Laboratório dolorido na cidade colorida

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ARI CUNHA

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Charge: asmetro.org.br
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         Especialistas em questões de segurança pública apontam a cidade do Rio de Janeiro como o laboratório mais bem montado para se entender, ao vivo, o fenômeno da violência que assola igualmente todo o país. Estudar, de perto, o desenrolar diário dos acontecimentos, entendê-los, desde sua origem, buscando para esse problema, se possível, o auxílio das mais diversas ciências humanas, inclusive daquelas que explicam os fatores políticos enredados nesses casos. Estas estão entre as sugestões para se ter, ao menos, algumas alternativas que apontem para uma saída satisfatória que acabe ou diminua esse flagelo local e nacional. Num ponto, todos concordam: a questão é premente e exige medidas urgentes e bem estruturadas.

         A intervenção militar na área de segurança, medida que, por ter sido adotada com urgência urgentíssima, deixou de fora os requisitos necessários à uma boa estratégia, inclusive de âmbito militar, agora amarga insana oposição das mais diversas frentes, principalmente do pessoal ligado aos direitos humanos e aos movimentos sociais. Militares que agem em guerra agora são reféns dos direitos humanos que nunca são das vítimas.

         Outra variante que jogou contra a intervenção afoita é que ela foi imposta sob as luzes de um ano eleitoral dos mais difíceis das últimas décadas, com a exacerbação desmedida dos ânimos e radicalização feroz de posições.

         Para as esquerdas, esfriadas pela ducha de água fria das operações da Polícia Federal e do Ministério Público, o aparecimento súbito dos militares nas áreas conflagradas do Rio de Janeiro trouxe não só um novo alento para algumas bandeiras desse campo, mas tem servido para incentivar e lançar as comunidades mais carentes na linha de frente contra os militares, apontados, nesses episódios, como obedientes defensores da direita e dos seus privilégios.

         Trata-se aqui da mais irresponsável das acusações, e que pode gerar consequências ainda mais danosas para esse dolorido processo. Esse tipo de oportunismo político, que no passado uniu nas mesmas celas bandidos comuns e presos contra o regime, acabou favorecendo o aparecimento justamente do crime organizado, que hoje infelicita o país de Norte a Sul.

         Ao lançar comunidades inteiras contra os órgãos de segurança, o que esses novos atores políticos estão fazendo agora é repetir aqueles feitos danosos à sociedade no passado, com outros ingredientes ainda mais perigosos e que podem resultar num estado de confronto aberto semelhante ao ocorrido em outras cidades do Continente.

         É preciso entender que chegar as eleições com esse tipo de bandeira, jogando com a vida das pessoas, com o futuro da cidade e do país, é demais para qualquer partido político, mesmo esses que parecem ter perdido a cabeça e a razão.

A frase que foi pronunciada:

“Não há nenhuma coisa que tenha um pontinho de violência. ‘Cidade de Deus’ é um pontinho de violência? É a realidade, é a vida real, está na condição humana.”

Martin Scorsese

Fórum

Vila cidadã e a feira do Fórum da Água atraíram 15 mil pessoas. Aprender enquanto brinca é o segredo para a meninada querer estar presente. Sarney Filho, ministro do Meio Ambiente, está bem animado com a troca de experiências internacionais sobre a água. São muitas as novidades viáveis para o Brasil adotar.

Foto: agenciabrasil.ebc.com.br (Wilson Dias/Agência Brasil)
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Novidade

Também o Fórum Alternativo da Água marcará presença no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade para discutir temas como acesso à água, mudanças climáticas, saúde e segurança alimentar, impacto das crises hídricas e desastres ambientais.

Imagem: contrafbrasil.org.br
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Convergir

Volta novamente a discussão sobre a criação do Sistema Único de Segurança Pública. O assunto voltou à pauta da Câmara dos Deputados. Não se sabe se por causa das eleições ou por vontade de melhorar a situação caótica. Certo é que há décadas o assunto nunca vingou. Projetos de Lei flutuam no ar enquanto tiros acertam a população.

Charge: brasilsoberanoelivre.blogspot.com.br
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Para agir

A proposta do Sistema Único de Segurança Pública, além de focar na integração dos dados, tem como objetivo a consonância estratégica entre os órgãos de segurança pública. Seria o ideal, se não houvesse parte podre na maçã e intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos.

Foto: painelpolitico.com

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O emboloramento mental em que se encontram os altos funcionários residentes no Rio, seria uma razão para que o cel. Dagoberto tivesse escritório em Brasília, onde o DCT poderia fazer uma experiência piloto de um serviço bem feito. (Publicado em 17.10.1961)

A barbárie nossa de cada dia

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ARI CUNHA

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Foto: domtotal.com - Câmara realiza sessão solene em homenagem à Marielle Franco, executada no Rio (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Foto: domtotal.com
Câmara realiza sessão solene em homenagem à Marielle Franco, executada no Rio (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

         Desmobilizada pela imposição dos fatos e da ética, a esquerda, ou pelo menos o que parece ter sobrado dela, encontrou agora no cadáver da vereadora do PSol, Marielle Franco, mais um palanque de onde pode esbravejar contra a intervenção militar na área de segurança do Rio de Janeiro, já transformada, desde o primeiro momento, em bandeira de muitos oportunistas contra quaisquer ações do Estado, sejam elas corretas ou não.

         A questão central aqui é aproveitar qualquer boia flutuadora para manter essa turma respirando na linha d’água. Pelo o que se tem ouvido, visto e lido até aqui, nos diversos discursos que ganharam vida com o crime hediondo, o tiro que ceivou a vida da parlamentar partiu da linha de frente dos interventores fardados.

