Depois do resultado da inflação de março, que atingiu 0,75%, os especialistas revisaram para cima as estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril.
Pelos cálculos do economista-chefe da Ativa Corretora, Carlos Thadeu Filho, em vez de 0,39%, a inflação de abril será de 0,52%. São vários os fatores que, segundo ele, justificam esse aumento.
As chuvas que desabaram no Rio de Janeiro e em São Paulo vão prejudicar a colheita de verduras e legumes, cujos preços estão em disparada. Também subirão os preços da carne de boi e de frango.
O economista vê, ainda, elevação dos preços da energia. Pelas estimativas anteriores, as tarifas ficariam estáveis. Agora, devem subir, em média, 0,5%.
As chuvas em excesso também levarão a reajustes dos preços da gasolina e do etanol, que vinha em queda, mas sofreu o impacto do adiamento do início da safra.
Thadeu Filho também vê redução do ritmo de deflação de bens duráveis (que ainda têm queda de 0,1%) e manutenção da alta média dos preços dos serviços de 0,33%.
Diante dessa força maior dos preços, o mercado praticamente enterrou a possibilidade de o Banco Central reduzir a taxa básica de juros (Selic), que está em 6,5% ao ano.
Isso, mesmo com a aprovação da reforma da Previdência pelo Congresso.
Brasília, 19h20min