As colunas tortas do Estádio Mané Garrincha

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Para um observador posicionado na praça central em frente ao Palácio do Buriti, a imagem dos edifícios em toda a volta, parece obedecer ao padrão regular de gabarito destinado àquela região. Do lado norte estão as construções que abrigam o Poder Executivo e o Tribunal de Contas. No lado sul ficam algumas das sedes do Poder Judiciário e a Câmara Legislativa. Por sua concepção, essas sedes de poderes formam o que pode ser designado como a grande Praça Cívica de Brasília. Tudo minuciosamente pensado e composto para dar o sentido de integração e de harmonia a todo o conjunto. Ao menos no plano ideal, essa deveria ser a imagem formada em 360 graus de visão. Cada coisa em seu devido lugar e, todos juntos, compondo uma unidade racional, como devem ser os projetos bem resolvidos.

Ocorre que a ingerência indevida de pessoas estranhas ao ofício, mas com um apetite muito grande para coisas escusas, surpreendentemente, levou à implantação, naquela localidade um gigantesco aleijão, obviamente, para atender a interesses próprios e imediatos que entrou em definitivo para a galeria dos grandes escândalos da capital.

A implantação do gigantesco estádio de futebol Mané Garrincha, ao custo astronômico de R$ 1,8 bilhão, um dos mais caros do planeta, além de não dignificar, por sua arquitetura, o grande ponta-direita do Botafogo, muitas vezes, considerado superior em técnica ao próprio Pelé, não se enquadra na paisagem, de onde desponta como um objeto estranho. Na verdade, esse é, pelo custo, pelo mau gosto e pela localização, um verdadeiro monumento à corrupção consolidado e que os brasilienses acabaram por herdar à força.

Desde sua conclusão, ficava patente que essa seria uma obra totalmente inútil e que, após sua inauguração, só renderia prejuízos e dissabores aos contribuintes e torcedores. Somente com despesas para sua manutenção, esse elefante branco consome hoje R$ 8,4 milhões ao ano, ou R$ 700 mil mensais.

Fechado para jogos do Brasileirão 2017 e com uma agenda pobre de eventos, o estádio tem sido uma dor de cabeça para o governo atual. Para se livrar desse entulho, o GDF ensaia agora empurrar o monstrengo para a algum empresário, por meio de parceria público-privada (PPP). À semelhança com o que ocorre com o Autódromo Nelson Piquet, abandonado à própria sorte e transformado em abrigo de moradores de rua, o futuro do estádio é também sombrio.

Portanto, não será surpresa se, algum dia, o estádio vir a ser demolido para dar lugar a qualquer outra finalidade. A Justiça e os órgãos de fiscalização, que deveriam ter impedido a construção desse monumento ao desperdício, correm agora com seus passos de cágado atrás do prejuízo. Não é preciso dizer que não chegarão a tempo de alcançar os responsáveis pela obra faraônica.

A frase que foi pronunciada

“O homem roubado que sorri rouba alguma coisa do ladrão.”

William Shakespeare

Bem pensado

Quem reclama de ocupar o lugar de um fiscal da Fazenda, ditando CPF para o Nota Legal, deixa de receber desconto no IPTU ou no IPVA. Os argumentos contra a participação cidadã são vários. Um deles, aponta uma espécie de quebra de sigilo sobre a possibilidade monetária do contribuinte. Falácia. Se você pedir para 10 amigos ditarem seu CPF quando fizerem compras, você é beneficiado com o crédito alheio. Sem problemas.

Força desigual

Comprar passagem aérea internacional e ter de pagar pelo assento parece cobrança dobrada. Parece sem fim a guerra de forças contra os clientes que, sensatamente, são identificados no Código do Consumidor como hipossuficientes.

Release

Aula de astrofotografia na Chapada dos Veadeiros é destaque do próximo feriado. O curso será ministrado, em 16 e 17 de junho, no Camping Pachamama, pelo engenheiro mecânico Rafael Defavari, que trabalha no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron e ministra workshops sobre astrofotografia no Sesc – SP. Rafael já teve fotografias publicadas pela Nasa, BBC, National Geographic, Greenwich Royal Observatory (Inglaterra), jornal inglês Daily Mail, Forbes entre vários outros.

Solidariedade

Uma ação emergencial em prol do abrigo EducAmar, localizado na Cidade Estrutural. Voluntários, alimentos, roupas e produtos de limpeza são bem-vindos. Crianças e adultos ligados ao projeto recebem aulas de reforço e alfabetização. Doe. Basta ligar para 98592-9462

História de Brasília

Atrás, a estação de passageiros regurgitava de tanta gente vinda de toda a parte. No estacionamento do aeroporto, dezenas de caminhões, com faixas, cheios de candangos, aguardavam a chegada do governador do Rio Grande do Sul. (Publicado em 28/9/1961)

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