Autor: Circe Cunha
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil
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Na grande maioria das cartilhas que versam sobre a ciência da administração, consta, de forma muito clara, a recomendação de que o bom gestor, seja ele da área pública ou privada, deve possuir a capacidade de delegar poderes aos seus auxiliares por ele escolhidos, de forma a ter tempo para refletir e decidir sobre questões centrais que requerem bom senso e racionalidade.
Todos aqueles administradores que, por algum motivo, tentaram passar ao largo dessa lição, concentrando todo o poder e as decisões em suas mãos, acabaram enredados numa espécie de labirinto erguido por ele próprio, tornando-se prisioneiro de suas ações. Com isso, quem perde, além dele próprio, são todos aqueles que têm suas vidas dependentes dessas decisões. Outra recomendação passada por essas cartilhas diz respeito ao debate ou brainstorm exaustivo que essas decisões devem sofrer entre o líder e sua equipe, para que desse processo resulte soluções coerentes e exequíveis. Não é por outra razão que ditadores e outros indivíduos com propensões centralizadoras acabam sempre atropelando a mecânica da boa administração, não confiando em ninguém, ou pior, confiando nas pessoas erradas que os induzem a adotar medidas desastrosas.
Num país como o nosso, onde o presidencialismo adquire uma característica quase monárquica e, portanto, centralizadora, onde, ao mesmo tempo, a governabilidade só se efetiva por meio de um presidencialismo de coalizão, do tipo toma-lá-dá-cá, essas contradições e anteposições de vontades ficam realçadas a cada instante e, não raro, geram crises sistêmicas.
Numa situação delicada e instável como essa, diria até radioativa, qualquer colocação fora da balança resulta num abalo da paz entre as instituições. Assim, de susto em susto, avançamos a passos trôpegos. Com um quadro institucional montado precariamente dessa maneira, o pior pode acontecer quando o comando do Executivo passa a ser ocupado por alguém que fala antes de refletir e, pior, dirige suas diatribes a qualquer um que ouse discordar de sua onisciência.
O centralizador é, antes de tudo, um desconfiado. Desconfia da própria sombra. Em alguns casos, chega a ficar paranoico, vendo fantasmas e traidores por detrás de todas as portas. Depois de uma facada e várias cirurgias é até compreensível. Mas essa situação pode ainda ser mais agravada, quando o pequeno núcleo que orbita próximo do centralizador alimenta e envenena sua percepção sobre todo seu entorno. Nesse caso, o que seria um problema de ordem contida apenas na ciência da administração, ultrapassa essa matéria e vai ter na esfera da psicanálise, onde o problema toma uma feição mais próxima de uma patologia de personalidade.
A história está repleta de exemplos em todo o tempo e lugar de situações anormais como essas. A questão aqui é que nenhuma dessas experiências vindas do passado resultaram em algo positivo. Pelo contrário.
A frase que foi pronunciada:
“A paranoia é a consciência aguda da fragilidade da vida.”
Luiz Felipe Pondé, doutor em filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
Auditoria cidadã
Defensora ferrenha da clarificação das iniciativas que tratam da vida do povo brasileiro, Maria Lucia Fattorelli protesta: É imprescindível a rejeição da PEC 438/2017 e do PLP 459/2017, ou, no mínimo, a revogação do infame caráter especial dessa PEC e de urgência desse PLP, para que a complexa e danosa operação de que trata da chamada “Securitização de Créditos Públicos” seja completamente conhecida por todos os parlamentares que terão a responsabilidade de votar tais projetos.
Continua
A leitora, alerta: “A PEC 438/2018 escancara o privilégio da dívida pública, relaxa a “Regra de Ouro” da Constituição Federal, inclui o esquema da “securitização de créditos públicos” no texto constitucional e prevê até demissão de servidores públicos, entre outros absurdos. Veja o material completo no link: PEC 438/2018 – PAGAMENTO POR FORA DOS CONTROLES ORÇAMENTÁRIOS, MEDIANTE DESVIO DE ARRECADAÇÃO DURANTE O PERCURSO PELA REDE BANCÁRIA, ALÉM DE GERAÇÃO ILEGAL DE DÍVIDA ONEROSÍSSIMA!.
Estiagem
Aparelhos que medem a umidade do ar chegam em até 5% em certas horas do dia e em certos locais da cidade. A situação está perigosa, principalmente para os idosos e crianças. Ari Cunha previa a chuva com sabiás e cigarras, mas nem isso estamos ouvindo e estamos quase na metade de setembro.
Importante
Dia 6 de outubro é dia de votar no Conselheiro Tutelar da sua região. Depois de uma prova, a documentação é analisada para então o candidato concorrer à eleição. São pessoas que devem ter pelo menos 3 anos de experiência com trabalho diretamente ligado a crianças e adolescentes.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A cidade está mudando agora. Estão plantando árvores em todas as quadras, e o verde já dá aspecto melhor à criançada brincando. (Publicado em 30/11/1961)
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Aqueles que se dispuserem a seguir as muitas pistas que conduzem ao instante inicial em que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos começou a despencar num abismo, terão que recuar a junho de 2005, quando eclodiu, no Legislativo, o escândalo que levava o nome dessa instituição e que deflagraria também a formação da Comissão Parlamentar de Inquérito, intitulada CPI dos Correios.
É justamente nessa encruzilhada sinistra, e que quase levou ao impeachment do então presidente Lula, que tem início a derrocada daquela que já foi uma das maiores e mais eficientes empresas públicas do País, detentora do Selo de Qualidade, admirada por todos os brasileiros pela ampla cobertura de serviços alcançada no imenso território nacional.
Para dar conta de tamanha tarefa diária os Correios chegaram a contar com mais de 118 mil funcionários, que todos os dias iam aos mais longínquos e recônditos pontos do país entregando mensagens e encomendas em tempo e hora sempre com presteza e garantia.
Foi naquela CPI, acompanhada, com suspense por toda a população, que teve início, não apenas a derrocada dessa grande empresa, mas revelou a todos, os métodos usados pelo Partido do Trabalhadores para extorquir e depenar essa e outras estatais em prol de projeto de perpetuação no poder, através do enriquecimento dessa legenda e de seus dirigentes.
