Ex-auxiliares são para sempre

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Pedro Guimarães. Foto: Cristiano Mariz/VEJA

 

         Tudo o que o atual presidente da República não necessitava nesse momento era ter que engolir os casos espinhosos, quase simultâneos, envolvendo integrantes do primeiro escalão de seu governo. Nos dois casos, as acusações são sérias e podem, dependendo do andamento das investigações, resultar não só em prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro e do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, como respingar diretamente no governo, prejudicando uma possível reeleição do próprio chefe do Executivo.

         Nos dois casos, um envolvendo corrupção e outro o crime de assédio sexual, as acusações são pesadas e de difícil resolução sem uma apuração mais profunda e demorada, o que pode facilmente levar esses casos para além das eleições de outubro. Se foi uma estratégia política, deu certo. Observando esse imbróglio, do ponto de vista da oposição e tendo como pano de fundo a capivara criminal do candidato das esquerdas, todo esse escândalo, envolvendo os auxiliares diretos do presidente da República, parece delito menor, coisa de punguista e importunador. Agora, observando todo esse caso sob o ângulo da Justiça, principalmente das altas Cortes, onde o presidente possui antagonistas visíveis e fidagais, todos esses casos podem descambar num ruidoso e desgastante processo, onde crimes como prevaricação e acobertamento de inúmeros casos anteriores de assédio podem ter sido praticados.

         De todo o modo, fica, mais uma vez, a lição a ser seguida na escolha criteriosa dos assessores que serão alçados ao primeiro escalão, pois a cara de um governo é exatamente a cara de seus ministros e auxiliares mais próximos. No caso do presidente da Caixa, a escolha foi pela competência profissional, que é incontestável. Não tem sido poucos os casos em que as debilidades de um presidente ficam amortecidas e até não vistas, graças à excelência exibida por sua equipe direta. A questão aqui é que o mérito ou não fica sempre por conta de quem nomeou esses personagens, em ato público, com assinatura e tudo, timbrada em documento oficial.

          Outro problema que pode surgir desses eventos malfazejos é esses personagens virem a ameaçar o governo e outras autoridades, com promessas de contar o que sabem e o que não sabem, como fez Weintraub e Palocci. Esses e outros casos mal explicados podem ainda gerar futuros, uma vez que se sabe que ex-auxiliares próximos são como ex-esposas: são para sempre e, na virada da esquina, podem muito bem voltar sua artilharia contra o presidente. O que não se pode, nesses dois casos rumorosos do momento, é fingir que eles não dizem respeito ao Executivo, já que são ex-auxiliares do governo, entregues ao critério da Justiça. A coisa não é assim tão fácil. Há laços e muitos laços a envolverem quem fica e quem parte.

         Uma coisa é certa: apesar da desfaçatez com que Lula discursa sobre o futuro da Petrobras, numa eventual volta sua ao poder, o ex-presidente foge, como o diabo da cruz, de assuntos relativos à corrupção. Não se fala de corda em casa de enforcado, diria o filósofo de Mondubim.

 

A frase que foi pronunciada:

“A liberdade não pode ser mero apelo da retórica política. Ela deve exercer-se dentro daqueles velhos princípios. que impõem, como único limite à liberdade de cada homem, o mesmo direito à liberdade dos outros homens.”

Ulysses Guimarães

 

Chegando a hora

Mesários começam a receber a comunicação para fazer parte do corpo de voluntários nas eleições. Uma mensagem preliminar é enviada pelo Whatsapp. O chamado que, no passado, era quase uma ameaça está bem mais amigável.

 

Habite-se

Foi uma saga para o nosso leitor conseguir cumprir todas as regras para receber o alvará de sua nova residência. Mas o processo empacou quando foi cobrado pela Novacap a instalação de reservatório de retenção de águas pluviais na residência. Mesmo que a legislação deixe claro que a providência seja opcional para o morador, novamente a burocracia emperra o processo para quem quer fazer tudo certo.

Foto: novacap.df.gov

 

Psique

Todo assédio sexual é, antes de tudo, um caso de assédio moral. O assédio é, do ponto de vista psicológico, uma pulsão, sendo a importunação moral ou sexual oriundas de mesma matriz. O que o predador tem à sua frente é o objeto do desejo que deve ser submetido ou a Eros ou a Thanatus.

 

PM

Censo demográfico no Lago Norte. Os recenseadores estarão identificados. O Batalhão da Polícia Militar da região disponibilizou o WhatsApp 994267168 para quaisquer dúvidas.