         Deputada por Brasília, que tem chamado a atenção mais por seus discursos panfletários e sem lógica do que pela atuação profissional equilibrada em favor dos brasilienses, não perdeu a oportunidade, com a plateia formada, afirmou, sem constrangimento: “eles apontaram os fuzis para Marielle Franco”, numa clara alusão aos militares.

         Obviamente que quando os verdadeiros culpados vierem a lume, será preciso buscar, em nossas tragédias diárias, novos culpados pelo naufrágio moral das esquerdas. De certo que a situação de extrema violência, diuturnamente experimentada pela população do Rio de Janeiro, ainda está longe de ser resolvida, e não se podendo descartar o recrudescimento das ações militares, tão logo comecem a tombar os primeiros recrutas fardados, vítimas de emboscadas e outras armadilhas montadas pela bandidagem.

         Enquanto se buscam os responsáveis onde, de antemão, já se sabe, não estarão, as forças do crime organizado, formado falanges que englobam traficantes, milícias, contrabandistas, organizações e cartéis do crime, espalhados por todo o país e pelas fronteiras, prosseguem e intensificam a cada dia suas ações vis.

         Agem, favorecidos tanto pelo vácuo de reações mais duras por parte do Estado, como pelo conluio silencioso de muitas autoridades. Nessa guerra insana, em que até ideologias políticas são lançadas, sem pudor, no campo de batalha, o inimigo real se fortalece com a cisão de todos e prossegue avançando. A execução de um político, em pleno exercício do poder e de posse de mais de 40 mil votos, expõe e estende esse atentado para além das ocorrências formais da polícia e passa a exigir uma investigação federal que, pelo menos, esclareça se esse crime representa ou não uma escalada desses grupos de bandidos rumo ao controle de parte do Estado. Caso essa hipótese venha a se confirmar, não será exagero dizer que estamos entrando em outro patamar de conflito que pode nos igualar à países do Continente, envoltos em longos conflitos com grupos guerrilheiros.

         Em texto claro e incisivo, Fernando Gomide, da Associação Brasiliense de Amparo ao Fibrocístico, aborda os episódios de manifestações contaminadas pela divisão político-ideológica que tem dominado o país. Além de muitos outros aspectos, que merecem uma análise muito mais profunda, Gomide aborda os direitos humanos, um tema absolutamente relevante, que tem uma imagem distorcida pela maioria das pessoas, sendo essa desinformação explorada política e eleitoralmente.

         Os direitos humanos, defende Gomide, não podem ser capturados nem pela direita nem pela esquerda. São na realidade uma conquista, um processo marcado por avanços históricos na evolução de todas as sociedades, a construção da consciência coletiva na luta pela liberdade e da dignidade como valores inalienáveis da humanidade. Assim, neles estão englobados não apenas “os direitos dos bandidos” como querem fazer crer alguns, seja por ignorância seja por oportunismo. São humanos não apenas o direito de não ser torturado ou morto, seja qual for o crime supostamente cometido, mas também é direito humano o acesso à saúde, a educação, a moradia e ao trabalho digno.

         É sintomático e também preocupante o conceito de direitos humanos a ativistas de esquerda. Essa impressão ajuda a construir o estereótipo igualmente equivocado de que a direita é representada por uma gente elitista insensível e que só pensa no próprio umbigo.

         O fato é que a violação a estes direitos, continua Gomide em sua missiva, especialmente tortura e assassinatos, acontecem com devastadora frequência entre a população mais pobre. Marielle, moradora da Favela da Maré, foi apenas uma das milhares de pessoas que convivem diariamente com essa realidade.

         Enquanto isso, outra parcela da população, pressionada pelo medo da violência que a cada dia chega mais perto de sua sala de estar, prefere a solução mais fácil: a de que bandido bom é o bandido morto. “Que nos inspire não apenas no combate ao crime e à violência, mas à compreensão dos perigos do caminho que estamos trilhando, nos tornando uma sociedade cada vez mais dividida e intolerante”. Termina Gomide em sua correspondência sintonizada com esta coluna.

A frase que foi pronunciada:

“Nunca ouvi falar de nenhum outro país onde juízes ou parlamentares tenham feito uso de sua posição a este nível, para beneficiar a si próprios e enriquecer.”

Göran Lambertz, da Suprema Corte sueca.

FMA

Hoje começa em Brasília o 8º Fórum Mundial da Água (FMA). O evento é organizado pelo Conselho Mundial da Água. As expectativas são altas. Esperam-se 40 mil visitantes e sete mil congressistas de diversos países. Veja a programação completa buscando no Google, Blog do Ari Cunha.

Link para o site: http://www.worldwaterforum8.org/

Leitor

Hermes Albuquerque registra seu apreço e apoio total à ministra Cármen Lucia. Diz na mensagem: Presidente do Superior Tribunal Federal, Sr.ª Carmen Lúcia, Vossa excelência tem apoio irrestrito de 90% dos brasileiros. Sua firme posição nos honra. Que seus adversários tenham em mente que “Guerreiros só se curvam para cumprimentar”.

Receita

Deltan Dallagnol dá o recado. Avisa que o período após as eleições também promete ser conturbado, com o risco de políticos aprovarem uma anistia de última hora. Contudo, o maior desafio ao povo brasileiro é escolher deputados federais e senadores que estejam comprometidos com a mudança desse quadro. Após quatro anos, o voto consciente é nossa melhor chance de virar o jogo contra a corrupção.

Charge: avozdocidadao.com.br
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Sem proteção
Um posto policial inaugurando no CA do Lago Norte, com pompa e circunstância, não  foi capaz de capturar os ladrões que assaltavam a QL 1 na sexta-feira. Há 4 minutos do local, os policiais só apareceram 40 minutos depois.

