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“Vamos passar por revisões sucessivas para melhor”, diz Campos Neto

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

Apesar de o país voltar a registrar crescimento tanto no número de mortes por covid-19 nos últimos dias, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, demonstrou otimismo com a retomada da economia neste ano e admitiu novamente que a autoridade monetária deverá rever a previsão atual de crescimento para algo em torno de 4% e ainda adiantou que é possível novas revisões “para melhor”.

 

Durante evento do banco BTG Pactual, realizado nesta terça-feira (25/05), Campos Neto destacou que a previsão atual do BC para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a nova projeção da instituição “está indo em direção a 4%”, assim como as previsões do mercado. “O primeiro trimestre surpreendeu positivamente e começamos a achar que o segundo também vai surpreender positivamente também, com os dados granulares que nós temos. E aí, o segundo semestre vai depender da curva de abertura”, afirmou, reforçando avaliação mais otimista da economia. “Vamos passar por revisões sucessivas para melhor”, garantiu.

 

Nesse sentido, o ministro demonstrou confiança de que, em junho, o país vai conseguir avançar na vacinação mais rapidamente, recuperando o atraso desses últimos meses, se alcançar a disponibilização de 40 milhões de vacinas no mês que vem.

 

Contudo, Campos Neto voltou a defender que o avanço no processo de imunização será fundamental para garantir o processo de retomada. “Acho que a vacinação é um elemento fundamental na reabertura. O Banco Central tem dito isso há algum tempo, desde o ano passado”, frisou. 

 

De acordo com o chefe do BC, nos países em que a vacinação está avançando mais rapidamente, a economia está se recuperando de forma mais robusta, como é o caso dos Estados Unidos e da China. “Olhando os dados do exercício anterior comparando vacinação e mobilidade, achamos que o segundo semestre vai ser mais forte do que o primeiro”, afirmou.

 

Pix e open finance 

 

Durante a apresentação, Campos Neto faz um balanço da agenda de inovações do BC, incluindo a antecipação do Pix, que, em abril, movimentou R$ 322 bilhões em 500 milhões de transações. Ele destacou que existem tem duas consultas em abertas para ampliação do Pix: saque e troco, e adiantou que a agenda futura do produto de transações digitais, passa por Pix off-line e por aproximação e, a partir de 2022, poderá ser internacional.

 

Em relação ao open banking, o ministro destacou que a nova denominação é open finance o foco será na regulamentação dos bancos de dados das instituições financeiras, que precisará ser padronizado para ser compartilhado na plataforma que está sendo desenvolvida pela autoridade monetária.  “O principal objetivo do open finance é estimular a competição, a eficiência e a segurança nos dados”, disse.

 

O ministro voltou a falar sobre o projeto da moeda digital do BC, recentemente lançada, mas reconheceu que o avanço dessa espécie de criptomoeda da autoridade monetária, para avançar, “precisará de uma colaboração entre os bancos centrais globais”.