Bancos avisam que repassarão corte de juros à clientela, mas desconfie

Publicado em Economia

Assim que o Banco Central anunciou a queda da taxa básica de juros (Selic), de 7% para 6,75% ao ano, os principais bancos do país anunciaram redução dos custos dos empréstimos que fazem à clientela. Mas é importante desconfiar, pois as instituições financeiras costumam fazer esse tipo de anúncio, mas, na prática, nada acontece. Em algumas linhas, os juros até aumentam.

 

Segundo o Itaú Unibanco, esta será a nona rodada de baixa das taxas linhas de crédito para pessoas físicas e jurídicas. No caso dos consumidores, o encargo mínimo do empréstimo pessoal caiu de 1,48% para 1,37% ao mês. Para micro e pequenas empresas, serão alteradas as taxas de capital de giro.

 

O Itaú Unibanco diz que, ao longo de 2017, só no crédito pessoal cortou os juros em 17,93 ponto percentual. A instituição informa que a composição das taxas cobradas aos consumidores leva em consideração diversos fatores além da taxa básica de juros, como garantias, perfis de risco dos clientes e prazo das operações, entre outros.

 

No Banco do Brasil, nas operações em que o cliente oferece o automóvel como garantia, as taxas serão reduzidas de 1,83% para 1,73% ao mês, na faixa mínima. Já nos empréstimos em que o correntista oferece o imóvel como garantia (home equity), o custo mínimo baixará de 1,40% para 1,38% ao mês.

 

O BB informa ainda que a taxa mínima das linhas de financiamento de veículos novos e seminovos contratadas via canal mobile passará para 0,95% 0,93% ao mês. No empréstimo pessoal sem garantia, a taxa mínima será reduzida de 3,33% para 3,31% ao mês. No crédito estruturado, com garantias de aplicações financeiras, a taxa mínima passará de 1,79% para 1,77% ao mês.

 

O Bradesco garante que todas as suas linhas de crédito ficarão mais baratas, refletindo a redução dos juros definida pelo Banco Central.

 

Em relatórios mensais, o Banco Central vem ressaltando que os juros aos consumidores e às empresas têm caído muito lentamente. Os bancos estão optando por aumentar as margens de lucro. Ou seja, pagando menos aos investidores, com os quais pegam dinheiro para repassar aos tomadores de crédito, e cobrando taxas elevadas dos devedores.

 

Brasília, 18h35min