Desinteresse geral

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil;

colunadoaricunha@gmail.com;

Charge: Bello
Charge: Bello

        Pesquisas feitas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela ONG Todos pela Educação, em tempo e lugares diferentes, usando também métodos diferentes, chegaram ao mesmo resultado: apenas uma pequeníssima minoria dos professores, tanto das escolas da América Latina como das escolas brasileiras, recomendam a profissão para seus alunos ou filhos.

        O primeiro estudo, intitulado “Profissão Professor na América Latina – Por que a docência perdeu prestígio e como recuperá-lo?” mostrou ainda que apenas 5% dos indivíduos com menos de 15 anos desejariam seguir a carreira do magistério. Mesmo em países onde a educação da população é levada a sério esse índice não ultrapassa os 25%.

         Um dado comum às duas pesquisas indica que os baixos salários continuam sendo o principal motivo para esse desinteresse geral. No Brasil, como no restante do continente, os salários dos professores seguem praticamente no mesmo patamar há décadas e, não raro, não acompanham a média salarial de outras categorias com o mesmo nível de formação.

         São dados que apresentam um sério risco para todo e qualquer programa de educação, seja no Brasil ou mesmo na América Latina, e ameaçam seriamente o futuro de imensas legiões de jovens, se algo não for feito com urgência. Na maioria dos casos, a remuneração dos profissionais de ensino chega a ser menos da metade de outras categorias no mesmo nível.

Charge: Duke
Charge: Duke

         Quando se atinge uma situação onde os próprios mestres, juntamente com os novos alunos, chegam a conclusão que seguir em frente com essa carreira é um erro e uma perda de tempo, é porque a profissão do magistério parece já ter atingido o patamar de uma ocupação em fraco desaparecimento. No caso da pesquisa mostrada pela ONG Todos pela Educação, o índice de professores que não indicariam a profissão para seus alunos ou para seus filhos é de 49%. Esse índice se eleva à medida que os professores possuem mais anos atuando no magistério. Quanto mais se entregam ao magistério, mais os profissionais em educação reconhecem o tempo perdido com uma profissão que não é valorizada, nem pelo governo e pelas secretarias de educação, nem mesmo pelas famílias dos alunos. No ensino médio, onde estão os alunos na fase da adolescência e com maiores problemas de comportamento, trazidos de casa e do meio onde vivem, a maioria dos docentes confessa arrependimento com a escolha dessa profissão.

      Nessa etapa, contribui para o desinteresse os correntes casos de violência contra os professores. Nessa fase também é comum verificar casos de estresse e de doenças do sistema nervoso adquiridos por esses profissionais e onde estão os maiores casos também de pedidos de afastamento.

       A realidade obriga os professores, como orientadores que são, a dizer a verdade aos seus alunos. Nesse caso, recomendam a todos que não sigam com a ideia de vir a se tornarem professores, para que não tenham que enfrentar os mesmos problemas de seus mestres. Salários baixos, violência, descaso das autoridades e as péssimas condições da maioria das escolas, tanto no Brasil como no continente, parecem decretar o fim dessa profissão e o futuro da própria América Latina.

A frase que foi pronunciada:

“O objetivo da educação é substituir uma mente vazia por uma mente aberta.” (Malcolm Forbes)

Tirinha: Mafalda (Quino)
Tirinha: Quino

UnB

A Universidade de Brasília planejou para esse ano mais de 300 câmeras nos estacionamentos do campus. Os furtos a carros não estão controlados. A promessa também tratava de mais duzentos vigilantes de empresas privadas, outra centena do quadro efetivo e uma reorganização dos porteiros e pontos para a presença de segurança.  Drones também estão no orçamento e os estudantes desenvolveram um aplicativo que conta com a comunidade universitária para apontar locais vulneráveis a furtos, assaltos e estupros.

Foto: Emília Silberstein/ Agência UnB
Foto: Emília Silberstein/ Agência UnB

Alambrado da barragem

Reforçado o alambrado destruído na barragem do Paranoá. Ainda parece frágil para segurar carro desgovernado, mas está bem melhor que antes.

União

Brasília passa por uma transformação cíclica. No início da capital, todos os moradores se cumprimentavam, eram verdadeiros solidários. Depois, os brasilienses passaram a reclamar que nos elevadores ou na rua ninguém dá um simples bom dia. Graças à violência imposta à cidade, moradores de casas e apartamentos começam a se unir por aplicativos para trocar informações sobre gente suspeita na redondeza. Parece que a camaradagem está voltando.

Agradecimentos

Mais uma vez, agradecemos o carinho de todos os presentes no cemitério, as cartas, e-mails, telefonemas e manifestações sinceras sobre a convivência com o querido Ari Cunha. A gratidão da família Cunha a todos.

Charge:
Charge: Kleber.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Não repercutiu no Congresso nem na opinião pública a atitude de Nicolino Gozador do grupo (pequeno) comandado pelo sr. Adauto Lúcio Cardoso, mudando a capital cada seis meses para o Rio e para Brasília. (Publicado em 26.10.1961)

Meu pai, meu mestre

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

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com Circe Cunha e Mamfil;

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Fotos: arquivo pessoal
Fotos: arquivo pessoal

         Teilhard de Chardin escreveu que “a coisa mais gratificante da vida é ser capaz de dar uma grande parte de si mesmo aos outros.” Assim foi meu pai. Todas as pessoas que chegam para nos consolar nesse momento de dor, lembram de um pouco deixado por ele. Como lição, como carinho, inteligência, diplomacia, perseverança e como acolhimento.

         Nesses anos em que fiquei lado a lado com meu pai, na coluna Visto, lido e ouvido, ao mesmo tempo em que aprendia a manter o rigor do difícil ofício de um editorialista, crescia em mim o temor de que meu mestre e pai me faltaria, deixando-me só, como uma náufraga, à deriva, perdida no imenso mar. Aquele mesmo mar em que um dia, lá no Ceará, ele me levantava pelos bracinhos a cada vez que vinha uma onda.

         Durante o tempo em que trabalhamos juntos, aprendi a jamais misturar os assuntos do trabalho com a vida íntima da família. E a jamais usar a coluna para interesses pessoais. São muitas as lições deixadas pelo Ari Cunha. Tanto nos momentos de glória quanto naqueles dias sufocantes das provações. Quanta sabedoria nos ensinou com exemplos no dia-a-dia. Assim, prosseguimos nossa jornada. Um desacordo daqui, uma gargalhada de lá.

