CBPFOT261220171286 Foto: Luis Nova/Esp. CB/D.A Press

Bancos estrangeiros elevam projeção para o PIB deste ano e o de 2020

Publicado em Economia

Não é segredo para ninguém que os investidores estrangeiros andam receosos em relação ao Brasil. Tanto que a retiradas de recursos do país têm batido consecutivos recordes. Mas dois dos principais bancos estrangeiros, o Citibank e o Goldman Sacks, elevaram as projeções de crescimento da economia brasileira neste ano e em 2020.

 

Segundo o Citi, em vez de crescer 0,7% em 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) avançará 1,1%. Para o ano que vem, as estimativas saltaram de 1,8% para 2,2%. No caso do Goldman Sachs, as previsões de 2019 passaram de 1% para 1,2% e as de 2020, de 2,2% para 2,3%.

 

Segundo os economistas dessas instituições, as revisões para cima têm a ver com o resultado do PIB no terceiro trimestre, que apontou alta de 0,6%, acima da média das projeções do mercado, de 0,4%. O incremento da economia entre julho e setembro foi puxado pelo consumo das famílias (foto) e pelos investimentos.

 

Os analistas acreditam que a economia está recuperando as forças gradualmente e é certo que o quarto trimestre deverá ser melhor ainda, graças à injeção de recursos pelo governo. Somente do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) serão liberados R$ 40 bilhões.

 

Reformas

 

Na avaliação dos especialistas, porém, para que a economia realmente deslanche, será preciso avançar nas reformas que estão no Congresso e nas que devem ser encaminhadas pelo governo, como a tributária. Para os economistas, a aprovação da reforma da Previdência foi fundamental para resgatar parte da confiança de investidores e empresários, mas é preciso ir adiante.

 

Os analistas acreditam que o governo precisa arrumar de vez as contas públicas para recuperar a capacidade de investimentos. Segundo Felipe Salto, diretor executivo da Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI), o país só voltará a registrar saldo positivo em suas contas em 2023, na melhor das hipóteses.

 

Hoje, por causa dos deficits acumulados em suas contas desde 2014, o governo federal tem menos de R$ 100 bilhões para gastar livremente, inclusive com investimentos. O que é destinado a projetos de infraestrutura, por exemplo, sequer é suficiente para manter o que já foi construído.

 

O que se vê, com o resultado do PIB do terceiro trimestre, é que o crescimento está sendo puxado pelo setor privado, contudo, é preciso que o governo dê condições para que esse movimento continue. Um dos caminhos seria mudando a estrutura de impostos do país.

 

Brasília, 12h01min