Reforma política veio a reboque da ação policial

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960 »

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha com MAMFIL

Operações comandadas pela Polícia Federal a mando do Ministério Público promovem lentamente, em todo o país, um processo de limpeza do Estado, necessário e adiado por séculos. Essas providências preliminares e de arrumação compulsória dos bastidores da política representam, no entanto, uma primeira fase no urgente reordenamento da República, de forma a torná-la aquilo que ela propõe: a igualdade de todos perante as leis.

Por longos anos, cristalizou-se no Brasil a ideia de que os caminhos da política representavam um atalho mais curto e seguro para o enriquecimento pessoal, não apenas dos políticos, mas de todos que se associavam a essa jornada marota. A aliança estabelecida entre os grandes empresários e as principais lideranças políticas do país sempre rendeu para ambos a perpetuação deles no controle da máquina pública. Era o Estado posto a serviço exclusivo dos fidalgos.

O tempo cuidava das sucessões hereditárias na política e nas empresas. Iam os pais e vinham os filhos no controle das empresas e nos negócios do Estado. O apoderamento do Estado pelos eleitos e pelos eleitos dos eleitos veio, assim, como uma espécie de desdobramento natural da antiga política do café com leite da Velha República. Nessa aritmética em que o empresário financia a chegada do político ao controle da máquina do Estado e, em paga, tem os cofres públicos arreganhados às empresas benfeitoras, o resultado da soma era zero para o cidadão, do qual era retirada até mesmo a cidadania.

Com a quebra desse círculo perverso, talvez, a maior mudança de rumos já experimentada pelo país seja as novas luzes no horizonte. Nem mesmo a reforma política seria capaz de romper esse duradouro cordão umbilical. Ainda assim, uma vez eliminado esse verdadeiro custo Brasil, pela ação saneadora da polícia, resta uma segunda etapa, representada pela reforma política, propriamente dita, para que o conluio secular entre endinheirados e eleitos não volte a acontecer, lembrando que a responsabilidade maior recai em quem vota.

Retirada a possibilidade do poder da grana de determinar quem comandará as manivelas da máquina pública, e , ao mesmo tempo, eliminando-se institutos como a prerrogativa de foro, ficam abertas as portas que permitirão, em breve, a tão sonhada entrada do país no seleto clube dos países desenvolvidos.

A frase que não foi pronunciada

“Tchau, querida, sim, querida… Pelo menos no serviço público federal a palavra ‘querida’ mudou de sentido em 2016. Cuidado com esse tratamento!”

Natal

Bom sinal

» Algumas cartinhas ao Papai Noel dos Correios chamaram a atenção. Uma criança pediu um casaco de frio para a avó, e outra queria ganhar lápis e borracha para poder estudar. A campanha começa oficialmente em novembro. Simpático o release informando a imprensa sobre o assunto. Ao contrário do que pede a regra das notícias, nenhum nome de responsável por essa campanha é explícito.

No ParkShopping

» Trocam-se 10cm de cabelos por 5 sessões de depilação a laser. É mais ou menos assim a promoção das irmãs Érika Rosa e Kirla Amado. Essa foi a maneira encontrada para colaborar com o Outubro Rosa. Até o dia 31, os interessados deverão procurar Alexandre Viana, que é quem cortará as madeixas, e a Rede Feminina de Combate ao Câncer.

Crianças

» Bia, filha de Verônica Carriço pergunta para o pai. “Pai, né que quem morre na rua vira quebra-mola?” Ana Luiza, filha de Adriana Sá, ficava incomodada com a barba do pai. Quando finalmente ele avisou que iria fazer a barba, a pequena retrucou. “Ah pai, não faz não. Tira!”

Conciliadores

» Estão de parabéns os bons brasileiros que dedicam, graciosamente, conhecimento e tempo para prestar um serviço inestimável à Justiça: os conciliadores. São os voluntários mais poderosos do país. Com o curso de capacitação feito, são eles os responsáveis por desafogar os tribunais.

História de Brasília

Como, entretanto, ninguém sabe o que realmente aconteceu, o que determinou o gesto extremo do presidente da República, aqui estão algumas conjecturas feitas pelo povo, de modo geral.(Publicado em 16/9/1961)

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