Pior

Moradores lembram como era difícil o atendimento no Hospital do Gama e pensam que eram felizes e não sabiam. Agora, se quiserem ser atendidos precisam despencar para o Goiás.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A notícia confirmando a nomeação do cel. Dagoberto Rodrigues para a direção geral do DCT é uma esperança de melhor organização para a mais desmoralizada repartição do Brasil. (Publicado em 17.10.1961)

Dislexia dos órgãos da administração pública

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ARI CUNHA

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Charge: acaopopular.net
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          Quando o assunto é o gasto público com a máquina administrativa do Estado, a primeira constatação que surge é que, de todas as variantes desse tema, a ausência de bom senso tem sido, desde sempre, a questão principal. Para onde quer que o cidadão volte o olhar, o que se divisa é a utilização perdulária dos recursos do contribuinte para a manutenção de uma superestrutura de gestão, nos três Poderes e nos níveis municipal, estadual e federal.

    Gastos com verba indenizatória, que só para ficar dentro dos limites do Distrito Federal, sorvem compulsoriamente do contribuinte a fábula de R$ 300 milhões a cada legislatura e que, não rendem, absolutamente nenhum benefício direto ao brasiliense. Que interesse, tão premente, teria o cidadão da capital em custear aluguel e manutenção de carros e escritórios políticos, a compra de combustível, a divulgação da atividade parlamentar, a contratação de consultorias especializadas entre outros gastos mirabolantes, destinando para isso, a cada um dos 24 distritais, o valor mensal de penduricalhos mais R$ 25,3 mil?

         O eleitor já sabe que, nesse caso e em outros semelhantes que envolvem recursos extraordinários, a própria Casa não irá se mexer e o melhor é transformar logo a proposta, por uma Câmara Legislativa mais barata, em projeto de iniciativa popular.

         Esse tipo de gasto, adotado tanto pelo Congresso Nacional, como pela totalidade das assembleias estaduais, consome, a cada mês, recursos preciosos e necessários que poderiam acudir diversas áreas sociais. Por uma dessas razões irrazoáveis, próprias de nossa cultura administrativa e governamental, grande parte dos órgãos de gestão ostentam orçamentos que vão muito além daqueles destinados à sobrevivência dessas próprias comunidades.

         O absurdo que faz com que esses diversos organismos da administração pública se transformem em verdadeiros Estados dentro do Estado, dificulta não só o controle desses gastos, criando castas insustentáveis no funcionalismo, mas, sobretudo desvia, de sua finalidade precípua, o dinheiro do cidadão, retirando-lhe as condições mínimas à uma vida com dignidade.

         A paralisação dos juízes federais, prontamente apoiada por entidades como a Ajufe, Anamatra, ANPR, ANPT, entre outras, deixou patente o alto grau de dislexia que parece acompanhar a administração pública, que dificulta essa categoria de compreender e fazer uma leitura mais precisa da realidade atual do país e expõe uma situação que, para a grande maioria dos cidadãos, já ultrapassou às raias do aceitável.

         Querer impor, pela força coercitiva de um movimento paredista, que penduricalhos como o famigerado auxílio-moradia, inclusive para a imensa maioria que possui casa própria, é de uma falta de sensibilidade só não maior do que uma falta de civismo e senso do momento em que passa o Brasil. Falar em dignidade remuneratória para uma categoria que recebe o teto dos proventos, só não soa mais fantástico por que estamos num país chamado Brasil.

A frase que foi pronunciada

“Um minuto de silêncio por Marielle.”
Você e eu

Charge: humorpolitico.com.br
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Outdoors

No lugar de ser apenas um veículo para frases inúteis, os painéis de avisos pela cidade deveriam servir de alerta sobre crianças perdidas, por exemplo. Outros países utilizam esse recurso contando com a participação maciça da população. Fica a ideia.

História de Brasília
Já começaram a ser entregues as persianas dos apartamentos do IAPC na Asa Sul. Isso porque os da Asa Norte já foram entregues com persianas. (Publicado em 17/10/1961)

A bandeira nacional como fronteira

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ARI CUNHA

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Charge: consciencia.blog.br
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“Recebe o afeto que se encerra em nosso peito juvenil/ Querido símbolo da terra/ Da amada terra do Brasil”

Hino à Bandeira

        Quem circula pela Universidade de Brasília já pode ter avistado a figura de um jovem solitário de cabelos longos que todos os dias pela manhã corta, a passos rápidos o Minhocão, de uma ponta a outra, com o corpo completamente envolto pela bandeira nacional. Incrivelmente, nesses tempos de desavenças e incertezas, a passagem desse personagem pelas dependências da UnB tem gerado um misto de admiração e revolta.

        Recebido com palmas por uns e vaias por outros, o figurante segue impávido seu trajeto, como um meteoro, vestido com o lábaro estrelado que vai oscilando ao vento, de um lado para o outro, feito uma capa voadora de algum super-herói.

        Fossem tempos de concórdias, esse personagem matinal seria encarado apenas como um tipo exótico, metido dentro de um figurino do seu agrado. Mas, infelizmente, não é o que ocorre hoje. A simples presença da bandeira nacional, passando em revoada pela universidade, parece ter adquirido agora um novo e triste contexto.

        Para aqueles que vaiam sua passagem, o pavilhão passou a simbolizar os valores da direita, a quem acusa de haver destruído o sonho de introduzir no país, o socialismo do século XXI nos mesmos moldes empregados na Venezuela e outros países do Continente. Para esses, a bandeira simboliza e se liga ao período militar e aos princípios em voga naquela época, como patriotismo e nacionalismo.

