Chamar é verbo pra lá de abrangente. Como coração de mãe, comporta muitos empregos. O Dicionário de verbos e regimes, de Francisco Fernandes, lhe dedica uma coluna. Entre tantas regências, uma responde à dúvida de João José Forni. Ele escreve: “Precisamos que você esclareça o certo quando jornalistas e outros se referem a algo ou a alguém assim:
O livro chama Brás Cubas.
O leitor chama José.
A cidade chama Brasília.
A mim dói no ouvido. Pior: o erro está se incorporando no vernáculo”.
Duas regências
Confundem-se, aí, duas regências:
1. Dizer o nome de alguém para que se aproxime (verbo transitivo direto): O professor chamou Pedro para dar a resposta. O pai chamou o filho para o abrigo. Chamei Maria em voz alta. Chamamos Pedro na saída da aula.
2. Ter nome, apelidar-se, denominar-se (aí o verbo é pronominal): Eu me chamo Maria. Ele se chama Pedro. Nós nos chamamos Maria e Pedro. O livro se chama Brás Cubas. O leitor se chama José. A cidade se chama Brasília. Como vocês se chamam? Gostaria de saber como vocês se chamam. Como se chamam os pais de Jesus? Eles se chamam Maria e José.