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Políticos apostam que ”não vai dar em nada” investigação de Aras sobre AI-5

Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

Os políticos não apostam um vintém na abertura de inquérito no Ministério Público para apurar responsabilidades na convocação de um ato que pedia a volta do AI-5 e fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. Ali, há quem veja na atitude do procurador-geral da República, Augusto Aras, mais uma forma de tentar justificar a defesa que tem feito do presidente Jair Bolsonaro em questões anteriores, como, por exemplo, o distanciamento social.

Porém, se houver quebra de sigilos e investigações a fundo, esses que hoje duvidam das investigações podem terminar como Jorge Bornhausen. No papel de ministro da Casa Civil de Fernando Collor, Bornhausen dizia que a CPI do PC Farias, que investigou o governo Collor e provocou o impeachment, não iria dar em nada. Os mais esperançosos nessas investigações acreditam que será a única forma de evitar que atos contra o estado democrático de direito se repitam.

O erro crasso

Aliados de Bolsonaro consideram que ele ultrapassou os limites ao não repreender os manifestantes que pediam intervenção militar com o presidente no comando. Ali, deixou de lado a Constituição e o estado de direito. O momento agora é de tentar colocar panos quentes nessa “falha”.

A hora dos antitérmicos…

Em meio à pandemia, e com o número de casos em curva crescente no Brasil, não será desta vez que os congressistas partirão para o confronto direto com Bolsonaro. A ordem dos bolsonaristas é ressaltar as últimas declarações em defesa da democracia e do Congresso e do STF abertos. A dos adversários é deixar estar para ver como é que fica.

… e dos acordos

Uma ala já está hoje pronta para se acoplar ao governo, dentro do velho toma lá dá cá de cargos que incluem até mesmo o Banco do Nordeste –– já está na roda para ser entregue ao Partido Progressista. Assim, o governo do mesmo presidente que diz a seus mais radicais apoiadores não querer negociar com o Congresso, parte
para tentar amortecer as crises que cria no Parlamento.

Onde pega

Bolsonaro está convencido de que há um “conluio” entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e os governadores João Dória (SP) e Wilson Witzel (RJ) para limpar o caixa da União com vistas a deixá-lo sem recursos para que possa apresentar resultados positivos em 2022. Daí, a raiva acumulada

Saúde em distanciamento social…

A opção do ministro da Saúde, Nelson Teich, de gravar um vídeo em vez de conceder uma entrevista, deve ser a nova forma de divulgação do Ministério. A avaliação é a de que, assim, ele dá apenas as boas notícias, como o aumento do número de testes rápidos comprados pelo Brasil, sem precisar se expor às más. Não precisou, por exemplo, ser exposto a comentar a aglomeração no QG do Exército, no domingo, com a presença de Bolsonaro.

… e político

O vídeo também tirou o ministro da divulgação de números de casos e de óbitos, que ontem, aliás, apresentou erro, segundo a Saúde. No Congresso, já tem gente pensando em fazer as contagens direto nas secretarias estaduais de saúde para ver se os números batem com o que é divulgado no ministério.

De onde vêm ataques…/ Aliados da ministra da Agricultura, Tereza Cristina (foto), identificaram uma turma que deseja se aproveitar da pandemia de coronavírus para obter perdão total das dívidas acumuladas dentro do Funrural, algo que já foi engavetado por ela e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

… surgem os pedidos/ Esse grupo, capitaneado por Jefferson Rocha, da AndaTerra, apresentou por esses dias ao Planalto um pacote para o agro que inclui, entre outros pedidos, o perdão total das dívidas. Os economistas ligados a Guedes avisam que não é por aí que se vai salvar a lavoura.

Os vários tons de Bolsonaro/ Em fevereiro do ano passado, quando ninguém sequer sonhava com pandemia, esta coluna publicou que Bolsonaro não sairia do palanque e, sempre que pudesse, usaria a sua turma para levar os congressistas a fazerem exatamente o que o governo desejasse. Ele agora volta a esse recurso, desta vez com a ala mais radical, e depois recua. Será assim até o final do governo.

PARABÉNS, BRASÍLIA// Hoje, às 19h, vamos aplaudir a nossa cidade e renovar as esperanças. Viva Brasília!