Foto: comdono.com

História de Brasília

Quem gosta de ouvir o Jornal Falado Tupy de manhã, está reclamando que em ondas médias, uma estação de rádio amadores está provocando interferência. (Publicada em 02.03.1962)

Turismo sexual ainda é uma realidade brasileira

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Turismo sexual – Ilustração: Ministério do Turismo

 

Um senhor de meia idade, cuja a pele muito branca havia sido impiedosamente castigada pelo sol tropical, era acompanhado por uma jovem negra que aparentava não ter mais do que 12 anos de idade. Na viagem pelas praias da Bahia, com o barco lotado, a jovem seguia sentada no colo daquele ser exótico, trocando carícias, sob o olhar indiferente dos demais passageiros.

Pelo que pôde ouvir do diálogo entre eles, outra galega logo identificou o sujeito como sendo um conterrâneo seu, possivelmente a turismo por estas bandas. Só que um tipo muito específico de turismo, em que o visitante é brindado pela agência de viagens com mimos extras, como acompanhantes nativas, dispostas a realizar todos os desejos que o dólar cobiçado pode comprar. Evidentemente ali estava em sua frente o exemplo típico do chamado turismo sexual, ainda muito divulgado lá fora por agências especializadas neste ramo lucrativo de negócios.

De tudo o que pôde observar naquelas cenas bizarras, o que mais a deixou perplexa e mesmo com certa indignação, foi a indiferença dos demais passageiros, muitos deles também nativos, com o flagrante crime de pedofilia que corria diante dos olhos de todo mundo. Decepcionada com aquela situação, a americana conta que nem percebeu a paisagem ao redor, com o mar cristalino e os peixes voadores que acompanhavam a embarcação. Situações como a flagrada pela visitante, ainda são comuns na maioria do litoral do Nordeste.

Mesmo em São Paulo, a pouco mais de um mês, no estacionamento CEAGESP, maior mercado atacadista da América do Sul, a prostituição infantil, envolvendo principalmente meninas negras e pobres e caminhoneiros, era um fato tão corriqueiro que já não despertava a indignação de ninguém. Em troca de algumas moedas, comida ou drogas, essas menores mantinham um intenso movimento naquela área de comércio, que só foi quebrado, depois que uma série de reportagens feitas pela Rádio CBN chamou a atenção das autoridades para o triste fato.

Expulsas daquela localidade, para não prejudicar os negócios do mercado atacadista, as meninas obviamente foram para outras regiões continuar a vida. Exemplos como estes demonstram o que alguns sempre souberam: não há Estatuto da Criança e do Adolescente capaz de inibir esse crime horrendo!

Desde sempre foi assim. Não surpreende, pois, que o Brasil agora seja apontado pela ONG internacional Save de Children como um dos piores países do mundo para ser menina. Neste ranking vexatório, o Brasil aparece na 102ª posição entre 144 países pesquisados. O estudo leva em conta problemas como o desenvolvimento e independência das meninas, casamentos na infância e adolescência, gravidez precoce, mortalidade materna, além de representatividade feminina no parlamento e acesso à educação básica.

Na avaliação da ONG, o Brasil apresenta índices elevados em cada um desses problemas. Para um país que busca inserção no clube das nações desenvolvidas, o caminho é longo, já que terá de resolver problemas que parecem pertencer ainda à idade média.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem.”

Santo Agostinho, teólogo e filósofo nos primeiros séculos do cristianismo

Foto Ilustrativa: Philippe de Champaigne

 

 

Brasil

Comandante Leorgia conduziu a aeronave da Latam de Brasília a Florianópolis. O número de mulheres pilotos de aviões comerciais com rotas nacionais e internacionais aumenta significativamente.

Logo: latam.com

 

 

Boa ideia

Um projeto da Universidade do Estado do Amazonas, em parceria com a Ecoforte, tem por objetivo colher resíduos domésticos como plástico, metal, papel e papelão. Os produtos são cotados como moeda e transformados em tickets para pagar lanches na própria lanchonete da universidade ou trocar por sacolas recicladas.

Foto:Divulgação/UEA

 

 

Como funciona

Na prática, um aplicativo foi desenvolvido pela Agência de Inovação. Os empreendedores da Ecoforte, Paulo César Pontes Filho e Laís Anne de Castro Lima, criaram o Trashback. O sistema realiza a contagem dos resíduos doados para convertê-los em pontos e a partir daí a moeda de troca vem em forma de tícket.

Foto:Divulgação/Eco Forte

 

 

Porque

“Queremos conscientizar a comunidade que resíduo não é lixo. Lixo vai para o aterro e resíduo é dinheiro e pode ser revertido em benefícios. Hoje são geradas, em média, 72 mil toneladas de resíduos domésticos por mês. Com esse projeto, vamos mostrar que plástico vira saco de lixo, papelão vira lixeira ecológica e latinha vira copo. Tudo é reaproveitado e transformado”, declara Paulo César Pontes Filho.

Charge do Gilmar

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

De trezentas e tantas razões pelas quais “você pode confiar no governo Carlos Lacerda”, há várias, como as do setor transporte, onde aparece: retífica de tantas bielas, de tantos semieixos, etc. (Publicado em 14/12/1961)