TRABALHADORES DA HEINEKEN QUEREM MUDANÇA NO PROCESSO DE PLR

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Em reunião nacional na última quarta (13/04), em Porto Alegre (RS), sindicatos e federações dos trabalhadores da Heineken decidiram reagir às propostas abaixo da inflação e buscar diálogo com a empresa por mudanças no processo de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). Coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins), que representa 145 mil trabalhadores no setor de bebidas no país (cerca de 2 mil ligados à Heineken), o grupo pede, em ofício à empresa, uma reunião com a comissão de trabalhadores ainda esse mês.

No topo da lista dos benefícios dos trabalhadores, o sistema atual de PLR da dona das marcas Heineken, Kaiser, Bavaria, Sol Premium e Xingu foi criticado pela categoria por não oferecer transparência, nem envolver a participação das entidades sindicais profissionais. De acordo com a CNTA Afins, os trabalhadores também afirmaram estar insatisfeitos com metas inatingíveis e valores abaixo da expectativa da categoria.

Segundo o presidente da CNTA Afins, Artur Bueno de Camargo, a categoria tem enfrentado dificuldade nas negociações coletivas de trabalho com a empresa, optando por um posicionamento nacional unificado pela rejeição de acordos abaixo da inflação. Nas cláusulas de benefícios contidas em acordos com sindicatos, que em sua grande maioria inclui assistência médica e odontológica, restaurante no local de trabalho, seguro de vida em grupo, e vale transporte, geralmente traz o trecho “cabendo, exclusivamente, à empresa providenciar a sistemática e o modelo de administração dos benefícios mencionados”.

“Por entendermos que a PLR deve ser um processo de motivação aos trabalhadores, entendemos a necessidade de haver uma participação efetiva dos sindicatos desde a sua elaboração até a conclusão do processo. Os trabalhadores se sentem insatisfeitos e inseguros com o atual modelo, que é injusto, principalmente, com aqueles trabalhadores que ganham menos. Com relação às negociações coletivas, a confederação continua orientando os trabalhadores a não fechar nenhum acordo inferior à inflação.”, comenta Bueno, que acrescenta que o objetivo da reunião é desenhar o melhor programa para que empresa e funcionários possam sair ganhando.

METALÚRGICOS CONTRA REDUÇÃO DE 30% NA PLR DA GENERAL MOTORS

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Trabalhadores estão em greve

 

Em nota oficial, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região informou que a General Motors encerrou, na última segunda-feira (18), as negociações com a entidade. Estava em pauta a segunda parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) 2015. O impasse se deu pelo fato de a GM propor a redução de 30% no valor da PLR, em relação a 2014. Por isso, a ampla maioria dos trabalhadores da fábrica aprovou, em assembleia democrática, a deflagração da greve.

 

A GM é a única grande montadora com planta no país a buscar a redução da PLR dos trabalhadores, segundo o sindicato. As outras mantiveram o valor de 2014 ou corrigiram pelo INPC. Já a General Motors quer reduzir em 30% o valor. Em 2014, a empresa pagou R$ 13.000 de PLR. Em 2015, está tentando reduzir para R$ 10.000, justamente no momento em que os trabalhadores já estão sendo penalizados com a explosão da inflação no país.

 

“É preciso ressaltar que essa postura não encontra respaldo na real situação financeira da empresa. A GM teve o carro mais vendido do país no ano de 2015, é a segunda maior em vendas e, principalmente, acaba de aumentar de US$ 5 bilhões para US$ 9 bilhões o repasse a seus acionistas. A fábrica de São José dos Campos tem um faturamento anual de cerca de R$ 6 bilhões (em 2015). Aqui se produz os carros mais caros da companhia no país, os modelos S10 e Trailblazer, que chegam a custar R$ 180 mil, além da produção de mais de 200 mil motores e 400 mil transmissões em 2015”, destacou o documento.

 

A nota diz ainda que, mesmo tendo sido beneficiada, durante todo o governo Dilma, com uma longa sequência de incentivos fiscais,  a GM fechou mais de 6 mil postos de trabalho no período de 2011 a 2015 em suas plantas de São Caetano, São José dos Campos e Gravataí.

 

Diante de todo esse cenário, o sindicato reafirma a necessidade dos trabalhadores permanecerem em luta por uma PLR maior e por estabilidade no emprego.

 

“A greve segue com toda força, com a fábrica totalmente paralisada. Os trabalhadores sequer têm comparecido ao portão da empresa. Este é um movimento legal, pacífico, em que os metalúrgicos demonstram toda sua indignação contra a intransigência e ganância da GM,  apesar do assédio moral que os supervisores estão fazendo sobre os trabalhadores”, destacou a entidade sindical.

 

Na próxima segunda-feira (25), às 14h, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos participará da audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho – 15ª. Região, em Campinas, para buscar uma tentativa de acordo. “Esperamos que a GM deixe de lado esse endurecimento e atenda às reivindicações dos trabalhadores. Vamos reivindicar o aumento da PLR, o pagamento de todos os dias parados e estabilidade no emprego”.

 

Em São José dos Campos, cerca de 600 metalúrgicos da GM estão em lay-off. Eles já haviam sido demitidos em agosto do ano passado, mas após 14 dias de greve, a empresa teve de recuar. “Em nossa opinião, a GM vai fazer novamente as demissões. Neste momento em que o país atravessa uma crise econômica e política, governo e patrões querem empurrar a conta para os trabalhadores. Nossa luta não é só por PLR. É também contra as demissões. Defendemos que a presidente Dilma Rousseff (PT) assine uma medida provisória que proíba as empresas de demitirem e enviarem seus lucros para o exterior”, conclui a nota.