O presidente Jair Bolsonaro antecipou que, nos próximos 20 dias, a Petrobras aumentará os preços dos combustíveis novamente, a estatal negou o reajuste, mas os postos do Distrito Federal não perderam a oportunidade para enfiar a mão no bolso dos consumidores.
Da noite para o dia, sem qualquer explicação lógica, o litro da gasolina ficou, em média, R$ 0,30 mais caro, rompendo de vez os R$ 7. Na maior parte dos postos, o combustível está sendo vendido entre R$ 7,299 e R$ 7,319. É um baque no orçamento das famílias.
Nos postos, vários gerentes dizem que se trata de um aumento represado e que o etanol misturado à gasolina ficou mais caro. Portanto, na virada do mês, optou-se por recompor a margem dos estabelecimentos comerciais, que anda muito baixa. “É questão de sobrevivência”, diz um deles.
Para os motoristas, no entanto, quem não vai sobreviver diante dos atuais preços dos combustíveis é o orçamento doméstico. “Tive que cortar muita coisa nas compras de casa para continuar me deslocando de carro para o trabalho”, afirma Célio de Souza, 41 anos, morador do Jardim Botânico.
Volta para o ônibus
Ele reconhece, porém, que, na atual conjuntura, terá que voltar a circular de ônibus para dar as aulas de pilates no estúdio em que trabalha na Asa Sul. “Estou fazendo as contas e vendo o que ainda é mais econômico, me deslocar de carro ou usar transporte público”, acrescenta.
No caso dos motoristas de transporte por aplicativo, muitos dizem ter chegado ao limite. “Se as empresas não fizerem novo reajuste na tabela das corridas, terei que procurar outra coisa. Estou quase pagando para trabalhar”, diz Pedro Vasconcellos, 37 anos. “Já estou procurando emprego”, acrescenta.
Neste ano, o preço da gasolina praticado pela Petrobras nas refinarias já acumula alta de 73%. O diesel, por sua vez, está 65% para mais caro. Na ilha de Fernando de Noronha, quem for abastecer o carro gasta R$ 10 por litro.
Brasília, 15h01min