Guedes garante que a escolha de Brandão para o comando do Banco do Brasil está fechada — ele passou o fim de semana confirmando isso para muita gente —, mas a demora para a efetivação do nome por Bolsonaro alimentou o burburinho de que a substituição de Rubem Novaes pode tomar outro rumo.
Os interessados em alimentar a teoria da conspiração de que André Brandão pode não assumir a presidência do BB usam a declaração de Bolsonaro no fim de semana. O presidente disse que, “a princípio”, o ex-presidente do HSBC Brasil e atual diretor de Global Banking e Markets para as Américas da instituição comandará o Banco do Brasil.
“Falei hoje (domingo) com o Paulo Guedes, e, a princípio, é ele. Vou falar com o Paulo Guedes amanhã (segunda). Você sabe que eu tenho total confiança no Paulo Guedes, e ele que sabe como deve funcionar o Banco do Brasil”, frisou Bolsonaro.
Caminho entulhado de burocracia
Quem conhece bem os trâmites para a nomeação do presidente do Banco do Brasil sabe que o processo é complexo e burocrático. Há um longo caminho a ser percorrido, cheio de ofícios da Casa Civil para o Banco do Brasil, da instituição para o Planalto, da sede do governo para o Diário Oficial e do BB para à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“Posso dizer que o comportamento do governo neste momento em relação ao Banco do Brasil é correto. Qualquer declaração fora de contexto pode estimular especulações no mercado, pois o BB tem ações negociadas em Bolsa”, explica um técnico. Além disso, a instituição está em período de silêncio, pois deve publicar o balanço do segundo trimestre ainda nesta semana.
Por conta das declarações de Bolsonaro no domingo, a CVM, órgão de fiscaliza e regula o mercado de capitais, questionou o Banco do Brasil sobre a indicação de André Brandão para o comando da instituição. Em resposta à indagação, o BB disse que a decisão cabe ao presidente da República.
Brasília, 20h22min