Pela magnitude da rapinagem efetuada nessa empresa e pelas revelações no modus operandi do partido no poder naquele instante, pode a CPI instalada, chegar a um esquema, infinitamente maior e mais criminoso que foi a descoberta de que aquele partido estava, literalmente, comprando, de forma regular e contínua parlamentares, transformando parte significativa dos congressistas em meras mercadorias precificáveis. É nesse redemoinho, onde a ética política foi varrida pelo vento, que surgiria o esquema chamado Mensalão e onde os Correios iniciaria sua descida ao inferno.
Tivessem os parlamentares, naqueles momentos, hombridade e coragem cívica, teriam interrompido a continuação delitiva daqueles grupos, inclusive com o afastamento definitivo do chefe do Executivo, o que, sem dúvida alguma teria poupado os Correios e outras empresas nacionais da falência por má gestão e principalmente por corrupção.
Com a reeleição, aquele presidente acreditou ter recebido uma carta branca da população. Não só prosseguiu na dilapidação dessa empresa, como mirou também em outras até mais rentáveis, como a Petrobras. O esquema criminoso foi aperfeiçoado e mantido até as eleições de Dilma Rousseff.
Com a chegada da primeira mulher à presidência da República, envolta numa falsa áurea de grande gestora, aprofundou-se ainda mais toda a maquinaria de assalto às estatais, com os Correios sendo literalmente levados à lona. Com a “presidenta”, o volume de dinheiro advindo dos lucros da empresa foi praticamente, na totalidade, repassado ao Tesouro. A essa sangria, seguiu-se a destruição do Fundo de Pensão dos Correios, o Postalis. Sob seu comando, mais de R$ 6 bilhões desse Fundo, viraram fumaça, devido à corrupção e má gestão.
Parte dessa fortuna que era propriedade dos trabalhadores da empresa, amealhada por anos a fio, foi usada para bancar campanhas políticas. Outra parte foi aplicada propositadamente em papeis podres. Outra parte foi simplesmente roubada por gestores indicados pelo partido. O saldo de mais de uma década dessa verdadeira razia sobre os Correios é uma empresa falida, com milhares de empregos perdidos, greves constantes, como a deflagrada nessa terça-feira (10) e um futuro incerto entre a privatização e, quem sabe, um possível, mais duvidoso projeto de soerguimento da empresa.
Na era em que se assiste a um verdadeiro boom no e-commerce, com a estrutura material e humana que ainda dispõem e com o monopólio do setor de entregas, existe uma pálida perspectiva de salvar essa que já foi uma das maiores e melhores empresas nessa área. Resta saber até que ponto o novo governo está disposto a investir nessa empreitada.
A frase que foi pronunciada:
“Desde agosto de 2003, é voz corrente em cada canto desta Casa que o senhor Delúbio, com o conhecimento do senhor José Genoíno, tendo como pombo-correio o senhor Marcos Valério […], repassa dinheiro a partidos que compõem a base de sustentação do governo, num negócio chamado mensalão.”
Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB
Reconstrução
Quando surge a possibilidade da volta da CPMF, o impacto na população parece ser diferente. A ira dos cidadãos é pelos cofres arrebentados pelos governos anteriores. O que o brasileiro quer é reconstruir o próprio país.
César&Deus
Recebemos, de um amigo da Alemanha, o recorte do Deutsche Welle com o registro da luta para impedir a instalação da Igreja Universal na praça Leopold, em Berlim. A prefeitura não compactua com a forma de arrecadação dos templos. O subprefeito do Mitte, Stephan von Dassel, do Partido Verde, tem receios com a falta de transparência na prestação de contas. A nota acrescenta informações dadas sobre o assunto nessa coluna.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O prefeito Sette Câmara está trabalhando por três, para “desenterrar” as verbas. Estão chamando-o de touro, porque sete vezes três são vinte e um, e quem é brasileiro não esquece do jogo do bicho. (Publicado em 30/11/1961)
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Definir o Brasil e sua gente em poucas palavras tem sido um exercício tentado por muitos, desde que por essas bandas a frota de Cabral aportou. Padre Antônio Vieira, definindo os homens que aqui viviam no século XVII, dizia: “Cuidam da reputação, mas não da consciência.”. Já para o poeta Augusto dos Anjos, no século XIX, a visão que possuía do Brasil era: “O homem, que, nesta terra miserável, mora entre feras, sente inevitável necessidade de também ser fera.” Na opinião seca e direta do dramaturgo e jornalista Nelson Rodrigues, nosso país era assim descrito: No Brasil, quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte.” Para o músico Tom Jobim “o Brasil não é para principiantes.” O filósofo do Meyer, Millor Fernandes, dizia que “o Brasil está condenado à esperança”.
Em comum, esses pensadores ilustres possuíam uma visão, digamos, realista/pessimista do Brasil, de sua gente e sobretudo de sua elite letrada, uma gente egoísta e, acima de tudo, ridiculamente vaidosa. Depois da Lei de Abuso de Autoridade, aprovada por um Congresso cheio de culpas e maus presságios, parecíamos ter atingido o fundo do poço da ignomínia com esse projeto, mas como é de costume, verificamos que esse “fundo” é só mais uma etapa e o buraco sem fim.
De fato, desde que vieram à tona os mega escândalos da Operação Lava Jato, chegamos à conclusão de que somos realmente um país surreal em matéria de miséria humana, conforme tem demonstrado as investigações da polícia ao dissecar em público as entranhas de nossas elites dirigentes. Nesse país em eterna formação, os únicos vícios que parecem fazer sombra à cobiça dessa gente são a vaidade e a arrogância gigantes. Exemplo desse pecado capital pode ser encontrado em toda a parte, mesmo onde menos se espera.
Projeto de Lei de autoria do deputado Carlos Bezerra (MDB-MT), feito de encomenda pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), estabelece uma tal “norma sobre a posição topográfica dos advogados nas audiências de instrução e julgamento.” Em outras palavras, isso quer dizer que os advogados pleiteiam ficar situados, nas salas de audiência, num mesmo plano ou nível de importância que os magistrados.
