Bolsonaro mexerá no Bolso de Luiz Estevão
Bolsonaro mexerá no Bolso de Luiz Estevão Bolsonaro mexerá no Bolso de Luiz Estevão

Bolsonaro deve rescindir contratos de aluguel e mexerá no bolso de Luiz Estevão

Publicado em coluna Brasília-DF

Para desespero dos empresários que alugam prédios para o poder público federal, a intenção do governo Jair Bolsonaro é fazer com que a administração central fique concentrada na Esplanada dos Ministérios. Há quem diga que, se distribuir melhor os espaços, cabe. São 19 prédios na Esplanada, incluindo a Justiça e as Relações Exteriores, que têm seus palácios. Quatro pastas estão dentro do Palácio do Planalto. O Banco Central também tem a própria sede. Todos têm anexos.

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A ideia do governo é entregar praticamente todos os imóveis alugados. Os contratos que podem ser encerrados no curto prazo ainda estão em fase de levantamento. Mas, segundo alguns ministros, já é possível afirmar que um dos que perderá dinheiro nessa história é o empresário Luiz Estevão, que administra seu império a partir da Papuda desde março de 2016. Em dezembro, ele completou mil dias de cadeia. Se o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, decidir seguir pelo mesmo caminho, o faturamento despencará da casa dos milhões.

 

Um pé no Nordeste

O telefonema do governador do Ceará, Camilo Santana, pedindo apoio da Força Nacional de Segurança para ajudar a conter a onda de violência que assola o estado é vista como a porta de entrada do governo Jair Bolsonaro na região onde o PT continua forte em termos eleitorais. Por ironia do destino, o secretário de Segurança Pública, general Theófilo, que vai cuidar do caso, foi o adversário de Camilo Santana na eleição.

 

Não foi por falta de aviso

Há um ano, o deputado Danilo Forte (PSDB-CE) pediu que o presidente Michel Temer decretasse intervenção no Ceará por causa das ações do crime organizado. Na época, Camilo Santana disse que estava tudo sob controle. Agora, passada a posse, os ataques voltaram e uma janela se abre para o governo federal ajudar o petista.

 

Gabinetes invadidos

Não foi apenas o PT que sofreu com a invasão de gabinetes na Câmara. Nas transmissões de cargos, vários servidores de carreira, técnicos, tiveram suas salas arrombadas e maçanetas quebradas. Muitos consideraram a atitude inexplicável, uma vez que a segurança tem chave-mestra que poderia ter sido usada na varredura.

 

Renan e o PSL

O lançamento da candidatura do senador Major Olímpio à Presidência do Senado é a estratégia do presidente do PSL, Luciano Bivar, para contrabalançar o apoio a Rodrigo Maia (DEM-RJ). O PSL lança apenas para não ter que apoiar Renan. Rápido no gatilho, Renan fez chegar ao governo que pisará no acelerador das reformas constitucionais. O gesto de Renan deixa um problema para Bolsonaro: se o partido do presidente ficar com Major Olímpio e Renan vencer, as dores de cabeça vão sobrar para o governo.

Conselhos a Bolsonaro I/ O presidente está sendo aconselhado por personalidades de Brasília a restaurar a disposição original dos móveis do Palácio da Alvorada. Pela retomada das cadeiras azuis, flagrada ontem pela TV Globo, há quem diga que ele acolherá a sugestão. Resta saber se fará o mesmo em relação às imagens sacras.

Conselhos a Bolsonaro II/ A capela do Alvorada, anexa ao prédio principal, também precisa de algum ajuste. No período em que Dilma se manteve afastada do Planalto, cuidando da defesa no processo de impeachment, a capela foi transformada em escritório para assessores.

Humor e governo I/ Depois de o chanceler Ernesto Araújo (foto) ganhar o apelido de Beato Salu, personagem da novela Roque Santeiro, de 1985, foi a vez da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, ganhar a alcunha de “Dilma do governo Bolsonaro”, dada a capacidade de proferir frases inspiradoras de memes, como a tal “meninas de rosa e meninos de azul”.

Humor e governo II/ Gente do próprio governo Bolsonaro se lembrou na hora da frase de Dilma sobre as crianças, “sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás”.