Jacob do Bandolim
Jacob do Bandolim (Reprodução/Internet) Jacob do Bandolim

No dia do centenário, conheça histórias de Jacob do Bandolim 

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Relembre Jacob do Bandolim, um dos maiores instrumentistas brasileiros, que completaria 100 anos nesta quarta (14)

Uma das passagens marcantes da história do choro é a dos saraus promovidos por Jacob do Bandolim em sua casa avarandada com jardim, em Jacarepaguá, na zona Oeste do Rio de Janeiro. Daquelas rodas, em volta da mesa, tomavam parte vários músicos, entre eles, os que formavam o Época de Ouro, conjunto regional criado pelo genial instrumentista na década de 1960.

Sabe-se, que até Pixinguinha, um dos seus ídolos, vez por outra, aparecia por lá. Foi naquela casa onde Jacob Pick Bittencourt, nascido em 14 de de fevereiro de 1918, compôs a maioria de suas músicas. Entre os os chorinhos clássicos que têm sua assinatura estão Assanhado, Doce do coco, Noites cariocas, Santa Morena e Vibrações.

Da discografia de Jacob constam algo em torno de 50 títulos lançados entre 1953 e 1968 — ano em que morreu. Discos como Vibrações, o que Jacob reviveu a obra de Ernesto Nazareth; o comemorativo dos 70 anos de Pixinguinha; e o gravado ao vivo, no Theatro Municipal do Rio, ao lado de Elizeth Cardoso, Zimbro Trio e o Época de Ouro são considerados antológicos.

Em 1967 passou vários meses em Brasília, a convite do médico e chorão Arnoldo Velloso e do bandolinista Francisco de Assis, o Dr Six. Aqui, além de participar de rodas de choro, no apartamento do jornalista Raimundo Brito, na 105 Sul, comandadas pelo citarista Avena de Castro, recebia os cuidados do Dr. Velloso, especialista em terapia neural. Aquelas reuniões tiveram muita importância na implantação da cultura do choro na capital.

De Reco do Bandolim, presidente do Clube do Choro, a Tiago Tunes, bandolinista da novíssima geração brasiliense, todos têm Jacob como maior referência. “Ouvir Jacob do Bandolim foi importantíssimo para minha formação. Entre os discos dele que escuto até hoje destaco o clássico Vibrações e o que ele recria valsas de Ernesto Nazareth. Nas minhas apresentações nunca faltam choros de Jacob. Como solista, ele inspira a todos os bandolinistas que vieram depois dele”, afirma Tunes.

Na sexta-feira (dia 16), outra revelação do choro na cidade, o bandolinista Ian Coury faz show com o consagrado violonista Fernando César, para celebrar o centenário de Jacob do Bandolim, na Casa Madeira Empório e Restaurante (Avenida do Sol, Condomínio Quintas do Sol, Quadra 2, Lote 50/ Jardim Botânico).

Confira gravações históricas de Jacob do Bandolim

Em 1959 na casa de Neusa França no Rio de Janeiro

Em  1967 também na casa de Neusa França em Brasília

Em 1968, na casa da pianista Neusa França em Brasília