Brasileiros em visita a Portugal e mesmo portugueses estão indignados com a petrolífera Galp. Sem qualquer explicação, a empresa está bloqueando até 150 euros (R$ 825) nos cartões de crédito dos consumidores e ainda cobrando o valor do combustível utilizado.
Muitas pessoas só tomam conhecimento do bloqueio dos recursos quando conferem a fatura dos cartões de crédito ou se, por acaso, o limite disponível estourou. Há relatos de pessoas que colocaram o cartão na máquina de autoatendimento da Galp e não conseguiram abastecer, pois o bloqueio consumiu o saldo disponível.
Nos postos da Galp, quando questionados, os trabalhadores dizem que o bloqueio dos recursos, nos terminais automáticos, é normal. E garantem que a Galp restituirá o valor. Contudo, em sites de reclamação de consumidores, as queixas são de que o valor não volta para o cartão e ainda é debitado o gasto com o abastecimento.
Quem procura a Galp, recebe a informação de que o bloqueio é realizado pelo banco emissor do cartão de crédito, cabendo, portanto, à instituição financeira devolver o dinheiro. A Galp diz que o ressarcimento será feito em até sete dias. No banco, a explicação é de que a devolução só será possível se houver um pedido da empresa.
Nesse jogo de empurra, a corda sempre estoura para o lado mais fraco, o dos consumidores. Chama a atenção que nenhuma outra distribuidora de combustíveis faz esse bloqueio. Algo, portanto, está muito errado na forma de operação da Galp, que tem muitos negócios no Brasil.
Em nota encaminhada ao Blog, a Galp diz que o bloqueio de recursos nos cartões de crédito de seus clientes se dá por motivo de segurança, nos terminais de autoatendimento. Afirma, ainda, que, no caso dos portugueses, o dinheiro é liberado no mesmo dia — o que é contestado em posts na internet — e, nos cartões internacionais, o ressarcimento pode levar dias. Veja a íntegra da nota:
“A cativação (bloqueio) que refere acontece somente nas operações de pagamento efetuadas nos terminais incorporados nas bombas de abastecimento e visa assegurar que o valor da operação se encontra devidamente provisionado. O valor de €150 é o máximo de um depósito de combustível. A instrução de reserva da verba junto do banco emissor é emitida de forma automática quando se inicia o processo de abastecimento, tal como a emissão da instrução de libertação do valor assim que a operação é concluída.”
“O processo é imediato quando se utilizam cartões emitidos por entidades bancárias portuguesas. No caso de cartões internacionais, o desbloqueio do valor autorizado poderá demorar alguns dias por motivos relacionados com a natureza e funcionamento dos sistemas de pagamentos, aos quais a Galp é alheia. Em qualquer dos casos, essa verba permanece sempre na conta bancária de origem.”