A palavra mais ouvida nos últimos dias? É pesquisa. Ibope e Datafolha fazem mais sucesso que a novela das 9h. Pode? Pode. Tanta popularidade cobra preço alto. Ao escrever a trissílaba e respectiva filharada, muitos tropeçam na grafia. Dão a vez ao z em vez de s. Esquecem-se de pormenor pra lá de importante.
Na língua, impera uma regra: a família acima de tudo. Se o pai se grafa com s, os descendentes não têm saída. Conservam a letrinha. É o caso de pesquisa, pesquisar, pesquisador, pesquisado, pesquisinha, pesquisona. É o caso também de camisa, camisaria, camiseiro, camisinha, camisola. É o caso ainda de país, paisinho, paisão, paiseco.
Sem exceção
A regra não é privilégio do s. Vale para as demais letras. Viajar, por exemplo, se escreve com j. Todas as formas do verbo serão fiéis a ele: viajo, viaja, viajamos, viajam; viaje, viajes, viajemos, viajem.
Nariz, rapaz, capuz, raiz, juiz e vez exibem z. A lanterninha do alfabeto permanece firme e forte nos derivados: narizinho, rapazinho, rapazote, capuzinho, encapuzar, raizinha, enraizar, enraizado, juízo, ajuizar, vezinha, vezeiro.
Ciladas
Olho vivo! As palavras adoram pegar o bobo na casca do ovo. Basta um descuido e… adeus, nota 10. Atenção plena se impõe. O sufixo -ar tem de se colar ao s ou ao z do radical. Se não for possível, ele precisará de ponte. Aí, cessa tudo o que a musa antiga canta. Compare:
pesquisa — pesquisar
camisa — encamisar
juiz — ajuizar
raiz — enraizar
Viu? O sufixo -ar se cola ao s do radical.