        Para os que aplaudem, a bandeira nacional marca um momento em que os brasileiros despertaram de um pesadelo e saíram, em massa, às ruas em 2013, absolutamente contrários ao modelo de Estado e principalmente contra a classe política, apontada como responsável direta pela crise ética. Para esses, a bandeira simboliza o fim de um sonho e o início de outro, marcado por um país onde a justiça não se intimide frente aos poderosos. O Brasil da meritocracia, do fim dos privilégios, à Leste e à Oeste.

        Ocorre que a fronteira artificial, que parece ter sido traçada pelo simples desfilar do pavilhão auriverde pela universidade, não faz sentido algum do ponto de vista da nação, que só pode existir na coesão. A divisão de um país e de seu povo interessa apenas às antigas lideranças políticas, que perderam a razão dos dois lados do front.

A frase que foi pronunciada:

“O problema essencial da educação é dar o exemplo.”

Turgot, economista e estadista francês

300%

Presidente do Senado, Eunício Oliveira, dá a bandeirada para a criação de CPI que investigará juros extorsivos dos cartões de crédito. O requerimento foi redigido pelo senador Ataídes Oliveira que quer saber a razão dos cartões cobrarem juros sobre juros, o que leva a suspeitas de que seja extorsão ao consumidor e enriquecimento ilícito. O mais interessante é que os bancos não tomam conhecimento do que os cartões aprontam.

Charge: economiaclara.wordpress.com
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Mais uma

É fato. Se seu cartão vence no domingo, dia 18 de março, o dinheiro sairá da sua conta na sexta-feira. Isso pode Arnaldo?

Charge: bancariosirece.com.br
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Regra do jogo

Então uma empresa pública federal, que detém o monopólio do serviço, resolve entregar correspondências em dias alternados. A Caesb, também monopólio, resolve alternar os dias de distribuição de água. O que o consumidor quer saber é quando vão deixar que os contribuintes escolham o dia de pagar os impostos? Equidade já!

Nota zero

Saudades do tempo em que o Colégio Objetivo monitorava a água de Brasília. Tinha qualidade reconhecida e atestada. Um cidadão, que paga R$600 por mês para a Caesb, postou no WhatsApp a qualidade da água que chega na casa dele. Assistam o vídeo no Blog do Ari Cunha.

Foto: enviada por WhatsApp

Vê se cola

Enquanto o governador Rodrigo Rollemberg anuncia milhares de nomeações, o GDF vai aos poucos passando para os cidadãos serviços que deveriam ser feitos por esses funcionários. Ao denunciar um lixo no terreno vizinho, o cidadão é quem tem que informar todos os órgãos, registrar a ocorrência e cobrar a solução. Com tantos funcionários, o GDF deveria cumprir suas obrigações e atender de forma digna quem paga os impostos.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

É preciso ter respeito pelo que foi feito, pelo que já foi realizado. Ao invés dessas campanhas improdutivas, que desmoralizam o Parlamento, hoje em tão boa posição diante do povo, o que devia haver era colaboração e menos interesse pessoal. (Publicado em 17.10.1961)

Tribunal de Contas

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ARI CUNHA

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Foto: epocanegocios.globo.com
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        Nesta altura dos acontecimentos, com muitos brasileiros contemplando o país a partir do fundo do poço, já deu para formar na cabeça de muitos contribuintes a convicção de que não está no aumento da carga tributária a saída para a crise econômica, mas, e sobretudo, num corte profundo de despesas da máquina do Estado.

        Em todos os níveis, a começar do topo onde a gastança é enorme e dissociada da atual realidade do país. Mordomias e super salários pagos a servidores não cabem mais no bolso do pagador de impostos, principalmente para aquela imensa multidão que não vê retorno algum dessa dinheirama confiscada, a todo o momento, nos infinitos meandros de impostos, contribuições e taxas.

         De São Paulo, vem agora uma iniciativa que procura melhorar a qualidade e a quantidade desses gastos. A ideia dos vereadores daquela cidade é começar pela desburocratização e pela redução de despesas do próprio Tribunal de Contas do Município (TCM), apontado como um órgão excessivamente caro, de baixíssima transparência e cujo o trabalho de fiscalização, por suas características, acaba por tornar ainda mais cara as ações do próprio Executivo.

        Por outro lado, essa corte, que é um órgão auxiliar do Legislativo, tem servido, nos últimos anos para acomodar indicações políticas, inclusive para cargos vitalícios, sem a mínima contrapartida para o cidadão comum, alijado desse processo exclusivíssimo. Para muitos especialistas, a participação ativa da sociedade, por meio do livre trabalho das entidades de vigilância popular, é capaz de, não só melhorar o controle sobre os gastos, mas reduzi-los à níveis aceitáveis e realistas.

        Pelos debates que vêm se estendendo, há aqueles, inclusive, que pregam abertamente a extinção do TCM, que passaria a incorporar suas funções ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). Em Brasília, como de resto em todo o país, os Tribunais de Contas, em momento algum, foram capazes de alertar e mesmo coibir que gastos com evidência de superfaturamento fossem realizados nos últimos anos.

        Para os críticos, fica difícil a um órgão, com esse modelo de composição e ligado umbilicalmente ao Legislativo, fiscalizar antigos colegas, muitos deles, responsáveis pela indicação àquela corte, considerada o céu na carreira.

A frase que foi pronunciada:

“Não é o Tribunal de Contas criação de ordem legislativa; é uma instituição constitucional da mesma importância dos outros órgãos pelos quais a nossa Constituição buscou assegurar o exercício efetivo das garantias de moralidade e justiça do sistema republicano.”

Rui Barbosa no “O Negócio da Prata”.

