DF . O que impressiona, até no PV que é um partido moderno, é o número exíguo de mulheres concorrendo.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
As duas casas dos funcionários da Novacap que estão impedindo o asfalto que vai para o Iate, continuam no mesmo lugar, e a solução, agora, será entregue ao dr. Laranja Filho. (Publicado em 10.10.1961)
Desde 1960
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Seis pilhas de um metro quadrado de área por cinco metros de altura cada, contendo notas fictícias de R$ 100 ficaram expostas por um longo período na Boca Maldita, principal rua de Curitiba. O monumento simbolizava o montante de R$ 4 bilhões recuperados pela força tarefa da Lava Jato . É pouquíssimo, se comparado ao volume fantástico de dinheiro desviado por grupos políticos diversos, apenas na última década. É , contudo, muito dinheiro , para os padrões de um país como o Brasil, onde historicamente a impunidade e corrupção sempre foram tratados de forma parcimoniosa pelas autoridades, sempre constrangidas em punir pessoas e grupos do mesmo estamento social, político e econômico.
Segundo estimativas feitas por técnicos no rastreio de dinheiro de origem suspeita, o Brasil perde por ano, em média, R$ 200 bilhões com esquemas de corrupção. Somente com a relação à Petrobras, calcula-se que foram desviados, apenas nos governos petistas, entre R$ 30 e R$ 40 bilhões , embora , de forma oficiosa, a estatal tenha divulgado um “prejuízo” de apenas R$ 6 bilhões com desvios de dinheiro dos cofres da empresa.
Para se defender de processos no exterior a estatal tem apresentado sua defesa em cima da tese de que foi vítima da ação dos corruptos, embora a justiça dos Estados Unidos e de diversos outros países, que possuem recursos investidos na empresa, afirmem que há muitos funcionários de carreira da Petrobras envolvidos diretamente nestes esquemas nebulosos. De toda a forma, o cerco que vai se fechando aqui e no exterior e cedo ou tarde chegará à um resultado bem próximo da verdade.
De todas as variáveis possíveis que envolvem os diversos casos de corrupção que vieram à tona nos últimos anos, a maior certeza e o ponto fundamental que tem possibilitado o prosseguimento das ações é dado pelo apoio maciço da população ao combate de desvio de dinheiro público.
A população, principalmente a de baixa renda, sente na própria pele, os efeitos nocivos e mesmo fatais que a corrupção provoca na vida da maioria dos brasileiros. Pesquisa recente, encomendada pela consultoria Crescimentum e pelo Instituto Britânico Barret Values Centre mostrou que embora a corrupção tenha definido o comportamento do Brasil nos últimos anos, a honestidade é a marca que melhor traduz o brasileiro comum, seus valores pessoais e sua cultura. Em outras palavras o que se tem é um país onde a nação honesta e trabalhadora é governada por uma elite , na maioria, sem escrúpulos e que conduz os negócios do Estado e da República, como se fosse propriedade privada, onde acreditam deter todo o controle, inclusive para roubar. Para o cientista social Eduardo Giannetti o brasileiro é outro ou seja, ele não se reconhece naquilo que está presente ao seu redor, talvez porque não perceba, claramente, que a realidade à sua volta é resultado direto da interação de todos juntos. Esse parece ser o caso comum nas eleições. Pessoas claramente envolvidas em casos de corrupção, alvos até de processos criminais junto à justiça, se lançam a cada ano à cargos eletivos, porque , no fundo sambem que contarão com o apoio de muitos eleitores, principalmente aqueles mimados com pequenas “lembrancinhas”.
Em 2017 a percepção da corrupção já alcançou, segundo a pesquisa a incrível marca de 72% da população. Ou seja , sete em cada 10 brasileiros sabem que ela existe e, de alguma forma, sentem seus efeitos, mas atribuem esse fenômeno apenas à ação de seus compatriotas.
Outro fato que chama a atenção nessa e em outras pesquisas é que se em 2010 o anseio da população era por justiça social, moradia digna e redução da pobreza, hoje esse desejo está mais voltado para a oportunidade de educação, compromisso, honestidade e cidadania.
A frase que foi pronunciada:
“A política brasileira não está acabando só com o país. Conseguiu acabar com muitas amizades também.”
Mulheres
Segue para o Senado o projeto aprovado no Plenário da Câmara dos Deputados da deputada cearense Luizianne Lins que repassa à Polícia Federal a investigação de crimes praticados pela internet que propaguem conteúdo que expressem ódio ou aversão às mulheres.
