A educação muda porque tem voz

Publicado em ÍNTEGRA

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MAMFIL
Circe Cunha circecunha@outlook.com

Existe um caminho antigo e seguro que pode deixar para trás a pobreza e as mazelas dela decorrentes. Um caminho também capaz de libertar, tanto as pessoas, individualmente, quanto a sociedade ou até uma nação inteira. Trata-se de uma senda conhecida há milênios e que foi trilhada com sucesso por muitos povos em épocas distintas e sempre com resultados comprovados.
Surpreende que esse caminho, conhecido e experimentado pelos que, entre nós, estão em posição privilegiada no alto da colina, não seja revelado a outros. Distantes cinco séculos de nossas origens históricas, permanecemos à margem da estrada, tal qual o primeiro dia, simplesmente porque ainda trilhamos a rota errada e em círculos, que nos remete sempre ao mesmo lugar da partida. Por essa persistência no rumo incerto, prosseguimos a cada novo ranking sobre qualidade de vida, em direção ao fim da fila, na rabeira do mundo.
Constrange o fato de que no século 21, quando outros já finalizam projetos de colocar o homem em Marte, ainda estejamos entre as 10 nações mais desiguais do globo, mergulhados numa indigência primitiva. A questão então não é quando chegaremos ao planeta vermelho, mas quando, enfim, deixaremos de vagar pelo deserto.
No último dado relativo ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), de 2015, o Brasil aparece no 79º lugar entre 188 nações pesquisadas quando os indicadores são educação, saúde e renda da população. Justamente os mais importantes para o ser humano. Uma das conclusões que esses dados revelam para nós e para o restante do mundo é a enorme e secular diferença existente entre pobres e ricos no Brasil.
Para se chegar, segundo o coeficiente Gini, a ser o décimo país mais desigual do mundo, é preciso um grande esforço às avessas, fazendo justamente o que outras nações já descartaram. Mesmo no continente, o porcentual de desigualdade de renda em nosso país (37%) é maior do que a média de nossos vizinhos (34%).
De acordo com estudo apresentado ao Banco Mundial pelo economista colombiano Guillermo Perry, a transmissão do fator pobreza, entre gerações, só deixa de existir de forma definitiva quando as mulheres passam a estudar mais, concluindo, ao menos, os anos de escolaridade referentes ao ensino médio. Trata-se de uma revelação. Conhecida por uns poucos, estranha a muitos e negligenciada por todos. Sobretudo por aqueles que têm o poder de mudar a realidade e deveriam apontar o antigo e seguro caminho capaz de transpor a pobreza que é a educação.
Durante séculos, temos investido uma montanha de recursos públicos na ignorância para chegarmos sonde estamos. Talvez tenha chegado a hora de invertermos a estratégia e passar a investir pesado na formação adequada das novas gerações. Quem sabe, algum dia elas venham a nos resgatar da areia movediça em que afundamos desde os anos 1500.

A frase que foi pronunciada
“Uma imagem vale mais que mil negações.”
Ronald Reagan

Galerias
» José Bonifácio dos Santos nos escreve com a seguinte ideia. Algumas estações do metrô estão quase prontas. Quando forem concluídas, poderão dar mobilidade a mais de 100 mil pessoas diariamente. Se não há verbas para finalizar as obras, a sugestão é que se convoque a direção do Metrô para que, em curto prazo, licite as obras, dando em pagamento o direito de uso comercial, por determinado tempo, dos espaços nas galerias subterrâneas. São obras simples e podem ser concluídas rapidamente e inauguradas. Essas estações estão semiprontas, pasmem, há 19 anos, conclui o leitor.

Emergência
» Sobre a nota das inúmeras festas regadas a drogas com o som fora dos parâmetros suportáveis, um caso de desespero acontece com pacientes de hospitais na área das quadras 600 da Asa Sul. Principalmente a 608, onde, apesar dos protestos registrados, nada foi feito.

Proteste
» Cida Azevedo reclamou aqui sobre o portal Reclame Aqui. É que eles começaram a, como tantos outros, sugerir que o registro seja feito com a conta do Facebook. Como muita gente prefere não se expor nessa mídia, fica impedida de protestar.

Novidade
» Assim que as normas impostas pelo Iphan forem cumpridas, a Universidade de Brasília receberá material arqueológico encontrado no DF. Trata-se de uma parceria com o Museu de Geociências da UnB e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan. As peças são encontradas, geralmente, em escavações para pesquisa ou em grandes obras.

Última
» A Reuters anuncia que a Petrobras desistiu de revogar a liminar que impede a negociação para a venda dos campos de Tartaruga Verde e Baúna com a empresa australiana Karoon. O comunicado foi feito ao Supremo Tribunal Federal.

História de Brasília
Já agora, o sr. João Goulart manteve a mesma atitude diante do problema criado com a Prefeitura do Distrito Federal. Enquanto pensa e os ânimos diminuem de tensão, ele nomeou o sr. Diogo Lordello de Mello, que, por sinal, tem feito boa administração. (Publicado em 24/9/1961)

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