Cultura milenar

Em uma cerimônia simples, o Embaixador do Japão no Brasil, Akira Yamada, com a presença do Secretário Adjunto de Educação do DF, Clovis Lucio da Fonseca Sabino, o Subsecretário de Educação Básica, Daniel Damasceno Crepaldi, e o Coordenador Regional do Paranoá e Itapoã, Isac Aguiar de Castro, doou para o CIL do Paranoá US $52.210 para estimular o aprendizado da língua japonesa. Na ocasião, o Embaixador Yamada disse estar esperançoso que a garotada adote os mangás como leitura, para se familiarizar com a língua e cultura do Japão.

Fotos: facebook.com/EmbaixadaDoJapao
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Dúvidas

Por falar em embaixada… Por que os funcionários da Embaixada de Portugal, começando pelo guarda que fica no Facebook no lugar de trabalhar, são tão grosseiros? As informações do site incompletas e as informações do balcão desencontradas. Por que não colocam uma pessoa bem informada para atender as ligações no lugar de cortar o telefone? Por que escolhem trabalhar em um lugar que odeiam tanto? É só curiosidade, diz o leitor.

Câncer

Quem foi ao Auditório do Interlegis, no Senado, teve a oportunidade de saber mais como, além do tabaco, outros fatores, como poluição ambiental e radônio, estão associados ao câncer de pulmão. O Brasil precisa acordar, como outros países, para políticas públicas e legislação eficiente relativas a esse problema de saúde pública. Quem organizou o evento foi o Instituto Lado a Lado Pela Vida, que trouxe especialistas e representantes do poder público para discutir o cenário do câncer de pulmão no país. O aumento da incidência deste tipo de tumor entre não fumantes tem implicações na forma como olhamos para as suas causas. Neste encontro, o Poder Público, educação, Meio Ambiente e áreas da Saúde discutiram o assunto com propostas tangíveis. Tudo sobre o evento no blog do Ari Cunha.

Imagem: ladoaladopelavida.org.br
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Link para mais informações: https://www.ladoaladopelavida.org.br/workshop-cancer-de-pulmao

Apareçam

Parafraseando a Casa do Ceará, ele saiu de Brasília, mas Brasília não saiu dele. Sucesso no Rio de Janeiro, Fábio Gesteira se apresenta hoje, 19h30, no Zahia Café e Comida árabe, na 301 do Sudoeste, bloco  B, loja 1.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Mas esta não será a última vez que o mesmo sr. Lúcio Cardoso invista contra Brasília. Lamentavelmente, ele está apoiado na atitude dos ministros, que preferem as conversas políticas do “Serrador” ao trabalho produtivo de Brasília. (Publicado em 17.10.1961)

Brasil, pronto para ser mudado

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ARI CUNHA

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Charge: lorotaspoliticaseverdades.blogspot.com.br
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        Com a divulgação agora da pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira – Perspectivas para as eleições de 2018, elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Ibope, fica evidenciado, matematicamente, em números, estatísticas e gráficos, sobre os quais esta Coluna vem chamando a atenção há tempos: o eleitor mudou e quer mudanças imediatas.

        Esse parece ser um dos efeitos induzidos pela longa crise, sobre os cidadãos, e indica, claramente, que para muitos, a saída para esse quadro de recessão econômica, ética e política é pela trilha da moralização administrativa da máquina pública, a começar pela qualidade moral dos novos candidatos que vierem a se colocar no próximo pleito.

        Inúmeros exemplos históricos demonstram que, ao longo da história da humanidade, nenhuma civilização logrou sucesso abandonando princípios éticos nas relações entre a sociedade e o Estado. Não foi diferente no passado e não é no presente. Observada pelo seu lado pedagógico, crises possuem o condão incandescente de inflamar as pessoas, retirando-as de seu conforto passivo.

        As grandes manifestações de rua de 2013 já assinalavam uma nascente corrente de descontentamento dos brasileiros, principalmente com o comportamento, digamos, desleal, dos políticos do país. “Não nos representam” era a frase que se via estampada na maioria dos cartazes.

        Mais do que ideologias vazias e maniqueísmos artificiais, criados por marqueteiros cuja a imaginação se iguala em ganância, o que o brasileiro exige agora (92%) é o pragmatismo sob a forma de intenso controle dos gastos públicos. Chega de gastar muito e mal o dinheiro suado do contribuinte. O que se espera dos candidatos para 2018 é um real conhecimento dos problemas do país (89%). Para tanto, o eleitor quer que os pretendentes a cargos eletivos demonstrem experiência em assuntos econômicos (77%).

Charge: ozailtonmelo.blogspot.com.br
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         Um aspecto que chama a atenção na pesquisa, e que também temos insistido aqui, é que a performance dos candidatos como prefeito e governador deveriam ter um grande peso no processo de escolha do novo presidente (72%). Na realidade, e pelo que tem demonstrado recentes experiências malfadadas, ter sido prefeito e governador anteriormente e ter recebido, em ambas as funções, a aprovação da comunidade, deveria se constituir na condição sine qua non para todo e qualquer candidato à presidência da república.

        A pesquisa mostrou ainda que os brasileiros anseiam pela moralização administrativa, pelo combate à corrupção e principalmente pela punição dos corruptos. Nesse quesito, no perfil exigido aos próximos (87%), a honestidade deveria ser o principal atributo pessoal. Para (84%) dos pesquisados é preciso que os candidatos tenham nome absolutamente limpo.

        A pesquisa da CNI mostrou ainda que é alto o número de eleitores pessimistas com as próximas eleições e um dos motivos é justamente os seguidos casos de corrupção. Sem dúvida as eleições desse ano servirão como um balão de ensaio para as mudanças que a nação quer.

