Inflação cumpre meta e termina 2018 em 3,75%, segundo IBGE

Publicado em Economia

HAMILTON FERRARI

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou 3,75% no acumulado de 2018, bem abaixo do centro da meta de inflação, que é de 4,5%. Os dados foram divulgados na manhã desta sexta-feira (11/1) pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE).

 

O resultado foi possível depois que a taxa contabilizada em dezembro foi de 0,15%, o que é a menor variação para o mês desde o início do o Plano Real, em 1994.

 

Segundo o IBGE, o índice de 2018 foi influenciado, principalmente, por três grupos: Habitação, Transportes e Alimentação e bebidas, que subiram, respectivamente, 4,72%, 4,19% e 4,04%. Juntos, impactaram 66% do IPCA — ou seja, 2,49 pontos percentuais.

 

No primeiro grupo, a energia elétrica contribuiu com variação acumulada de 8,7%. Em 2017, a conta de luz havia aumentado em 10,35%. A alta no grupo de Transportes foi influenciada pelo encarecimento das passagens aéreas (16,92%), da gasolina (7,24%) e do ônibus urbanos (6,32%).

 

Responsável por cerca de 1/4 das despesas familiares, a Alimentação teve o principal impacto no IPCA, com contribuição de 0,99 ponto percentual. Os preços dos alimentos consumidos em casa subiram 4,53%, com destaques para o tomate (71,75%), as frutas (14,10%), o leite longa vida (8,3%), o pão francês (6,46%) e as carnes (2,25%). Na contramão, o café moído (-8,22%), a farinha de mandioca (-13,26%), o açúcar cristal (-6,6%) e o alho (-10,81%) ficaram mais baratos em 2018.

 

A alimentação consumida fora de casa apresentou variação de 3,17%.

 

O grupo Educação registrou a maior taxa (5,32%), apesar do peso na inflação ser menor do que outros grupos. Saúde e cuidados pessoais fechou o ano com variação de 3,95%. O principal vilão foram as mensalidades dos planos de saúde, que ficaram em 11,17%.

 

Os Artigos de residência tiveram alta de 3,74%, com destaque para os eletrodomésticos (6,28%). As despesas pessoais e Vestuário cresceram 2,98% e 0,61%, respectivamente, em 2018. O único grupo que apresentou deflação — queda de preços — foi Comunicação (-0,09%), após recuo de -1,28% dos valores cobrados em telefonia fixa.

 

Confira como foi a variação de cada grupo: 

Alimentação e Bebidas: 4,04%
Habitação: 4,72%
Artigos de Residência: 3,74%
Vestuário: 0,61%
Transportes: 4,19%
Saúde e Cuidados Pessoais: 3,95%
Despesas Pessoais: 2,98%
Educação: 5,32%
Comunicação: -0,09%

 

Meta inflacionária

 

O Comitê Monetário Nacional (CMN) estabeleceu que a meta de inflação de 2018 era de 4,5%, com margem de erro de 1,5 ponto percentual, tanto para mais, quanto para menos. Ou seja, a variação de preços do ano teria que terminar no intervalo entre 3% e 6% para cumprir o objetivo.

 

De acordo com analistas, a inflação se mostra controlada diante da atividade econômica fraca. Com o baixo consumo das famílias , devido ao desemprego elevado, pouco há espaço para alta nos preços.

 

O resultado do IPCA terminou pouco acima das estimativas de mercado, que, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central (BC), esperava um índice de 3,69%. Em 2017, a inflação terminou em 2,95%.

 

Para 2019, a expectativa dos economistas é de que o indicador termine o ano em 4,01%. A meta de inflação deste ano é de 4,25% — com intervalo entre 2,75% a 5,75%

 

INPC

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2018 fechou em 3,43%, acima dos 2,07% registrados no ano anterior. A taxa é calculada desde 1979 para verificar a variação de preços para as famílias que recebem até cinco salários mínimos. O indicador serve para reajustar o salário mínimo e o piso dos benefícios previdenciários.

 

Brasília 9h01min