Primeiro disco do sambista de Brasília tem 14 faixas assinadas por Ovídio em parceria com outros músicos
Um dos sambistas com mais tempo de atividade em Brasília, Kaoka Ovídio está lançando o primeiro disco, comemorando 50 anos de carreira. Gravado entre março e dezembro de 2020, no Rio de Janeiro, cidade onde nasceu, o CD teve produção do radialista Adelson Alves, com a participação de músicos cariocas, em especial a de Renato da Rocinha. “Para mim, é uma realização poder chegar ao público com um trabalho totalmente autoral, em que tenho como parceiros compositores que fazem parte da história do samba”, comemora o cantor.
Intitulado Sambista brasileiro, o álbum traz 14 faixas e reúne músicas que Kaoka compôs com parceiros, como Aluísio Machado (Luz do improviso), Almir Guineto e Ivan Mendonça (Meu pai oxalá), Rui Só (Que saudade Juvelina), Beto Sem Braço e Renato Rena (Negra padroeira e Longínquo é). Responsável pela coordenação geral do projeto, Adevanir Fumero é coautor da faixa título, que abre o repertório.
Kaoka iniciou a carreira artística no Rio, como autor de sambas-enredo para escolas de samba como Renascer de Jacarepaguá, Acadêmicos da Cidade de Deus, Acadêmicos de Engenho da Rainha, Independentes de Clodovil e Unidos de Jacarezinho; e de marchinhas para os blocos Segura se puder, Bafo de Bode e Balança Roseira. “Eu me orgulho de ter sido o primeiro intérprete a puxar um samba na inauguração da Marquês de Sapucaí, pela Império de Marnagá”.
Em Brasília desde 1985, o sambista teve passagem vitoriosa pela Unidos do Cruzeiro (Aruc), agremiação na qual venceu vários concursos de samba-enredo. Por um deles, 25 Anos de Samba, Esporte e Cultura, conquistou o troféu Candango de Ouro. “Na quadra da Aruc, abri shows de Jovelina Pérola Negra, Neguinho da Beija-Flor, Almir Guineto, Wilson das Neves e Dominguinhos do Estácio”, lembra. Ele também já fez marchinha para o tradicional bloco Pacotão e foi vocalista do grupo Papel Marchê.
Sambista brasileiro — CD de Kaoka Ovídio, de produção independente, com 14 faixas.