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gasolina Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press gasolina

IPCA cai 0,29% em setembro e registra terceira deflação seguida

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, registrou queda de 0,29% em setembro, em grande parte, devido à redução dos preços dos combustíveis, conforme dados divulgados, nesta terça-feira (11/10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Foi a terceira deflação mensal consecutiva no ano e a menor variação para o mês de setembro desde o início da série histórica do IPCA, em 1994. O dado, contudo, ficou abaixo das expectativas do mercado, que esperava queda maior do indicador no mês passado, de 0,34%.

 

De janeiro a setembro, o IPCA acumula alta de 4,09% e, no acumulado em 12 meses, a variação recuou de 8,73%, em agosto, para 7,17%, em setembro. No nono mês de 2021, a variação do indicador da inflação de famílias com renda acima de cinco salários mínimos foi de 1,16%.

 

De acordo com o IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo órgão para o IPCA, quatro tiveram queda em setembro. Apesar de recuar menos do que no mês anterior (-3,37%), o grupo dos Transportes, com queda de 1,98% contribuiu novamente com o impacto negativo mais intenso sobre o IPCA do mês, de -0,41 ponto percentual (p.p.), em grande parte devido à redução dos tributos sobre os combustíveis. Em seguida, vieram os grupos Comunicação (-2,08%) e Alimentação e bebidas (-0,51%), ambos com -0,11 p.p.  E, por último, o grupo Artigos de residência, que havia registrado alta nos preços de 0,42%, em agosto, recuou 0,13% em setembro.

 

No lado das altas, destacou o IBGE, ficaram os grupos de Vestuário (1,77%), com a maior variação positiva do mês, e Despesas pessoais (0,95%), com a maior contribuição positiva no IPCA, de 0,10 p.p.. Educação registrou elevação de 0,12% e Habitação, de 0,60%.

 

A carestia apresentou leve recuo no espalhamento nos produtos pesquisados, que passou de 65%, em agosto, para 62%, patamar de difusão ainda elevado para os padrões normais do indicador.

 

Entre os produtos alimentícios, a cebola figurou entre os vilões da inflação em setembro, com altas de 11,22% no mês e de 63,68%, no ano. No acumulado em 12 meses, o preço da cebola disparou 127,30%. Na sequência, frutas e batata-inglesa registraram aumentos no mês de 3,09% e de 2,76%, respectivamente. No acumulado em 12 meses, os preços desses dois produtos subiram 29,15% e 20,95%, respectivamente.

 

O leite longa vida liderou a lista das maiores quedas, com recuo de 13,71% em setembro, seguido pelo óleo de soja e pelo feijão carioca, com deflações de 6,27% e de 4,78%, respectivamente. No acumulado em 12 meses, os preços as altas desses três produtos foram de 36,93%, de 11,68% e de 17,17%, respectivamente.

 

Entre os produtos não alimentícios, as passagens aéreas lideraram as altas, com variações de 8,22%, no mês, e de 47,69%, no acumulado em 12 meses. Em segundo lugar, o transporte por aplicativo registrou elevação de 6,14%, no mês, e de 39,79%, em 12 meses. Os custos com hospedagem registraram a terceira maior alta listada pelo IBGE nesse grupo de serviços, de 2,88%, no mês, e de 24,07%, em 12 meses.

 

Regionalmente, apenas Vitória registrou alta de preços, em setembro, entre as 16 capitais pesquisadas. As demais registraram deflação, que variaram de -0,01%, em Belém, até -0,65%, em Fortaleza.