O evento será neste sábado e domingo com nomes como Bell Marques e Saulo Fernandes na programação
Presente no imaginário do brasiliense, a Micarecandanga será revivida neste final de semana com a realização do Festival Micarê, na área externa do Ginásio Nelson. Características da folia baiana, como cantores de axé music, trios elétricos e abadás, estarão em destaque nesse carnaval fora de época na capital.
A abertura da programação, sábado, às 15h, ficará por conta da cantora brasiliense Adriana Samartini. Em seguida se apresentarão os baianos Saulo Fernandes, Durval Lelys e o carioca Denni DJ. No domingo, no comando da folia estarão o DJ Matheus Hartman, e os astros do axé Tuca Fernandes , Bell Marques, Rafa e Pipo e o Harmonia do Samba.
Os foliões, que irão acompanhar os trios elétricos, usarão abadás criados exclusivamente para a Micarê – um para cada dia. Quem preferir assistir aos desfiles, confortavelmente, terá a sua disposição o camarote, com áreas de descanso, beleza e lounge. A cenografia tem a assinatura do arquiteto Arnaldo Pinho. Ele criou também a ambientação para a área de alimentação.
“No meu aniversário de 15 anos, o presente que mais me alegrou foi um abadá para curtir a Micarecandanga. Agora, em carreira artística, cantar no Festival Micarê é um sonho que se tornará realidade”, comemora Samartini.
Festival Micarê
Sábado e domingo, a partir das 15h, na área externa do Ginásio Nilson Nelson. Ingressos: R$ 91 (meia) e R$ 182 (inteira) para o bloco; R$ 181 (meia) e R$ 362 (inteira) para camarote. Não recomendado para menores de 16 anos. Informações: WatsApp 99881-7475.
Entrevista / Bell Marques
Você foi uma das principais atrações de várias edições da Micarecandanga, realizadas na Esplanada dos Ministérios e no Eixo Monumental, no auge da axé music. Que recordações guarda do evento?
De Brasília, na verdade, eu tenho muitas recordações boas. Sempre foi uma cidade em que, em todos os momentos, fui muito bem recebido. A música está sempre em alta e os brasilienses sempre fizeram um verdadeiro carnaval comigo.
No próximo fim de semana ocorre o Festival Micarê, que evoca aquela época, com desfile de trios, abadás, camarotes e tudo mais. Que expectativa forma em relação a esse revival?
A expectativa do artista ao ir para um show é sempre a melhor. Reviver o Micarê, no entanto, é acima da média para mim. Sentir novamente o clima de carnaval em Brasília, com uma estrutura bacana, será muito bom, ainda mais sabendo que o público também está mais ansioso do que o normal. Isso estimula o artista! Será um superevento.
Sente que a axé volta a cair no gosto de boa parte do público, principalmente da galera jovem?
Por onde eu passei, nesses anos todos em que se dizia que o axé music estava em baixa, eu nunca senti isso. Você vai dizer que o rock morreu porque não temos um artista de grande projeção atualmente? A música clássica morreu porque não é um produto comercial que está nas paradas? O momento é muito comercial, das redes, veloz demais e deixamos de levar em conta o que é música em sua essência e o que ela proporciona.
Micarecandanga – Memória
A axé music estava bombando em todo o país quando, em 1992, entrou no circuito das micaretas – carnaval fora de época – com a realização da Micarecandanga, promovida pela Monday Monday, produtora que tinha à frente Sérgio Maione e Marcelo Piano. Naquela primeira edição o desfile ocorreu entre o Eixão Norte e o Estádio Mané Garrincha. Os dois blocos eram comandados pelo Asa de Águia, liderado pelo vocalista e guitarrista Durval Lelys.
Em 1993 e 1994, a folia ocupou o espaço nobre da capital do país, a Esplanada dos Ministérios, já com a participação do Chiclete com Banana e outras atrações. “Entre 1995 e 2000 realizamos a Micarê – nome dado pelos foliões – com grande sucesso, no Eixo Monumental”, lembra Marcelo Piano.
“No período em que promovemos a Micarecandanga, que está na memória afetiva dos brasilienses, tivemos a participação dos artistas que fizeram a história da axé music, entre eles, Luiz Caldas, Sarajane, Chiclete com Banana, Asa de Águia, Araketu, Daniela Mercury, Ricardo Chaves, Netinho e a Banda Eva, que à época tinha como vocalista Ivete Sangalo, em início de carreira”, destaca.