70% dos brasileiros acham que a corrupção não diminuiu depois de impeachment

Publicado em Economia

HAMILTON FERRARI

Um levantamento feito pelo instituto de pesquisa Hello Research mostrou que sete em cada dez brasileiros consideram que a corrupção continua igual após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), ocorrido em 2016. O estudo também avalia que 78% das pessoas consideram que a crise não foi superada e que vai “durar muito mais tempo”.

 

Somente 4% acreditam que a corrupção diminuiu após o governo Michel Temer (MDB) assumir a presidência. Para 60% o país piorou e outros 36% consideram “igual”. Sobre os atos ilícitos na administração pública, 68% da população concorda totalmente com a frase “A corrupção no Brasil continua igual”. Entre os eleitores que se posicionam como sendo de esquerda, essa porcentagem é ainda maior, chegando a 75%.

 

A pesquisa faz parte de um recorte do Mapa Político da Hello Research, que analisa o comportamento dos brasileiros com relação às eleições. O levantamento também mostrou que aumentou a polarização entre esquerda e direita em 2018. Segundo cientistas políticos, as últimas pesquisas de intenção de voto mostrou que a briga entre direita e esquerda pode subir de tom caso o segundo turno do pleito seja entre Jair Bolsonaro (PDT) e Fernando Haddad (PT), na disputa pelo Palácio do Planalto.

 

E, apesar de ter crescido o número de pessoas que têm “muito interesse” pelo período eleitoral, também subiu a proporção de quem “não votaria” se não fosse obrigatório. Em 2014, a maior preocupação do brasileiro era com a inflação e a saúde. Neste ano, a preocupação mais latente é a saúde (75%), seguido de educação (56%).

 

A pesquisa foi realizada com 1.993 eleitores de 28 de julho e 7 de agosto, antes do início das campanhas eleitorais. As entrevistas foram realizadas presencialmente nas casas dos eleitores, com eleitores com mais de 16 anos, das classes A, B, C, D e E de diversas escolaridades e de setores censitários de todas as regiões do país. O índice de confiança é de 95% e a margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

 

Brasília, 16h31min