Tempo, pra que te quero? Pra passar. E, passando, driblar o futuro, que vira presente e se transforma em passado. A língua, sempre atenta, ajuda na caminhada. Nós, distraídos, esquecemos de prestar atenção aos macetes que ela oferece. É o que acontece quando o Natal se aproxima. A mídia faz a contagem regressiva. Dia a dia, avança no calendário.
“Estamos a dois meses do Natal” é a forma nota 10. Muitos bobeiam. Em vez de “a dois meses”, escrevem “há dois meses”. Esquecem-se da lição pra lá de repetida. O futuro é leve. Dispensa o h. O passado, com a carga de alegrias e frustrações, tem uma letra a mais. Melhor acertar os ponteiros. Assim: Estamos a dois meses das festas natalinas.