ROSANA HESSEL
Apesar de o governo insistir em afirmar que a economia já está se recuperando rapidamente no terceiro trimestre após a reabertura, em meio à pandemia de covid-19, dados sobre consumo em estabelecimentos comerciais mostram uma retomada mais gradual. Dados de uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios corporativos, mostram que o consumo em restaurantes não deve se recuperar tão cedo do tombo durante o auge da pandemia e do isolamento social.
Conforme a pesquisa mensal da Alelo, divulgada nesta sexta-feira (2/10), o consumo em restaurantes ficou 26,5% abaixo do registrado em agosto de 2019. Em julho, essa queda estava em 27,5%. O levantamento mensal, iniciado em maio, tem como base as transações diárias realizadas a partir da utilização dos cartões Alelo Alimentação e Alelo Refeição em todo o território nacional.
O volume de transações realizadas com o benefício refeição, na comparação com agosto de 2019, teve queda de 47,8% . “Novamente, a leitura desses números ainda bastante negativos deve ser contextualizada com as restrições remanescentes sobre a livre operação das atividades desse segmento, aliada à menor exposição dos consumidores e afastamento de trabalhadores dos seus locais de trabalho”, destacou Cesário Nakamura, presidente da Alelo, em comunicado da companhia.
O consumo em supermercados encerrou o período com aumento de 5,8% no valor total gasto, na comparação com agosto de 2019, enquanto o número de estabelecimentos que realizaram transações utilizando como meio de pagamento o benefício alimentação permaneceu praticamente estável no período, com variação positiva de 0,4%
O estudo revela ainda que as regiões com maior queda no consumo foram a Sul, de 30,3%, e o Nordeste, de 28,2%., nas comparações com agosto de 2019 Enquanto isso, os recuos no Norte e no Centro-Oeste foram de 16,4% e de 23,8%, respectivamente, na mesma base de comparação. A região Sudeste ocupou posição intermediária no ranking, com queda de 26,6%. No Distrito Federal, a queda foi de 26,3%.