         Em casa, sou a filha caçula, com tudo o que isso importa. Nasci no dia da posse de Jango. Lá estava meu pai, entre a família e o jornal, buscando as notícias dos dois lados. Pequena, queria ter a mesma profissão do meu pai. Falar ao telefone e ler jornal, era o que eu dizia. Já formada em jornalismo, fui convidada a partilhar daquele espaço. O mesmo que toda a minha família acompanhou com os primeiros capítulos, vivendo a história da cidade.

        No jornal, sua assistente, sujeita a toda a carga de responsabilidade e cobranças que o ofício exige. Jamais reclamei dessa dualidade. Com isso, aprendi a não misturar as coisas e nesses últimos vinte anos em que passamos a compartilhar nossas vidas diuturnamente, pude constatar, de perto, a imensa responsabilidade que pesava sobre os ombros do meu pai para comandar o maior jornal da capital, e que tinha, sob sua direção, o maior time de jornalistas e editores jamais reunidos em uma redação.

         Além dessa tarefa hercúlea, que somente poucos suportam, cabia a ele entregar, todos os dias, a coluna, que durante muitas décadas tem sido a leitura obrigatória não só de todos os brasilienses, mas das autoridades que por aqui cumpriam suas missões.

        Tenho um orgulho enorme de saber que meu pai e mestre era do tipo de jornalista à antiga. Daqueles que sabiam, com precisão, cada ofício dentro de um jornal. Jornalistas de seu tempo e com sua responsabilidade, sem computadores e internet, sabiam fazer de tudo num jornal, do início ao fim, entrando com as notícias de um lado, pondo as impressoras para girar de outro, e entregando o produto acabado nas bancas logo pela manhã. Olha aê o Correio… cantavam os jornaleiros logo cedo pelas quadras de Brasília. Comprar o pão, o leite e o jornal era rotina de muita gente.

         Meu pai nunca foi avesso à tecnologia. Tão logo chegaram os computadores quis um, e um laptop. Gostava de aprender. Queria as novidades. Como ele dizia que os dedos tinham asas, voavam sem receios.

          Em muitas e variadas mãos, ali estava o trabalho de meu pai e de toda a equipe do Correio Braziliense. Todos o viam com respeito e admiração pela simplicidade, comportamento agregador e a rara capacidade de se sentir à vontade em qualquer lugar com qualquer pessoa.

        Houve um tempo em que meu pai era o personagem mais conhecido e respeitado da cidade. Percorrer uma pequena distância levava horas. Todos o paravam, contando casos e sugerindo notas. Usava desse prestígio apenas para defender a cidade que adotou como lar e para ajudar as pessoas que para aqui vinham se estabelecer com bons propósitos.

          Com isso, fez uma legião de bons amigos, que tinham nele uma figura magnânima. Jamais usou de seu imenso prestígio em proveito próprio, levando uma vida, à medida do possível, longe dos holofotes. Preferia a companhia dos amigos sinceros e de lugares pouco badalados, como o Café Flor do Abaeté, na 105 Sul, ou nas feiras populares, onde podia sentir os aromas puros da natureza. Falar apenas de meu pai é falar de nossa intimidade familiar e talvez isso não interesse muito. Aqui com os meus pensamentos, sei que somos uma família rara. Todos os domingos, na grande mesa, filhos, netos e bisnetos juntos, sempre em torno do alimento. Para o corpo e para a alma.

         Vamos sentir muita falta da presença do patriarca da família. Somos mais uma família de candangos que para aqui veio quando tudo era pó e esperança. Seguimos na terceira geração e vamos deixando sob essa terra vermelha nossos antepassados queridos, que deram à Brasília muito de si.

Fotos: arquivo pessoal
Fotos: arquivo pessoal
Fotos: arquivo pessoal
Fotos: arquivo pessoal
Fotos: arquivo pessoal
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Crise sistêmica e aguda

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ARI CUNHA

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Charge: Oliveira
Charge: Oliveira

      Exemplos históricos, vindos de todos os tempos e lugares, ensinam que em épocas de crises as soluções requeridas por muitas civilizações sempre foram alcançadas com mais objetividade quando buscadas junto àqueles membros da sociedade mais vividos e, portanto, mais esclarecidos e experientes.

          Dos conselhos desses sábios, muita dor e aflição foram evitadas, poupando vidas e mesmo o desaparecimento de reinos inteiros. Sem esse recurso, presente até nos clãs mais primitivos, a cada crise os homens retornariam no tempo, na tentativa vã de reinventar a roda.

         No caso da crise que vem assolando o país, a mais longa e profunda de toda a sua história, a situação não é muito diferente. O que varia, em nosso caso, é que essa orientação, além de urgente e necessária, precisaria vir não apenas daqueles brasileiros mais experientes e esclarecidos, mas, sobretudo, partir daqueles indivíduos sobre os quais não pairam nenhuma mácula ética.

         Para uma República, cuja a elite dirigente foi contaminada, de cima a baixo por um festival de escândalos e crimes sem precedentes, recorrer ao aconselhamento das poucas reservas morais que ainda nos resta torna-se, hoje, caso de vida ou morte, para a República e para seus cidadãos de bem.

Charge: casadoadvogado.com.br
Charge: casadoadvogado.com.br

          Dessas figuras de proa e que há muito vêm peregrinando numa cruzada solitária em favor de um Brasil mais ético e ajustado às vontades de seu povo, destaca-se a do jurista e ex-professor da Universidade de São Paulo, Modesto Carvalhosa.

            Com 86 anos, autor de vasta obra literária, publicou recentemente o livro “Da Cleptocracia para a Democracia em 2019” um projeto de Governo e de Estado. Na sua avaliação, a atual crise, iniciada com as manifestações de rua em 2013 e ainda em continuidade, além de ser a mais longa de todas na nossa história, com cinco anos de duração, carrega em si um elemento global por abranger os aspectos sociais, econômicos, morais, e mesmo o aspecto da estrutura do Estado. Soma-se a isso o fato dessa crise afetar ainda as relações sociais, opondo brasileiro contra brasileiro, dividindo o país agudamente e conduzindo-o a um mar de incertezas.

