O desejo do presidente interino, Michel Temer, de baixar a taxa básica de juros (Selic), que está em 14,25% ao ano, o mais rapidamente possível foi determinante para o Conselho Monetário Nacional (CMN) manter em 4,5% a meta de inflação de 2018.
Havia uma grande disposição da equipe econômica de fixar a meta de inflação de 2018 em 4% ou 4,25% para reforçar o compromisso do governo com o controle dos preços. Mas Temer deu a palavra final, influenciado, sobretudo, pelo empresariado.
O argumento que convenceu o presidente interino a se sobrepôr à equipe econômica foi o de que, com uma meta de inflação menor, o Banco Central teria menos espaço para cortar juros. O que é uma falácia, pois um governo mais austero no combate à inflação consegue controlar as expectativas dos agentes econômicos e ancorá-las no centro da meta, o que não se vê há muito tempo no Brasil.