Essa situação, um tanto exótica, faz lembrar o filme O Grande Ditador, de 1940. Escrito e dirigido por Charles Chaplin, o filme retrata com humor ácido, o nazismo e o fascismo em pleno apogeu naquela época. Numa das cenas, Hynkel (Hitler) busca humilhar Napaloni, que seria Mussoline. Ao recebê-lo para uma conversa, aguardou que Napaloni se sentasse. Durante o encontro com o ditador alemão em Roma, o visitante só podia sentar-se em uma cadeira muitos níveis abaixo, donde poderia Hynkel, de cima, olhar com maior autoridade. Guardadas as devidas proporções, o que vemos hoje é a mesma vaidade desimportante.
Assista à cena em: Le dictateur – La rencontre des deux dictateurs
A frase que foi pronunciada:
“Uma coisa é estar dentro da lei, outra é estar sob a lei. Os que estão dentro da lei são livres, os outros são escravos.”
Santo Agostinho, um dos mais importantes teólogos e filósofos nos primeiros séculos do cristianismo.
Nova reforma
É chegado o momento, com a reforma trabalhista, de se discutir a modernização dos sindicatos brasileiros à luz do que vem sendo feito em outras partes do mundo, onde essas entidades já encontraram, nos valores democráticos universais, novas formas de organizar as classes trabalhadoras, libertas das ideologias partidárias.
Velha Brasília
Quem viveu naquela Brasília, onde todos se conheciam e eram solidários, desencanta ver as cenas de violência crescentemente veiculadas por todas as mídias. Houve tempo em que, por exemplo, o engenheiro Kleber Farias Pinto ia ao aeroporto apenas para dar carona para os recém-chegados à capital. A solidariedade falava mais alto que a selvageria.
Educação
Muita gente não sabe, mas o colégio Militar Pedro II, coordenado pelos Bombeiros, é aberto à comunidade. A escola recebe crianças a partir de 4 anos até o 3º ano do Ensino Médio. Veja mais informações no site: https://www.cmdpii.com.br/index.php.
Programa
Com entrada franca, hoje e amanhã é dia de concerto no auditório do Centro Cultural da ADUnB, às 20h. A entrada é gratuita. O convite é da UnB, que recebe Coros convidados. A iniciativa é uma parceria da UnB com o Coral Cantus Firmus, Grupos de Regentes de Coros de Brasília e os participantes do I Encontro de maestros Brasil/Argentina.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Hoje, muitas obras foram recomeçadas. Vi outro dia dr. Vasco Viana de Andrade, e ele me disse que está mandando fazer cem quilômetros de calçadas, e mais do que isto, de meio fio. (Publicado em 30/11/1961)
Jesus foi morto pela mesma cobiça humana encontrada em muitas falsas igrejas
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Conhecida e famosa em todo o mundo justamente por listar as maiores fortunas individuais do planeta, a revista norte americana Forbes, surpreendeu ao anunciar, em uma de suas edições de maior sucesso, que os mais famosos líderes das igrejas evangélicas do Brasil na atualidade, exibem também, riquezas de fazer inveja a outros bilionários tradicionais espalhados pelo globo. Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, com uma fortuna oficialmente declarada de mais de US$ 950 milhões aparece no topo do ranking, que é seguido por Valdemiro Santiago da Igreja Mundial, com uma fortuna presumida de US$ 220 milhões. Obviamente, supõe, os repórteres, essas quantias podem variar ainda mais, num país, onde as brechas e os mecanismo utilizados pelos bilionários para escapar da fiscalização da Receita e de outros órgãos do Estado são imensas.
Assim como são grandes também as lacunas na legislação quando o assunto é o binômio, lucro e igrejas. De fato, a única realidade que pode ser confirmada com exatidão entre a fortuna desses e de outros líderes religiosos no Brasil é que o mercado da fé está entre os negócios mais rendosos do país.
Não surpreende, pois, que o crescimento no número de igrejas do tipo caça-níqueis tem sido espetacular, assim como as benesses alcançadas por esse novo tipo de elite. Cientes do poder argentários que possuem, esses, auto intitulados pastores, investem, cada vez mais também no poder político, através da criação de uma larga e bem nutrida bancada evangélica, de olho na pavimentação de uma estrada futura que os leve à chefia do Executivo.
Com a eleição agora de Jair Bolsonaro essa estratégia, há muito sonhada, parece ter adquirido maiores chances de êxito. O problema aqui é como conciliar as nuances desse tipo peculiar de fé, com o Estado laico. No Artigo 19 da atual Constituição está claramente expresso: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter, com eles ou seus representantes, relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público”. Nada que uma maioria ocasional e bem azeitada no parlamento não possa contornar, acreditam alguns desses novos pretendentes ao comando do País.
Não há como esconder a presença desses novos pretendentes ao poder. No desfile de 7 de Setembro na Esplanada, numa posição de destaque, que antes pertenciam aos ministros de Estado, lá estava o Bispo da Universal. Ao fundo do palanque presidencial aparecia também o bispo da Igreja Sara Nossa Terra, entre outros membros dessas igrejas neopentecostais.
Favorecidos em questões de isenção fiscal, alvarás de funcionamento para seus templos, doações de terrenos, distribuição e concessões de rádios e TVs, bem como financiamento dentro das leis destinadas à cultura e outras benesses do Estado esses tipos de igrejas rendem mais do que uma grande empresa, alvejada por todo o tipo de impostos e taxas. Também aqui no Distrito Federal o lobby dessas igrejas é poderoso.
No final de agosto último o governador Ibaneis assinou o decreto instituindo percentual mínimo de lotes destinados a entidades religiosas, dentro do programa Igreja Legal, concedendo lotes públicos a muitos desses empresários celestes que serão “pagos “através de “moedas sociais”, ou seja, lá o que isso significa.