Ande Brasil
Brasília recebe instrutores do Programa Equoterapia do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás. Os profissionais participam do ‘38º Curso de Equitação para Equoterapia’ ocorre em Brasília e é organizado pela Associação Nacional de Equoterapia . O encontro é destinado a instrutores de equitação e auxiliares, que fazem parte da equipe multidisciplinar que atende nos centros de equoterapia dos municípios. Mais informações http://equoterapia.org.br/curso-equitacao
Quem avisa
A coluna já havia advertido sobre o alambrado destruído na barragem do Paranoá. Na madrugada de ontem a pista estava interditada para retirar um carro que despencou.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Há, na Concha Acústica, um barraco de madeira que não condiz em nada com o ambiente, e ninguém encontra explicação para não ter sido demolido até agora. (Publicado em 10.10.1961)
Sem saúde, educação, transporte e segurança. Mas com o voto nas mãos.
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A longa crise social, econômica e política, dos últimos anos teve, ao menos o condão de mudar a percepção de boa parte da sociedade não somente para os problemas do país, mas sobretudo para aumentar o desejo e a atitude de muitos em direção aos valores individuais, fazendo florescer nos brasileiros um sentimento mais individualista e voltado exclusivamente para as necessidades imediatas das próprias pessoas.
Neste sentido o individualismo crescente parece resultar da noção de que o Estado pouco ou nada faz pelos brasileiros, sendo que muitos consideram hoje que a melhor estratégia é partir para a luta individual , ao invés de esperar por qualquer amparo do governo. Neste ponto é preciso salientar que o individualismo cada vez mais presente na sociedade, pode inverter a própria lógica do Estado, fazendo com o governo passe a depender, cada vez mais, da vontade de uma população indiferente e distante, propicia, inclusive a considerar a hipótese da desobediência civil.
Os efeitos da corrupção sistêmica, conforme implantado pelos governos petistas e que tinham como objetivos diretos o enfraquecimento do Estado paulatinamente ao empoderamento do partido, apesar das investidas da polícia e de toda a revelação da trama, deram frutos diversos. Uns bons. Outros não tanto. Ao aumentar a descrença na política, retardou a consolidação plena da democracia. As revelações feitas pela política e pelo Ministério Público , apresentaram para a população uma elite corrupta e disposta a tudo para enriquecer rápido e sem esforço.
Para um país que conta com mais de 700 mil presos, em condições sub humanas de cárcere, essas revelações serviram muito mais do que um simples incentivo para a ação continuada no mundo do crime. Deu a essa parcela da população a certeza de que a cadeia ainda é lugar para pretos e pobres.
Entender a corrupção como algo moldado pela herança histórica ibérica onde o patrimonialismo cartorial era a tônica, mostram apenas as raízes ancestrais do problema e que faziam parte inerente do sistema mercantilista e colonialista da época. Se antes a exploração e os desvios tinham origem em vontades vindas do exterior, hoje , com o desenvolvimento do capitalismo de compadrio é muito mais rentável à uma empresa cooptar políticos e agentes públicos buscando negócios fabulosos com o Estado em troca de propinas e outros meios ilícitos.
Além das empresas privadas, sempre dispostas à servir aos políticos de forma geral, as estatais cumprem seu papel de facilitadoras dos negócios nebulosos da elite dirigente. Transformadas em moedas de troca, dentro do toma lá da cá generalizado, as nomeações políticas para altos cargos nas estatais tem tido um peso crucial na expansão dos casos de corrupção, servindo como ponta de lança dos partidos para se apoderarem dos recursos da nação. Neste caso torna-se compreensível o discurso de muitos dirigentes políticos no sentido do Estado manter controle das estatais. Obviamente que não se trata aqui de nacionalismos ou protecionismo da economia nacional, mas tão somente de reservar esse nicho de mercado à sanha desmedida dos partidos políticos. Por aí se vê porque a redução do tamanho do Estado incomoda tanta gente. Se por um lado os muitos casos de corrupção revelados tem servido para mostrar como é fácil desviar dinheiro público, por outro mostrou que impondo um fim à institutos como o foro privilegiado, a possibilidade de nomeações políticas para cargos técnicos e maior agilidade e presteza nas decisões da justiça , possuem a fórmula mágica para reduzir, da noite para o dia, tão imenso volume de caos de malversação dos recursos públicos.