          Outro fatore negativo e grave, gerado por essa tormenta, e que parece atingir as democracias pelo mundo afora, é a crise de representação. Nesse sentido, as redes sociais geraram milhões de players que não aceitam mais o antigo sistema de representação Weberiano em que as pessoas delegavam suas vontades à uma elite letrada e com mais capacidade de argumentação.

       Dessa forma, não só o sistema de representação está obsoleto como também o papel dos próprios partidos políticos. A opinião da população em toda a parte não quer mais ser representada nos moldes antigos, mas atuar na forma dos plebiscitos periódicos, referendos, abaixo-assinados, inclusive subscrevendo leis e outras medidas de interesse popular.

          No Brasil, segundo dizem, onde não existe uma verdadeira democracia, já que todo o poder não emana do povo, e sim, dos partidos que ditam o Poder, a questão é mais profunda. Para o jurista Cavalhosa, os partidos que aí estão e os candidatos, em particular, não possuem a noção de que o mundo mudou e com ele a própria sociedade. Não se trata, como muitos devem supor, de uma democracia direta, como pregada pelo anarquismo romântico, mas uma democracia, que, ao seu ver, deve ser balizada dentro dos princípios de uma nova Constituição.

        Além disso, o jurista prega a necessidade de um recall para aqueles políticos que não correspondessem a vontade expressa de seus eleitores. Nesse caso, o melhor sistema, em sua avaliação, é o distrital puro, em que os candidatos estão ligados diretamente aos seus eleitores e a seu distrito.

         Para começar a mudança em todo o sistema, o jurista prega uma espécie de “voto faxina” para trazer à República novos políticos compromissados com o país. Não reeleger ninguém. O ponto alto do pensamento de Carvalhosa é o retorno das Câmaras de vereadores municipais, que passariam a ser ocupadas por legítimos representantes da sociedade. Sem remuneração, sem gastos para os cidadãos locais e sem vinculação partidária, independentes. Os municípios, em seu dizer, necessitam é de serviços, de água, esgoto, educação, creches, ambulatórios e não de disputas partidárias tolas.

A frase que foi pronunciada:

“Há três espécies de mentiras: mentiras, mentiras deslavadas e estatísticas.”

Benjamin Disraeli

Charge: Lute Cartunista
Charge: Lute Cartunista

Começou ontem o programa

Foi a Camila quem ligou para o telefone do trabalho da leitora para fazer propaganda de linha de crédito do Santander. Tratava-se de uma parceria com a American Airlines. O telefone mostrado no Identificador de chamadas era o (48)3031-9655.

Imagem: passageirodeprimeira.com
Imagem: passageirodeprimeira.com

Chega

Fica a dica: Para o celular, o aplicativo Truecaller é o inverso do telemarketing. Tem uma lista de todas as empresas que aborrecem os consumidores com ligações desagradáveis, já que a Anatel nada faz.

Imagem: thehackernews.com
Imagem: thehackernews.com

GP Santa Maria

Hugo Gutemberg, da Administração de Santa Maria, anuncia. Dia 12 de agosto, Dia dos Pais, no Quadradão Cultural do Setor Central, a partir das 10h da manhã, uma corrida de Kart será um super programa para pais e filhos. Os corredores são amadores. Quem tiver experiência pode se inscrever com o Guinho, organizador do evento pelo número 99211-2026.

Cartaz: facebook.com/SantamarianoticiasDf
Cartaz: facebook.com/SantamarianoticiasDf

Novos ares

Em cem anos, quase tudo mudou. A moda, os carros, a tecnologia. Infelizmente, as salas de aula continuam as mesmas. Quadro, mesas e cadeiras, professor expondo novo conteúdo. José Pacheco, da Escola da Ponte de Portugal, é referência mundial da nova pedagogia. O GDF encampou a ideia e a Escola Classe da 115 Norte é um começo.

Indecência

Por falar nisso, uma pesquisa interessante sobre docência no Brasil. O Ibope Inteligência e a rede Conhecimento Social compilaram os seguintes resultados das entrevistas: a escolha da profissão de professor foi feita por afinidade com o trabalho em 78% dos entrevistados. Dos 2.160 profissionais da educação básica da rede pública estadual e municipal, 33% responderam que estão totalmente insatisfeitos com a escolha e 21% completamente satisfeitos.

Charge: Ivan Cabral
Charge: Ivan Cabral

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O dia de ontem foi de mau humor para o carioca. O calor esteve horrível, e chegou dos Estados Unidos o governador Carlos Lacerda. (Publicado em 26.10.1961)

Candidato ao GDF: De Brasília para Brasília.

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ARI CUNHA

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      O Partido NOVO é contra… e, por isso, não usa o Fundo Partidário.  É contra… e, por isso, não usa o Fundo eleitoral! A verba para nossa campanha é muito pouca (…como deveria ser para todos!). É um absurdo que os partidos recebam quase 2 bilhões de reais para promoverem-se!!! O NOVO usa apenas recursos próprios, dos filiados e dos simpatizantes… Então… contamos apenas com a colaboração das pessoas que realmente acreditam que esse movimento é um movimento do BEM. É uma semente para florescer “A” transformação!

        A transformação na FORMA DE FAZER POLITICA!

        Os vereadores eleitos do NOVO já estão fazendo diferença. Já reduziram os gastos dos próprios gabinetes e estão apresentando propostas para o fim de privilégios e para a redução dos gastos públicos desnecessários.

  Conheçam mais as propostas do NOVO, entrando no Facebook de Alexandre Guerra, no site alexandreguerradf.com.br, e no site do: novo.org.br.

* O Blog do Ari Cunha reserva, nas segundas-feiras, um espaço para os pré-candidatos que enviarem material de campanha para divulgação. O conteúdo é de inteira responsabilidade dos pré-candidatos. A equipe Ari Cunha apenas contribui com a sua publicação.

Felicidade se aprende na escola?

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ARI CUNHA

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Foto: noticias.unb.br
Foto: noticias.unb.br

      Aproximadamente um quarto de vida de uma pessoa que cursou do primeiro ano do ensino básico à universidade, incluído aí os cursos de mestrado, doutorado e outros pós, é passado dentro de um estabelecimento de educação. Com base apenas nesse dado, dá para imaginar que todo esse valioso tempo dispensado na gradual obtenção de conhecimento e especialização em determinada área resultará, naturalmente, na colocação desse indivíduo no topo da pirâmide social e econômica de um país.