        O fato é que, pelo o que se tem visto até agora, nenhum dos candidatos que tem se apresentado ao pleito, com exceção do atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, possuem, nem de longe, o perfil exigido agora pelo cidadão. Veja a pesquisa completa no blog do Ari Cunha

Link para a pesquisa: https://static-cms-si.s3.amazonaws.com/media/filer_public/0d/c4/0dc466d0-a5c8-46cb-bbac-0e846860deba/retratosdasociedadebrasileira_43_perspectivasparaaseleicoesde2018.pdf

A frase que foi pronunciada:

“O país não pode parar, apesar da crise política. Há no Brasil lideranças capazes de buscar equilíbrio entre os poderes.”

Robson Braga de Andrade, presidente da CNI

Voto legal

Seminário Financiamento Eleitoral e o uso de crowdfunding (vaquinhas) nas eleições. Com a participação de Eduardo Frazão do Amaral. Hoje às 14h30, no edifício da OAB, no SAS Quadra 5 – 21939746.

Cultura

Vem de Porto Alegre a boa nova.  Hoje, toma posse como presidente da Fundação Theatro São Pedro, um dos ícones da cultura do Rio Grande do Sul, Antonio Holfedt, professor universitário e um dos críticos de teatro que há mais tempo mantém uma coluna em jornal impresso, Jornal do Comércio. O governador gaúcho, José Ivo Sartori, sinaliza com essa nomeação seu apoio aos artistas e intelectuais da terra de Érico Veríssimo e Mário Quintana.

Foto: univates.br
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Novo diretório

O Partido Novo inaugura novo diretório em Brasília e imerge dentro do sistema da economia colaborativa. Eles inauguram o espaço dentro do Copa Network, que abre suas portas no dia 7 de março, na 305 Norte. Será uma boa oportunidade de ter um contato direto com empreendedores da cidade, já que o grupo prima pela liberdade de mercado, além de várias propostas para a economia.  A ideia do espaço compartilhado é justamente proporcionar uma experiência agregadora, interatividade e conexão entre os usuários.

Foto: donnysilva.com.br
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HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Basta, para tanto, que se vejam as coleções dos jornais da época das outras eleições, para que se constate que no Rio os deputados não compareciam, preferindo as campanhas eleitorais em seu Estado. (Publicado em 17.10.1961)

Prateleiras vazias da Venezuela

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Foto: veja.abril.com.br
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       Imagens feitas há alguns dias mostrando o interior de uma farmácia, num bairro de classe média alta, em Caracas, revela toda a nudez de um regime que parece respirar com ajuda de aparelhos. O que se via nas imagens eram sequências de prateleiras completamente vazias, onde não restava sequer um cotonete. No interior do balcão, um atendente de roupa impecavelmente branca, sorria meio desapontado, indicando a inutilidade em que se transformou seus afazeres diários, mas que não é diferente para muitos venezuelanos, nestes dias surrealistas.

           Aquelas imagens, mostrando um país que já não tem nada a oferecer, em certa medida, faz lembrar também a escassez na oferta de material humano, no caso, candidatos para as próximas eleições no Brasil. Mercado, na definição de economia, é o lugar geográfico onde oferta e procura se encontram e, dependendo da quantidade em cada uma das prateleiras, o preço é formado.

       Em se tratando das próximas eleições, as prateleiras da oferta de candidatos estão tão minguadas como as apresentadas no interior da farmácia venezuelana. Além da oferta pobre de candidatos, o eleitor brasileiro tem mostrado um fastio e mesmo uma certa repugnância pelo o que encontra exposto. O que parece haver é uma dissintonia absoluta entre o que o cidadão busca para o momento atual do país e o que ele tem a oferecer: as mesmas e conhecidas caras expostas há muitos anos na vitrine.

Charge: arteemanhasdalingua.blogspot.com.br
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         Os atuais postulantes, que se gabam de conhecer o jogo político e que se apresentam como verdadeiros mestres nessa arte, podem não ter percebido, mas o que os eleitores andam em busca ainda não está em oferta. O pior, é que muitos daqueles que já se lançaram em campanha aberta correm o sério risco de encontrar um ambiente externo totalmente diferente daquilo que imaginaram.

          Não seria de todo absurdo afirmar que o que espera hoje pelos candidatos, Brasil afora, é um território desconhecido para muitos, hostil e mesmo inóspito ao extremo.

          Depois de anos de desemprego, recessão, escândalos de corrupção e outras desilusões, os eleitores, sobretudo a camada mais jovem que mais tem sentido os efeitos desses fenômenos nefastos, não enxergam com bons olhos a classe política, sobretudo aquela, que para muitos, teve responsabilidade direta pela crise.

         Há, além de um enfado com o modelo atual, uma descrença dos mais moços com essa geração de políticos. O mais incrível é que esse parece ser um fenômeno que perpassa a maioria dos países ocidentais na atualidade. O perigo com essa descrença generalizada é que ela induz, em muitos casos, o aparecimento de candidatos com propostas extremas. E é justamente o que tem aparecido por aqui e em outras partes.

           Depois de provar o pão da direita e mais recentemente da esquerda, o que muitos brasileiros parecem buscar é algo realmente novo. Ocorre que o novo, como no caso do Movimento 5 Estrelas da Itália, não nasce de uma hora para outra. E mesmo esse tipo de movimento carrega consigo frustrações e outras ideários já experimentados e deixados de lado.

       De olho nessa desilusão geral, que parece tomar conta do eleitorado nacional, alguns políticos mais espertalhões, buscam na janela aberta para trocas partidárias, um lugar ao sol. Para aqueles que têm suas caras estampadas nas manchetes de escândalos, de nada adianta trocar de fantasia. Os eleitores conhecem o perfil de cada um e o que se pode adiantar é que não gostam, nem um pouco, do que já sabem. Como nas prateleiras vazias da Venezuela, não há nada de novo no front da democracia brasileira.

