Bolsonaro vira chacota em vídeo com marionete bajulando Trump

Publicado em Economia

 

ROSANA HESSEL

 

A subserviência do presidente Jair Bolsonaro ao republicano Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, já virou motivo de chacota global. A empresa de mídia GZero criada pelo presidente do Eurasia Group, Ian Bremmer, fez um vídeo brincando com essa bajulação exacerbada de Bolsonaro (sem partido), que já admitiu publicamente que torce pela vitória de Trump nas eleições norte-americanas.

 

Na publicação da GZero, que faz um programa satírico com marionetes no estilo do “The Muppets” chamado “Puppet Regime”,  um boneco imitando Bolsonaro canta uma música chamada “Canção de amor” para Trump.

 

A marionete de Bolsonaro ainda chama Trump de “Donalzinho” e diz que não sabe o que faria sem o presidente norte-americano na vida dele. “Se você perder agora, em 2022, eu não tenho chance”, diz o boneco de Bolsonaro tocando um violão. No vídeo, ele ainda admite que é o gado de Trump “para sempre” e que afirma os dois “sentem a mesma ternura” por “fake news” e pela ditadura.

 

Já o boneco do presidente norte-americano, no final do vídeo, ao repetir o refrão da música “Não sei” faz uma pergunta se o boneco cantor é mexicano, em uma clara alusão de que Trump sequer sabe diferenciar a língua portuguesa da espanhola.

 

Especialistas em relações internacionais criticam esse posicionamento de Bolsonaro, porque a etiqueta da boa diplomacia recomenda neutralidade durante o processo eleitoral de países parceiros.

 

A votação para as eleições nos Estados Unidos termina hoje e as pesquisas nacionais apontam uma eventual vitória do democrata. Joe Biden que tem uma margem de vantagem média de 6,5 pontos sobre Trump, conforme comentário da Wells Fargo divulgado ontem.  Ele já fez críticas ao Brasil pela má condução na política ambiental, ameaçando retaliação ao país se não houver medidas mais claras no combate ao crescimento do desmatamento no país, já é uma das preocupações do Palácio do Planalto. Biden, inclusive, disse em um dos debates que conseguiria criar um fundo de US$ 20 bilhões com doações para salvar a Amazônia.

 

Os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações brasileiras, e, apesar dessa suposta proximidade de Bolsonaro com o chefe da Casa Branca, isso não resultou em mais contratos de venda de produtos nacionais para os Estados Unidos. Pelo contrário, as exportações brasileiras para os EUA encolheram 31,5% em 2020, no acumulado deste ano de janeiro a setembro na comparação com o mesmo período de 2019, de acordo com dados do Ministério da Economia.

 

Ao contrário de seus antecessores, Trump não fez uma visita oficial ao Brasil durante o primeiro mandato.