           Pelo menos é o que acontece na maioria dos países que têm, na educação de seus cidadãos, a base principal de suas políticas públicas. No Brasil, do realismo fantástico, tudo é relativo quando se fala em políticas públicas, sobretudo quando dizem respeito à educação.

       É certo que mesmo em países desenvolvidos a questão da eficiência do ensino não é um assunto fechado, indiferente às mudanças sociais. É preciso reconhecer que a Pedagogia e a Didática e todas as disciplinas voltadas para o aperfeiçoamento e transmissão do ensino não são ciências estanques. Torna-se necessário assim, como outros conhecimentos, que se adaptem às mudanças sociais e aos novos requisitos da nação.

         No caso específico do Brasil, onde faltam médicos, sanitaristas, pesquisadores e outros profissionais de saúde voltados ao nosso secular problema de “muita saúva e pouca saúde”, faz-se fundamental que as universidades preparem, bem e em bom número, técnicos capacitados para tirar o país desse flagelo básico.

        O mesmo ocorre em outras áreas do conhecimento. Um dado fundamental nessa questão é pelo que se toma hoje como sendo o referencial básico que determina se um país é rico ou não. Atualmente, já se tem como consenso que país rico é aquele em que seu povo tem educação de qualidade. Na era das altas tecnologias e do conhecimento, de nada adianta à um país ter jazidas de petróleo ou outros minerais estratégicos, se sua população vive amarrada na ignorância.

      O caso de países como a Venezuela exemplifica bem esse conceito e serve também para o Brasil, eterno exportador de matérias-primas e produtos primários com populações inteiras vivendo na linha da pobreza.

          O que torna essa visão mais incisiva é o fato de que todos os países à margem do desenvolvimento e na periferia do mundo civilizado, todos eles, têm em comum o fato de não possuírem bom sistema de educação. Praticamente nenhuma universidade ou centro de pesquisa relevante está localizada em países na categoria de subdesenvolvido.

         Celeiro do mundo, autossuficiente em petróleo e outros rankings econômicos restritos, não tiveram o condão de elevar o Brasil (e a própria Venezuela) à categoria de país desenvolvido. Nem terão em futuro algum. Dessa forma, soa anacrônico, para dizer o mínimo, que nossas universidades públicas, abastecidas com recursos extraídos compulsoriamente dos cidadãos, inclusive daqueles que jamais irão cursar o ensino superior, canalizem seus esforços e recursos na criação de cursos como o “Golpe de 2016 e o futuro da democracia, ou mesmo o curso abordando o “Estudo Vivencial da Felicidade”, que terá início no segundo semestre na Universidade de Brasília, campus do Gama.

       Levassem seus alunos para um tour em regiões do entorno de Brasília, como por exemplo no Sol Nascente, considerada hoje uma das maiores favelas da América Latina, a UnB poderia apresentar, in loco, e sem maiores despesas, as nuances que fazem do tema felicidade uma questão muito relativa, num país também muito relativo.

A frase que foi pronunciada:

“Pesquisas sugerem que 40% da felicidade das pessoas vêm das escolhas que fazem.”

Matthew Solan, da Escola Médica de Harvard.

Tirinha: clevertoncaricaturas.blogspot.com
Tirinha: clevertoncaricaturas.blogspot.com

Imagem e ação

Na votação do Prêmio Congresso em Foco, a senadora gaúcha, Ana Amélia, assumiu a liderança na categoria especial “Destaque na Redução das Desigualdades Sociais”.

Foto: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Foto: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil.

Novidade

Uma pane na central telefônica da Emater não é problema para os alunos desejarem cursar novas turmas oferecidas pela empresa. No dia 3 de agosto, começam as aulas com a nutricionista Danielle Amaral sobre fabricação de produtos sem glúten e sem lactose. No dia 10 do mesmo mês, Flávio Bonesso, técnico em agroindústria da Emater-DF, vai ensinar a desossar frangos. Mais detalhes pelo celular 9-8525-5981.

Link para mais informações: Cursos Emater para o mês de agosto.

Reprodução humana

Oitocentos especialistas em reprodução humana, inclusive de outras dezenas de países, vão se reunir em Brasília no 22º Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida. A solenidade de abertura acontece às 18h30, no Centro Internacional de Convenções. O Congresso acontecerá entre os dias 1 e 4 de agosto e é promovido pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). Dr. Ayres Britto palestrará sobre o “Status jurídico do embrião”, abordando os aspectos éticos e legais do assunto. O endereço do CICB é SCES Trecho 2, Conjunto 63, Lote 50.

Imagem: sbracongressos.com.br/
Imagem: sbracongressos.com.br

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Isto tudo depende, entretanto, do acordo a ser feito com os “cartolas” dos clubes de futebol. (Publicado em 26.10.1961)

Em defesa do planejamento urbano e solidário

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ARI CUNHA

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Charge: Angeli
Charge: Angeli

          Da realização do “Seminário Nacional de Política Urbana: por cidades humanas, justas e sustentáveis”, ocorrido no início desse mês em São Paulo, resultou a Carta Aberta pelo Direito à Cidade, elaborada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).

         O manifesto, em defesa de uma política pública de Planejamento urbano Solidário e Inclusivo, está sendo disponibilizado agora aos postulantes à Presidência da República, aos Governadores Estaduais, ao Congresso Nacional e às Assembleias Estaduais e Distrital, de forma a orientar adequadamente os candidatos às próximas eleições quanto as políticas necessárias ao correto planejamento urbano exigidas hoje pela maioria das cidades do país, sobretudo no que concerne a construção de uma agenda voltada para tornar nossas cidades mais humanas, justas e sustentáveis.

         Para tanto, o documento parte inicialmente de três pilares. O primeiro deles refere-se ao que chamam de projeto nacional baseado na territorialização das políticas públicas, ou seja, a adoção de planejamentos descentralizados e adequados a cada realidade. O segundo pilar dessa proposta visa estabelecer uma governança urbana inovadora que reconheça a necessidade de descentralizar a definição das políticas locais, bem como sua execução, respeitando e acatando os diferentes problemas apresentados por cada um dos 5.570 municípios espalhados pelo país, garantindo autonomia técnica do Ministério das Cidades e preservando-os de ingerências político partidárias. O terceiro pilar desse documento assenta-se na democratização da gestão dos Territórios e tem como base fortalecer o governo local quanto ao pacto federativo, ampliando os mecanismos de participação popular nas decisões como o direito à moradia, ao transporte público de qualidade, valorizando, sobremaneira, a vontade das minorias que construíram a nação brasileira.