A frase que foi pronunciada:

“A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes.”

Winston Churchil

Charge: esmaelmorais.com.br
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Conservação

Frequentadores do Parque da Cidade sentem o abandono do local. Sujeira por todo lado. De onde surgiu uma embalagem de água sanitária boiando no laguinho do parque, ninguém sabe. Se verba pública está sendo usada para a conservação do local, então que seja cobrado o trabalho.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA 

Mas esta não será a última vez que o mesmo sr. Lúcio Cardoso invista contra Brasília. Lamentavelmente, ele está apoiado na atitude dos ministros, que preferem as conversas políticas do “Serrador” ao trabalho produtivo de Brasília.

(Publicado em 17.10.1961)

Álcool é a morte servida em pequenas doses

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

colunadoaricunha@gmail.com;

com Circe Cunha e Mamfil

Foto: drauziovarella.com.br
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         Ditado antigo e conhecido diz que a união faz a força. No caso específico, da chamada Lei do Silêncio, que temos de fato, é a união de deputados distritais com os proprietários de bares e similares para forçar a alteração dos níveis de decibéis produzidos por esses estabelecimentos, impondo a todos aqueles que, querem e têm o direito de repousar em paz à noite, a algazarra irresponsável e inoportuna desses locais.

         É preciso que a população da capital, principalmente aqueles que se importam com o futuro da cidade e da sua gente, comece, desde já, uma ampla campanha visando alertar os mais jovens para os perigos do consumo de bebidas alcoólicas, que no Distrito Federal já alcançou níveis de epidemia. Basta circular pelas quadras residenciais e pelos points das regiões administrativas para verificar, que na falta de outras opções, e mesmo de outros exemplos, nossos jovens afundam, cada vez mais cedo, na bebida.

          Praticamente parece não existir outro programa de fim de semana que não seja ir à bares, encher a cara. Não se vê, em lugar nenhum, qualquer propaganda ou campanha que alerte para o grande perigo provocado pelo álcool. Hospitais, delegacias, clínicas de psicologia e mesmo cemitérios, estão cada vez mais repletos de jovens que adoecem, matam no trânsito, morrem em brigas, enlouquecem e perdem a vida devido ao consumo de bebidas. Fato estarrecedor é notar hoje o grande número de estabelecimentos que vendem bebidas perto das faculdades.

Foto: bsbflash.com
Foto: bsbflash.com

      Nos intervalos das aulas noturnas, é possível encontrar mais jovens sentados nos bares da redondeza do que nas salas de aula. Na sexta-feira, é possível verificar que, por volta das 21 horas, a quase totalidade dos alunos das principais faculdades já migraram direto para os bares próximos, onde o consumo de álcool ganha ares de competição.

          Bebe-se muito. Bebe-se de tudo. Misturas exóticas e bebidas altamente fortes são consumidas como se fosse água. Nenhuma autoridade tem tido a coragem, até agora, de vir à público denunciar, em alto e bom som, que estamos inertes a esse problema. Continuamos indiferentes como se esse não fosse um problema nosso, de cada um de nós.

         Ao aceitarmos placidamente esse estado de coisa, estamos, conscientemente, criando um enorme problema para nós mesmos, alimentando um futuro que, com certeza, não suportaremos viver. Nossos melhores e mais jovens cidadãos, aqueles que herdarão os destinos dessa cidade e continuarão nosso trabalho adiante, estão sendo envenenados bem debaixo de nossos olhos e não fazemos nada.

         Em nenhum outro país civilizado se vê a permissividade que temos com relação à bebida. A alteração dos níveis de barulho da nova Lei do Silêncio já fala por si. Estão gritando em nossos ouvidos, mais por detrás de toda essa triste agitação, há vozes pedindo socorro e ninguém parece escutar.

A frase que foi pronunciada:

“Quem se vangloria de beber cinco doses de vodcas, de uísque ou dez latinhas de cerveja sem ficar bêbado já demonstra sinais de dependência porque pode expor o organismo a grandes volumes sem alterar o comportamento.”

Ronaldo Laranjeira em entrevista à Drauzio Varella (veja a entrevista no blog do Ari Cunha)

Link para entrevista:

https://drauziovarella.com.br/drogas-licitas-e-ilicitas/alcoolismo-na-adolescencia/

Visitantes

Uma comitiva de 12 ministros do Caribe visita a Embrapa Hortaliças do Gama nesta terça-feira. Um equipamento de simulação climática será o centro das atenções. Trata-se de uma câmara que mostrará o comportamento das plantas em condições climáticas extremas. A visita faz parte de uma agenda de 7 dias, organizada pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), que percorrerá Brasil e Argentina. Mais informações no blog do Ari Cunha.

Link para entrevista:

https://www.embrapa.br/busca-de-projetos/-/projeto/21977/simulacao-de-cenarios-agricolas-futuros-a-partir-de-projecoes-de-mudancas-climaticas-regionalizadas

Caesb

Na pista de passagem da L4 Norte, para chegar a N2, uma obra mal-acabada no asfalto, numa curva, estava completamente sem sinalização à noite e no início da manhã, o que assustou todos os motoristas que passavam por ali. Dias antes, parecia ter estourado algum cano de esgoto nesse mesmo local.

Contribuição

O servidor público está liberado, mas médicos e jornalistas continuam com a contribuição sindical subtraída do contracheque.

