Economistas da ala mais radical do PT têm conversado com ex-presidente Lula sobre a independência do Banco Central garantida em lei. Apesar da pressão para que o petista revogue a medida, caso seja eleito, ele garante que manterá a autonomia da autoridade monetária. E mais: que pretende ter um excelente diálogo com Roberto Campos Neto, presidente do BC, com mandado até 2024.
Lula acredita que, com tantos problemas a serem enfrentados pelo próximo presidente, como o aumento da pobreza, o desemprego elevadíssimo e o baixo crescimento econômico, não há espaço para criar marolas. Pelo contrário, o Banco Central precisará de todo apoio para retomar o controle da inflação e derrubar a taxa básica de juros.
Na avaliação do petista, que lidera todas as pesquisas de intenção de votos, com inflação e juros mais baixos, as políticas sociais que serão executadas terão maior potência. De nada adianta fazer programas sociais, com transferência de renda, num quadro de economia desarranjada e custo de vida elevado.
Para Lula, a autonomia, mesmo que informal, dada a Henrique Meirelles como presidente do BC em seus dois mandatos contribuiu para a credibilidade da política monetária, a inflação dentro das metas e os juros em baixa. Investidores e empresários gostam de previsibilidade. Essa lição já foi aprendida.
Brasília, 15h25min