Pelo conhecimento do modo de agir dos inimigos da sociedade, de que se alimentam e onde atuam, ficou mais fácil atalhá-los de vez.
A frase que foi pronunciada:
“ O que chega primeiro, o Papai Noel ou a reforma da Previdência?”
Vera Magalhães, jornalista
Elementar
Ao ligar para a amiga, a cliente da Claro recebe uma mensagem de que a ligação não pode ser feita e que deve ligar para o número da operadora. Ao buscar por informação, depois da sétima atendente, chega a prova. O contrato assinado por outra pessoa, com todos os dados errados, menos o nome e CPF da cliente. O contrato era para transformar o pré- pago em pós-pago. Por isso estava em débito e não poderia usar o telefone até sanar as dívidas. A migração foi feita à revelia da dona da linha, que teve os dados usados e não verificados pela Claro. Resultado. Delegacia e Tribunal de Pequenas Causas. Fica só uma pergunta. Se o número permanece com a cliente e não com o estelionatário a quem interessa uma linha pós-paga nessa confusão?
Pizza
Em resposta à coluna que descreveu uma cobrança indevida na Pizzaria Valentina, a resposta assinada por Liana Paters é a seguinte: “ Se não existisse erro no mundo tudo seria perfeito! Se na conta desse senhor, passou algum item pode ter sido sim um erro do garçom. Às vezes acontecem erros para menos também e o nosso cliente, ao contrário do que muitos pensam, avisa a falta do item na conta para que possamos cobrar a diferença. As pessoas são honestas e a Valentina Pizzaria segue o mesmo padrão de conduta de seus clientes. A honestidade.”
Penna
Absurdo o Teatro Nacional até hoje não ter recebido a devida atenção. Largado às traças, um dos monumentos do centro da cidade está completamente abandonado com o risco de se transformar e tapera. O que não dá para entender é que o Rodrigo Rollemberg sempre foi apreciador das artes e os artistas que votaram nele são os mais decepcionados eleitores.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA 09/12/2017
Com essa atitude, os funcionários civis seriam, também, prejudicados, porque a não vender para todos o governo preferiria considerar o assunto encerrado. (Publicado em 10.10.1961)
Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil
Quem observa com atenção antigas fotos em preto e branco, tiradas há pouco mais de meio século, mostrando cenas das nossas principais capitais, de ruas, avenidas, parques e centros de comércio, nota, logo de saída, uma diferença significativa e que ilustra um fato bem preocupante: como eram bonitas e organizadas nossas metrópoles, com cada coisa em seu lugar. As principais ruas eram limpas, arborizadas, os prédios bem dispostos, bem cuidados. Os parques exibiam estátuas e monumentos intocados, haviam bebedouros, públicos espalhados pela cidade. O trânsito fluía, as pessoas pareciam caber nas ruas. Tudo estava em seu lugar. Nos centros urbanos não se viam lixo, pichações, parecíamos estar vendo uma outra cidade, de um outro país distante.
Ao apreciar essas imagens e olhando em volta para o que temos agora, o sentimento que prevalece é de que, naquela época, havíamos resolvido grande parte de nossos problemas urbanos atuais. Passado tanto tempo, a pergunta que se impõe é: o que teria ocorrido com nossas principais capitais? Comparando esses mesmos sítios ontem e hoje, é visível a deterioração e o envelhecimento precoce de nossos espaços públicos.
Por que esse mesmo fenômeno não afetou cidades como Paris e Roma, bem mais antigas e tão bem conservadas? Nossas principais cidades, simplesmente, envelheceram num ritmo alucinante. É certo que o Brasil de 50 anos atrás tinha problemas, mas o registro em imagens, gravado no papel, mostra as metrópoles brasileiras como um lugar outrora aprazível e seguro. Mesmo Brasília, tão nova e moderna, basta um olhar nas fotos captadas nos anos 1960 para se constatar que o passar do tempo maltratou muito a capital do país. As imagens mostram que a Rodoviária central, o Setor Comercial Sul, a W3 e outros endereços faziam parte de uma cidade que não existe mais e que foi engolida pelo progresso ligeiro e oportunista.
