Estatais interessam apenas aos políticos

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960

aricunha@dabr.com.br
Circe Cunha com MAMFIL

Se não tivesse vindo a óbito ainda na infância, a estatal Brasil 2016, criada no governo Lula para preparar a cidade do Rio de Janeiro para a realização das Olimpíadas a exemplo de outras, como a Hemobrás, ou estaria na mira da Justiça, envolvida em casos de corrupção, ou teria gerado um sobrepreço gigantesco para a realização dos jogos. A criação e a manutenção de estatais interessam sobretudo aos políticos, principalmente àqueles que apregoam a tese de que o Estado deve ser o maior indutor do desenvolvimento.

Atreladas aos infindáveis recursos do Tesouro Nacional, as estatais não operam com a lógica cartesiana do mercado. Termos como competitividade, excelência técnica ou produtividade, ou são desconhecidos nesse meio, ou simplesmente desconsiderados como conceitos inúteis. Blindadas por legislação própria e com o dinheiro farto, sugado dos contribuintes, as estatais tinham, nos governos militares, uma certa razão lógica que se prendia aos conceitos de nacionalismo e fortalecimento do Estado, próprios do pensamento castrense.

Com a chegada ao poder dos partidos autoproclamados de esquerda, a existência e a multiplicação das estatais ganharam, além contornos ideológicos típicos desse matiz político, uma razão bem prática: hospedar simpatizantes e apoiadores em cargos estratégicos, de forma a obter vantagens e carrear para os cofres desses partidos o máximo possível de recursos sob o disfarce de doações.

Pesquisa feita pelo Instituto Teotônio Vilela mostra que as 41 empresas estatais criadas entre 2003 e 2015 deixaram, por baixo, um passivo de mais de R$ 8 bilhões. De acordo com a ONG Contas Abertas, as mais de 100 estatais, somadas as empresas de economia mista, movimentam, anualmente, algo em torno de R$ 1,4 trilhão.

É nessa fabulosa montanha de dinheiro que residem os interesses dos partidos e não em ideias vagas de desenvolvimento nacional ou soberania. Para assegurar o controle e a expansão desse nicho de riquezas, é comum que as esquerdas apregoem constantemente o alarme de que os imperialistas do Norte estão de olho nesses recursos.

Curioso observar que esses partidos recorrem as mesmas táticas de convencimento de algumas igrejas pentecostais quando ameaçam com a danação eterna aqueles crédulos que não pagaram o dízimo cobrado.

A Petrobras é o caso mais emblemático e didático capaz de explicar o enorme interesse que esses partidos têm pelo comando dessas empresas. A lista de empresas estatais que dão prejuízos bilionários e estão sob investigação por crimes é extensa e não tem sido fácil simplesmente eliminá-las. Pelo menos enquanto existir contribuintes ou fiéis crédulos de que essa é a única fórmula ou salvação para de erguer um país próspero ou ir para o céu, livrando o Brasil da sanha dos imperialistas, ou seja, do capeta.

A frase que foi pronunciada

“A filosofia progride não ao se tornar mais rigorosa, mas ao se tornar mais imaginativa.”

Richard Rorty, autor de Filosofia e o espelho da natureza

Responsabilidade civil

Nem o Estatuto da Criança nem o Estatuto da Pessoa com Deficiência nem a determinação do TCU nem ação judicial e nem mesmo a Constituição são suficientes para resguardar as pessoas que usam medicamento de alto custo. Uma saga para cumprir todas as formalidades e um desrespeito ao não receber o remédio. GDF precisa honrar o compromisso com essa parte sofrida da população.

Obrigação constitucional

Para dar dignidade e vida com qualidade a um paciente com fibrose cística são suficientes

$ 11 mil por mês. Para o governo que arrecada sem parar, é muito pouco. Para uma família assalariada, é impossível. Dinheiro não falta aos cofres públicos. O problema é a falta de gestão pública. Saem as emendas para a Saúde nas quais os recursos são usados para o pagamento de vigilantes. É preciso organizar e dar transparência às verbas destinadas ao Fundo Constitucional para Educação, Saúde, Transporte e Segurança. Simples assim. Quanto entrou e quanto saiu e em que foi usado.

Nova dinâmica

Quem passa pelo problema dá a solução. Fernando Gomide sugere que o governo acompanhe pelo CPF a identificação dos pacientes que recebem o medicamento de alto custo. Automaticamente. Qual é a quantidade necessária e a data para buscar. Isso é o mínimo que se espera de um governo que está sempre atento em como arrecadar mais. Só quantidade de dinheiro é insuficiente. Urge a qualidade no uso da verba.

Celebração

Leonel Peleja de Souza Oliveira e Terezinha Célia Kineipp Oliveira transbordaram de felicidade na formatura do filho Mateus, novo advogado da cidade.

História de Brasília

Em Brasília a coisa se inverte. Os “patrões” são os donos dos sindicatos, acostumado à ociosidade proveitosa, tanto assim, que compareceram à manifestação sem ser convidados, e apareceram de última hora, para se infiltrar entre os trabalhadores, e conseguirem uma audiência com o presidente da República. (Publicado em 13/9/1961)

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