Por certo, o própria Cristo, conforme mostra parte de sua biografia, não aprovaria o rumo tomado por essas igrejas que comercializam seu nome sem o menor pudor. Estudo recente realizado pelo Biblista e arqueologista italiano Alberto Maggi, frade da Ordem dos Servos de Maria e autor de muitos livros sobre o cristianismo, revelou em seus últimos estudos evidências que mostram que Jesus Cristo morreu justamente por ter apresentado a todos, inclusive aos poderosos dirigentes dos templos judaicos daquela época, um Deus diferente daquele até então mostrado. Segundo Maggi, Cristo foi assassinado por contrariar os interesses da casta sacerdotal no poder, temerosa de perder o domínio do povo e sobretudo, ver desaparecer a riqueza acumulada às custas da cobrança de indulgências das mais variadas e que abarrotavam os cofres desses templos. Em suma, exploravam a própria fé das pessoas, conforme ainda é feito agora. Para Jesus Cristo, Deus é Pai e nunca pede nada de material a seus filhos. Ao perdoar gratuitamente os pecadores, sem a necessidade de ofertas apenas com a máxima: “perdoais e sereis perdoados” (Lc6,37) Jesus contrariou interesses nada santos, fez crescer o medo entre sacerdotes, escribas, fariseus e saduceus, que através de reunião do Sinédrio, sob o comando de Caifás, decretaram: “Jesus deve ser morto”, assim como todos os seus discípulos, pois, segundo rezam as escrituras:” Se deixarmos que ele continue, todos acreditarão Nele…” (Jo 11,48).
De acordo com esses novos estudos, Caifás condenou Jesus à morte, não por questões de teologia ou temas espirituais, mas por interesses materiais. “Não compreendeis que é de vosso interesse que um só homem morra pelo povo e não pereça a nação toda?” (Jo 11,50). Para Alberto Maggi, Jesus foi morto pela cobiça humana a mesma que torna os homens refratários à ação divina.
A frase que foi pronunciada:
“A força persuasiva da doutrina não depende da verdade que emana, mas sim dos efeitos que produz. Aqui, nesta faixa de terra, muitas pessoas renasceram.”
Alberto Maggi, estudioso da Bíblia e arqueologista italiano
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Depois da crise, quando o senhor foi embora, e deixou a gente na expectativa de muitos dias, todos nós ficamos com raiva. E quando seus amigos diziam que senhor tinha viajado para “não se desgastar”, a raiva aumentava mais ainda, porque nós estávamos nos desgastando demais, e o senhor é o chefe. (Publicado em 30/11/1961)
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Passadas mais de três décadas da promulgação da Constituição, o tempo e as mudanças ocorridas não apenas nas instituições republicanas, mas no próprio seio da população, trariam novos desafios, novos protagonistas e novos paradigmas na longa e árdua caminhada do país rumo à consolidação de sua democracia.
As guinadas políticas e ideológicas experimentadas pelo país, indo de uma extrema esquerda a uma posição clara de direita, em pouco menos de quinze anos, mas do que solavancos no ordenamento jurídico do Estado, produziria um movimento de acomodação em nosso instável terreno político, forçando, com isso, a abertura de brechas que assegurassem legalidade aos novos comandantes do leme do grande transatlântico Brasil.
Indo dos mares de um estatismo quase puro a um liberalismo que se pretende ortodoxo, o país parece ter atravessado de um polo ao outro, em tão curto espaço de tempo, que não teve tempo de despir uma fantasia e já colocar outra por cima, originando uma espécie de boi com asas e nadadeiras.
De fato, não seria de todo extravagante se o Brasil adotasse como animal símbolo o ornitorrinco. Um mamífero, ovíparo, com bico de pato, com cauda similar ao castor e esporões venenosos. Ou seja, é o que não aparenta ser. A chegada de governos de orientação tão díspares mexeu com o ordenamento institucional do país, com cada grupo buscando adequar o Estado ao seu estilo.
Obviamente que a adoção de um sistema que busca erguer novas construções sobre pilares de uma ruína completa não parece apontar para um futuro de estabilidade. Dentro do que foi apresentado no texto anterior, a mudança de governo e a guinada à Oeste do Muro de Berlim vem, a exemplo do que foi feito pelos governos petistas, seguidamente forçando nossas instituições e nosso arcabouço jurídico às adaptações ao novo momento político, mesmo aqueles que todos acreditavam estar a salvo dessas intromissões.
Se anteriormente houve tentativas de garantir armaduras ao governo por meio da lei de regulação das mídias e da imprensa, agora as investidas vêm sendo feitas no sentido de conter investigações incômodas aos três Poderes, quer por meio de projetos como a Lei de Abuso de Autoridade ou outros mecanismos do gênero.
Em que pese a importância do Ministério Público para o pleno funcionamento do Estado Democrático de Direito e que foi, sem dúvida alguma, um dos maiores avanços da Constituição Cidadã de 1988 para a estabilidade de nossa jovem democracia, essa instituição vem sofrendo percalços ao longo desses trinta anos que, em regra, sempre buscaram frear sua atuação sempre que ela se aproxima dos chamados intocáveis da República.
Infelizmente, o que torna essa instituição, como outras do Judiciário, frágeis e mesmo débeis, é o processo de escolha de seus membros pelo Executivo. Com tal modelo fica praticamente impossível que essas importantes lideranças do meio jurídico fiquem totalmente libertas da influência política de seus patrocinadores. Com isso, a cada procurador-geral, a cada ministro do Supremo Tribunal Federal, os reflexos de sua atuação posterior se fazem e é por todos assim percebido, segundo predileções de quem o indicou ou daqueles que o protegem.
Mesmo a necessária sabatina, para a verificação de suas habilidades, obedece às regras distantes e estranhas ao exercício de suas funções. Com isso, a tão pretendida independência do Ministério Público fica também seriamente comprometida. Não é por outro motivo que, agora, importantes procuradores ligados à força-tarefa da Lava Jato pediram renúncia coletiva dessa operação, em reação à medida adotada por Raquel Dodge, que arquivou trechos da delação premiada do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, que citava em seu depoimento os presidentes da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal.
Não é por razão também que a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) vem não só repudiando o nome indicado para procurador-geral, Augusto Aras, que consideram um retrocesso institucional. Para tanto, estão organizando um protesto para a próxima segunda-feira (9), no que chamam de Dia Nacional de Mobilização e Protesto, contra assa escolha feita fora da lista tríplice.