          Na Carta Aberta dirigida aos candidatos aos pleitos de 2018, o CAU/BR e o IAB lembram que o Brasil, sendo um país continental, possui 85% de sua população vivendo hoje em cidades dos mais diferentes portes, marcadas por desigualdades territoriais, econômicas e injustiças sociais. Para tanto o documento prega, como fundamental que se avance na reforma urbana baseada na função social da cidade, conforme prevista na própria Constituição e já regulamentada pelo Estatuto da Cidade.

           No preâmbulo da Carta, os arquitetos e urbanistas lembram ainda que a “Reforma urbana deve se contrapor ao urbanismo que privatiza e fecha as nossas cidades, sem evitar que a violência alastre-se ante à incapacidade do Estado de implementar políticas eficazes de mobilidade e de enfrentamento da carência de infraestrutura, da degradação dos espaços públicos, da fragilidade da relação cidade-meio ambiente, do espraiamento das periferias com urbanização incompleta e do crescente déficit habitacional.”

A frase que foi pronunciada:

“Nada mais fácil do que fazer planejamento de um país sem incluir gente.”

Jaime Lerner

Charge: blogdokayser.blogspot.com
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Vitória

Lumacaftor e Ivacaftor. O que parece sem importância para quem tem saúde é fundamental para a sobrevivência de milhões de pessoas com fibrose cística. A Anvisa anuncia que o novo medicamento foi aprovado. Representantes de diversas associações que amparam pacientes com essa doença, por enquanto incurável, estiveram com a representante da AGU, Grace Mendonça, e com a ministra Carmen Lucia, no STF. O incansável Fernando Gomide, presidente da Associação Brasiliense de Amparo ao Fibrocístico, disse que a união de todos é o primeiro passo para recuperar a saúde do país.

Foto: distritosa.com.br
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Âmbito

À primeira vista, parece sexista a campanha lançada pela Secretaria Nacional de Mulheres, segmento organizado do PSB. “Mulher vota em mulher”. Não que as mulheres sejam vacinadas contra a corrupção. Temos um leque de exemplos que mostra a realidade. Mas para mudar o quadro atual vai ser preciso um choque. E esse é interessante.

Imagem: blogdalucianaoliveira.com.br
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Consome dor

Espantado com a esposa que passou 12h horas tentando finalizar satisfatoriamente uma solicitação com a atendente da Latam, o marido perguntou: “Mas como é que você aguentou isso?” Ela respondeu: “Troquei meu antidepressiva semana passada!” O pedido era simples. Mudar a data da viagem, mas todo esse tempo não foi suficiente para a Latam atender.

Logo: latam.com
Logo: latam.com

Desamparo

Cúmulo do absurdo. Sem canal em tempo real para atender consumidores, a Anac, que existe para proteger os passageiros, só recebe qualquer protesto pelo site do cidadão, um portal nacional de reclamação. E mais: com a missão de “Garantir a todos os brasileiros a segurança e a excelência da aviação civil”, a agência presta um desserviço se afastando das demandas populares.

Logo: facebook.com/ANACBra
Logo: facebook.com/ANACBra

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Assim, nós veremos, aqui, o jogo no instante de ser realizado, e à noite, é que chegará a vez do carioca e do paulista. (Publicado em 26.10.1961)

As rugas de um país

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

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colunadoaricunha@gmail.com;

Charge: Dalcío
Charge: Dalcío

         Pelas próximas três décadas, a população brasileira continuará a crescer, atingindo, ao final do ano 2047, 233,2 milhões de pessoas. Daí para frente, o número de brasileiros cairá gradualmente, chegando a se estabilizar em 228,3 milhões de pessoas no ano de 2060. Pelo menos é o que apontam os estudos contidos na revisão 2018 da Projeção de População elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

        Por essas projeções, um em cada quatro brasileiros terá mais de 65 anos em 2060 e é aí que o país terá pela frente que enfrentar novas realidades e novos desafios. Nesse caso, tudo dependerá das medidas que vierem a ser adotadas desde agora, para não haver surpresas desagradáveis e até trágicas quando esse futuro chegar.

        Além da queda média na taxa de fecundidade, haverá paralelamente um aumento na expectativa de vida dos brasileiros, passando dos atuais 72 anos para os homens e 79 anos para as mulheres, para 77 para os homens e 84,5 para as mulheres, em 2060. Com isso, o envelhecimento da população será um fato, com a população com mais de 65 anos chegando a 25,5% da população em 2060. Com mais pessoas idosas do que jovens, a reestruturação total de todos os serviços públicos, incluindo mudanças na infraestrutura das cidades oferecidas à população, será uma necessidade.

        Pelas estimativas do IBGE, a razão de dependência da população atualmente é de 44%, o que equivale a dizer que 44 indivíduos com menos de 15 anos e com mais de 64 anos dependem de cada grupo de 100 em idade de trabalhar. Em 2039, essa razão será de 51,5%, aumentando para 67,2% em 2060. Apenas com base nesses dados ficam patentes que reformas no sistema de previdência e de seguridade social, que até o momento não foram realizadas por questões políticas e eleitoreiras, terão que retornar a pauta, sob pena de simplesmente colapsar todo o sistema, empurrando uma imensa legião de brasileiros para a miséria. De saída, é preciso notar que o envelhecimento da população brasileira poderá acarretar uma redução sensível no Produto Interno Bruto potencial.

         De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), parte do crescimento potencial do país, nas últimas décadas, derivou da força de trabalho que ainda crescia. Com a mudança acentuada desse cenário daqui para a frente, a situação deve se inverter, com o crescimento econômico encolhendo, assim como a força de trabalho e de contribuintes.

         Nesse sentido, os especialistas no assunto recomendam a busca e a exploração por novas fontes de crescimento, como é caso de mais investimentos e de uma forte poupança externa. Questões simples, como a requalificação dessa mão-de-obra mais idosa, terão que ser pensadas, de modo a reinseri-las no sistema. Fora das variáveis econômicas, que são fundamentais, também questões mais simples e que dizem respeito ao dia a dia dessa população mais idosa deverão ser repensadas com urgência, como saúde, mobilidade, segurança, moradia, adaptação das cidades às necessidades específicas desse público, entre outros problemas.