Nos últimos anos, esse processo de deterioração se acelerou com a entrada de novos personagens no comando da cidade, retaliada entre grupos políticos. O que se observa agora é a degradação dos espaços públicos, com os puxadinhos horrendos tomando conta de tudo. O comércio sobre rodas, caracterizado pelos chamados food trucks, uma inovação importada às pressas dos Estados Unidos, não respeitam canteiros centrais, áreas verdes, nada. Vão invadindo cada canto, improvisando um comércio de alimentos que, todos sabemos, não passa pelo crivo da vigilância sanitária.
Leis, feitas sob encomenda e que beneficiam mais aqueles que as confeccionam do que a população em geral, são produzidas em quantidade, favorecendo todo o tipo de empreendimento. Com isso, a cidade que deveria ser modelo para o mundo vai entrando, pouco a pouco, num processo de decadência triste e irreversível, restando apenas lembranças gravadas em fotografias em preto e branco e que nos dão a certeza de que éramos felizes e não sabíamos.
A frase que foi pronunciada
“País subdesenvolvido é aquele que importa, como novidade, o que os países desenvolvidos já abandonaram como obsoletos.”
Jaime Lerner, arquiteto e urbanista
Armas
» Na entrada da Virgínia, nos EUA, uma placa de boas-vindas diz mais ou menos o seguinte: Atenção, criminosos — terroristas. Virgínia é protegida pela milícia cidadã 24 horas por dia, 365 dias por ano. Mais de 200 mil cidadãos e guardiões da paz estão treinados e armados legalmente para defenderem-se e proteger os outros contra crimes e violência. Você foi avisado. Resultado. Com uma população de 8,412 milhões, em 2016, foram registrados 383 assassinatos, 2.340 estupros, 4.441 roubos e 9.235 assaltos.
Mais um
» Na Carolina do Norte, a placa é mais criativa e mais agressiva. Bem-vindo à Carolina do Norte. Nossos habitantes têm armas escondidas. Se você matar alguém, nós mataremos você. Nós temos zero cadeias e 513 cemitérios. Aproveite sua estada! Com 10,15 milhões de habitantes, na Carolina do Norte houve 517 assassinatos, 2.684 estupros, 8.825 roubos e 22.826 assaltos.
Cariocas
» No Rio de Janeiro, com 16,7 milhões de habitantes foram 4.128 casos de estupros, 6.002 assassinatos, 3.965 roubos e 1.038 assaltos. (Fonte: ondefuiroubado)
Juntos e fortes
» Sob o comando do governador do Mato Grosso, Pedro Taques, no Fórum de Governadores foi assinada uma ordem de serviço para a compra de medicamentos de alto custo em conjunto. “Isso vai permitir a compra mais barata desses itens, que são importantes em todo o país”, disse Rollemberg. Os governadores vieram a Brasília, que sediou o evento.
História de Brasília
A alegação é a de que militar nunca é fixo numa cidade, mas isto, pelo menos, seria uma boa oportunidade, para que todos pudessem ter uma casa própria. (Publicado em 10/10/1961)
Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil
Relatório econômico, elaborado pelos técnicos do Banco Mundial, a pedido do governo brasileiro, ao analisar, em 160 páginas, a questão do gasto público, fez recomendações tão óbvias sobre a eficiência desses gastos que o melhor e o mais prudente seria ao Palácio do Planalto ter encomendado o receituário diretamente às donas de casa do país, que mais bem do que qualquer especialista conhecem a realidade nacional e onde estão os verdadeiros gargalos de nossa economia.
Dizer que o governo gasta muito e mal os recursos que arrecada, é chover no molhado. Intitulado Um ajuste justo: Análise da eficiência e equidade do gasto público no Brasil, o relatório do Banco Mundial afirma que é possível realizar ajuste fiscal, aliado com maior igualdade social, e política maior de inclusão. Obviamente, tal receituário acaba por interessar mais ao mercado do que à população que assiste, há décadas, à escalada da carga tributária, sem a devida contrapartida.
