Governo estuda suspender dívida de estados por seis meses

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

Diante da iminência de perder na Justiça várias ações referentes ao adiamento de dívidas pelos estados para União, a equipe econômica estuda a suspensão do pagamento por seis meses em um pacote de medidas para socorrer os entes federativos no controle dos impactos da pandemia de Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, que está sendo elaborado pelos técnicos.

 

Entre as medidas em estudo estão a suspensão de dívidas com a União e com bancos públicos por seis meses. Também deverá ser incluída no pacote a transferência de R$ 1 bilhão ao Fundo de Saúde por mês aos estados junto com a liberação de R$ 11 bilhões de recursos presos no Fundo de Saúde. Outros R$ 2 bilhões serão transferidos para o Fundo de Assistência Social. Outras propostas que estão sendo cogitadas por interlocutores do Ministério da Economia, como a liberação de R$ 10 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a liberação do limite para novas operações fast track e de securitização da dívida dos estados.

 

No último domingo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, por meio de liminar, a suspensão por 180 dias do pagamento das parcelas do refinanciamento da dívida do estado de São Paulo, que decretou quarentena a partir de amanhã. Com isso, o estado paulista deixará de pagar aos cofres da União R$ 1,2 bilhão mensais nos próximos seis meses.

 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, está realizando reuniões com secretários por videoconferência, porque está despachando no Rio de Janeiro hoje. Segundo a assessoria de imprensas, ele fez o texto para a Covid-19 e deu negativo, mas a recomendação médica foi que ele “despachasse por videoconferência”. A expectativa era que o anúncio do pacote ocorra ainda na tarde desta segunda-feira (23/03), mas a assessoria informou que não há coletiva com o ministro programada para hoje.