Copom mantém Selic em 6,5% pela nona reunião consecutiva

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirmou a expectativa do mercado e manteve, por unanimidade,  a Selic (taxa básica da economia) em 6,5% ao ano. Essa é a nona reunião em que a Selic foi mantida e o décimo encontro do colegiado em que a taxa está no menor patamar da história.

 

Os diretores do BC atualizaram o cenário básico para a condução da política monetária. “Indicadores recentes da atividade econômica sugerem que o arrefecimento observado no final de 2018 teve continuidade no início de 2019. O cenário do Copom contempla retomada do processo de recuperação gradual da atividade econômica. O cenário externo permanece desafiador. Por um lado, os riscos associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas mostram-se reduzidos no curto e médio prazos. Por outro lado, os riscos associados a uma desaceleração da economia global permanecem”, explicou.

 

As expectativas de inflação para 2019, 2020 e 2021 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,0%, 4,0% e 3,75%, respectivamente. As metas para esses anos são de 4,25%, para este ano; de 4%, em 2020; e de 3,75%, em 2021.  

 

Os diretores do BC ressaltaram no comunicado que os fatores de risco permanecem “em ambas as direções”, pelo nível da ociosidade baixa e pela frustração das expectativas em torno das reformas.  “O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e balanço de riscos para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2019 e, em maior grau, de 2020”, informou o documento. O colegiado ainda apontou que, no caso externo,  o risco de deterioração para as economias emergentes foi intensificado. “O Comitê avalia que, embora o risco associado à ociosidade dos fatores de produção tenha se elevado na margem, o balanço de riscos para a inflação mostra-se simétrico”, emendou.

 

O órgão ainda enfatizou que o processo de reformas e de ajustes é “essencial” para a manutenção da inflação baixa no médio e longo prazos. “O Comitê ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, afirmou o texto.

 

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto Oliveira Campos Neto (Presidente), Bruno Serra Fernandes, Carlos Viana de Carvalho, Carolina de Assis Barros, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Sérgio Neves de Souza e Tiago Couto Berriel.