Crédito: Reprodução. Coluna Negocios. B3 bolsa de valores de São Paulo Crédito: Reprodução. Coluna Negocios. B3 bolsa de valores de São Paulo

Bolsa dispara 4,29%, maior alta desde outubro de 2022. Dólar cai

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

Em dia que a inflação oficial fica abaixo do previsto pelo mercado, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) opera com clima de otimismo e dispara mais de 4% e o dólar cai mais de 1% e chega a ser negociado abaixo de R$ 5 nesta terça-fera (11/4).

 

O Índice Bovespa (IBovespa), principal indicador da B3, encerra o dia com alta de 4,29%, a 106.213 pontos.  Foi a maior valorização desde 03 outubro de 2022, quando o índice rentabilizou 5,54%, de acordo com o TradeMap e apenas dois papeis registraram queda no pregão de hoje.

 

“Pela primeira vez desde 3 de outubro temos a Bolsa para cim e dólar e juros para baixo”, destacou Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,71% em março, abaixo das expectativas do mercado, de 0,78%, com sinais de enfraquecimento da alta de preços em vários itens persquisados o que fez a difusão passar de 65% para 60%, entre fevereiro e mearço. “Em 12 meses, o IPCA acumulou alta de 4,65% pela primeira vez desde fevereiro de 2021. O mercado entendeu que isso vai ajudar o Banco Central a cortar os juros em breve”, afirmou.

 

De acordo com Cruz, o fluxo de entrada de capitais tem contribuído para a valorização do real nos últimos dias. A divisa norte-americana fechou o dia com queda de 1,16%, cotado a R$ 5,007 para a venda.

 

O consultor André Perfeito, ex-economista-chefe da Necton Investimentos, destacou que o mais importante nos dados do IPCA, além de ter ficado ficou abaixo do que o esperado, foi que vários custos que estavam ainda represados, como o aumento de impostos da gasolina e também as taxas de transmissão e de transmissão de energia elétrica já foram incorporados, o que tira um problema da frente para inflação. “Isso criou a leitura ou a perspectiva que pode haver uma queda, finalmente, da taxa de juro, que funciona como um forte tónico para a Bolsa, que está muito reprimida e deprimida por conta do custo do dinheiro, ou seja, da taxa de juro”, destacou Perfeito. Pelas estimativas dele, o dólar tende a continuar caindo para menos de R$ 5 e pode bater até quase R$ 4,30.  “Começa a acumular evidências que o Banco Central de fato já era sabendo disso, mas de fato deve iniciar um processo de cortes de taxa de juro. Não deve ser maio, mas, muito provavelmente deve ocorrer em junho”, acrescentou.

 

De acordo com Perfeito, o bom humor do mercado de hoje refletiu a ideia de que está abrindo um espaço para o Banco Central iniciar o corte da taxa básica de juros (Selic), o que garante uma perspectiva mais otimista. “Soma-se a isso, o fato de que, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, viajando para China, o mercado financeiro deve ter uma semana mais tranquila com predominância do noticiário internacional sobre o doméstico, o que também alivia, obviamente, por conta da alta muito forte que a Bolsa teve agora. Amanhã, ela pode até cair, como forma de os investidores realizarem o lucro”, acrescentou.