Pets também têm doença hepática

Publicado em saúde pet

Ela é mais comuns do que se imagina. Saiba quais as principais causas da doença hepática em cães e gatos

29/03/2017. Crédito: Arthur Menescal/Esp.CB/D.A. Press. Brasil. Brasília - DF. Revista. Doenças hepáticas em animais. Juliana Lauermann com o seu cachorro Frederico, no Lago Sul.
 O yorkshire Frederico teve doença hepática e não conseguia se alimentar  Crédito: Arthur Menescal/Esp.CB/D.A. Press.
POR ANDRÉ BAIOFF*

Doença hepática não é uma exclusividade dos humanos: ela pode afetar os pets. O fígado desempenha inúmeras funções no organismo, portanto, é de extrema importância que esteja funcionando bem. Para isso, alguns cuidados devem ser tomados. Se o bicho recusar água e ração, se estiver apático, com o corpo amarelado, procure atendimento veterinário — pode ser algum mal hepático.

Essas doenças podem ser agudas ou crônicas. As principais causas são intoxicações, infecções virais ou bacterianas, distúrbios do trato biliar, distúrbios vasculares congênitos, doenças metabólicas, parasitas (como a leishmaniose, causada pelo mosquito-palha) e neoplasias. Além disso, o uso prolongado de medicamentos também pode complicar o fígado. Algumas raças têm maior disposição ao problema, como yorkshire terrier, west highland white terrier e maltês. Entre os gatos, são mais predispostos os persas e os himalaios”, explica a veterinária Blenda Costa Carneiro.

A instrutora de fitdance Juliana Lauermann, 21 anos, passou dificuldades com o yorkshire Frederico. Logo após a adoção do animal, ela descobriu que tinha a condição conhecida como shunt (desvio hortossistêmico), o que derrubava a taxa glicêmica dele. “Ele (o Frederico) não comia, não tomava água. Corri para o consultório veterinário. Os exames de sangue estavam sempre irregulares e ele era internado com frequência”, relembra a jovem.

Em uma das vezes em que o Frederico foi internado, passou um mês em observação no consultório. Durante esse período, foi alimentado com ração própria para pacientes hepáticos, porém, os exames diagnosticaram o controle do shunt e o início de uma outra doença no fígado. Resultado: passou 15 dias na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). “Comecei a me preocupar mais com a alimentação correta e com a limpeza da casa. Vez ou outra, quando estávamos comendo, caía alguma coisa no chão e ele comia. Hoje em dia, o cuidado para ele não comer o que não deve é redobrado”, ressalta.

Logo após a saída do Frederico do hospital, Juliana procurou uma veterinária especialista em homeopatia que prescreveu fórmulas para ajudar na desintoxicação e uma dieta. “A alimentação dele (Frederico) está à base de frango, batata, cenoura, abóbora e quiabo”, revela.

Para a veterinária Ana Catarina Viana Valle, especialista em homeopatia, acupuntura e fitoterapia animal, vale a pena suspender a ração industrializada como precaução. “O fígado é um órgão muito importante e, na alopatia, temos poucos recursos para tratá-lo. Deve-se administrar medicamentos menos agressivos e oferecer alimentação natural ao pet. Esse é o segredo de uma vida longa e saudável”, diz.

A veterinária Camila Coité Correto também vê com bons olhos a dieta in natura, além de rações terapêuticas. “O manejo dietético adequado é parte importante do tratamento das hepatopatias porque o fígado está intimamente envolvido no metabolismo dos nutrientes. Tanto as rações quanto a alimentação natural são compostas por níveis proteicos e minerais adequados, a fim de reduzir os danos hepáticos, sendo a alimentação natural mais flexível na adequação às necessidades individuais”, argumenta.

Camila enfatiza: o tratamento para males de fígado deve ser decidido por um veterinário. “É essencial a realização de exames. A partir deles, serão dadas as orientações adequadas. Deve-se observar, sobretudo, filhotes subdesenvolvidos, que não ganham peso. No mais, é fornecer alimentos de boa qualidade e evitar contato com parasitas”, aconselha.

O yorkshire Frederico precisou de cuidados intensivos para se recuperar de um mal hepático. “Ele não comia, não tomava água”, relata a dona, Juliana Lauermann

 *Estagiário sob supervisão de Gustavo T. Falleiros