Bolsonaro2 Ex-presidente Jair Bolsonaro é acusado de liderar golpe no país

Pesquisa da Modalmais indica perda de força nas chances de ruptura em 7 de Setembro

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

A possibilidade de ruptura democrática perdeu força nas conversações sobre os protestos do dia 7 de Setembro, conforme pesquisa encomendada pelo banco digital Modalmais à empresa de pesquisas AP Exata. O levantamento indica redução da mobilização nas redes sociais em relação aos atos governistas anteriores.

De acordo com a pesquisa da AP Exata divulgado nesta segunda-feira (06/09), houve “um claro afastamento” da ideia de que as Forças Armadas poderiam corroborar uma radicalização institucional liderada por Jair Bolsonaro (sem partido). Por outro lado, cresceram as menções à Polícia Militar.

 

Com o afastamento das Forças Armadas das narrativas de radicalização, bolsonaristas se voltaram para as PMs, como força armada que identificam como apoiadoras dos protestos, informou o documento. “No entanto, não encontramos nas redes movimentos coordenados de insubordinação das PMs, apesar de haver menções pontuais de apoio ao governo”, destacou.

 

“As manifestações se tornaram essencialmente bolsonaristas, diferentemente do que ocorreu no caso da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, quando o assunto pautou a sociedade e ultrapassou a bolha de militantes formada em torno do PR, com a defesa de mais transparência no sistema eleitoral. No caso do 7 de Setembro, o movimento se tornou de apoio à recandidatura do presidente da República. Estarão nas ruas eleitores convictos de Jair Bolsonaro”, destacou a pesquisa.

 

 

Recuo dos evangélicos

 

“Os atos não encontraram forma de angariar novos adeptos. O engajamento em torno de temas evangélicos reduziu na véspera do protesto”, acrescentou,  A pesquisa ainda informou que o ápice do envolvimento das igrejas se deu na última semana, com uma ação bastante efusiva e coordenada de pastores, convocando os fiéis a irem às ruas.

 

“Os caminhoneiros não apoiam as manifestações, enquanto categoria. O que vemos nas redes são manifestações de profissionais do setor, que falam de forma isolada. Não há uma unidade entre os caminhoneiros em torno dos atos”,  destacou. “Alguns acreditam que apoiar os protestos é concordar com a política de combustíveis que afeta a categoria e, por isso, evitam o envolvimento político. Há uma percepção das redes de que o PR consegue mobilizar a sua base de apoio. Mas o fato de os protestos lotarem ou não as ruas não deverá alterar o cenário político do país”, complementou.

 

De acordo com a pesquisa, há uma percepção das redes de que o Bolsonaro consegue mobilizar apenas a base de apoio, mas o fato de os protestos lotarem ou não as ruas não deverá alterar o cenário político do país.

 

A pesquisa sobre manifestações de 7 de Setembro comparou as mobilizações nas redes nas vésperas dos protestos de 14 de março de 2021, contra medidas restritivas, e aos atos do dia 1º de agosto de 2021, a favor do voto impresso. A amostra contém 1,2 milhão de tweets, publicados durante sete dias, até a véspera dos respectivos protestos. A coleta foi feita considerando posts publicados em 145 cidades, de todos os estados.