Até mesmo a explicação dada pelo presidente Bolsonaro para a escolha desse nome foge totalmente ao modelo republicano. Para o chefe do Executivo, o próximo procurador-geral precisa ser “alguém afinado com ele”. Diante de mais essa investida, não há como negar que a independência total do MP fica, senão comprometida, ao menos abalada.
A frase que foi pronunciada:
“Eu não gosto desse homem. Preciso conhecê-lo melhor.
Abraham Lincoln, 16° presidente dos Estados Unidos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A Brasília do dr. Jânio Quadros está diferente. O que salvou nossa cidade naquela época, foi o dr. Paulo de Tarso, que gosta muito do Planalto. Não fosse isto, já não haveria mais ninguém aqui. (Publicado em 30/11/1961)
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Dos avanços trazidos pela Constituição de 1988 para a segurança e a consolidação definitiva da democracia no Brasil, nenhuma se compara em importância ao novo desenho e ao papel institucional que seria atribuído ao Ministério Público.
Com a nova Carta, o MP deixava de lado um longo passado em que sua atuação ficou direcionada e restrita à área criminal, para assumir um protagonismo e uma responsabilidade direta com o Estado Democrático de Direito. Dessa forma, o MP passaria de xerife dos poderosos a um fiel zelador dos Poderes Públicos e dos Direitos Constitucionais, em defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais, conforme inauguraria, de forma revolucionária, a Carta Magna de 88.
Sendo assim, o Ministério Público passaria a ser o principal agente de defesa do regime democrático, assegurando aos cidadãos que as novas mudanças no ordenamento jurídico do Estado seriam efetivamente aplicadas a todos indistintamente, tanto nos direitos como nos deveres.
Não surpreende, pois, que foi somente a partir da promulgação da Constituição de 1988 que o Ministério Público passou a ser conhecido e respeitado pela população, que via nessa nova instituição um exemplo na defesa do bem comum.
Para desempenhar tão relevante papel, em meio a um delicado jogo de interesses políticos e sob um forte e secular lobby exercido pelas autoridades, acostumadas, desde sempre, a confundir as fronteiras entre o bem público e o privado, o novo Ministério Público teve de se cercar de proteções e blindagens legais, até então só conferidas e desfrutadas pelos poderosos de plantão.
Não se tratava aqui de privilégios e outras regalias odiosas, mas somente de garantias e salvaguardas legais que tornariam essa importante missão algo exequível. Exercer um novo, sensível e até então inusitado papel dentro da emperrada máquina do Estado só foi possível graças a uma ampla independência funcional, administrativa e financeira dessa instituição assegurada por leis magnas claras e objetivas, conforme disposto no artigo 127, §1º.
Somente através dessa inteira liberdade de atuação, livres de pressões superiores e em observância restrita ao que ordena a Constituição é que foi possível a consolidação desse verdadeiro agente dos direitos democráticos. Não é por outra razão também que foi somente a partir da atuação do Ministério Público que a sociedade passou a assistir algo até então impensável que era a investigação, condenação de prisão de autoridades nos altos escalões do governo. A intocabilidade e o poder de influência que exerciam viraram fumaça com a ascensão de um novo protagonista dentro da República.
De fato, falar em democracia plena, sem a atuação independente de uma instituição como o atual Ministério Público, seria apenas letra morta. Assim é que foi somente com a promulgação da nova Carta, concedendo não apenas os fins, mas os meios legais a esse agente renovado, que foi possível tocar adiante o ambicioso projeto de redemocratização do país, dentro de princípios absolutamente modernos e justos que iriam permitir não só a sua consolidação, mas sobretudo sua perpetuação.
A frase que foi pronunciada:
“Hoje é meu aniversário.”
Presidente Jair Bolsonaro, ao comemorar a vitória de ter sobrevivido ao ataque em Juiz de Fora. Lembrou também de agradecer a todos os funcionários da Santa Casa.
Super poderes
Parecia o saudoso Ulisses Guimarães com tanto poder. O senador Tasso Jereissati estava na 52ª reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania como presidente, relator e consultor.
Emoção
Hoje quem carrega o Fogo Simbólico da Pátria no desfile da Pátria é o atleta Altobeli Santos da Silva, terceiro sargento da Marinha e medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima.
Alvíssaras
Pela primeira vez, um presidente do Banco Central cogita tomar uma iniciativa que claramente defende o consumidor. O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou no jornal Valor Econômico que há estudos para diminuir os juros do cheque especial e da modalidade rotativa do cartão de crédito.
Hoje
Para apreciar o Concerto da Orquestra Sinfônica de Brasília (sem o Teatro Nacional Claudio Santoro), basta levar um brinquedo ou livro e entregar na Biblioteca Nacional.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Doutor Juscelino, cada vez que o senhor volta de uma viagem, eu me sinto no dever de apresentar um pequeno relatório, e, por isto, peço licença para desejar que o senhor viaje menos. (Publicado em 30/11/1961)
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Em decisão monocrática, que liberou a construção da Quadra 500 do Sudoeste, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, reascendeu e deu novo fôlego, acrescentando mais um capítulo nessa novela que, há mais de dez anos, contrapõe moradores desse bairro e a empresa Oeste Ambiental, proprietária do estratégico terreno que circunda e fecha o Parque Ecológico das Sucupiras.
Para aqueles que residem na região, a construção desse novo bairro, com 22 prédios de seis andares para moradias e mais 2 edifícios comerciais, irá acrescentar àquele espaço mais de 2.500 habitantes numa localidade onde inexiste infraestrutura para suportar tamanho adensamento. Com isso, moradores e ambientalistas acreditam que a construção desse novo conjunto de edifícios iria gerar graves danos ambientais à vegetação do referido Parque que, segundo apontam, é um dos últimos na capital a apresentar a ocorrência de vegetação nativa do Cerrado, com espécies raras e de difícil preservação e manutenção, uma vez degradada.
A questão central aqui é, mais uma vez, a luta entre preservacionistas e aqueles que enxergam em espaços verdes uma oportunidade de negócio. É preciso salientar que esse tipo de visão e sentimento da importância da manutenção de áreas verdes é praticamente uma exclusividade defendida por moradores da grande área que integra o polígono tombado da capital.
Nas regiões administrativas, no entorno do Plano Piloto, essa preocupação é tão tênue que, sequer, é levada em consideração pelas autoridades. O desrespeito às escalas e aos gabaritos e normas de construção tem sido uma constante acelerada, após a emancipação política da capital. De lá para cá, o inchaço da cidade comprova que a ganância e o poder de lobby do dinheiro falam mais alto do que qualquer tipo de regulamentação. Basta dizer que nenhum candidato, até hoje, seja ao Buriti ou à Câmara Legislativa, jamais prometeu, em seu discurso de campanha, respeitar a legislação, preservar os espaços verdes e o tombamento da cidade.
Os discursos desses pretendentes são sempre no sentido oposto de abrir espaços para moradias de seus eleitores sejam onde for, bastando para isso a mudança de destinação das áreas. Qualquer candidato que se comprometesse a respeitar e a seguir as leis vigentes não teria a menor condição de vitória nesses pleitos e, por uma razão óbvia: desde a emancipação política da capital, os terrenos públicos foram transformados em moeda de troca, na base de um voto, um lote. Nesse sentido, o inchaço da capital está ligado direta e proporcionalmente à formação de currais eleitorais, onde os novos coronéis distritais exercem o antigo e nefasto voto de cabresto.
A frase que foi pronunciada:
“Pensando em conseguir de uma só vez todos os ovos de ouro que a galinha poderia lhe dar, ele a matou e a abriu apenas para descobrir que não havia nada dentro dela.”
Esopo, escritor da Grécia Antiga
Os grandes
Procon abre as portas para que os clientes do Banco do Brasil, Caixa, Itaú e BRB possam renegociar dívidas em atraso. Na primeira semana, de 09 a 13 de setembro, o órgão recebe representantes do Banco do Brasil. O órgão que defende o direito funciona também para reforçar o dever do consumidor. Veja, a seguir, as próximas datas e bancos.
Chuva
Que falta faz o filósofo de Mondubim! Em tempos secos, ele era o primeiro a prever as chuvas depois da estiagem. Era pelo canto do sabiá, das cigarras e pela direção do vento. A umidade chega a 8%.
Agenda
No próximo dia 20 de setembro, sexta-feira, o cantor e compositor Geraldo Carvalho, que é potiguar, radicado na capital Federal há dez anos, se apresenta no Projeto “Acontece no Museu”, do Correios de Brasília. Teatro Museu dos Correios – Brasília, Setor Comercial Sul, Quadra 4, Bloco A.
Interessante
Por falar em Correios, você pode ter um selo personalizado. Os Correios recebem a imagem e você preenche um termo de responsabilidade. É uma boa opção de registro.
Pedestres
Por todo o DF, as faixas de pedestres perdem a cor. Antes das chuvas seria bom reforça-las.
Aniversário
Brasília ganha com o interesse do embaixador Akira Yamada em promover parcerias com a cidade. Acertos para a grande festa dos 60 anos da cidade começam a ser feitos com o governador Ibaneis Rocha.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os funcionários da Imprensa Nacional estão reclamando que o dr. Brito não dá ônibus de graça para que eles almocem em casa. Em consequência, a maioria utiliza o restaurante da Imprensa, que não é dos melhores, como a refeição, também, que é fornecida pela cantina do IPASE. (Publicado em 29/11/1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Deixada praticamente à própria sorte por séculos, não surpreende que a região Amazônica venha a apresentar agora um conjunto de problemas que, somados, superam qualquer outra questão premente no Brasil atual. Experiências passadas ensinam que se você não ocupar o espaço que lhe cabe, em tempo e hora e de forma incisiva, outro virá ocupar esse vácuo deixado. É exatamente o que parece estar acontecendo hoje com a Amazônia brasileira. Depois de sucessivos governos que tinham apenas uma visão parcial desse problema, excluindo nesse caso os militares, que por razões estratégicas sempre chamaram a atenção para essa vastidão verde sem controle, por onde entravam e saiam, ouro, minerais diversos, madeiras, drogas e armas.
É preciso lembrar que uma presença mais efetiva e eficaz de nossas Forças Armadas nessa região, principalmente ao longo dos milhares de quilômetros de fronteiras, só não foi concretizada devido à falta de interesse de governos passados que praticamente pouco ou nada investiram nesse quesito. Como resultado desse desleixo, o que se observa hoje é que a Amazônia possui tantos problemas como o número de árvores que lá restaram de pé.
Embora a culpa principal recaia sobre o governo federal, por sua capacidade de ação, parte significativa desse problema foi e é de responsabilidade direta dos diversos governadores e políticos dessa região, que sempre lucraram em cima do caos e da desordem que tomou conta daquela parte do país. Agora de nada adianta o governo atual ficar apontando o dedo para todo o lado, buscando culpados e conspiradores em toda parte. Para um presidente que se ajoelhou contrito diante do bispo Macedo da Igreja Universal, uma instituição sabidamente caça níqueis, criminalizar a Igreja católica, acusando-a de inimiga da pátria é um pouco demais.
A preocupação do governo de que o Sínodo da Amazônia vem sendo preparado com propósitos e viés políticos para alardear para a opinião pública mundial a situação caótica da região, pode ter um fundo de verdade, mas deveria contar com o apoio do Planalto, já que essa instituição, ao contrário de muitas outras, está nessa região, desde a chegada de Cabral por essas terras e conhece o problema.
O que o governo deveria fazer, e esse é seu papel, é reunir-se com essas lideranças e também com parte daquelas ONGs, que trabalham com seriedade, aproveitar toda a experiência dessas instituições ao longo dos anos e traçar um projeto de longo prazo, visando proteger essa região e seus povos nativos da pilhagem que hoje é feita interna e externamente à luz do dia e sob o nariz das autoridades inertes.
Em Carta sobre o Sínodo da Amazônia, os religiosos das Igrejas amazônicas falam da preocupação com a “Casa Comum”. “A nossa Igreja, diz o documento, assumiu o compromisso de se “encarnar na simplicidade”, na realidade dos povos e de empenhar-se para que, por meio da ação evangelizadora, se tornasse cada vez mais nítido o rosto de uma igreja amazônica, comprometida com a realidade dos povos e da terra”.
