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MAMFIL
Circe Cunha circecunha@outlook.com
Até hoje, passado mais de um ano da entrega do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), não se tem um quadro preciso das perdas acumuladas pelos principais fundos de pensão das estatais. O que se tem é uma estimativa modesta de que, juntos, o Postalis dos Correios, a Petrus, da Petrobras, a Funcef, da Caixa Econômica Federal e o Previ, do Banco do Brasil, acumulam algo em torno de R$ 113,5 bilhões nos últimos cinco anos.
O Ministério Público, convocado na ocasião para investigar o maior caso de corrupção da história, ainda não apresentou um relatório conclusivo. O que se especula e se teme é que a demora em encontrar um número final dessa razia se deve à magnitude do desfalque encontrado na intrincada engenharia montada pelos larápios para dilapidar esse patrimônio fabuloso.
Os atores desse megafurto são os mesmos que, por mais de uma década, se movimentavam com liberdade total nos bastidores dos governos de Lula e Dilma. O que surpreende é que tamanho patrimônio, gerido por conselhos multirrepresentativos, em que havia a presença de indicados pelos próprios trabalhadores, tenha escoado lentamente pelo ralo, a vista de todos, dia após dia, em operações de investimentos e aplicações extravagantes e suspeitas.
A rubrica prejuízo foi sistematicamente usada para camuflar os desvios criminosos a fim de dar a aparência de aplicações ingênuas que não deram o resultado esperado. Até a compra de títulos da dívida pública de países flagrantemente falidos foram realizadas à luz do dia, obviamente, para gerar os tais prejuízos contábeis que, na realidade, eram perdas apenas para os trabalhadores desses fundos. O pior é que o rombo somado pelos fundos é de R$ 58 bilhões.
Nem estatais do porte da Petrobras resistiram à investida dessa quadrilha organizada. Somente em 2015, os prejuízos da companhia girava em torno de R$ 40 bilhões. Em 2016, os prejuízos somaram R$ 15 bilhões. Os Correios, que outrora ostentavam o título de empresa modelo em eficiência e respeitabilidade, hoje anda cambaleante, acumulando perdas de R$ 5,5 bilhões apenas nos últimos quatro anos. Em 2015, essa estatal apresentou um rombo de R$ 2,1 bilhões.
Para garantir uma sobrevida, a empresa anunciou até um plano de demissões voluntárias com milhares de adesões. Agora em 2017 os trabalhadores ligados ao Petros e à Funcef terão que repor R$ 1 bilhão apenas para cobrir o rombo nas contas desses fundos se quiserem manter o plano de aposentadoria previsto. Para alguns especialistas, o mesmo modus operandi usado para surrupiar os recursos da Petrobras, revelados pela Operação Lava-Jato, foram empregados para dilapidar os fundos de pensão durante os governos petistas. Curiosamente, foram os trabalhadores filiados a esses planos que davam apoio total ao governo naquela ocasião os mais foram prejudicados, principalmente com relação às aposentadorias, que agora se apresentam sob risco de não vir a concretizar conforme esperavam. Parece que ainda não se deram conta. Ou deram.
A frase que foi pronunciada
“Qual é o seu preço?”
Perguntou a corrupção
Dica
» No portal segundasfilosoficas.org ,há dicas de planejamento estratégico correto para a saída da atual crise. A dica é do leitor Rubi Rodrigues. Vale buscar até chegar ao projeto Brasil.
Durma com essa
» Atenção, Brasil! Honra ao mérito! Mais de 300 mil pessoas! A notícia chamou a atenção de quem passava. Era um comentário irônico de um transeunte. Ele se referia à mobilização carnavalesca, e não política.
Vaivém
» A proposta sobre terceirização aprovada na Câmara não correspoonde à do senador Paulo Paim sobre o assunto. Contratante deve responder subsidiariamente e a subcontratação para atividades-fim são os pontos que Paim não abre mão. Todos os lados garantem que o trabalhador e empresários estão protegidos. O presidente do Senado garantiu que o assunto entrará em pauta. As duas propostas, Câmara e Senado só serão apreciadas pelo presidente Temer em mais de 15 dias.
Crescimento
» Segundo o Conselho Regional de Farmácia do DF, o varejo farmacêutico cresceu 64,86%. Registrou 222 novas inscrições de estabelecimentos farmacêuticos em 2016. Agora, é comparar os preços e tirar a dúvida se o DF está servido por farmácias livres ou por um cartel de farmácias.
História de Brasília
O governo não pode aceitar um negócio destes, permitindo o deslocamento de um ministério, por meio da compra de um edifício que pode não estar em condições satisfatórias de segurança. (Publicado em 23/9/1961)