Filme incluído na programação da mostra que homenageia os 80 anos do premiado documentarista Vladimir Carvalho, que ocorre de 9 de abril a 11 de maio, no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília, Barra 68 — Sem perder a ternura será objeto de debate hoje (23/3), às 19h30, no canal da Associação Brasileira de Imprensa no YouTube. Além do do diretor, haverá a participação de Sílvio Tendler, Dermeval Netto e Maria do Rosário Caetano, tendo Ricardo Cota como mediador, sob a coordenação de Zezé Sack.
O documentário resgata as agressões sofridas pela Universidade de Brasília desde o golpe de 1964 até os acontecimentos de 1968 quando tropas militares ocuparam o campus, prenderam e atiraram em estudantes. Quatrocentos deles foram detidos numa quadra de esportes, próxima ao restaurante universitário. Narrado pelo ator Othon Bastos, o filme traz depoimentos de Oscar Niemeyer, Roberto Salmeron, do ex-reitor José Carlos Azevedo, Cacá Diegues, Jean-Claude Bernardet, Ana Miranda, Marcos Santilli, de familiares de Honestino Guimarães, entre outros. Barra 68 recebeu premiação nos festivais de cinema de Brasília, Fortaleza e Recife e foi selecionado nos festivais de São Paulo, Havana e Friburg (Suíça).
Sobre Barra 68, Vladimir Carvalho falou com exclusividade para o Trilha Sonora. “Cheguei a Brasília em 1970, decidi e logo quis me fixar aqui. Pude perceber na cidade amplíssimas temáticas para serem exploradas por um documentarista. Como professor de cinema da UnB, recebi de um aluno, o Miguel Freire, uma fita de 16 milímetros de Hermano Penna sobre a detenção de 400 alunos numa quadra de basquete da universidade, quando da invasão de forças militares e policiais em 1968. Vi ali a possibilidade de produzir o documentário feito entre 1999 e 2000. Barra 68 é um documentário de muita relevância em minha obra”.