Charge: institutoliberal.org.br
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HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O deputado Lúcio Cardoso, manhosamente, está tramando a volta do Congresso ao Rio. É uma ideia infeliz, triste, impatriótica e lamentável. A alegação de que o Congresso não vai ter número no período pré-eleitoral é infantil e destituída de qualquer fundamento. (Publicado em 17.10.1961)

Imprensa tradicional: modo de usar segundo o Partido dos Trabalhadores

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

colunadoaricunha@gmail.com;

com Circe Cunha e Mamfil

Charge: aluizioamorim.blogspot.com.br
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     Na novilíngua, ou mais precisamente no dialeto companheiro criado pelo Partido dos Trabalhadores, principalmente depois dos desdobramentos de operações policiais como a Lava Jato, que esmiuçaram os subterrâneos da legenda, a expressão “Imprensa tradicional” passou a ser todo aquele veículo de comunicação que ouse investigar e divulgar quaisquer fatos desabonadores para a sigla.

         Nesse rol, que inclui uma grande quantidade de veículos de comunicação, a maioria de circulação nacional, estão os principais jornais, revistas, rádios e televisões do país. Encurralado por uma tropa ansiosa de repórteres, as principais lideranças desse partido não têm tido vida fácil. A todo instante e em todo o lugar, deputados, senadores, governadores, dirigentes do partido e outras autoridades petistas são cercados pela imprensa com perguntas e questionamentos considerados incômodos e inconvenientes.

        A imprensa, é preciso dizer, faz o seu trabalho que consiste em ir atrás dos fatos. Nesses tempos, particularmente conturbados para a legenda, colocada sob a lupa fina da Polícia Federal, do Ministério Público e por boa parte dos brasileiros indignados com as revelações que vão vindo à tona, qualquer declaração mal colocada ou mal interpretada causa não só estragos de monta, mas obriga seus dirigentes a reavivar fatos que, na maioria das vezes, são extremamente negativos.

Charge: materiaincognita.com.br
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       Neste caso, entendem os petistas, a melhor defesa passa a ser atacar, por todos os meios, a imprensa bisbilhoteira, com classificações que vão de imprensa tradicional, golpista ou imprensa burguesa. Para um partido que preferiu partir em sentido oposto ao da refundação, como recomendavam alguns dirigentes mais realistas depois dos escândalos do mensalão em 2002, restou ao PT seguir a senda torta dos desmentidos e da negação reiterada, obviamente imposta pelo grupo que, desde sempre, comanda o partido com mão de ferro.

        O mea-culpa, que poderia dar uma reorientação mais racional ao partido, foi deixado de lado em favor de um personalismo, típico de partidos com essa orientação, que alçou o chamado lulismo bem acima dos valores da legenda. O preço por escolhas equivocadas e individualistas tem suas consequências. Dessa vez, são espinhosas.

        O abraço de afogado, dado por Lula e sua turma em torno do PT, tem contribuído para atolar, ainda mais, o partido no lodaçal de denúncias. A saída para um impasse desse tamanho, obviamente maquinado pelos controladores da legenda, em que a turma é encostada contra parede pela imprensa séria do país, não podia ser pior. Segundo o portal Os Antagonistas, na quinta-feira, talibãs do Movimento dos Sem-Terra, a maioria mulheres, invadiram o parque gráfico do jornal O Globo.

        São esses os estrategistas que têm levado a legenda a pique, com orientações e dicas de como tratar a imprensa tradicional. Em uma cartilha sobre as regras para o tratamento da imprensa, publicada anos atrás pelo PT, o texto recomendava, entre outras pérolas de táticas mambembes, que o deputado do partido falasse pouco, deixando nas entrelinhas que a pauta que traz o repórter, na verdade é uma armadilha ou uma “tese” que esse tipo de imprensa quer ver comprovada de qualquer forma. “A pauta, diz o manual, vale mais do que a realidade. Mesmo que o fato não corresponda a ela, acaba prevalecendo no noticiário de determinados veículos a versão previamente preparada pela chefia ou mesmo uma fonte com interesse específico em distorcer a realidade.

        O manual chamado “Guia de Funcionamento da Câmara dos Deputados e da Liderança do PT” lembra que o repórter escreve a notícia a partir de uma pré-pauta elaborada por pessoas que pretendem distorcer os fatos. Para situações mais embaraçosas, o manual dessa legenda recomenda, ao parlamentar neófito, não conceder entrevista ou tentar derrubar a matéria com argumentos. A dinâmica faz lembrar cada dia mais com um aparelho subversivo, como designavam os militares nos anos sessenta, os núcleos de resistência ao regime,

        O desespero com a situação a que chegou o partido, explica, por si só, a existência de seguir até hoje uma cartilha desse nível.

A frase que foi pronunciada:

“Nenhum político pode falar do PT. Ele foi o único partido que não teve oposição. Caiu em desgraça graças a ele mesmo.”

Ulisses Guimarães, de onde estiver.

Charge: bocamaldita.com
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Release

Após aprovação em Assembleia Geral Ordinária, a 4ª Seção Regional do IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil reelegeu Paulo Cézar Santana como presidente para a gestão 2018-2020. O executivo é contador e apresenta mais de 36 anos de experiência na área da auditoria independente.

Posição

“A principal frente de trabalho será a Educação Profissional Continuada, tanto para os auditores independentes quanto para os contadores responsáveis técnicos pela elaboração de demonstrações contábeis”, afirma Paulo Cézar Santana, que continuará desenvolvendo o trabalho como presidente da regional que compreende Minas Gerais, Distrito Federal, Tocantins e Goiás.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

É o caso também da represa. Não há um restaurante, não há um bar, e os visitantes são obrigados a não descerem do automóvel. (Publicado em 17.10.1961)