A frase que foi pronunciada:
“O que estamos fazendo para as florestas do mundo é apenas um reflexo do que estamos fazendo a nós mesmos e uns aos outros.”
Mahatma Gandhi, líder espiritual
Vanguarda
Com o total apoio do senador Eduardo Gomes, com a presença do chefe de gabinete da Primeira-Secretaria, Thiago Rodrigues Teixeira, sob o olhar da representante da ONU, Ana Carolina Querino, a diretora-geral do Senado Ilana Trombka e a gestora do órgão responsável pelo Plano, o Núcleo de Coordenação de Ações Socioambientais (NCas), Karin Kässmayer, é lançada mais uma iniciativa inédita em todo o país. O Senado Federal passa a contar com um Plano de Equidade de Gênero e Raça (PEGR), a única instituição pública do Brasil a adotar a prática.
Na prática
Diversos setores da Casa participaram das discussões com o Comitê Permanente pela Promoção da Igualdade de Gênero e Raça do Senado Federal e traçaram 28 objetivos que serão alcançados através da Comunicação, Educação, Cultura Organizacional, Gestão, e Saúde. A novidade será o monitoramento de setores para acompanhar a evolução e engajamento ao programa.
Por todos
Durante o lançamento, a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, afirmou que “o Plano é um instrumento que influencia o Senado internamente, porque é construído coletivamente, a várias mãos, mentes e corações, e do ponto de vista externo pretende ser um exemplo para as organizações públicas”.
Elogios
Ana Carolina Querino, da ONU, lembrou que o Senado já foi agraciado duas vezes com o selo Pró Equidade, do Governo Federal, e que agora dá um passo decisivo na direção de um ambiente de trabalho exemplar: – Fico muito feliz em saber que existe essa preocupação em consolidar o plano internamente com as temáticas de gênero e raça, para criar um ambiente livre de discriminação, de racismo e que todos os colaboradores possam usufruir de um ambiente de trabalho saudável”. Veja mais sobre o assunto a seguir.
Leia o plano em: PLANO DE EQUIDADE DE GÊNERO E RAÇA
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
E o que aconteceu em Sobradinho poderá se repetir em outras cidades satélites como o Gama, onde uma onda de politiqueiros vive insuflando o povo, para usar, nas entrelinhas, os pedidos de votos. (Publicado em 29/11/1961)
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Por certo, a calamidade que se abate hoje sobre a região amazônica, com queimadas monstruosas, com a derrubada sistemática de árvores raras e centenárias para formar pastos e com a ação criminosa de centenas de madeireiras clandestinas ali instaladas, agindo livremente em todo esse grande território, não pode ser debitada exclusivamente ao governo de Jair Bolsonaro que está no poder há pouco mais de oito meses.
Trata-se de um problema que vem num crescendo desde os anos 70, principalmente a partir da decisão tomada pelos militares para ocupar estrategicamente aquele enorme espaço. Anteriormente, nos anos 60, a construção da rodovia diagonal BR-364, que pretendeu unir a parte Norte do Brasil ao restante do país, foi seguida por povoamento escasso nos estados de Rondônia e Acre. Posteriormente, entre os anos de 1969 e 1974, foi construída, em parte, a rodovia BR-230, também conhecida como transamazônica, com uma extensão de 5.662 quilômetros.
Com a abertura parcial dessas duas importantes vias de ligação, a região amazônica foi sendo efetivamente ocupada por brasileiros vindos de todas as partes do país, em busca de oportunidades e de terras baratas. Como sempre, a falta de um planejamento sério, meticuloso e sistêmico, que obedecesse e respeitasse as características peculiares daquele delicado ecossistema, fez com o que seria uma ocupação necessária, dentro do velho espírito da uti possidetis, se transformasse numa invasão do tipo predatória. Pior, a essa ocupação desordenada, vieram se juntar, além de brasileiros movidos de boas intenções, forasteiros de todo o tipo, ONGs interesseiras, missões religiosas marotas, estrangeiros gananciosos e todo o tipo de piratas que passaram a agir no contrabando de espécies vegetais e animais nativos, além das madeireiras multinacionais, dos garimpeiros aventureiros daqui e d’além mar e de uma infinidade de outros criminosos que agiam livremente numa vasta região com vigilância e controle, ignorados pelas autoridades.
Durante décadas, o restante do país ignoraria aquela região. Mesmo os políticos locais, cuja parte significativa também lucrava com aqueles malfeitos, contribuíram, ao seu modo, para transformar as riquezas naturais daquela região em lucros da noite para o dia.
Programas como a Sudam e outros do gênero auxiliavam mais as lideranças locais do que a população propriamente dita. É nesse inferno verde de ilicitudes em que se transformou a Amazônia, e em que as populações de baixa renda permanecem ainda entregues à própria sorte, que o presidente Bolsonaro vê agora arder em chamas em seu próprio colo.
Embora não se possa culpar o atual governo por essa situação, mesmo após declarações desastradas, cabe exclusivamente ao presidente da República, Jair Bolsonaro, encontrar uma solução racional, viável ambientalmente, para esse que é hoje o maior problema nacional do momento.
Pudesse o presidente Bolsonaro empenhar todos os seus esforços apenas na resolução dessa questão, já teria valido todo o seu governo. O país e o mundo inteiro estão de olho nesse problema, o que equivale a dizer que estão de olho na capacidade administrativa do atual governo e em como serão protegidas nossas riquezas. Isso pode significar um futuro, não apenas para o governo, mas, principalmente, para o Brasil e para as futuras gerações do planeta.
A frase que foi pronunciada:
“Como é possível que o sofrimento que não é meu nem da minha preocupação me afete imediatamente como se fosse meu, e com tanta força que me leve à ação? ”
Arthur Schopenhauer, filósofo alemão do século XIX.
Venha!
Pelo presidente Bolsonaro, a Ancine deveria estar em Brasília. Wilson Witzel pediu que relevasse. Mas o volume de denúncias parece estimular um novo começo. Além disso, Brasília tenta ter um Polo de Cinema que até hoje não aconteceu com a intensidade esperada pela população.