O balizamento necessário das contas públicas, diz o Banco Mundial, representa grande desafio para o país. “É preciso prepará-lo para assegurar um ajuste socialmente justo. Identificamos vários programas do Estado brasileiro que são bastante ineficientes e que, em vez de reduzir a desigualdade, contribuem para aumentá-la.” O chamado “motor do desequilíbrio fiscal” está, segundo os técnicos, centrado no sistema previdenciário, altamente injusto, em que os altos salários dos servidores públicos federais acabam por contribuir para essa diferença. Por isso, recomendam uma reforma profunda no sistema e é aí que a questão empaca de vez. Para o brasileiro comum, e isso é evidenciado em várias pesquisas, a reforma da Previdência, pretendida pelo atual governo, sem voto e sem credibilidade política, em tempo algum, atenderá aos reclamos da nação por justiça social. Em vez disso, representará , unicamente, um aceno ao mercado e aos investidores internos e externos de que o país ainda é um porto seguro para o investimento de recursos, principalmente aqueles do tipo especulativo, e que não geram riquezas internas e duradouras.
Para os críticos desse receituário, em momento algum, o relatório do Banco Mundial faz recomendações no sentido de realizar auditoria profunda e verdadeira tanto da dívida pública quanto da situação atual da Previdência. A população que não entende do linguajar técnico da economia compreende, no entanto, que, a cada governo, vão se ensaiando e implementando reformas sobre reformas, cujos resultados terminam sempre por emparedar os brasileiros num arrocho sem fim. Nem receitas neoliberais, nem receitas do tipo socialistas terão o condão de equilibrar as enormes disparidades existentes hoje no Brasil. Muito menos qualquer medida proposta por governantes em fim de linha.
Recomendar a cobrança de mensalidade em universidades públicas não resolve o problema central da educação no país, que, como muitos sabem, é uma questão de base e tem início nos primeiros anos de vida do cidadão. A disparidade salarial, foco do relatório, poderia ser equacionada, com a adoção de teto salarial que teria como referência o que é pago a um professor universitário, fim de carreira e dedicação integral. Isso até a avó da gente sabia. Recomendações como essas só fazem confirmar o prêmio Nobel de economia deste ano, que conferiu a comenda a Richard Thaler.
A frase que foi pronunciada
“Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza.”
Boaventura de Souza Santos, pensador do direito
Datanada
» Pesquisadores contratados para levantamento das preferências eleitorais no DF ouviram poucas e boas na padaria do Lago Norte. Ao ler o nome dos candidatos, era um rosário de perguntas dos transeuntes: “Ué, esse cara está solto?” “Mas esse outro vai se candidatar da cadeia?” “A Polícia Federal sabe que ele quer ser candidato?” “Mas a tornozeleira vai permitir chegar ao Buritinga?” “Minha filha, votar pra que se todos vão estar presos?” E por aí foi. A pesquisadora saiu depois desse bombardeio e ninguém conseguiu ler o que ela escreveu no formulário da prancheta.
Maciel
» Lançado na Biblioteca do Senado o livro Marco Maciel – o artífice do entendimento, de autoria de Ângelo Castelo Branco, publicado pela Companhia Editora de Pernambuco. Quem deu total apoio ao evento foi o senador Garibaldi Alves Filho.
Novidade
» Projeto do senador Cassio Cunha Lima, que altera Estatuto da Advocacia, foi aprovado pela CCJC da Câmara. O deputado maranhense Rubens Pereira Júnior, vice-líder do PCdoB, votou a favor da matéria e informou que o projeto também estabelece novas infrações disciplinares e dispõe sobre a notificação para atos processuais no âmbito da OAB.
Capacitação
» Uma pesquisa feita pelo Instituto DataSenado — Violência doméstica e familiar contra a mulher — mostrou que cerca de 19% das vítimas de agressão procuram apoio de líderes religiosos. Esse dado mostra a importância da Igreja no aconselhamento para as mulheres que são agredidas. O deputado Jutay Meneses defende o preparo de religiosos para o atendimento de casos de violência doméstica.
História de Brasília
A informação não contém detalhes, mas os ministérios militares estão fazendo uma exposição de motivos ao presidente, para que os próprios ministérios adquiram os apartamentos, para sublocá-los aos funcionários que sirvam no Distrito Federal. (Publicado em 10/10/1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Relatório intitulado Ataques letais evitáveis: Assassinatos e Desaparecimentos Forçados daqueles que Defendem os Direitos Humanos, divulgado a pouco pela Anistia Internacional confirma o que a imprensa e a mídia nacional vem divulgando diariamente: O Brasil, é no Continente, o país com maior número de assassinatos de defensores de direitos humanos.
