ROSANA HESSEL
Os líderes da Oposição na Câmara dos Deputados enviaram uma representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que a autorização de viagens de integrantes do governo Jair Bolsonaro (sem partido) a Dubai seja investigada.
O documento de seis páginas protocolado pelo TCU, nesta quinta-feira (14/10), é assinado pelos seguintes lideranças na Câmara: Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da Oposição; Marcelo Freixo (PSB-RJ), líder da Minoria; Bohn Gass (PT-RS), líder do PT; Danilo Cabral (PSB-PE), líder do PSB; Wolney Queiroz (PDT-PE), líder do PDT; Talíria Petrone (PSOL-RJ), líder do PSOL; Renildo Calheiros (PCdoB-PE), líder do PCdoB; Joenia Wapichana (Rede-RR), líder da Rede e Arlindo Chignalia (PT-SP), líder da Minoria no Congresso Nacional.
Para justificar o pedido de investigação a representação cita a reportagem de hoje do jornal O Globo sob o título “Trabalho-passeio em Dubai de 69 integrantes do governo Bolsonaro custará mais de R$ 3,6 milhões”, na qual a publicação revela que a viagem, realizada por integrantes do governo a Dubai com o intuito de promover o turismo no Brasil, foi autorizada pelo Executivo Federal custará aos cofres públicos, no mínimo, R$ 3,6 milhões.
“Até o momento, gastou R$ 1,17 milhão entre passagens aéreas e diárias para membros de nove ministérios e da Vice-Presidência, segundo dados do Painel de Viagens, mantido pelo Ministério da Economia“, destacou o texto. “A comitiva — cuja quantidade de pessoas chegou a ser questionada internamente pela área técnica de alguns ministérios, segundo apurou O Globo — participa da Expo Dubai 2020 (adiada devido à pandemia) ou de eventos relacionados”, acrescentou o documento.
Os parlamentares ainda destacam na representação que “A Embratur contratou gastos em divulgação nos Emirados: R$ 922 mil com material promocional; R$ 50 mil com réplica do Cristo Redentor; R$ 380 mil com apresentações de “cunho artístico”; e R$ 2,3 milhões com a montagem da exposição, conforme o Diário Oficial da União. No entanto, não houve licitação para a contratação da Embratur, violando o princípio da obrigatoriedade da licitação, previsto constitucionalmente.
“Uma das principais marcas do governo Bolsonaro é o descaso com o dinheiro público: férias que custam milhões aos cofres públicos, cartões corporativos com faturas estratosféricas, desperdícios de toda ordem. Num país em que as pessoas estão tomando sopa de ossos para tentar se alimentar, é um tapa na cara do nosso povo uma farra dessas com os recursos públicos. Acionamos o TCU na esperança de que os aproveitadores respondam por esse absurdo”, afirmou o líder Alessandro Molon.