         O século XXI, pelo que já deu para observar, trará desafios ainda maiores para os brasileiros e sobretudo para os próximos governos. Com isso, já é possível mensurar a importância crescente no instituto do voto. Votar agora, de forma esclarecida, em candidatos sérios, é mais do que necessário, é uma questão vital e irá dizer muito sobre nosso próprio futuro.

A frase que foi pronunciada:

“No Brasil de hoje, os cidadãos têm medo do futuro. Os políticos têm medo do passado.”

Chico Anysio

Charge: Ivan Cabral
Charge: Ivan Cabral

Iniciativa

Recebi a informação de Regina Ivete Lopes. Com o troco solidário, o supermercado Comper angariou R$49.698,80. O montante será doado à instituição social Ideias – Instituição de Desenvolvimento da Educação de Ações Sociais. Simples e eficiente!

Imagem: acritica.net
Imagem: acritica.net

Chegue cedo

Dia 31 de julho é dia de conferir a beleza das canções e performance do coral Watoto, de Uganda. O concerto será na igreja Presbiteriana da 313/314 Sul, 19h, entrada franca. Watoto significa criança. O coral é composto por crianças órfãs que perderam os pais com Aids ou em conflitos. O presbítero Toni, Francisco Antonio Oliveira Silva, da igreja Presbiteriana de Brasília, comunicativo como todos os cearenses, conheceu o grupo em Cocalzinho, Goiás. Conversou com os organizadores do evento e depois de reuniões na igreja conseguiu trazer os cantores para Brasília. Depois da apresentação, o grupo colocará à venda produtos promocionais que são parte do sustento para as viagens que fazem pelo mundo.

Luxo

Eram do STF os belos apartamentos do bloco B da SQS 313. Dois apartamentos por andar. Quando presidente, Collor deu a oportunidade para que os ocupantes comprassem o imóvel.

Ainda há tempo

Deputado Izalci Lucas, do DF, em entrevista, diz-se favorável ao voto impresso, auditável. Levantou a simples dúvida: “Se Japão e outros países, com tecnologia avançada, não adotam a urna eletrônica é porque o sistema não atrai, concluiu. É preciso ter a vontade do povo auditável, com transparência, para que não surja nenhum tipo de dúvida, o que não é o caso da urna eletrônica. A questão orçamentária colocada pelo TST não diz respeito ao tribunal, e sim ao Congresso.” Lembra o deputado.

Foto: blogdoeliomar.com.br
Foto: blogdoeliomar.com.br

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Eu não sei se posso dizer isto, mas é provável que no momento em que estejam gravando o jogo no Rio, a TV Brasília esteja transmitindo diretamente a imagem da TV Tupy. (Publicado em 26.10.1961)

Sistema carcerário é hoje o maior problema de segurança pública do país

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil;

colunadoaricunha@gmail.com;

Charge: NEF. (jornaldebrasilia.com.br)
Charge: NEF. (jornaldebrasilia.com.br)

         “Dada a gravidade do problema, é necessário que as instituições responsáveis pela execução penal trabalhem em conjunto e encontrem soluções já a curto prazo, pois não há mais tempo para esperar por respostas de médio e longo prazo.” A afirmação foi feita pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, durante a realização do Seminário Internacional de Execução Penal, ocorrido recentemente.

          A avaliação está longe de ser alarmista, visto que o país hoje possui a terceira maior população carcerária do planeta, podendo chegar, já ao final desse ano, com 841,8 mil detentos, sendo que, em 2019, irá atingir a cifra de 1,47 milhão de encarcerados, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

         Em nosso caso, a situação é ainda pior, já que são aproximadamente 600 mil mandados de prisão ainda não cumpridos. Especialistas nesse assunto são unânimes em reconhecer que hoje essa massa carcerária já não é mais sustentável, quer por problemas orçamentários, quer por questões físicas, administrativas ou mesmo de controle, o que transforma essa questão no principal problema de segurança pública do país.

         “Se não enfrentarmos esse problema, diz o ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, o Brasil caminha para se tornar, literalmente, prisioneiro e refém do seu próprio sistema prisional.” Se em âmbito nacional a situação é de calamidade, o mesmo ocorre com o sistema prisional aqui no Distrito Federal.

       Com quase 16 mil pessoas cumprindo pena em regime fechado atualmente, dados têm mostrado que essa população dobra de tamanho a cada década, complicando uma situação que já é grave em si. Para tornar essa questão ainda mais perigosa, o governo local admite não possuir estudos e planejamento para os próximos anos, o que poderá levar o sistema ao colapso total.

        Sem estudos, admitem aqueles que entendem do problema, não se pode fazer políticas públicas adequadas. Especialistas em Direito Penal concordam que a situação que levou a superpopulação prisional decorre basicamente do fato de as autoridades não tomarem como prioritária a gestão prisional, adotando também uma cultura que chamam de punitiva, na qual o simples encarceramento é a opção mais rápida e eficaz de condenação.

         Outro aspecto levantado pelos especialistas é quanto a atuação das polícias que investem pouco em ações de prevenção e de inteligência, o que, por sua vez, é agravado pelo corte de investimentos no setor.

           Para se ter uma ideia, a cada 24 horas, em média, aproximadamente 30 pessoas são presas no Distrito Federal. Se todas essas pessoas permanecerem encarceradas, ao final de um mês serão cerca de 900 novos presos ou o dobro do que comporta hoje um pavilhão do Presídio da Papuda.

A frase que foi pronunciada:

“Achei que me convinha mais, correr perigo com o que era justo, que, por medo da morte e do cárcere, concordar com o injusto.”

Sócrates

Charge: Ivan Cabral
Charge: Ivan Cabral

Mais respeito

Pessoas que visitam o Congresso saem muito bem impressionadas. A experiência de conhecer instituições públicas é uma forma de o cidadão valorizar o que também é dele. Na Câmara e Senado, há recepção para portadores de necessidades especiais, turistas estrangeiros e grupos de diversas origens. Basta acessar a página do Senado ou Câmara e agendar a visita guiada.

