ROSANA HESSEL
Depois de recuar 5% no primeiro trimestre em meio ao rastro de destruição na economia global provocado pela covid-19, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos desabou de 32,9% entre abril e junho de 2020, conforme estimativas preliminares do Bureau of Economic Analysis (BEA) norte-americano divulgadas nesta quinta-feira (30/07).
De acordo com o BEA, os dados preliminares do PIB são incompletos ou sujeitos a revisão adicional pela agência. A “segunda” estimativa para o trimestre de abril a junho, com base em dados mais completos, será divulgada em 27 de agosto de 2020. Os dados trimestrais são anualizados. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, queda foi de 9,5%.
O BEA informou que o forte impacto da covid-19 na estimativa do PIB foi reflexo das medidas de confinamento da população entre março e abril, quando as pessoas ficaram em casa e que acabaram parcialmente levantados entre maio e junho. “Isso levou a rápidas mudanças de atividade, pois as empresas e as escolas continuaram o trabalho remoto e os consumidores e as empresas cancelaram, restringiram ou redirecionaram seus gastos”, informou a nota do órgão.
Os dados preliminares do PIB da maior economia do planeta com uma retração tão expressiva pode botar um balde de água fria nas previsões mais otimistas do mercado e que andaram ignorando o tamanho da crise provocada pela pandemia. Resta saber como ficarão as previsões para o PIB brasileiro do segundo trimestre que será divulgado no início de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) daqui para frente após essa queda recorde no PIB norte-americano. O dado ficou levemente abaixo das estimativas do mercado, que previam recuo de 34,5%, conforme levantamento feito pela Bloomberg News.
Dados do BEA a queda no PIB do segundo trimestre queda generalizada no consumo das famílias, nas exportações de bens de capitais, nos investimentos privados e na compra de casa própria. O tombo nos gastos de consum, que é o principal motor do PIB foi de 34,6% e os gastos em serviços desabaram 43,5%. O recuo no consumo pessoal foi liderado no setor de serviços hospitalares a na compra de bens como roupas e calçados. Os investimentos privados tiveram recuaram 49%.
O PIB nominal dos EUA, em dólares, diminuiu 34,3%, ou US$ 2,15 trilhões, no segundo trimestre, para um nível de US$ 19,41 trilhões. No primeiro trimestre, a redução foi de 3,4%, ou US$ 186,3 bilhões, conforme os dados do BEA.
Veja abaixo a evolução do PIB dos EUA:
