“Quero ser Doria”

Publicado em coluna Brasília-DF

O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, tem dito que sua missão agora é repetir o que fez João Doria na eleição para prefeito em 2016. Bastou o prefeito-candidato Fernando Haddad, à época, subir um pouco nas pesquisas para que Doria ampliasse os ataques ao PT. O tucano venceu no primeiro turno. É por aí que o candidato do PSL pretende jogar, tirando do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, o discurso de porto seguro do antipetismo, que o ex-governador tentou emplacar.

Alckmin, por sua vez, volta ao discurso de anti-Bolsonaro, com pitadas de anti-PT. Ele vai intensificar na tevê a mensagem de que é o único capaz de derrotar, seja Haddad, seja Bolsonaro. Aliados do PSDB consideram que, até aqui, a “onda Geraldo” não apareceu. A contar pelo andar da carruagem, virou marola. Porém, o tucano também sonha em repetir Doria, que saiu dos 6% e venceu.

“Não pode ficar assim”
Quem está fora do país e acompanha as eleições não se conforma com o silêncio em torno dos financiadores de Adelio Bispo, o criminoso que esfaqueou Jair Bolsonaro. Regina Swift, brasileira radicada nos Estados Unidos, criou um abaixo-assinado em change.org com advogados brasileiros para exigir apuração: “Quem banca Adelio? O povo quer saber”. Em menos de oito horas no ar, a petição estava com quatro mil assinaturas.

Nada muda no Brasil. Bolsonaro é um Lula de farda. Será festejado e usado pela elite enquanto interessar”

Do ex-deputado Paulo Delgado (PT-MG),
um dos principais críticos do próprio partido

Foram eles!
Já tem tucano dizendo, em conversas reservadas, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso conspirou contra Geraldo Alckmin. E petista dizendo que o governador-candidato de Minas Gerais, Fernando Pimentel, conspira contra Fernando Haddad.

A meta de Ciro
Estrategistas de Ciro Gomes calculam que, se ele chegar cabeça a cabeça com Fernando Haddad na última semana da eleição, terminará levando a diferença para passar ao segundo turno, com os votos daqueles eleitores que não querem os extremos na final.

A enquete de Toffoli I/ Em sua primeira entrevista depois da posse, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli (foto), pediu que levantassem a mão os jornalistas desconfiados da segurança do voto na urna eletrônica. Ninguém se manifestou.

A enquete de Toffoli II/ Alguns jornalistas até ficaram com vontade de erguer o braço, porém, ninguém se mexeu, porque consideraram que não dava para ficar nessa polêmica, transformando o presidente do STF de entrevistado em entrevistador. Faz sentido.

Ana Amélia e Kátia Abreu/ As senadoras que concorrem à vaga de vice, Ana Amélia (PP-RS), de Geraldo Alckmin, e Kátia Abreu (PDT-TO), de Ciro Gomes, tomam caminhos distintos. Enquanto a gaúcha ataca o PT, Kátia bate forte no general Mourão, vice de Bolsonaro, sobre a frase de que famílias sem pai e avô são fábrica de desajustados. “Um filme de terror de péssima qualidade. O Brasil tem 30 milhões de mulheres que chefiam suas famílias. Tem certeza de que essa dupla quer governar o meu país? É muita pretensão”, afirmou.

Esquisito/ A apreensão de US$ 16 milhões em relógios de luxo, joias e dólares na comitiva da Guiné Equatorial, a 23 dias do primeiro turno, deixou muita gente de orelha em pé.

Colaborou Renato Souza