Link: www2.congressonacional.leg.br/visite
Link: www2.congressonacional.leg.br/visite

Urnas

Os números não escondem a verdade sobre a cota para mulheres nas eleições passadas. 14.417 candidatas não receberam um voto sequer. Em contrapartida, 1.714 homens também não. Além da cota, outro problema com os sem votos. Vários deles postaram protestos dizendo que pelo menos o voto dele próprio deveria ter sido registrado. O protesto ficou por isso mesmo.

Novidade

Aprendam esse nome: Saeed Rahiminejad. Trata-se de um designer industrial, de 26 anos, que mora em Teerã. O rapaz trouxe a solução para o fim de louças na pia. Criou o aparelho que transforma alimentos em pratos, talheres e copos comestíveis. O equipamento se chama Bake.A.Dish (asse a louça). A ideia revolucionária agradou famílias e certamente terá impacto positivo no meio ambiente. Um prato descartável que levaria 500 anos para desaparecer, começa a dar lugar ao prato comestível que, se for descartado, desaparece em, no máximo, 30 dias. Dê uma espiada nas imagens no blog do Ari Cunha.

Foto: queminova.catracalivre.com.br
Fotos: Bake.A.Dish/BNPS (queminova.catracalivre.com.br)

Foto: queminova.catracalivre.com.br

Foto: queminova.catracalivre.com.br

Boa ideia para BSB

Izidório Campos é o diretor do Programa Feira Verde, de Ponta Grossa, no Paraná. A prefeitura estimula que os moradores juntem 20kg de pneus ou materiais recicláveis para trocar por frutas, legumes verduras, ovos e mel produzidos na região. Assim, ganham as associações que reciclam, a população que consome produtos saudáveis, o meio ambiente e a prefeitura, pela iniciativa.

Foto: thegreenestpost.com
Foto: thegreenestpost.com

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Com relação ao futebol, está acontecendo isto no Rio: as estações de TV estão gravando em vídeo tape os jogos, e só podem transmiti-los à noite, depois do jogo. (Publicado em 26.10.1961)

Cuba ainda é a Disneylândia das esquerdas

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil;

colunadoaricunha@gmail.com;

Foto: mst.org.br
Foto: mst.org.br

         Criado em 1990, por indução do próprio Partido dos Trabalhadores, o Foro de São Paulo transformou-se numa conferência periódica de partidos e organizações de esquerda que, desde então, vêm buscando meios e alternativas de transformar e promover a integração latino-americana para inserir o continente e adjacências no ideário e na cartilha que orienta essa matiz política, visando, entre outras propostas, o controle supranacional de toda a América do Sul e Caribe, de acordo com a ideologia comunista.

        No jargão próprio, o FSP objetiva a “unidade de ação na luta anti-imperialista”. Obviamente que um Foro com essa natureza e propostas, muitas delas fincadas em ideais correntes nos anos sessenta, só poderia reunir a nata das atuais ditaduras que ainda infestam parte do continente, submetendo, arbitrariamente, seus povos à regimes de exceção, como bem ilustram hoje os casos da Venezuela, Nicarágua e Cuba, consideradas, ao lado da Coreia do Norte, as mais longevas ditaduras do planeta.

      Quis o destino, com ajuda de parcela da justiça brasileira que ainda funciona a contento, que duas de suas maiores estrelas não estivessem presente nessa XXIV edição ocorrida na cidade de Havana, Cuba. Fidel Castro, faleceu em novembro de 2016 e Lula encontra-se preso, condenado, em uma das várias ações que responde, a doze anos por corrupção e lavagem de dinheiro. Mesmo ausente, o grande paladino da atual esquerda brasileira foi muito citado no FSP de Havana, que criticou a “condenação e a prisão sem provas de Lula para impedir sua candidatura à presidência da República.”

         Essa versão corrente na narrativa dos petistas foi, estrategicamente, implantada na reunião pela ex-presidente Dilma e pela atual dirigente do PT, Gleisi Hoffmann, que em foto aparecem sorridentes e com um cartaz ilustrativo dessa patranha. No texto da Declaração Final de Havana, a América Latina já aparece como vítima do que chamam de “ofensiva reacionária, conservadora e restauradora do neoliberalismo” no qual os EUA, comandando o capitalismo transnacional, é, como sempre, o grande algoz do continente. No documento também citam retrocessos promovidos por “golpes parlamentares e judiciais”, numa clara menção ao que pregam sobre o ocorrido com o impeachment “da ex-presidente Dilma.

         Não por acaso, as expressões contidas na Declaração Final citam os mesmos chavões repetidos aqui no Brasil, como, “direita imperial”, “oligarquias subordinadas”, “classes dominantes”, “forças imperantes”, “golpe parlamentar”, “julgamento midiático”, “direita conservadora”, “agenda neoliberais” e diversas outras frases ossificadas que compõem o recital das esquerdas em toda a parte. No texto entre as ações que pregam para barrar o avanço de outras frentes, estão a necessidade de se “examinar criticamente o caminho andado, reunificar forças e renovar forças para seguir construindo os consensos que a ofensiva em curso da direita exige.” Para tanto, conclamaram a “um exercício prático do internacionalismo entre todas as forças de esquerda da América Latina e do Caribe, da Ásia, África, Europa e América do Norte.”

         Lembrando que a América Latina e o Caribe continuam em luta, terminam o texto conclamando o velho chavão “Hasta la victoria siempre.” Tirem suas conclusões sobre esse passeio à Disneylândia das esquerdas, diretamente do túnel do tempo.

A frase que foi pronunciada:

“A democracia muitas vezes significa o poder nas mãos de uma maioria incompetente.” 

George Bernard Shaw

Charge: tribunadainternet.com.br
Charge: tribunadainternet.com.br

Pesado

Um dossiê sobre uma rede de abuso sexual, com mais de mil páginas, foi entregue ao senador Magno Malta. Trata-se de uma suposta omissão em investigações que podem ter envolvidos políticos, religiosos e educadores.

Foto: oglobo.globo.com
Foto: oglobo.globo.com

Futuro no passado

Enquanto os candidatos a cargos públicos buscam vices e apoios, os eleitores vão assistindo, no Youtube, campanhas políticas passadas para acompanhar o que cumpriram ou não.

