Odebrecht para quê?

Publicado em ÍNTEGRA

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MAMFIL
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Jogador, joga. Cantor, canta. Jornalista, escreve, e juiz, julga. No mundo ideal deve ser assim. Mas em se tratando do Brasil, a coisa segue misturada, como goiabada com farinha. Em nosso caso, dada a realidade acachapante dos fatos, fica difícil para alguns articulistas se omitirem em proferir pareceres e sentenças jurídicas para situações tão, flagrantemente, injustas, que beiram a ilegalidade.

Um desses casos que obrigam os jornalistas a se posicionar de forma clara, deixando a isenção alienada de lado, diz respeito aos episódios envolvendo a, ainda, toda poderosa construtora Odebrecht. Um levantamento, mesmo superficial, do que já foi protagonizado por essa empresa, na última década, no Brasil, na América do Sul e no distante continente africano, oferece mostras para lá de substanciais, que caracterizam as práticas e o comportamento, como muito próximos das mais perigosas organizações criminosas descobertas.

Quando, no futuro, os historiadores se detiverem no estudo desse período que se estende do raiar do século 21 até os dias atuais, um tratado inteiro, intitulado Odebrecht, deverá merecer destaque, pelo enorme potencial de desnudamento de nossa República. A intromissão parasitária da empresa no maquinário do Estado merece atenção, não só pela formação de um genuíno Estado-Odebrecht, mas, sobretudo, pela transformação radical do governo numa cleptocracia, cujo o eufemismo pode ser representado pelos chamados campeões nacionais.

Ao colocar as empresas e bancos estatais a serviço exclusivo dessas construtoras, em troca de acesso ilimitado a recursos públicos, via propinoduto, o que o lulopetismo e sua base de apoio fizeram foi empenhar todo um país, levando-o à depressão econômica jamais vista em tempo algum.

A criação, pela Odebrecht, do Departamento de Operações Estruturadas, no qual foram movimentados, até onde se sabe, US$ 3,39 bilhões em propinas, equivale, guardadas as devidas proporções, à instituição de um Ministério da Fazenda paralelo e ilegal e onde o futuro da nação ficava a reboque dos interesses da empresa. Dada a magnitude dos crimes praticados por essa e outras empresas do gênero e pelos partidos políticos, nem mesmo ao Supremo Tribunal Federal, do alto do seu Olimpo jurídico, deveria caber a tarefa de julgar essa gente.

Como nos casos de guerra, deveria ser constituído uma corte marcial especial para julgar os crimes de lesa-pátria que feriram muito mais do que a guerra. São declaradamente inimigos internos que devem ter seus bens sequestrados e registros partidários cancelados, para o bem do país. Leniências e anistias não terão o perdão da história.

A frase que não foi pronunciada

“Em um mundo de corrupção e desigualdade, você terá que deixar de lado as emoções para sobreviver. É assim que o mundo funciona, é assim que os fortes sobrevivem…”

Lucas Elias, no portal O pensador

Clareza

Por que,antes de captar água do lago para consumo, a Caesb não protege as nascentes que alimentam o Lago Paranoá? Pergunta do garoto João Marcelo, quando comparou os mapas de nascentes que desaguavam no lago entre 1980 e de 2005.

Uma beleza

Um sucesso a Festa da Goiaba, em Brazlândia. José Luiz Yamagata ficou satisfeito com a venda. Iniciativas como essa são uma forma de a cidade ser mais frequentada pelos moradores do Plano Piloto. Depois da Festa do Morango, o sucesso da Festa da Goiaba. Há espaço para todos.

Positivo

Sem problemas nas cancelas de saída do Shopping Iguatemi. Sempre há um responsável que resolve o problema na hora.

Satisfação

Por falar em shopping, muito cuidado com a Semana do Consumidor. Teste os produtos, veja se o seguro vendido, sem maiores explicações, é realmente necessário. Vale uma consulta ao portal do Ibedec.

Desburocratizar

Erros desse tipo tiram a credibilidade do GDF. Quem pagou o valor integral do IPVA, pagou a mais porque a parcela não veio com desconto. Agora, o valor excedido poderá ser abatido no IPTU. Como isso, será feito sem que o cidadão saia de casa e perca tempo com o erro dos outros? Vale elogiar a Caesb nesse ponto. Automaticamente, não aceita pagamento duplo da mesma conta se tiver sido feito por engano e desconta qualquer valor pago a mais na conta seguinte sem a necessidade presencial do consumidor.

Faz sentido

Leitor reclama de fatura do cartão Visa com vencimento no dia 13 e valor bloqueado pelo Banco do Brasil no sábado, 11 de março. Argumenta que o mesmo protocolo não é adotado quando o dinheiro sai do banco.

História de Brasília

Mas quem não conhece bem o Brasil é a própria Ford, porque põe Carnaubal no Maranhão, e Babaçu no Piauí, quando todo o mundo sabe que é ao contrário. De fato, Maranhão produz carnaúba, e o Piauí, babaçu. Mas no inverso, os dois são os maiores produtores. Desculpem.

(Publicado em 23/9/1961)

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