Em 2017 , 66 pessoas foram assassinadas no país por defender seus direitos e de suas comunidades. Pelas estimativas colhidas até agora, o ano de 2018 deverá ser ainda pior, com mais mortes e o que é pior, com a impunidade de sempre. Segundo a Anistia Internacional, o aumento nos casos de mortes dessas pessoas pode ser reflexo do desmonte do Programa Nacional de Proteção a Defensores dos Direitos Humanos ou a falta de interesse das autoridades em investigar esses casos. Essa pouca vontade em perseguir e prender os assassinos se deve, para muitos, pelo fato de que por detrás desses crimes, geralmente estão pessoas poderosas e influentes, que não se acanham em mandar executar qualquer um que contrarie seus negócios.
Para um país que registra mais de sete mortes violentas por hora e que lidera o ranking neste quesito, com quase 62 mil mortes em 2016, não chega ser surpreendente. O que mais chama a atenção no caso dos ativistas dos direitos humanos é que para esses casos, estranhamente a reação das autoridades é de indiferença , com pouco casos resolvidos e sem o enfrentamento que o problema exige.
“É fundamental que o Estado brasileiro reconheça que se mobilizar para defender direitos também é um direito humano e que implemente políticas concretas para garantir a proteção dos defensores de direitos humanos,” afirma Renata Neder, coordenadora de pesquisa e políticas da Anistia Internacional no Brasil.
Em 1998 a Assembleia Geral da ONU aprovou a Declaração sobre Defensores de Direitos Humanos, no qual o Brasil e outros países se comprometeram a empreender esforços para evitar este tipo que crime que atinge indistintamente jornalistas, profissionais da lei, sindicalistas, ambientalistas, povos indígenas, defensores da liberdade de gênero entre outros. “Embora os motivos por trás desses ataques possam variar, o que é comum a todos é o desejo de silenciar qualquer pessoa que se manifeste contra a injustiça ou desafie interesses poderosos. Este silenciamento tem um efeito cascata na comunidade em geral, criando um ciclo de medo e minando os direitos de todos”, disse Guadalupe Marengo, coordenadora do Programa Global de Defensores de Direitos Humanos da Anistia Internacional,
Para muitos especialistas no assunto, o pouco caso das autoridades em apurar esses crimes e responsabilizar os criminosos, cria , além de um clima de impunidade, um sentimento de que esses ativistas podem ser atacados sem maiores consequências. Para reverter essa história perigosa, os Estados precisam reconhecer publicamente o papel fundamental desempenhado pelos defensores dos direitos humanos. É nosso dever para com todos aqueles que defenderam valentemente nossos direitos à custa de suas vidas para proteger aqueles que continuam com seu trabalho vital , diz a nota da Anistia Internacional.
A frase que foi pronunciada:
“Aprendi a respeitar as ideias alheias, a deter-me diante do segredo de cada consciência, a compreender antes de discutir e a discutir antes de condenar. E a detestar fanáticos com todas as minhas forças”
O cientista político italiano Norberto Bobbio contando sobre a maior lição de sua vida.
Mosca azul
Brasília é assim. Você só vê assessor dar carteirada para fazer o que não deve. Ninguém força a entrada em um hospital para ser voluntário ou faz questão de pagar jantar para os mendigos da cidade. Pelo contrário. Deu vontade de derrubar árvores que levaram décadas para crescer porque sou assessor direto do presidente Michel Temer.
Derruba
É o que está acontecendo na SQN 216 com o síndico Luciano de Almeida. Certamente deve ser um homem de muitas qualidades mas os moradores não concordam com o crime ambiental que pretende fazer. Vai cortar as árvores na lateral do prédio para viabilizar um projeto paisagístico. Diga-se de passagem que o projeto foi aprovado em assembleia. Funciona assim. Os inquilinos não votam, só os proprietários que geralmente repassam os direitos de votar para qualquer um sem tomar conhecimento das decisões.
Sem documento
O argumento é que as árvores estão condenadas, mas não há laudos para comprovar. O síndico tem sido questionado diariamente no livro de ocorrências, mas parece não dar importância. O certo é que o laudo não existe.
Lembranças
Muitas vezes repetiu aos moradores que é assessor do gabinete pessoal de Michel Temer. Na verdade ele não é assessor coisa nenhuma. Ele apenas está assessor. E deveria pensar em plantar mais árvores além das que emolduram seu prédio. Para quando deixar de estar assessor, olhar para trás e ver como aproveitou a oportunidade que teve para fazer o bem à comunidade. Tanta preocupação para o presidente da República e seu assessor brigando com os vizinhos.