Da região

Solução para a merenda escolar é passar a valorizar a agricultura familiar da região. O assunto foi discutido na Comissão de Educação do Senado. A proposta da senadora Rose de Freitas é ampliar de 30% para 50% a parcela dos recursos federais para o Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Imagem: sebraemercados.com.br
Imagem: sebraemercados.com.br

Valor

Por falar nisso, em uma viagem a Natal, o visitante queria saber a razão de não servirem caju no café da manhã, sendo que a área estava rodeada de cajueiros carregados. A moça que servia os turistas respondeu: “Quem vai querer isso?” Um exemplo simples que mostra como não valorizamos o que temos.

Ataques

Dados dos Tribunais de Justiça, Ministérios Públicos e Polícias Civil e Federal mostram que, em 2017, 57 pessoas que lutavam pelo meio ambiente ou por terra foram assassinadas.

Charge: professorridaltovaz.blogspot.com
Charge: professorridaltovaz.blogspot.com

E se

Jofran Frejat tem colhido muita informação com o fato de ter desistido de concorrer ao GDF. São dados importantes e que serão fundamentais para um futuro bem próximo.

Foto: g1.globo.com
Foto: g1.globo.com

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O impeachment do sr. Carlos Lacerda ainda não foi votado porque os deputados estaduais da Guanabara só falam nas transmissões dos jogos de futebol pela TV. (Publicado em 26.10.1961)

Êxodo

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil;

colunadoaricunha@gmail.com;

Imagem: istoe.com.br
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           Com a posse do novo presidente, em janeiro de 2019, dezesseis anos terão se passado desde que o primeiro ex-operário subiu a rampa do Palácio do Planalto. Com Lula, chegaria também ao poder o primeiro governo de orientação esquerdista. Dessa experiência histórica, desejada por muitos que ainda creditavam esperanças de igualdade plenas nessa vertente política ficou, ao lado de uma grande decepção, a constatação de que o país havia retornado ao fundo do poço, depois de ser brevemente resgatado pela engenharia econômica do Plano Real.

       De lá para cá, o Brasil foi do céu ao inferno num átimo. O que restou, talvez, de mais proveitoso dessa experiência frustrada foi o aprendizado de que honestidade e eficiência na gestão do Estado não são atributos exclusivos dessa ou daquela matiz ideológica, mas advém unicamente da escolha livre e sensata de brasileiros conscientes da importância do voto.

        Hoje, num balanço rápido, o que temos, além do encarceramento da cúpula que governou o país e da mais profunda depressão econômica já vivida pelos brasileiros, são dúvidas e incertezas sobre os destinos do país. Das inúmeras consequências negativas dessa experiência que se quis “revolucionária” nos moldes dos anos sessenta, ficaram os 14 milhões de brasileiros de todas as idades que vagam pelas cidades em busca de empregos, o desmantelamento das instituições, a descrença geral nas elites dirigentes e talvez a mais nefasta de todas as heranças, que é a desesperança dos jovens no futuro do país.

      Experiências vindas de outras partes do globo em outras épocas ensinam que qualquer país que assiste à debandada de sua força jovem sofre muito mais para recuperar sua pujança e encontrar os trilhos da história. Nesse sentido, quando uma pesquisa de opinião chega a constatar que, se pudessem, 62% ou quase 20 milhões dos jovens brasileiros iriam embora do país em busca de novas oportunidades e qualidade de vida, o que se tem, em números expressivos, é o retrato, sem retoques, de um processo de profunda desilusão que tomou conta das nossas novas gerações.

        Essa situação se agrava ainda mais quando a mesma pesquisa, feita pelo Datafolha, demonstra que mesmo a população adulta, que já fincou raízes econômicas no país, nada menos do que 43%, expressaram desejo de também deixar o Brasil. Para muitos nacionais, esse desejo não ficou apenas na intenção. O número de pedidos nos consulados e embaixadas de países como Estados Unidos, Espanha, Chile, Canadá, Portugal entre outros países, não param de crescer e já somam milhares de pessoas que voluntariamente almejam ir embora, em busca de uma nova vida em um lugar mais tranquilo e promissor.

           Essa vontade manifestada por milhões de conterrâneos de deixar tudo para trás, virando estrangeiro, num país longínquo é, sem dúvida, a mais patente e perniciosa consequência advinda da experiência vivida por todos nós, a partir de 2003, e que ainda hoje rende seus frutos amargos e dissolutos.

 A frase que foi pronunciada:

“Em Portugal quem emigra são os mais enérgicos e os mais rijamente decididos; e um país de fracos e de indolentes padece um prejuízo incalculável, perdendo as raras vontades firmes e os poucos braços viris.”

Eça de Queirós

EPPR DF005

Inventaram um setor de oficinas que de oficina não tem nada. São galpões às margens da pista norte antes de chegar ao Paranoá. A Agefiz precisa ver o estrago que estão fazendo por ali. Derrubando as árvores, carregando as toras. Dezenas de tratores em jornada plena. Nova invasão com total liberdade e certeza da impunidade.

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Na terra dos concursos

Vejam duas entrevistas feitas na Enap bastante importantes. A primeira com a doutora Ketlin Feitosa Scartezini, sobre Gestão e Tecnologias Ambientais. Ela é assessora-chefe de Gestão Socioambiental do Superior Tribunal de Justiça. A outra entrevista é com o subsecretario de Compras Governamentais do GDF, Leonardo Rodrigo Ferreira, que fala sobre os conceitos dos modelos de compras públicas.

Acima do Peso

Os dados são alarmantes. De acordo com Luiz Fernando Córdova, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM),  a obesidade é uma realidade para 18,9% dos brasileiros. “Já o sobrepeso atinge mais da metade da população (54%). Entre os jovens, a obesidade aumentou 110% entre 2007 e 2017. Esse índice foi quase o dobro da média nas demais faixas etárias (60%)”, destaca Luiz Fernando.

Charge: Denny
Charge: Denny

Sina

Como os canais brasileiros de TV aberta pertencem ao Estado, o mínimo para as concessões deveria ser o caráter educativo. Infelizmente, não é o que acontece. A baixaria é tanta, a qualidade dos programas é tão sofrível, que além de transporte particular por falta de mobilidade, escolas particulares por falta de condições de ensino nas públicas, planos de saúde por falta de hospitais públicos decentes, o consumidor, eleitor e cidadão brasileiro é obrigado a pagar por canais fechados para poder se distrair um pouco.

Charge: Alpino
Charge: Alpino

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A situação no Rio é simplesmente alarmante. Falta água, falta feijão, falta carne, falta energia elétrica, e falta governo. (Publicado em 26.10.1961)