Bolsonaro e Xi Foto: Pavel Golovkin/ AFP

Embate entre os EUA e a China vai se acirrar, mesmo com vitória de Biden

Publicado em Economia

Quem pensa que a possível eleição do democrata Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos, em novembro próximo, dará uma trégua nas disputas entre aquele país e a China deve se preparar para o contrário: a tendência é de um acirramento ainda maior no embate entre as duas maiores economias do planeta.

 

O democrata tende a ser mais rigoroso nas imposições de barreiras à nação asiática. O atual presidente dos EUA, Donald Trump, iniciou essa guerra, mas muito mais de forma eleitoreira e personalista do que como uma questão efetiva de Estado.

 

A visão entre os democratas norte-americanos é de que a China avançou todos os sinais ao criar uma dependência sem precedentes do mundo em relação ao seu parque produtivo. Isso ficou evidente durante a pandemia do novo coronavírus. O planeta se viu sem peças e equipamentos para enfrentar o avanço da covid-19, uma vez que quase tudo era importado das indústrias chinesas.

 

Regime político fechado

 

Mas não é só: também se questiona muito o regime disfarçado da China, que diz seguir regras de mercado, mas peca pela falta de transparência, prioriza um sistema político dominado por um grupo ditatorial, movido pela corrupção. Ou os chineses se abrem de vez à competição leal e aos direitos democráticos, ou ficarão isolados.

 

O movimento de enfrentamento ao país asiático não ficará restrito aos Estados Unidos. A União Europeia caminha na mesma direção e outros países, inclusive o Brasil, com Jair Bolsonaro à frente,, tendem a endossar as cobranças à nação comandada no Xi Jinping.

 

Isso não significa que, necessariamente, todo o planeta estará alinhado aos EUA. Os interesses locais tenderão a se sobrepor ao pensamento norte-americano. Com certeza, teremos um mundo muito mais protecionista.

 

Brasília, 16h29min