Segundo João Teixeira, diretor Comercial e de Marketing da Cartuxa, dessas 21 mil garrafas, pelo menos 6 mil devem seguir para o Brasil, conforme pedido já feito pelos importadores. É a mesma quantidade que ficará em Portugal. Outras 4 mil estarão à disposição dos visitantes do enoturismo promovido pela vinícola e o restante será distribuído pelo mundo.
A última vez que o Pêra-Manca saiu das caves da empresa foi em 2021, com a safra de 2015. As poucas garrafas que restam são vendidas por mais de 300 euros (R$ 1,7 mil) cada. Mas o comprador só tem direito a uma unidade.
O Brasil se tornou o maior mercado para os vinhos da Cartuxa fora de Portugal. Pelos cálculos de Teixeira, 20% de toda a produção de 5,5 milhões de garrafas por ano são destinadas aos consumidores brasileiros. Em 2023, a empresa faturou 25 milhões de euros (R$ 140 milhões).
Mas o executivo da vinícola lembra que cerca de 90% das garrafas de Pêra-Manca ofertadas na enoteca e na própria adega da Cartuxa, em Évora, são consumidas por brasileiros.
Teixeira estima ainda que, nos restaurantes portugueses, quase a metade dos vinhos da Cartuxa que vão às mesas são de pedidos feitos por brasileiros residentes em Portugal ou por turistas que estão visitando o país.
Para Pedro Baptista, enólogo da Fundação Eugénio de Almeida, dona da vinícola, cada ciclo que se completa nas vinhas permite a criação de novos vinhos, em que, inevitavelmente, a expectativa gira em torno das cepas que dão origem às uvas do Pêra-Manca tinto.
Ele destaca que 2018 foi um ano em que se reuniram condições excepcionais para a produção do icônico vinho, depois de uma cuidada fermentação e de 18 meses em tonéis de carvalho francês e de quatro anos em garrafa nas caves do Convento da Cartuxa.