Abre
Por falar no governador Wilson Witzel, um dos maiores problemas enfrentados no Rio de Janeiro é a repressão às milícias. Em uma espécie de estado paralelo, cobram por proteção, ganham com as gambiarras, provém água e gás para a população. Como São Paulo e Rio vão na comissão de frente em relação à Brasília, é bom ficar de olho para cortar o mal pela raiz.
Gestão urgente!
Um paciente foi encaminhado ao Posto de Saúde da 314 Norte. Buscava uma psicóloga. Meses depois da consulta marcada, acordou cedo e chegou pontualmente no horário estipulado, 8h. Apesar de marcarem a hora, o atendimento é por ordem de chegada. Certo de que iria falar com a psicóloga, viu que as 20 pessoas que estavam na frente iriam ser atendidas numa sala de reunião. Nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta e assistente social atendem todos ao mesmo tempo. Questão gerencial totalmente descabida. Bonita nos livros, mas longe de uma solução, na prática. Leia a história de Brasília, registrada por Ari Cunha logo abaixo. Foi escrita há 58 anos, em relação à Saúde aqui na capital nada mudou.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Assistir socialmente a uma pessoa não é fazer caridade. É respeitar essa pessoa, é renovar a autoconfiança, é fazê-la crer em si, dando trabalho, dando oportunidade de produzir, de ser útil à sociedade. (Publicado em 29/11/1961)
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Quando a noite chega e a escuridão toma conta de tudo, áreas consideradas nobres ficam entregues a grupos de marginais que perambulam de um lado para o outro em busca de oportunidades. Quem circula pelos principais pontos turísticos da capital, ou por suas áreas centrais, constata não só o abandono dessas áreas pelo poder público, mas os perigos que correm os transeuntes displicentes por conta do grande número de pessoas desocupadas, inclusive muitos menores, que ficam nessas regiões consumindo drogas, praticando pequenos delitos e abordando de forma agressiva os passantes. O policiamento é escasso e normalmente feito por viaturas que circulam a ermo, cumprindo uma rotina meramente burocrática e que não chega a inibir a ação desses desocupados notívagos.
Antigamente, quando as cadeias das cidades não eram tão lotadas, a prisão por vadiagem ocorria com mais frequência e, a não ser por um bêbado ou um outro boêmio, a cidade e seus habitantes dormiam em paz. Hoje, circular à noite por muitas áreas do centro da cidade, num raio de aproximadamente 5 cinco quilômetros em torno da Rodoviária do Plano Piloto, é correr sérios riscos, inclusive de morte.
O ciclo vicioso que começa pelo abandono de algumas áreas centrais da cidade pelo poder público e que culmina na tomada desses lugares por desocupados e criminosos de todo o tipo, ao afastar as pessoas, desvalorizam essas regiões, trazendo prejuízos para o comércio e para a arrecadação de tributos.
O toque de recolher imposto aos cidadãos de bem, criando, dentro da própria capital, regiões dominadas pelo poder paralelo ao Estado, demonstra, de forma clara, que essa já é uma situação que o poder público parece ter perdido todo o controle. Quem vive próximo a essas regiões, se vê obrigado a mudar a rotina, evitando certas áreas, não saindo à noite e não circulando desacompanhado. A falta de segurança, aliada à depreciação de muitos imóveis, por conta da crise econômica, ao envelhecer precocemente a capital, desestimula investidores, afugenta consumidores, criando um ambiente de decadência acelerada que vai se estendendo inclusive para outras regiões, contaminando todo o conjunto urbano.
Muitos brasilienses vão se dando conta de que os altos custos para viverem próximos às áreas centrais da capital já não compensam. Os valores exorbitantes de impostos como o IPTU, taxas de iluminação e de limpeza pública, de condomínios, somados à cobrança de água, luz, transporte, e de outros serviços, simplesmente se perdem na ineficácia e na inexistência de retorno em serviços desses tributos para os cidadãos.
Ao avanço da decadência precoce e da tomada dessas regiões nobres e centrais da cidade por desocupados e marginais, o jeito, adotado por muitos, é empreender um recuo tático para outros sítios mais seguros, de preferência para bem distante, inclusive do Brasil.
A frase que foi pronunciada:
“Se a vida começa aos 40, por que nascemos com tanta antecedência? ”
Mafalda
Onde há fumaça
Lixões no DF nascem com o trabalho de catadores. Alguns queimam pneus, outros queimam o que não for reciclável. Aliás, a fumaça das queimadas é o que marca o início da construção dos barracos em volta do lixo. Várias fotos nos foram enviadas pela leitora Maria Luiza Nogueira. Lixão clandestino entre a Candangolândia e o Guará; acima da UPA do Núcleo Bandeirante e no Setor de clubes sul. Veja a seguir.
Oportunidade
Alexandre Dias, do Instituto Brasileiro de Piano, e Naná Produções trarão, para Brasília, Cristian Budu, um dos maiores pianistas da nova geração em apresentação única. Dia 14 de setembro, às 20h, no auditório do Centro Cultural ADUnB. Ingressos de R$ 200 a R$ 260. Ingressos pelo eventim.com.br
Ouvidorias
Edital n° 01/2019 trata do 4º Concurso Melhores Práticas em Ouvidoria Pública. Com a promoção da Ouvidoria Geral do Distrito Federal, órgão da Controladoria-Geral do DF (CGDF), um Formulário Descritivo deverá ser preenchido até o dia 31 de outubro. A iniciativa é importante: primeiro por informar a população de que todos os órgãos do GDF têm uma ouvidoria e segundo para saber qual delas, além de ouvir, resolve.
Lágrimas
Uma linda história em um hospital público de Brasília. Um andarilho buscou ajuda e encontrou uma enfermeira que cuidasse das feridas. Com o corpo débil pela vida injusta, encontrou quem lhe cortasse o cabelo, as unhas, desse um banho. Sentindo sua dignidade de volta, morreu. Tão solitário, despertou a piedade de tanta gente. O hospital não é mais o mesmo depois de sua passagem por lá.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O que aconteceu em Sobradinho é uma advertência à Novacap, para que não dê comida de graça a ninguém. A fome de um trabalhador não se mata com a humilhação de uma esmola. Comida não é coisa que se dê sem a recompensa de uma produção. (Publicado em 29/11/1961)