Os portugueses não economizam nos adjetivos ao se referirem ao caso da mulher que levou um morto a uma agência bancária para fazer um empréstimo no nome dele no valor de R$ 17 mil, o equivalente a 3 mil euros. “Só podia ser no Brasil. Se o Brasil não existisse teria que ser inventado”, dizem eles.
O assunto tomou conta das conversas nos cafés, nas filas de supermercados, nas mercearias. Praticamente todos os veículos de comunicação de Portugal estão contando a história que muitos consideram bizarra, coisa de filme de horror. O caso é divulgado sempre com muito destaque.
Erika de Souza Vieira Nunes chegou a uma agência no Banco Itaú, em Bangu, no Rio de Janeiro, carregando Paulo Roberto Braga, que já estava morto, em uma cadeira de rodas. O tempo todo ela segurava a cabeça dele, para que não pendesse, mas estava difícil evitar que ela caísse.
Na frente de funcionários do banco, ela tentou a todo momento travar uma conversa com o defunto, que ela diz ser seu tio. Ela queria que ele segurasse uma caneta para assinar o contrato de empréstimos, que estava pré-aprovado.
“Tio Paulo, o senhor tem de assinar esse documento, para não me dar mais dor de cabeça. Não aguento mais”, dizia. Ao ser questionada se o homem estava passando bem, já que ele estava com uma cor estranha, Erika dizia que ele era “assim mesmo”.
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Desconfiados, os funcionários do banco acionaram o Samu, que chegou rapidamente à agência. Os socorristas constataram que Paulo havia morrido poucas horas antes. Porém, seguiram os procedimentos e fizeram massagens cardíacas para tentar reanimá-lo.
Erika acabou presa, autuada por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver. Ela nega ter cometido irregularidades e insiste que Paulo morreu na agência bancária, pois teria saído de casa bem, e que ele queria comprar uma televisão e fazer uma obra.
A Polícia Civil, que investiga o caso, está procurando um motorista por aplicativo que, segundo Erika, teria ajudado a colocar o defunto no carro que os levou à agência bancária. “Isso vai virar filme de terror”, diz um português.